O Nascido de Novo: O Cidadão do Reino de Deus
Uma das verdades fundamentais acerca do Reino de Deus, conforme constatado nos Evangelhos, é a impossibilidade de alguém compreendê-lo e vivenciá-lo se não se tornar um novo homem. Aliás, é o próprio Jesus, Senhor do Reino, quem assevera a indispensabilidade dessa condição em seu célebre diálogo com Nicodemos, narrado no Evangelho de João. Ali, o Rei afirma: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). E mais à frente, quando Nicodemos fornece-lhe a oportunidade de esclarecer no que consiste esse novo nascimento, Ele enfatiza: “Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).
Ou seja, “nascer de novo” é condição sine qua non para “ver” o Reino e “entrar” nele. E Jesus ainda enfatiza a inegociabilidade dessa condição por meio do uso repetitivo da expressão “em verdade” na introdução das Suas duas afirmações sobre o “nascer de novo”. A expressão “em verdade” é, no original, o vocábulo amen, uma transliteração do hebraico para o grego e para a nossa língua – o nosso “amém” –, significando literalmente “assim seja”, “é fiel” ou “verdadeiramente”. Jesus utiliza repetidamente esse vocábulo em seu diálogo com Nicodemos exatamente para chamar a atenção de seu interlocutor para a importância do que Ele estava dizendo. O Mestre está asseverando: “Preste atenção: ou se nasce de novo ou, de forma alguma, se poderá participar do Reino de Deus (“ver”) e vivenciá-lo (“entrar”). Essa é uma condição imprescindível, um pré-requisito indispensável”.
Somente um novo homem pode ser discípulo de Jesus. Somente o nascido de novo pode ser súdito do Reino.
O que é o novo nascimento?
Se essa é uma condição sem a qual ninguém poderá adentrar o Reino, então urge entendermos o que é o novo nascimento.
No original grego, a expressão traduzida em João 3.3,7 por “nascer de novo” é, literalmente, “nascer de cima”. Para ser mais preciso, ali, o vocábulo traduzido como “de novo” é anõthen, que alude a lugar, mais propriamente com o sentido de “de cima”, como em Mateus 27.51 e Marcos 15.38, quando é informado que o véu do Templo se rasgou “de alto (anõthen) a baixo”; e também com o sentido de “das partes de cima”, como em João 19.23, mas podendo também, por extensão, significar “do céu” ou, de forma subtendida, “de Deus”, como nos casos de João 3.31 e 19.11, e Tiago 1.17 e 3.15,17. Entretanto, não poucas vezes anõthen ainda pode significar “de novo”, pois o seu uso ocorre no texto grego também para expressar a ideia de “desde o princípio” – como nas passagens de Lucas 1.3 e Atos 26.5 –, ou seja, de volta ao início ou “novamente” (Gl 4.9) (Cf. VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; e WHITE JR, William; Dicionário Vine, CPAD, 1ª edição, 2000, pp. 468, 534 e 839).
Quando Nicodemos ouviu Jesus falando da necessidade de “nascer de novo”, ele com certeza entendeu anõthen com o sentido de “de novo”, e não de “de cima”, como sua pergunta atesta: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (Jo 3.4). Então, a resposta de Jesus a Nicodemos é que esse novo nascimento a que Ele se refere como imprescindível para ingressar no Reino não trata-se de um nascimento natural, físico, carnal, mas de um nascimento espiritual, isto é, um nascer “de cima”.
Jesus esclarece que o novo nascimento:
1) Não é um ato humano, mas uma obra do Espírito (Jo 3.6,8).
2) Envolve purificação – o termo “água” (Jo 3.5) fala da purificação que é operada pelo Espírito. Como lembra Benny C. Aker, professor de Teologia do Assemblies of God Theological Seminary, em Springfield, Missouri (EUA), a expressão “da água e do Espírito” não se refere a coisas distintas, mas trata-se de uma hendíadis, um recurso linguístico utilizado para enfatizar uma ideia, e que consiste em ligar por meio de uma conjunção (“e”) dois substantivos independentes (no caso, “água” e “Espírito”) para expressar uma ideia que poderia ser igualmente expressa se um desses mesmos substantivos funcionasse como adjetivo do outro substantivo. Exemplos: “luz e sol” significando “luz do sol”, e “poeira e estrada” significando “poeira da estrada”. No caso em apreço, temos “água e Espírito” significando “água do Espírito” (Cf. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger; Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento; CPAD, 2ª edição, 2004, p. 506).
Ademais, Paulo, escrevendo a Tito, ressalta que, “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a Sua misericórdia, Ele [“Deus, nosso Salvador”, Tt 3.4] nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5). A profecia de Ezequiel sobre a regeneração fala também da purificação realizada com “água pura” e sob a ação do “Espírito” (Ez 36.25-27).
3) Quem é nascido do Espírito é guiado pelo Espírito (Jo 3.8), como Paulo também enfatiza em sua Epístola aos Romanos, ao afirmar que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito (Rm 8.14). Ora, o apóstolo João define os filhos de Deus como os que crêem no Senhor Jesus (Jo 1.12), “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.13). Logo, os filhos de Deus são aqueles que são nascidos de Deus por crerem em Jesus (aceitando-O como Salvador e Senhor), e que, por sua vez, são guiados pelo Espírito, que passa a habitá-los desde o dia em que aceitaram Jesus (Jo 14.16,17; 1Co 3.16).
O cidadão do Reino de Deus (Parte II)
Há muitas outras porções neotestamentárias que frisam a Doutrina Bíblica do Novo Nascimento ou Regeneração (no grego, palingenesia – palin, “novo”; e genesis, “nascimento” – ou seja, “novo nascimento”). Por exemplo, a passagem de Tito 3.5, que fala de “regeneração [palingenesia] espiritual” ou, se traduzirmos ao pé da letra, “novo nascimento espiritual”. Desde já, é importante deixar claro que o novo nascimento e a regeneração não são dois eventos distintos da Salvação, mas uma e a mesma coisa. O máximo que se pode inferir de distinção nos dois termos é que eles apontariam para aspectos diferentes do mesmo evento, no sentido de que “‘novo nascimento’ ressalta a comunicação da vida espiritual em contraste com a antecedente morte espiritual; e ‘regeneração’ acentua o começo de um novo estado de coisas em contraste com o antigo” (Dicionário Vine, CPAD, 2002, p. 933).
Ademais, outras passagens bíblicas importantes acerca do novo nascimento são os textos tradicionais de 2 Coríntios 5.17 e 1 Pedro 1.3.
A passagem de 2 Coríntios 5.17 sublinha a verdade de que o novo nascimento é uma transformação radical, pois lembra Paulo que, quando ele ocorre, é gerada uma “nova criatura”, uma nova natureza, na vida de quem entregou-se por inteiro a Cristo. Daí, “as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo”.
Essa verdade nos remete a dois elementos essenciais da conversão: o arrependimento e a fé. O primeiro é uma virada de 180º contra o pecado e o segundo, uma virada de 180º em direção a Cristo. Não é à toa que o vocábulo grego traduzido por “arrependimento” nas páginas neotestamentárias é metanoia, que quer dizer uma reviravolta completa na vida da pessoa, uma mudança fundamental em suas atitudes, prioridades e convicções.
Lembrando que conversão e novo nascimento estão intrinsecamente ligados, mas são momentos distintos no processo de Salvação. Este sucede imediatamente aquele. A conversão vem primeiro – é a resposta do homem à Salvação, uma reação provocada e conduzida por Deus. O novo nascimento, por sua vez, é uma operação de Deus na vida do homem que decorre do ato de conversão. Como bem define o teólogo escocês Bruce Milne, “a regeneração difere da conversão, a qual se acha ligada, ao destacar o ato de Deus dando uma nova vida. A conversão é o ato humano de voltar-se do pecado para a justiça e acompanha a regeneração. Através desta, o crente recebe uma nova natureza espiritual que irá expressar-se em novos interesses e preocupações” (MILNE, Bruce; Conheça a Verdade – Um Manual de Doutrina Bíblica; ABU Editora, 1ª edição, 1987, p. 192).
A passagem de 1 Pedro 1.3 destaca outra verdade relativa ao novo nascimento, a de que, ao “nascermos [gennethe] de novo”, Deus, em sua grande misericórdia, nos “gera” para “uma viva esperança”. Ou seja, o novo nascimento implica uma nova visão de mundo, o descortinar de um novo horizonte, uma nova compreensão da vida, o estabelecimento de um novo norte a seguir e pelo qual se orientar. Novo nascimento quer dizer nova vida, e algo assim implica uma nova esperança. Ou, nas palavras inspiradas do apóstolo Pedro, uma “viva esperança”, uma vez que esta se baseia em Cristo (Cl 1.27).
É uma “viva esperança” justamente porque, ao estar edificada em Cristo, essa nova vida é de caráter eterno, é uma vida eterna, isto é, uma vida que começa a ser vivida desde o dia em que aceitamos Jesus e se estende por toda a eternidade (Jo 3.16; 10.28); e é também uma vida em abundância (Jo 10.10).
Uma nova natureza para um novo Reino
Como sintetiza bem o teólogo pentecostal norte-americano Daniel B. Pecota, “nascer de novo diz respeito a uma transformação radical, mas ainda se faz mister um processo de amadurecimento”, pois a regeneração é apenas “o início do nosso crescimento no conhecimento de Deus, na nossa experiência de Cristo e do Espírito Santo e no nosso caráter moral” (Teologia Sistemática – uma perspectiva pentecostal, CPAD, 1ª edição, 1996, p. 372).
Destarte, o novo nascimento não é o fim do processo, mas o início dele; é a porta de entrada para o Reino de Deus. Regenerados – ou seja, possuidores agora de uma nova natureza – podemos, enfim, participar do Reino, crescermos na graça e no conhecimento de Deus (2Pe 3.18) e vivenciarmos todas as bênçãos decorrentes da nossa nova cidadania (Ef 1.3; 1Pe 1.3-5; 2Pe 1.2-4); entretanto, ainda temos em nós, concorrendo contra essas conquistas, a nossa velha natureza.
Nas Escrituras, a natureza pecaminosa é chamada mais comumente de “velho homem” ou “carne”. O termo “carne” é usado, em muitas passagens do Novo Testamento, em metonímia, numa referência clara à natureza pecaminosa e para expressar justamente o fato de que esse princípio mal ou tendência pecaminosa está tão enraizado dentre de nós, que manifesta-se naturalmente nos membros do nosso corpo, como afirma o apóstolo Paulo em Romanos 7. Ele não é o nosso corpo, mas se manifesta nele e por meio dele por estar entranhado em nossa natureza. Todos já nascemos com o vírus do pecado dentro de nós. Não é preciso ensinar uma criança a pecar; ela já nasce com a tendência natural para o pecado. É instintivo, ao ponto de podermos afirmar que não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Faz parte da nossa natureza.
Quando aceitamos sinceramente a Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas, entregando-nos completamente a Ele, crendo em Seu sacrifício vicário e expiatório na cruz para remissão de nossos pecados, é gerada em nós, pela ação do Espírito Santo, uma nova natureza. É o que Paulo fala em 2 Coríntios 5.17, e o qual já mencionamos: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Essa “nova criatura”, ao qual o apóstolo se refere, é exatamente a nova natureza em Cristo, uma natureza espiritual gerada pelo poder do Espírito Santo nas nossas interioridades. Essa nova natureza é formada e impressa em nosso ser, afetando nossos sentimentos, intelecto e vontade. É fruto da ressurreição espiritual por que passamos, pois antes estávamos mortos, putrefatos em delitos e pecados (Ef 2.5,6).
Agora, o fato de termos uma nova natureza não significa que passamos imediatamente a ser perfeitos. Sim, todos os nossos pecados foram perdoados, fomos justificados, passamos a ter essa natureza espiritual gerada em nós, mas não nos tornamos perfeitos. Tanto o cristão como o não cristão são imperfeitos, só que o primeiro, desde o dia de sua conversão, está em um processo de santificação, de aperfeiçoamento conforme o caráter de Cristo (Rm 8.29), enquanto o segundo ainda esta chafurdado em seus delitos e pecados. Um é imperfeito, mas está sendo aperfeiçoado, por isso não vive na prática do pecado – isto é, o pecado não é uma regra em sua vida, mas apenas uma possibilidade –; enquanto o outro é imperfeito, mas não quer acertar – por ele não ter uma natureza espiritual, é escravo do pecado.
Duas razões pelas quais o “nascer de novo” não implica uma perfeição imediata são:
1) O processo constante, diário e vitalício de amadurecimento espiritual e de aprofundamento nas verdades do Evangelho pelo qual o nascido de novo precisa passar para vivenciar a plenitude da vida em Cristo, toda a riqueza dessa nova vida (Ef 4.12-16; 1Pe 1.14-18; 2.1-3);
2) E o fato de que, mesmo tendo sido gerada em nós uma natureza espiritual após a conversão, isso não significa o desaparecimento da velha natureza – ela ainda continua em nós, procurando diariamente uma oportunidade para manifestar-se novamente, e por isso precisamos “crucificá-la”, como afirma Paulo em sua Epístola aos Gálatas.
A “carne” não desaparece quando você aceita Jesus. Ela só vai desaparecer quando chegarmos ao Céu. A Palavra de Deus é clara ao afirmar que, dentro de nós, enquanto estamos na Terra, a “carne [a natureza pecaminosa] milita contra o Espírito” com o objetivo de fazer com que “não façais o que quereis” (Gl 5.17), e por isso ela precisa ser “crucificada”: “E os que são de Cristo crucificam a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24). O novo nascimento é apenas a condição inicial para que o nosso aperfeiçoamento em Cristo se viabilize e se efetive.
O cidadão do Reino de Deus (Parte III)
O propósito do novo nascimento é, em primeiro lugar, o crescimento em Deus, o viver para a Sua glória. Portanto, todas as vezes que o crente não procura viver uma vida de comunhão com Deus por meio da oração, da Palavra, da adoração e da comunhão entre os irmãos – e igualmente de serviço ao Reino, o que falaremos mais à frente –, ele está abdicando das razões pelas quais foi salvo.
O apóstolo Pedro enfatizou essa verdade na abertura de sua segunda epístola. Ali, encontramo-lo afirmando a necessidade que o cristão tem de crescer constantemente na fé, na virtude, no conhecimento, no domínio próprio, na perseverança, na piedade, na fraternidade e no amor (2Pe 1.5-7), ressaltando ainda que se essas coisas estiverem presentes e se desenvolvendo na vida do cristão, ele não será “inativo, nem infrutífero no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 8). E ao final do seu raciocínio, o apóstolo adverte que o cristão no qual essas coisas não estão presentes é “cego”, porque “esqueceu” – isto é, perdeu de vista – “a purificação dos seus pecados de outrora”. Ou seja, esqueceu que um dia nasceu de novo, que um dia foi perdoado e transformado para crescer nessas virtudes elencadas pelo apóstolo e pelas Escrituras de forma geral; em síntese, olvidou o propósito pelo qual foi salvo (vv. 9,10).
Fomos chamados para sermos ativos e frutíferos no Reino de Deus, e crescermos no conhecimento de Jesus; e se cumprirmos nosso chamado, o apóstolo lembra que “não tropeçaremos em tempo algum” (v. 10) e, “desta maneira”, nos será “amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (v. 11).
Mas, em segundo lugar, a novidade de vida, o novo nascimento, a nossa nova vida em Cristo, implica uma nova visão de mundo.
A visão de mundo cristã, ou cosmovisão cristã, apoia-se, basicamente, em três pilares bíblico-doutrinários: a Criação, a Queda e a Salvação.
A Doutrina da Criação assevera que Deus criou o cosmos e o fez para o louvor da Sua glória. Isso significa que tudo que existe deve existir para a glória de Deus. Sobre esse pilar o cristão fundamenta a sua vida, entendendo que tudo o que faz deve glorificar a Deus.
Enquanto o materialismo e o naturalismo afirmam que a vida surgiu como resultado de uma aleatória colisão de moléculas, num processo impessoal, e que, portanto, não há qualquer propósito na vida, o cristão desenvolve sua existência na Terra sabendo que o que faz tem sentido, e não só para a conjuntura terrena, na qual caminha, mas, acima de tudo, para a eternidade. Sua vida não se baseia em uma ética essencialmente vazia e sem sentido, convencionada só para que os seres humanos possam conviver minimamente entre si em uma existência despojada de propósito, mas em uma ética fundamentada em valores eternos, que tem como pano de fundo a eternidade.
As Doutrinas da Queda e da Salvação, por sua vez, significam que o pecado, infelizmente, foi introduzido no mundo pela desobediência e, por essa razão, a Redenção em Cristo torna-se o único meio pelo qual podemos ser restaurados para um relacionamento direto com Deus (Ef 2.1-16). Sobre esses pilares também se apóia o cristão, caminhando na Terra consciente dos efeitos da Queda, atento à natureza pecaminosa e suas manifestações na cultura e na sociedade como um todo, e apoiado inteiramente na graça de Deus para ser o que precisa ser em Deus: um cidadão do Céu vivendo (peregrinando) na Terra (1Pe 1.17-21).
Como bem coloca Charles Colson, “somente a visão de mundo bíblica oferece uma satisfatória explicação e resposta ao dilema humano do pecado e do sofrimento. Nenhuma outra visão de mundo oferece redenção da maneira que a visão de mundo cristã o faz. Cristo redime a pessoa completamente, não somente sua alma, e dirige tudo à reconciliação, à volta para Deus” (Em entrevista concedida a este escriba para a edição 9 da revista Resposta Fiel, CPAD, ano 2003, pp. 10 a 12).
Finalmente, em terceiro lugar, a nova vida em Cristo implica igualmente uma vida de serviço.
Os dois propósitos basilares da nossa Salvação são o crescimento em Deus e o serviço. Como expressa Milne, “os regenerados preocupam-se principalmente com as coisas de Deus, Sua Palavra, Seu povo, Seu serviço, Sua glória e, acima de tudo, com o próprio Deus. Eles encontram novos poderes para resistir ao pecado, para obedecer e servir a Deus” (Conheça a Verdade, ABU, 1987, p.193)
Fomos salvos para crescer em Deus (2Pe 3.18), mas também para servir a Deus (Tt 2.14); e quando cumprimos esses dois propósitos, cumprimos o propósito maior da Salvação, aquele que sintetiza ambos: glorificar a Deus por meio de nossas vidas (1Co 1.30,31).
O nosso serviço no Reino de Deus inclui evangelização (Mt 28.19,20) e boas obras (Tt 2.14; Tg 1.27), pregação seguida de sinais (Mc 16.15-17) e ação social (Mt 25.31-46), cura da alma e cura do corpo. Nunca o social sem o espiritual ou o espiritual sem o social, mas ambos. Sem dúvida alguma, a prioridade é o espiritual, mas a nossa tarefa envolve todas as áreas do ser.
Um cidadão do Reino é alguém que, simultaneamente a seu crescimento em Deus, cresce em seu serviço a Deus em favor dos homens. É alguém no qual esses dois aspectos da vida nova em Cristo encontram-se perfeitamente aliançados, nunca divorciados. Aliás, o crescimento constante do cristão em Deus o leva naturalmente a dedicar-se mais a seu serviço para Deus. O amor de Deus derramado em nossos corações leva-nos a uma vida de serviço; leva-nos, se preciso, a nos sacrificar inteiramente por nosso Senhor (Rm 8.36), porque somos dEle e vivemos para Ele. FONTE CPADNEWS /WWW.MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NET
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
É assim que vive um súdito do Reino.