PRESDESTINAÇÃO E LIVRE ARBITERO
Is 43.11-13; Ef 1.4,5; Jo 3.16.
Isaías 43
11 - Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador.
12 - Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus.
13 - Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?
Efésios 1
4 - Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,
5 - e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
João 3
16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Palavra Chave
Eleição: Do grego "eklegomai"; selecionar para si; escolher.
Há diferentes formas de interpretação quanto ao assunto "soberania de Deus e livre-arbítrio humano"; todas envolvidas em intermináveis polêmicas e acirradas discussões. Todavia, o que a Bíblia realmente ensina sobre o assunto? Nesta lição, estudaremos, à luz das Escrituras, a relação entre a soberania divina, o livre-arbítrio do homem e a salvação em Cristo. Oremos, pois, a fim de que, através do estudo do Livro de Deus, possamos conhecer cada vez mais, o Deus do Livro.
Certo teólogo afirmou que Deus "pode fazer tudo o que quer, mas não quer fazer tudo que pode". Isso significa que o poder de Deus está sob o controle de sua sábia vontade. Isto é, não há qualquer incoerência entre sua natureza santa e seu poder ilimitado. O Senhor que tudo pode (Jó 42.2), só faz o que lhe agrada (Sl 115.3).
O Senhor é poderoso para fazer tudo o que lhe apraz, todavia, só fará de fato o que está de acordo com sua vontade.
Deus, ao criar o homem, proveu-o de livre-arbítrio. Mas... O que é "livre-arbítrio"? É a faculdade mediante a qual o homem é dotado de poder para agir sem coações externas, e de acordo com sua própria vontade ou escolha. Uma vez que o homem fora criado livre, com capacidade de fazer suas próprias escolhas, como conciliar esse direito com a vontade divina? Para responder a esta pergunta, precisamos entender a vontade de Deus sob dois aspectos: ela é permissiva e diretiva.
Absolutamente nada escapa à vontade diretiva de Deus. É nesse ponto que nos deparamos com a doutrina da predestinação. O Eterno, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna. Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que, conforme bem acentuou Jesus, fora preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41). Mas o fato de o homem ser predestinado à vida eterna não lhe garante essa bem-aventurança. É necessário que creia no Evangelho. Somente assim poderá ser considerado eleito. Tudo depende de como recebemos o chamamento do Evangelho: quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crê será condenado. Deus predestinou a Igreja para ser "conforme à imagem de seu Filho" (Rm 8.29); para "filhos de adoção em Cristo" (Ef 1.5).
A vontade divina é permissiva e diretiva. As duas vontades operam em conformidade com os atributos divinos e com o livre-arbítrio humano.
III. PREDESTINAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO
A ênfase inconsequente à soberania de Deus leva o indivíduo a crer que sua conduta nada tem a ver com a sua salvação. Enquanto que a ênfase exagerada à livre-vontade do homem conduz a pessoa ao engano de que a salvação é dependente de boa conduta e obras humanas.
Portanto, a predestinação fatalista contradiz dois atributos divinos: a justiça e o amor. Primeiro, porque torce a justiça divina, pois, nesse caso, Deus destinaria as pessoas antes mesmo de seu nascimento à perdição eterna. E segundo, porque põe em dúvida o ilimitado amor de Deus, por ensinar que o Senhor destinou os pecadores ao inferno sem lhes dar o direito e a oportunidade de arrependerem-se.
Devemos evitar dois erros: enfatizar a soberania divina em detrimento da livre-escolha; e o livre-arbítrio em prejuízo à soberania divina.
O assunto que estamos estudando tem sido alvo de muitas interpretações. Porém, a Palavra de Deus nunca se contradiz, especialmente a respeito da salvação do homem. Essas doutrinas devem ser analisadas à luz da Bíblia e de forma equilibrada. Vejamos:
Deus predestinou todos os homens à salvação, mediante a redenção em Jesus. Porém, não viola o livre-arbítrio do homem.
As doutrinas da predestinação divina e do livre-arbítrio humano não estão na Bíblia para motivar controvérsias, especulações ou coisas semelhantes, mas para encorajar o crente. Através desses ensinamentos, o Senhor demonstra-nos todo o seu amor, justiça e graça, pois antes que o mundo existisse e o homem fosse criado, Ele já havia previsto todas as dificuldades que encontraríamos em nosso caminho. Seu propósito é mostrar-nos que Ele é poderoso para conduzir-nos a salvo para seu reino celestial (Fp 1.6; 2 Tm 4.18; Jd v.24).
HORTON, S. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996.
"Graça Irresistível
Poder-se-ia afirmar, então, que a expressão 'graça irresistível' é tecnicamente imprópria? Parece ser um oximoro, como 'bondade cruel', porque a própria natureza da graça subentende que um dom gratuito é oferecido, e tal presente pode ser aceito ou rejeitado. E assim acontece, mesmo sendo o presente oferecido por um Soberano gracioso, amoroso e pessoal. E sua soberania não será ameaçada ou diminuída se recusarmos o dom gratuito. Este fato é evidente no Antigo Testamento. O Senhor diz: 'Estendi as mãos todo o dia a um povo rebelde' (Is 65.2). E: 'chamei, e não respondestes; falei, e não ouvistes' (Is 65.12). Os profetas deixam claro que quando o povo não acolhia bem as expressões da graça de Deus, nem por isso ficava ameaçada a sua soberania. Estevão fustiga os seus ouvintes: 'Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais' (At 7.51). Parece claro que Estevão tinha em vista a resistência à obra do Espírito Santo, que desejava levá-los a Deus. O fato de alguns deles (inclusive Saulo de Tarso) terem crido posteriormente não serve como evidência em favor da doutrina da graça irresistível".(PECOTA, D. A Obra Salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.366.)
Deus tem todas as coisas submissas à sua vontade. Ele controla tudo e nada acontece sem o seu conhecimento e vontade. Das aves dos céus ao lodo incrustado às margens do riacho, tudo Ele conhece e preserva. Embora tenha poder para fazer tudo o que deseja, não fará nada que esteja em desacordo com sua sábia e santa natureza. Apesar de o Senhor Deus ser Absoluto e Soberano, estabeleceu certos limites em seu relacionamento com o homem pecador. Ele jamais invade o coração do homem! O Senhor não obriga nenhum ímpio a servi-lo, amá-lo, ou adorá-lo: "Dá-me, filho meu, o teu coração" (Pv 23.26); é o convite salvífico do Senhor. Ele espera uma entrega voluntária, ou um convite gracioso para habitar no coração do homem. Não queres ainda hoje anuir ao convite célico? Não desejas convidá-Lo a fazer morada em tua vida? Lembre-se, Ele pode todas as coisas, mas para entrar em tua casa, você precisa convidá-Lo: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo" (Ap 3.20).
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Postado por mauricio berwald