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CULTO FAMILIAR ADORAÇÃO (1)
CULTO FAMILIAR ADORAÇÃO (1)

 

O CULTO DOMÉSTICO (1)

 

 

INTRODUÇÃO

O que está faltando, na maioria dos lares cristãos, é espaço para a família adorar a Deus. Essa adoração se dá através do culto doméstico.

Todavia, essa prática tem sido negligenciada. Na maioria dos lares cristãos, não se faz o culto doméstico. Milhões de crentes deixam de ir ao culto nas igrejas para ficar em casa, assistindo a uma programação que nada tem de edificante para as vidas de servos de Deus (1 Co 6.12; 10.23).

A família cristã precisa ter em mente que há um plano diabólico para destruir suas bases e levá-la à queda espiritual e moral. Não há outra forma de fazer face a esse ataque mortal, se não for através da busca da presença de Deus no lar. O culto doméstico propicia os momentos diários para o fortalecimento do lar, por meio da oração, da leitura da Bíblia, “a espada do Espírito”, e do louvor a Deus, no meio do qual Ele se faz presente.

Sabemos que neste século XXI, quando o materialismo avassala as mentes; quando crianças, nas escolas, são bombardeadas com os ensinos que eliminam Deus da origem do universo e do homem; crianças e adolescentes são estimuladas à prática do sexo precoce, e o homossexualismo é impingido como prática normal e saudável; se os pais não despertarem para a adoração a Deus, no lar, será impossível evitar a derrocada da família.

Inclusive da família cristã. Ocorrerá o que aconteceu na Europa, que um dia foi berço de grandes avivamentos.

Hoje, com algumas exceções, há igrejas vazias, pelo afastamento de crianças e jovens; lares destruídos pelo ateísmo e pelo demonismo, pela ausência de Deus. O estrago por anos a fio de desprezo à educação cristã nos lares não será reparado. Mas ainda há tempo para salvar alguns (1 Co 9.22). Se houver conscientização por parte dos pais cristãos, que considerem os filhos como "... herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (SI 127.3), haverá motivação para restaurar ou implantar o culto doméstico.

O SIGNIFICADO DO CULTO DOMÉSTICO

Como o nome sugere, o culto doméstico é uma reunião da família, sob a liderança dos pais cristãos, com a finalidade de cultuar a Deus no lar. Sua realização tem sólido fundamento bíblico, como será observado neste estudo. O culto doméstico é tão importante que Satanás tem tido especial cuidado para desestimular sua realização em mais de 90% dos lares cristãos.

O resultado da ausência da adoração nos lares, diariamente, é causa para a maioria dos problemas que os casais e as famílias cristãs enfrentam nestes “tempos trabalhosos”, previstos na Palavra de Deus. Que o Senhor Jesus desperte os pais cristãos para tomarem a decisão sábia e firme de desenvolver esse trabalho, que é simples, mas de grande efeito sobre a formação espiritual, moral e social da família cristã.

LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 113-114.

"tomou Abrão a sarai, sua mulher,... e vieram à terra de canaã,... e edificou ali um altar ao senhor." Gênesis 12.5-7

Assim escreveu um obreiro evangélico: "Quando eu era capelão na penitenciária de Arkansas, dos 1.700 presos, só um se criara num lar no qual havia culto doméstico. E soube depois que foi libertado porque provaram a sua inocência".

É possível levantar o itinerário das peregrinações de Abraão se, tão-somente, visitarmos os lugares onde o patriarca construiu os altares para sacrificar ao Senhor. Eis o que lemos em Gênesis: "Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera. Passando dali... edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor" (Gn 12.6-8).

O que podemos aprender com Abraão? Embora fosse praticamente o único servo de Deus em toda a terra, resistiu ao mundanismo e alcançou o título de pai dos fiéis (Rm 4.11,16). A resposta está nos altares que ele construía para, juntamente com toda a sua casa, invocai o nome do Senhor (Gn 18.19).

Encontramos em Jó outro ideal de pai que, verdadeiramente, soube ordenar seus filhos nos caminhos de Deus. "Seus filhos iam nas casas uns dos outros e davam banquetes, cada um por sua vez... Jó santificava-os; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos... pois dizia: Talvez meus filhos tenham pecado (Jó 1.4,5)". Não lhe bastava evitar o próprio pecado; cuidava que seus filhos também não pecassem. Como sacerdote do lar, chamava-os para os santificar; levantava-se antes do romper da aurora para oferecer holocaustos por eles.

Desde o tempo de Jó, os fiéis são unânimes em reconhecer a necessidade de se cultivar o culto doméstico.

Um dos mais conhecidos pregadores na história da Inglaterra foi Ricardo Baxter. Quando ainda jovem, foi chamado a pastorear uma grande igreja, cujos membros eram ricos e instruídos. Achou-os, porém, frios e carnais. Por isso ficou desapontado e deixou-se levar pelo desânimo. No auge da crise, declarou: "O único meio de salvar a igreja e a circunvizinhança é estabelecer a religião nos lares, e levantar o altar familiar". Passou três anos trabalhando, visitando casas, disposto a estabelecer o culto doméstico em todos os lares. Seus esforços foram coroados de êxitos. E, assim, o culto doméstico serviu de base a um movimento que trouxe a igreja milhares de pecadores. Baxter provou que, para a igreja, o altar familiar é indispensável para se estender as estacas do Reino de Deus.

Tomaz Bastos foi também um grande ministro. Ao contrário de Baxter, foi ele chamado a trabalhar num subúrbio muito atrasado. Lá, também, encontrou uma igreja fria e quase desassistida. Como não podia influenciar o povo, ficava triste e desalentado. Foi aí que resolveu: "O único meio de salvar a igreja é salvar a família". Decidiu, pois, andar por todo aquele subúrbio, restabelecendo o altar familiar. Levou aqueles crentes a fazer o culto doméstico todos os dias da semana. Nesta luta, levou três anos. Enfim, a igreja começou a dar sinais de vida. O poder daquela igreja a influenciou de tal forma a toda a circunvizinhança, que os frutos passaram a ser contados a cem por um.

Havia dezenove filhos na família Wesley, mas nunca se acharam demasiadamente ocupados a ponto de não realizar o culto doméstico. Desfrutavam de tão grandes bênçãos nestas ocasiões que, às vezes, até cem vizinhos se congregavam nas divisões da humilde casa para ajoelharem-se com a família perante o trono de Deus. Eram horas perdidas? Não! Eram os alicerces do avivamento mundial que acompanhou o ministério de João e Carlos Wesley.

Cortland Myers conhecia dois irmãos que, depois da morte do pai, resolveram vender a velha casa onde se criaram. Ao voltarem para revê-la, começaram a recordar os tempos de infância, quando sentados na varanda, os pais conduziam o culto doméstico. De repente um se deteve e disse: "Roberto, não podemos vender a casa". O outro também parou e respondeu: "Interessante; resolvi a mesma coisa, quando olhei para esta cadeira e lembrei-me de como papai se assentava nela e lia-nos a Bíblia, no culto doméstico. É a cadeira que rodeávamos de joelhos, enquanto ele nos dirigia a Deus em oração". E ali mesmo, os irmãos ajoelharam-se ao lado da velha cadeira, choraram e decidiram não mais vender a casa. A partir daquele dia, resolveram dedicar-se com mais afinco à Obra de Deus.

É ainda Cortland Myers quem conta: "Está perante mim uma outra casa velha. Na varanda, meu pai, minha mãe e nós, os doze filhos, duas vezes por dia, líamos a Bíblia e orávamos a Deus. Não é de admirar, pois, que todos os filhos sejam salvos pela graça de Deus. Quatro deles estão pregando a mensagem de Jesus Cristo e os outros são professores da Escola Dominical. E todos achavam inspiração e vida quando nosso pai abria a Bíblia, e nos dirigia a elevar o coração de Deus".

Parece-me também que estou de novo na casa de meus pais, onde todos os dias, no culto doméstico, sentíamos a presença do Pai Celestial. Aquilo que eles me legaram durante aquelas horas tão abençoadas, constituem para mim uma herança muito mais preciosa do que o ouro todo do mundo.

 Minha esposa e eu sempre primamos pela realização do culto doméstico. E, hoje, graças a Deus, podemos olhar com serenidade o passado. Apesar dos problemas decorrentes da educação dos filhos, cumprimos a nossa missão. Há um túmulo nos altos sertões do Ceará, onde jazem os restos mortais de um de nossos filhos. Ele tinha 16 anos quando Jesus o chamou para estar consigo. O menino estava pronto para a chamada inesperada, porque participava dos cultos domésticos diariamente. Nossa filha, que de igual forma sempre participava dessas reuniões, foi escolhida para ser esposa de missionário.

Aqui desejo enumerar algumas das vantagens que a família usufrui quando, em espírito e verdade, faz o culto doméstico todos os dias:

1)        Torna o ambiente familiar um lugar agradável e enriquece a comunhão entre os membros da família;

2)        Evita as desavenças e acaba com os focos de desunião;

3)        Leva os filhos a perseverarem em seguir a Cristo, e determina o seu bem estar na eternidade;

4)        Prepara-nos a render o melhor serviço e a glorificar a Deus no trabalho diário, na escola, em casa, no escritório, no comércio ou na fábrica;

5)        Dá-nos força a enfrentar, com coragem, todos os problemas e tentações durante o dia;

6)        Faz-nos passar o dia na presença do divino Amigo e Ajudador;

7)        Consagra a amizade com os hóspedes em nossa casa;

8)        Aumenta a influência e a obra da igreja no mundo inteiro;

9)        Anima outros lares a seguirem o mesmo exemplo;

10)      Honra ao Pai celestial e manifesta nossa gratidão por sua misericórdia e bênção.

O segredo do culto doméstico está justamente em sua direção. Deve ser dirigido por alguém que mantenha comunhão com Deus, que estude a Bíblia e cujo objetivo seja o de levar toda a família a fazer o mesmo.

Ninguém pode desculpar-se, dizendo que não tem tempo, porque os poucos minutos que dedicamos ao Senhor hão de representar um peso tremendo na vida de nossos entes queridos. Mais valem alguns minutos na presença do Senhor, do que milhares de horas passadas longe dele. Certamente todos podem achar tempo para aquilo que é essencial à salvação e segurança de todos os membros da família.

Conta um biógrafo do presidente Lincoln como este chefe da nação fez seu discurso inaugural à frente do governo. A tempestade da Guerra Civil estava para desencadear-se sobre a nação, e não havia meio de se evitá-la. O Senado estava superlotado. O cadáver de um dos seus filhos jazia na Casa Branca, e o outro estava às portas da morte. A nação estava face a face com a maior crise da sua história. Lincoln, contudo, levantou-se e falou com tal clareza, calma e coragem, que os homens e mulheres se sentiram como se estivessem presenciando um milagre.

Não sabiam que Lincoln, antes de sair de casa, lera a Bíblia e fizera o culto doméstico como de costume. Depois, no silêncio do seu quarto, cairá de joelhos e rogara Àquele cujas mãos sustentam o mundo, para que sustentasse e guiasse a nação.

BOYER. Orlando. Toda a Família Como Preservar a família em tempos de crise. Editora CPAD. pag. 12-14.

I - O CULTO DOMÉSTICO.

  1. Adoração em família.

O CULTO DOMÉSTICO NO ANTIGO TESTAMENTO

  1. No primeiro lar, Deus estava presente Talvez não se tenha dado muita importância ao que ocorreu no Éden, no primeiro lar do ser humano, depois que ele foi criado por Deus.

Era um ambiente perfeito, sem doenças, sem violência, sem qualquer coisa que abalasse a estabilidade e a segurança dos seus habitantes. Mas o que era mais importante, ali, era a presença de Deus junto ao casal. No Éden, começou o culto doméstico. Não é força de expressão ou apenas uma linguagem metafórica. Os seres criados podiam não apenas crer, mas ver e ouvir ao próprio Criador. Em atitude de reverência e adoração, ouviam a voz de Deus, que os visitava (Gn 3.8).

Ali, havia um maravilhoso culto doméstico, dirigido pelo próprio Deus! E, se não fosse a desobediência, não só o Éden, mas toda a terra seria um ambiente de adoração ao Criador. Enquanto Adão e Eva permaneceram naquele estado santo, diante de Deus, só havia bênçãos.

Aquele culto doméstico foi prejudicado, quando desobedeceram à voz do Senhor, e ouviram a voz do tentador. Deus não mais se fez presente ali. O culto doméstico deixou de ser realizado no Jardim, Satanás prevaleceu. Hoje, acontece a mesma coisa. Quando os pais de família, os líderes e sacerdotes do lar, deixam de obedecer ao Senhor, todos são prejudicados. A primeira coisa que acontece é a ausência de Deus no lar. E quando Deus não está num lar, coisas terríveis acontecem. O Diabo, o adversário da família, promove a desarmonia, a falta de paz, a falta de amor; assim a desunião, a desconfiança, o ciúme e as contendas têm lugar.

  1. A adoração na família era valorizada. O povo de Israel estava prestes a entrar na terra de Canaã, 40 anos depois da saída do Egito. O líder Moisés precisava dar as orientações indispensáveis sobre como se comportar no destino de sua grande jornada. O deserto serviu de campo de experiências marcantes com Deus. A passagem do mar Vermelho; a água tirada da rocha; o pão enviado por Deus; os livramentos extraordinários, e as vitórias sobre os inimigos, tudo isso só teria sentido se o povo continuasse a servir ao Senhor com fidelidade.

A multidão que sobreviveu ao deserto estava às portas de Canaã. Achavam-se acampados na terra de Moabe, na parte oriental ao Jordão e ao mar Morto. Moisés reuniu-os e lhes fez saber a vontade de Deus, através da sua Lei, dos seus estatutos e juízos (Lv 19.37). Sem isso, ja mais poderiam ser um povo abençoado. Havia uma verdadeira preocupação em integrar a família na adoração a Deus, em todas as gerações. Havia clima espiritual e emocional para o culto doméstico. As palavras que receberam do Senhor deveriam ser ensinadas às gerações da atualidade e também “aos filhos de teus filhos”, às gerações futuras. Lamentavelmente, nos dias presentes, não se vê essa determinação nas famílias atuais, mesmo no meio dos cristãos.

Falta uma cultura de adoração a Deus no lar. Parece que o comodismo e o individualismo levaram as famílias a só irem às igrejas (aos templos) aos domingos ou em eventos considerados importantes, como congressos e festas anuais, de fim de Natal ou de Ano Novo. Depois, a rotina toma conta das famílias, sem incluir, em sua programação, a realização do culto doméstico.

  1. A adoração e amor ao único Deus verdadeiro.

Os ensinos transmitidos por Moisés aos israelitas tinham grande significado para a família.

  1. a) A família precisa saber que Deus é o “único Senhor” (Dt 6.4). O povo de Israel iria habitar numa terra, onde as nações, ao longo dos séculos, eram politeístas. Adoravam imagens de escultura, adoravam “ao pau e a pedra”, aos animais e às forças da natureza, em sua ignorância espiritual. E os povo de Deus tinha que ter consciência de que só existe um Deus, o único Deus, Criador dos céus, da terra, do homem e de todas as coisas. E que esse Deus é o único Senhor, a quem deveriam reverenciar e adorar.

No culto doméstico, hoje, os pais precisam enfatizar essa verdade. A Nova Era, uma mistura de religião, filosofias, ocultismos e misticismos, tem tido êxito em influenciar muitos jovens e adolescentes, com suas invencionices, do tipo tarô, pirâmides, avatares, e uma gama enorme de elementos esoteristas. A família cristã precisa ser “vacinada” contra essa onda de espiritualismo herético.

  1. b) A família precisa saber que Deus deve ser amado com todo o ser (Dt 6.5). Essa foi uma das maiores lições que Deus deu ao povo de Israel.

Ao longo da caminhada, gerações inteiras esqueciam-se de amar a Deus.

Dos que saíram do Egito, todos os homens de guerra pereceram, exceto Josué e Calebe. Por que? A maioria pereceu por causa da murmuração contra Deus e contra a liderança por ele estabelecida, como na rebelião de Coré, Data e Abirã (Nm 16.33).

Não será o que falta, hoje, no meio de grande parte das famílias cristãs? No Brasil, os evangélicos tiveram um crescimento extraordinário, nos últimos anos, segundo o IBGE. Mas grande parte desse crescimento não é acompanhado de crescimento qualitativo. E comum famílias inteiras não realizarem qualquer tipo de atividade devocional em seu lar. Amar a Deus de todo o coração requer devoção sincera, que parte do íntimo do ser. Amar a Deus de toda a alma e de todo o poder exige sentimentos santos de reverência e de práticas devocionais, no dia a dia das pessoas. Não se pode dizer que uma família ama a Deus de todo o coração, se seus integrantes, mesmo sem motivo que justifique, como trabalho ou estudos, só vai à igreja local, para adorar a Deus, em fins de semana, ou se sobrar tempo para isso.

  1. A ordenança do culto doméstico.

No Antigo Testamento, o povo de Israel estava passando por uma experiência de aprendizado, no que concernia ao seu desenvolvimento espiritual. Depois de tantos desvios e desacertos, a pedagogia de Deus teve que ser muito rígida. O cativeiro egípcio ensinara ao povo que a desobediência tem um alto preço a pagar. O Êxodo, através do deserto abrasador, onde a sobrevivência de quase três milhões de pessoas era um risco tremendo, deu ao povo oportunidade de conhecer o poder de Deus em suas vidas. Mas, mesmo assim, com tantos sinais e maravilhas, jamais imaginadas, na vida de um povo, os hebreus costumavam a esquecer-se de Deus, quando as circunstâncias adversas eram superadas. Dessa forma, Deus determinou que as famílias deveriam adorá-lo, não apenas diante do Tabernáculo, mas o culto a Deus deveria começar nos lares. De modo solene, a Bíblia registra a ordenança para a realização do culto doméstico, no livro de Deuteronômio.

LIMA. Elinaldo Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 114-117.

Dt. 6.7 — E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. A revelação de Deus seria uma coisa tão importante para uma família dedicada ao Senhor que os mais velhos poderiam falar naturalmente do Criador enquanto estivessem desempenhando outras atividades.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 322-323.

Dt. 6.7 Tu as inculcarás a teus filhos. As crenças religiosas que têm mostrado interesse em cumprir este mandamento organizam escolas, cursos e catecismos, que são coisas boas, mas por muitas vezes acabam falhando. A letra sempre ameaça o espírito. Os melhores mestres das crianças são os pais que praticam o que eles ensinam a seus filhos. Há três coisas que um pai ou mãe devem a seus filhos: exemplo, exemplo e exemplo. Sem isso, muitos anos de instrução religiosa formal redundam em fracasso.

O profeta Baha Ullah disse, com toda a verdade, que o pior erro que um pai pode cometer é conhecer algum ensinamento, mas não transmiti-lo a seus filhos. Existe tal coisa como um “crente-casulo”, ou seja, um crente que foi criado e educado somente na igreja, tal como a larva de um inseto é guardada em seu casulo fechado. Trata-se de uma espécie de “virtude infantil enclausurada”. Uma vez que a larva emerge do casulo, um mundo hostil logo a consome. E também há aquelas corrupções internas que nenhum acúmulo de educação formal é capaz de eliminar. Isso posto, a educação de uma criança precisa ser multifacetada, envolvendo instrução formal, exemplo vivo e muita oração.

Um Ensino Completo. A instrução deve ser levada a efeito no lar; quando caminhamos ou viajamos; quando nos deitamos para dormir; quando nos levantamos para começar um novo dia, conforme nos diz o texto. Eu mesmo ensinei disciplinas seculares, por algum tempo, em uma escola judaica. Essa escola (em Chicago) dedicava três horas a estudar disciplinas seculares, pela manhã, e três horas para estudos religiosos, à tarde. Mas quero informar a meu leitor que aquele foi um dos grupos de crianças mais difíceis de controlar que já conheci. Elas “colavam” nas provas, e eram mais difíceis de controlar do que os grupos gentios para quem já ensinei. No entanto, 0 filho do rabino, um de meus alunos, era um modelo de comportamento, além de destacar-se como líder intelectual. Na verdade, ele era um estudante modelo em todas as coisas, dotado de mui poderoso intelecto. A espiritualidade não se origina somente nos bancos escolares. Na verdade, é uma inquirição que dura a vida inteira. E nessa inquirição a escola desempenha somente um papel parcial.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 786.

Dt. 6.7 - Os hebreus foram extremamente bem-sucedidos ao tornar a religião parte integral de sua vida. O motivo do sucesso foi à combinação entre a educação religiosa e uma prática de vida. Eles utilizavam o contexto diário para ensinar sobre Deus.

Nesse versículo, está a chave para seus filhos aprenderem a amar a Deus. Se você deseja que eles sigam a Deus é preciso que o Senhor se torne presente em suas experiências diárias.

É necessário ensinar seus filhos de forma zelosa a verem Deus em todos as áreas da vida. não apenas naquelas relacionadas à Igreja.

APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de estudo. Editora CPAD pag. 241.

Pv. 4.20-27 — Este trecho bíblico orienta a cuidar das vontades e das emoções, e a manter a fala honesta, o olhar atento e o bom senso no proceder. Adentrar o caminho da sabedoria não é um acaso.

Responsabilidade dos Pais.

Conforme a sociedade moderna vem descobrindo a cada dia, não há substituto para um lar sólido e estável. Com pais ausentes, negligentes ou abusivos, os filhos provavelmente não aprendem a lidar com o mundo de forma saudável. Por este motivo, Provérbios ressalta a responsabilidade dos pais em instruir as crianças e ensina-lhes a sabedoria (Pv. 4.3,4). Por terem acumulado idade, dificuldades e sofrimentos, os pais são capazes de oferecer experiência e ideias que vão ajudar a próxima geração a manter-se na trilha certa.

A intenção de Deus é de que pai e mãe participem da educação dos filhos. Os pais devem assumir a liderança como guias e orientadores, e as mães devem proporcionar princípios dominantes com base na Palavra de Deus (Pv 1.8; 4.1; 6.20). Além disso, Provérbio 4.3,4 deixa implícito que os avós também têm sua dose de responsabilidade na educação dos netos. Desta forma, a família deve instruir o menino no caminho em que deve andar (22:6). Esta é a dádiva do lar. A criança pode não apreciar por um momento os ensinamentos dados, mas os pais devem concedê-los de qualquer modo. Aliás, devem fazê-lo para o seu próprio bem.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 953.

Pv 4.20 Filho meu, atenta para as minhas palavras. Uma vez mais o mestre (pai) convoca seu estudante (filho) a ouvir com cuidado suas palavras, visto estar ele começando uma nova exortação que requer atenção. O livro de Provérbios reitera tais exortações aqui e acolá. Cf. Pro. 1,5,8; 4.1,10; 5.7; 8.6,33; 19,20,27; 22.17 e 23.19. Cada novo assunto tratado requer audição renovada. A tendência do aluno é tornar-se cansado e desatento. Nesse estado, ele perde de vista a lição. Nos versículos que se seguem, o aprendiz deve usar os ouvidos, os olhos, o coração e a boca, no que diz respeito à obtenção da sabedoria, e o acúmulo dos órgãos dos sentidos fala da intensidade e da sinceridade de sua busca."... curva-te e inclina os ouvidos; escuta com atenção o que te é dito, como algo que se reveste do maior momento e importância” (John Gill, in loc.). Quanto à palavra “atenta”, ver Pro. 4.1,20; 5.1 e 7.24.

Pv 4.21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos. Os olhos e o coração fazem parte do quadro da mente atenta e da sensibilidade para com a mensagem espiritual, ditames e promessas da sabedoria e da instrução. Os olhos fixam-se sobre a sabedoria; não se desviam dela para contemplar algo de menor importância. Em seguida, o coração (o homem interior, o homem espiritual) aceita a sabedoria. O coração, pois, torna-se o tesouro da sabedoria. Cf. este versículo com Éxo. 13.16 e também com os “frontais”, que aparecem nesse versículo, onde temos o mesmo tipo de mensagem insistente no tocante à lei: "... coração, como um tesouro escondido na câmara mais interior de uma casa (2.1; 3.3,21; Deu. 6.6)” (Fausset, in loc.). Um bom estudante deve concentrar o coração em sua busca espiritual. Não se trata de algo que foi adicionado à sua vida. Deve ser a sua própria vida.

Não os deixes apartar-se. Cf. Pro. 3,21, cujas notas expositivas também se aplicam aqui. Quanto a “coração”, ver Pro. 2.2. A palavra “apartar-se" envolve os afetos da pessoa. O bom estudante deve amar a lei, na qual reside a sabedoria. Nesse caso, não amará os valores deste mundo.

Pv. 4.22 Porque são vida para quem os acha. Uma vez mais, a sabedoria é aqui declarada como doadora de vida. Ofereço uma nota de sumário sobre isso em Pro. 4.13. Para que um homem tenha vida longa e próspera, ele precisa também ter boa saúde; e essa é a razão pela qual temos essa promessa aqui. Oh, Senhor, concede-nos tal graça. Esse é o sine qua non da vida boa, embora existam santos, neste mundo, que conseguem viver bem espiritualmente, mesmo na enfermidade. Por outra parte, se eles estão fazendo isso, então que obtenham por isso uma recompensa. Oh, Deus, concede-nos boa saúde e vida longa, a fim de que possamos cumprir nossa missão e ver nossas tarefas terminadas, sem exceção. Dizer alguém que um homem bom não pode nem deve adoecer é naturalmente uma proposição extremada e insensata. Pois nas enfermidades mais está envolvido do que o simples pagar pelos pecados. Além disso, alguns homens bons aparentemente adoecem e, no entanto, vão para o Senhor, como foi o caso de Paulo (ver II Cor. 12.8). Mas também existem santos que vivem fisicamente bem e usam de sua boa saúde para o bem. Portanto, Senhor, permite-nos fazer parte da segunda classe, se, porventura, isso não ferir alguma lei cósmica. E penso que essa é uma petição que podemos fazer a Deus, razoavelmente, visto que o presente versículo promete boa saúde àqueles que seguem a vereda da sabedoria. E o homem, por inteiro, receberá cura, o que deixa entendido que agora uma parte e, depois, outra, podem sofrer de alguma enfermidade, mas para novo caso de doença haverá cura da parte do Senhor.

Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades. (Salmo 103.3)

Ver I Tim. 4.8, onde se lê que a piedade é proveitosa para tudo. Ela promete a vida, tanto neste mundo como no outro, e, presumivelmente, está em pauta uma vida boa, que pode incluir a boa saúde.

Será isto saúde para o teu corpo, e refrigério para os teus ossos.

(Provérbios 3.8) Palavras agradáveis são como favo de mel, doces para a alma, e medicina para o corpo.

(Provérbios 16.24)

Este versículo tem sido espiritualizado a fim de falar do sangue de Cristo como a panacéia para todos os males humanos."... as doutrinas do evangelho são as palavras saudáveis de nosso Senhor Jesus. Elas são sãs, salutares e saudáveis, e servem para manter a alma em bom estado de saúde, como também o corpo” (John Gill, in loc).

Pv. 4.23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração. O Coração e a Saúde Espiritual. As emoções e a vontade eram atribuídas, pelos hebreus, ao coração literal, mas muita coisa também era atribuída ao homem interior, o homem espiritual, simbolizado pelo coração. O livro de Provérbios usa a palavra “coração” com o sentido de “fé do coração”, que corresponde à chamada para a sabedoria. Quando lemos o livro de Provérbios, vemos que o termo “coração” é usado mais ou menos no mesmo sentido em que usamos esse vocábulo no linguajar moderno. Aponta para o centro do ser humano, o homem interior, em contraste com o homem exterior, o homem físico. O coração precisa estar bem com Deus, e essa é outra maneira de afirmar que devemos ter uma espiritualidade genuína, e não uma espiritualidade superficial ou hipócrita. Ver Mat. 15.19. Meus amigos, há cerca de oitenta referências ao coração em Provérbios, e cerca de cem no livro de Salmos. Convido o leitor a examinar em uma boa concordância todas essas referências. Dou alguns exemplos do livro de Provérbios: 2.2; 3.1; 4.4; 23.5,12; 10.8; 13.12; 14.33; 16.1 e 23.7.

Porque, como imagina em sua alma, assim ele é.

(Provérbios 23.7)

Porque dele procedem as fontes da vida. Tudo quanto faz a vida tornar-se digna de ser vivida origina-se no homem espiritual e então manifesta-se na vida externa do homem, de múltiplas maneiras. Estão em pauta todos os valores espirituais de um homem, bem como os atos daí resultantes. Provavelmente a alusão é a todas as artérias que, saindo do coração, alcançam todas as partes do corpo e levam nutrição a partir daquele centro. Como é óbvio, os antigos não tinham consciência da circulação do sangue, mas sabiam que o coração e o sangue que percorre o corpo estão, de alguma forma, relacionados. Cf. Mat. 15.19 quanto às coisas negativas que procedem do coração. “O coração de um homem saudável é um coração saudável. A vida e o coração de um homem dependem, em grande parte, das condições de seu coração” (Rolland W. Schloerb, in loc).

Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Filipenses 4.8)

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2557.

A oitava lição (4.20-27)

O tema é: "Apega-te àquilo que é bom". Contudo, outro apelo para que os alunos deem ouvidos às instruções transmissoras de vida do mestre (20-22) é seguido por um apelo para que mantenham o coração (23), a linguagem (24), os olhos (25) e os pés (26-27) na direção que conduz à vida.

No verso 21 o mestre demonstra que não é suficiente ouvir instruções sábias: estas devem ser assimiladas, ponderadas, e entesouradas no centro do ser do homem. Cf. Sl 119.11 e Lc 2.19. O verso 23 nos fornece a chave para toda esta série de lições. A sabedoria conduz à vida; mas, fundamentalmente, a sabedoria se origina, não em seguir uma coleção de sábios preceitos, mas se origina no coração, o foco da mente e da vontade e a fonte da ação. (Quanto ao sentido de coração, no hebraico, ver 2.2 e segs.). Israel estava necessitando de um "coração para que me conheçam" (Jr 24.7). As palavras de nosso Senhor, sobre essa questão, e que provocaram tal escândalo (Mt 15.10-20) se baseiam no ensinamento deste versículo. No verso 26, em lugar de pondera é melhor traduzir "endireita" como diz na Septuaginta e em Hb 12.13. Atualmente se reconhece que esse é o sentido dessa palavra; a remoção de tudo quanto pode servir de obstáculo moral é subentendida. Mas isso ainda não é tudo. O aluno também é recomendado a verificar que seus caminhos sejam bem ordenados (26). A raiz desta palavra significa "tornar firme". Tendo sido desimpedida dos obstáculos, a estrada em seguida deve ser feita firme, e então não se poderá alguém desviar dela (27).

DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Provérbios. pag. 23-24.

Hb. 4.12 — A palavra de Deus é o padrão de medida que Cristo usará no juízo (2 Co 5.10). A mensagem de Deus é viva e eficaz, penetrando as partes mais íntimas do ser. Diferencia o que é natural do que é espiritual, assim como os pensamentos (as reflexões) e as intenções (desejos) de cada pessoa. A palavra de Deus, enfim, expõe as motivações naturais e as espirituais do coração do crente (Hb 4.7; 3.8,10,12,15; 8.10; 10.16,22; 13.9).

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 645.

Hb. 4. 12 Os versículos décimo segundo e décimo terceiro foram acrescentados para reforçar a advertência contra seguirmos o péssimo exemplo de desobediência da «geração do deserto». Esses dois versículos não são uma apóstrofe intercalada de descrição e louvor à Palavra de Deus, embora também cumpram essa função. O Deus cujo descanso buscamos receber, nos deu sua palavra poderosa e penetrante ; facilmente revela a incredulidade e a desobediência, se não nos esforçarmos por entrar no descanso.

«..palavra de Deus...» Muito debate tem havido sobre o que significaria

essa expressão. Abaixo damos as ideias centrais:

  1. Alguns limitam a alusão às Escrituras à o A.T. Apesar de que a Palavra de Deus se acha nela, não se pode limitar a qualquer documento escrito.
  2. Alguns estudiosos, desconsiderando o fato de que na época ainda não havia cânon do N.T., e que, de fato, muitos dos livros desse cânon ainda não tinham sido escritos quando foi composta a epístola aos Hebreus, supõem que o termo «palavra», neste caso, seja a Bíblia inteira, o Antigo e o Novo Testamentos. Mas nenhum intérprete sério pode concordar com isso.
  3. Há outros estudiosos que personalizam a «palavra», como se neste caso ela significasse «Cristo», de acordo com o ensinamento de João 1:1. É verdade que o Cristo deste tratado tem todas as características do Verbo joanino, e não há que duvidar que o autor sagrado estava familiarizado com o «Logos» ou «palavra» dos escritos de Filo. Essa palavra é criadora, orientadora (ver Heb. 1:2,3), ativa em toda a criação de Deus. No trecho de Heb. 11:1, porém, quando ele fala sobre a criação como algo produzido pela «palavra de Deus», utiliza-se do termo «rema», e não da palavra «logos»; mas certamente teria usado esta última palavra se tivesse querido transmitir ideias filônicas. Os adjetivos usados para descrever a «Palavra», como viva, ativa, incisiva, que divide alma e espírito, juntas e medulas, pensamentos e intuitos, não são apropriados para descrever a pessoa de Cristo. Antes descrevem como os oráculos de Deus, dados de muitos modos, e através de muitos instrumentos, se comportam. Portanto, apesar de que o Cristo apresentado pelo autor sagrado é o «Verbo», ele não procurava perpetrar o mesmo ensino de Filo. Alguns estudiosos têm visto esta epístola aos Hebreus como uma espécie de passo intermediário, entre os documentos do N.T., na direção da identificação de Cristo com o «logos», dentro das antigas ideias filosófico-teológicas, que transparecem no evangelho de João.

De fato, parece que a questão é justamente essa, embora o autor sagrado não tentasse destacar essa identificação. O seu Cristo já possuía as qualidades atribuídas ao «logos», embora sem ser chamado por esse nome.

Essas considerações são contrárias ao pensamento que aqui temos em foco a «Palavra» personificada, a pessoa de Cristo. Naturalmente, é verdade que o Verbo personificado usa os oráculos de Deus (suas palavras) em sua mensagem aos homens, cumprindo-os com perfeição, no tocante a quaisquer porções proféticas que se aplicam à sua própria pessoa.

  1. O autor sagrado indica todos os oráculos de Deus, suas declarações e orientações aos homens, sem importar a forma em que forem dados. Ele incluía «palavra profética», segundo se vê em Heb. 1:1,2; suas palavras de promessa, advertência, juízo e descanso, conforme nos mostram os capítulos segundo e terceiro. A palavra de Deus é «geral», Deus falando aos homens, de qualquer modo que ele o queria fazer. Naturalmente, essa palavra deve ser entendida como algo que recebe energia da parte do Espírito de Deus; não se trata de mera palavra escrita ou falada. Pode ser transmitida aos homens sob grande variedade de maneiras: mediante os profetas, em mensagens faladas; mediante as Escrituras, em mensagens escritas; mediante o Filho, em sua vida e ministério, mas sempre com o poder do Espírito : «Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações...» (Heb. 3:7,8). O trecho de Heb. 1:2 mostra-nos que a grande mensagem de Deus está centralizada em Cristo, de tal modo que ele é a Palavra de Deus. Não há que duvidar que esse é o intuito desta passagem, embora sem limitar a «palavra» a essa faceta personificada. A Palavra de Deus, posto estar centralizada em Cristo, inclui o evangelho cristão, grande parte do qual veio a ser registrado em nosso N.T., embora aqui não haja qualquer indício de que a palavra de Deus seja esse documento, porque, ao serem escritas as palavras deste versículo, o N.T. ainda não fora completado.

«...viva...» O Senhor Jesus afirmou que as palavras que proferia são espírito e são vida, segundo se lê em João 6:63, A palavra nos transmite vida por ser usada pelo Espírito, o qual é o doador da vida. Estando vivas, as declarações divinas transmitem vida, contanto que sejam aceitas. A palavra de Deus é impulsionada pelo Espírito Santo; não se trata de nenhuma letra morta. Consideremos os pontos seguintes:

  1. Trata-se da declaração de uma deidade viva, cujo fito é transmitir sua própria vida aos homens, por meio de Cristo, o Deus homem (João 5:25,26 e 6:57).
  2. Essa palavra é impelida pela energia divina, o Espírito Santo; portanto, é algo vital e poderoso, realizando aquilo que lhe compete; não é algo morto, ocioso e improdutivo. A Palavra de Deus dá vida ou condena, dependendo da obediência e da fé. 1 «...eficaz...» No grego é usado o termo «energes», que significa «ativo», «eficaz», «poderoso». Cumpre seus propósitos; não se pode resistir à Palavra divina. Conforme diz Cotton (in loc.)·. «A Palavra de Deus é forte, com a força de Deus. Quando ele fala, coisas começam a acontecer. O propósito inteiro do intérprete deveria ser permitir que a Palavra de Deus chegasse fresca e clara ao seu povo, pois o seu poder será imediata e poderosamente sentido».

«...assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a designei» (Isaías 55:11). Não há como escapar, portanto, de seu escrutínio e poder. Se Deus fizer alguma promessa, devemos apegarmo-nos a ela; se ele proferir alguma advertência, devemos dar ouvidos à sua mensagem. Trata-se de uma palavra revestida de sabedoria e graça infinitas, mas muito exigente,ninguém pode ignorá-la ou dela zombar.

«...cortante...» É afiada e cortante, penetrante, aguda. Não há «dureza»

que ela não possa penetrar; não há negligência que ela não possa identificar e condenar; não há desvio que ela não repreenda; não há desobediência que ela não possa descobrir; não há desobediência que ela não possa censurar eficaz é severamente; não há segredo que não possa descobrir. Esse é o tipo de ideia que o autor nos expõe à atenção. É como uma afiada espada de dois gumes, uma temível arma que corta um homem em dois de um golpe só. No primeiro século de nossa era os romanos tinham uma arma formidável: uma espada de bronze, com ambos os fios extremamente cortantes. Seu desígnio era especialmente o combate de corpo a corpo, um instrumento versátil que podia cortar com movimento para a frente ou para trás. A figura simbólica da espada é bem familiar na Bíblia. (Ver Isa. 49:2; Efé. 6:17; Apo. 1:16 e 2:16). Na referência da epístola aos Efésios, a «palavra de Deus» também é comparada a uma espada. Nessa passagem, trata-se de uma arma para ser usada pelo crente, no combate contra os inimigos da alma. Neste caso, trata-se da palavra de Deus que examina os homens, aceitando-os ou rejeitando-os, aplicando estritamente sua vontade e exigências. A Palavra de Deus desnuda as ilusões, os ludíbrios, as fraudes e os intuitos humanos. Examina os motivos humanos; é palavra de sabedoria e justiça infinitas. Filo chamava o Logos de cortador, com base na ideia que é capaz de cortar o caos existente no mundo, levando este a ser algo ordeiro e organizado—um cosmos organizado ao invés de caos. A Palavra de Deus faz isso na vida de todo homem. Revela o que é confuso e o que é «organizado».

«...penetra...» Tal como uma espada, que não para ante a resistência da pele, da carne e dos ossos, assim também a Palavra de Deus revela o coração inteiro, o intuito e o caráter de um homem. Deixa claro quem é obediente e tem fé, e quem é incrédulo e desobediente. Revela quem pode entrar no descanso divino e quem deve perecer no deserto da incredulidade.

« ...dividir alma e espírito ...» Esta porção do versículo tem sido empregada, com razão ou sem razão, na controvérsia sobre o problema «tricotomia-dicotomia». O homem se comporia de dois elementos (dicotomia), isto é, «corpo e espírito»(a «alma» seria sinônimo deste último), ou se comporia de três elementos (tricotomia, isto é, «corpo», «alma» e «espírito». Neste último caso, haveria certa distinção entre duas espécies de energia «espiritual»: a «alma», que teria consciência sobre as coisas terrenas, e o «espírito», que teria consciência de Deus, como algo aliado à «razão».

(Notas expositivas completas sobre esse problema aparecem em I Tes. 5:23, onde é examinada a natureza metafísica do homem). Porém, não há como resolver essa pendência, com base nas Escrituras, pois não há informações suficientes sobre a mesma. Os versículos que parecem estabelecer diferença entre a alma e o espírito são vistos como duvidosos pela maioria dos eruditos. Entretanto, através de estudos feitos no campo da parapsicologia, ficou conclusivamente demonstrado que o homem possui pelo menos três formas distintas de energia, talvez havendo até maior número de formas. Pelo menos se sabe que há mais de um nível de energia espiritual no homem, e que um desses níveis está preso à terra, ao passo que o outro é transcendental. Esses estudos favorecem muito mais a posição da tricotomia do que a posição da dicotomia; mas é possível que o homem tenha mais de «três» níveis de energia. As notas expositivas, sobre a referência aludida, tentam relatar o que já se sabe, dentro de nosso conhecimento presente. Uma coisa é certa, porém, o homem é mais do que meramente o seu corpo. (Ver II Cor. 5:8 quanto a uma nota de sumário sobre a «imortalidade». Na introdução ao comentário são apresentados vários artigos que demonstram a existência e a sobrevivência da alma ou espírito).

O presente versículo, apesar de parecer estabelecer certa distinção entre alma e espírito, não pode ser dogmaticamente pressionado a serviço da posição tricotômica, porquanto as expressões usadas são poeticamente apresentadas. É verdade, porém, que se pode estabelecer certa divisão dentro das energias «espirituais» de um homem. Assim, haveria o «veículo da vitalidade», que provavelmente seria o responsável pela maioria dos fantasmas, mas que não seria a verdadeira pessoa, por ser uma espécie de espírito elementar, e o espírito, que seria a pessoa real, inteligente. Não sabemos até que ponto o autor sagrado reconhecia essas coisas; mas podemos supor que ele usava uma linguagem meramente poética, para comentar sobre o poder extremamente penetrante da «palavra de Deus», sem referir-se a qualquer realidade metafísica que conhecesse, no tocante à personalidade humana.

«...juntas e medulas...» Naturalmente, as juntas não estão ligadas à

medula óssea; e o autor sagrado provavelmente não tinha o intuito de dizer que essas duas coisas estão juntas, a despeito do fato que, literalmente, sua linguagem parece indicar isso. Tudo quanto ele queria dizer, bem provavelmente, é que a agudíssima espada da Palavra de Deus, com um único golpe, pode dividir as juntas, abrindo até mesmo os ossos e expondo a medula óssea, no seu interior. O autor sagrado não estava interessado pela fisiologia ou pela psicologia, e não se preocupava com a exatidão biológica de suas palavras. Meramente empregou várias expressões poéticas para impressionar seus leitores com o que dizia sobre o que a Palavra de Deus pode fazer espiritualmente, quão penetrante e discernidora ela é, do mesmo modo que o corpo físico pode ser cortado por uma espada cortante.

«...apta para discernir...» O «homem interior», o «homem essencial», a «alma», é desnudado perante os olhos perscrutadores de Deus, mediante a instrumentalidade da Palavra. Não se trata meramente ’de um livro, de algumas declarações, de uma vibração de ondas sonoras. Aquilo que Deus diz em seu livro, através dos seus profetas, por meio de Cristo, no evangelho cristão, é ativado pelo Espírito, de modo a revelar, condenar e julgar, ou então dar promessa e abençoar, dependendo das condições espirituais do indivíduo.

Desse modo a hipocrisia se desfaz, o engano é desmascarado. Algumas

vezes o indivíduo nem compreende claramente seus motivos e intenções.

Ficou auto-iludido; pensa que é algo, quando ainda não é nada; imagina-se espiritual, quando ainda é carnal. A história abaixo ilustra o ponto. Certo homem foi hipnotizado; e, nesse estado, foi-lhe dito que ao despertar tomaria um vaso de flores da janela, o colocaria em um sofá e se prostraria perante o mesmo por três vezes. Era um ato totalmente irracional. Ao despertar, segundo ele mesmo contou, eis o que sucedeu: «Ao despertar, vi o vaso de flores ali; pensei que fazia frio e que seria bom que o vaso fosse esquentado para que a plantinha não morresse”. Portanto, embrulhei-o em um pano. Como o sofá estava perto da lareira, coloquei ali o vaso. E me inclinei porque fiquei satisfeito comigo mesmo, por ter tido tão brilhante ideia». (W. Fearon Halliday, Psychology and Religious Experience, pág. 75).

Isso mostra como um homem geralmente racionaliza os seus motivos, ocultando-os até mesmo de si próprio, embora esses é que façam dele o que é e o que pratica. A Palavra de Deus pode dar-nos real discernimento sobre os nossos motivos.

«...coração...» O «homem interior», o homem essencial, a alma, algumas vezes vista como a natureza «intelectual» ou «moral» do homem. A Palavra de Deus trata do homem essencial, do espírito, tal como uma espada corta o corpo físico.

O ponto deste versículo é que é impossível alguém enganar a Deus. Sua Palavra revela-nos aquilo que somos. A «geração do deserto» não pode entrar no descanso de Deus por causa de incredulidade e desobediência.

Nem podemos nós enganar ao Senhor, se tivermos o mesmo caráter possuído por aqueles. Se finalmente entrarmos em seu descanso, será porque Deus julgou-nos dignos de tal. Se desobedecermos e formos incrédulos, sua Palavra se voltará contra nós e nos desmascarará.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 519-520.

  1. A restauração da instrução doméstica.

Dt. 6-16. Aqui estão os meios para mantermos e guardarmos a fé em nosso coração e em nosso lugar.

  1. Meditar na Palavra de Deus. Devemos colocar a Palavra de Deus em nosso coração, para que os nossos pensamentos estejam diariamente ocupados nela.
  2. A educação religiosa das nossas crianças. Devemos repetir os ensinos com frequência. Sede cuidadosos e precisos no ensino aos vossos filhos. Devemos ensinar estas coisas a todos os que estiverem, de alguma maneira, sob o nosso cuidado.
  3. Linguagem piedosa. Devemos falar destes assuntos com a devida reverência e seriedade, para benefício não somente de nossos filhos, mas também dos nossos servos, amigos e colegas. Devemos aproveitar todas as ocasiões para discorrer com os que nos rodeiam, não assuntos duvidosos e discutíveis; porém, a clara verdade e a lei de Deus, e o que corresponde à nossa paz.
  4. A leitura frequente da Palavra de Deus. Deus mandou que o seu povo escrevesse as palavras da lei em suas paredes, e em rolos de pergaminho que deveriam levar pendurados em seus punhos. Esta era uma obrigação que deveria ser cumprida ao pé da letra pelos judeus, assim como é o plano para nós, a saber, que por todos os meios devemos nos familiarizar com a Palavra de Deus, para que a utilizemos em todas as ocasiões, para nos prevenirmos contra o pecado, e sermos guiados em nosso dever. Jamais devemos nos envergonhar de nossa religião, nem de nos reconhecermos como sob o seu controle e governo.

Existe aqui uma advertência: não nos esqueçamos de Deus no dia da prosperidade e da abundância. Quando tudo lhes era facilitado por dádiva, tinham a tendência de sentir-se seguros em si mesmos e a esquecer-se de Deus. Portanto, devemos cuidar para não nos esquecermos do Senhor quando estivermos sãos e salvos. Quando o mundo sorri, somos propensos a cortejá-lo e esperar que sejamos felizes nele, e nos esquecemos daquEle que é a nossa única porção e repouso. Em um momento como este, é necessário muita cautela e atenção. Então tenhamos cuidado; uma vez que já fomos advertidos quanto ao perigo, estejamos alerta.

"Não tentarás ao Senhor teu Deus"; não percamos a esperança quanto ao seu poder e bondade. Enquanto prosseguimos na senda do nosso dever, nem sequer cogitemos em sair deste caminho.

HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. Editora CPAD. Deuteronômio. pag. 12-13.

Dt. 6.5,6 — Moisés aconselhou repetidamente os israelitas a responderem ao amor de Deus com devoção. Neste contexto, a palavra traduzida como amor pode também significar fazer a escolha por. Deus ordenou a Seu povo que o escolhesse com toda a sua alma, e assim negasse as outras supostas divindades.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 323.

6.6 Estas palavras... no teu coração. As pessoas deviam pensar sobre esses mandamentos e meditar neles, de modo que a obediência não fosse uma questão de legalismo formal, mas uma resposta baseada no entendimento. A lei escrita no coração seria uma caraterística essencial da nova aliança futura (cf. )r 31.33).

6.7 As inculcarás a teus filhos. Os mandamentos deviam ser tema das conversas, tanto no lar como fora dele, do início ao fim do dia.

MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 240.

Pv 22.5,6 — E prudente evitar as armadilhas e ciladas na beira da estrada da vida. Tolo é aquele que ingressa em lugares perigosos sem necessidade, sem saber ou importar-se com o risco que está correndo.

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 979.

Pv. 22.6 caminho em que deve andar. Há apenas uni caminho certo, o caminho de Deus, o caminha da vicia. Esse caminho está bem detalhado em Provérbios. É indiscutível que a instrução precoce produz hábitos para toda a viria, por isso os pais devem insistir nesse caminho, ensinando a Palavra do Deus e reforçando esse ensino com disciplina amorosa e consistente durante todo o desenvolvimento da criança.

MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 821.

FONTE ESTUDSALICAEBD.BLOGSPÓT.COM/WWW.MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NET