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O REINADO DE DAVI (SUBSIDIO)
O REINADO DE DAVI (SUBSIDIO)

     MAURICIO BERWALD PROFEESSOR SUBSIDIO

                 PARA AS AULAS          

    RESUMO DA VIDA DE DAVI E SEU REINADO  

 

No hebraico, «amado». Provavelmente o maior rei de Israel e Judá. Viveu em cerca de 1016 a 976 A.C. Sua época é descrita nos livros de Samuel e de I Reis. Foi homem de variegadas habilidades, tendo sido guerreiro, político, poeta e profeta. Conseguiu reunir todas as tribos de Israel em torno da nova capital, Jerusalém. Embora não tenha sido o primeiro rei de Israel, conferiu ao reino uma nova solidariedade e uma nova direção espiritual.

Esboço:

 

 

 

I       Relações Genealógicas. História Anterior

 

II     A Morte de Saul

 

III    O Reinado de Davi

 

IV    Instituições e Obras

 

V      Outros Eventos Notáveis

 

VI    Davi e a Bíblia

 

VII   Caráter Espiritual de Davi

 

 

 

I       Relações Genealógicas. História Anterior

 

A importância de Davi pode ser vista de pronto na posição que ele e sua família ocuparam na história de Israel. Em um dos extremos ele tinha Boaz e Rute como antepassados (Rt 4:18-22), e, no outro extremo, Jesus Cristo foi seu descendente (Mt 1:6; Lc 3:31).

  1. Em relação a seus antepassados, seu pai Jessé, e seus irmãos, encontramos a seguinte situação:
  2. Em relação às muitas esposas e descendentes de Davi, temos de acompanhar sua árvore genealógica através de suas várias mulheres, que ele teve em diferentes períodos de sua vida. Isso pode ser demonstrado através do gráfico abaixo.
  3. Mt 1:6 mostra que foi justamente através da linha de Bate-Seba que o Messias nasceu. A graça de Deus venceu a situação errônea e produziu o maior dos bens.

 

  1. História Primitiva. Davi era bisneto de Rute e Boaz, e o mais jovem dentre oito irmãos (I Sm 17:12 ss). Sua responsabilidade, dentro da economia da família, era a de um pastor, ocupação essa que lhe deu chance de aprender a coragem que ele veio a usar em seus anos como guerreiro, os quais consolidaram o seu reinado (I Sm 17:34,35). É possível que ao cuidar dos rebanhos ele tenha desenvolvido suas habilidades poéticas; e a vida nos campos também lhe deu muitas metáforas, que ele incluiu em seus salmos, principalmente no imortal Salmo 23. Davi, tal como José, muito antes dele, sofreu por causa da má vontade de seus irmãos (I Sm 17:28). Saul tinha-se tornado rei de Israel; mas havia fatais falhas de caráter nele. O profeta Samuel começou a buscar um homem melhor, dotado de alguma espiritualidade.
  2. Relações Tempestuosas com Saul. Saul caiu em muitos erros e a situação chegou a um ponto sem retorno. O Espírito de Deus afastou-se dele, e um espírito maligno foi mandado para perturbá-lo. Seus assessores pensavam que a música lhe faria bem em períodos de melancolia, ou quando o espírito maligno viesse atacá-lo. Davi tornara-se um excelente harpis­ta. Foi escolhido para a tarefa de consolar a Saul, em seus maus momentos. Saul gostou imediatamente de Davi, e o nomeou seu armeiro. Davi cumpria sua tarefa de acalmador de Saul. Ver I Sm 16:14-23.

 

  1. Golias. Davi era mais do que apenas bom, era ótimo. Quando os filisteus e seu gigante, Golias, ameaçavam Israel, foi o jovem pastor, com a sua funda, quem obteve a vitória. Saul permitiu alegremente que Davi arriscasse a vida nesse episódio. Davi sabia que uma pedra lançada por meio de sua funda podia matar um animal. Por que não um homem? Em seus dias como pastor, Davi tornara-se muito hábil no uso da funda. Sua habilidade foi-lhe muito útil. Esse relato tem-se tornado uma metáfora sobre como um homem pode vencer grandes obstáculos, algumas vezes de maneiras inesperadas. Davi, pois, correu ao encontro de Golias, e o matou logo com a primeira pedrada. Então decepou a cabeça do gigante com a espada deste. Ver I Sm 17:1-51. Era apenas natural que a reputação de Davi crescesse, e que a de Saul diminuísse. Pois não foi o jovem Davi quem arriscou a vida no encontro com Golias, enquanto Saul olhava? A simpatia transmutou-se em ódio; e o ódio inspirou a tentativa de assassinato. E, finalmente, Davi foi obrigado a fugir. Nem mesmo sua grande amizade com Jônatas, filho de Saul, foi capaz de amenizar o ódio de Saul contra ele, e a fuga tomou-se a única solução. Entrementes, Saul ia-se desintegrando moralmente cada vez mais. I Samuel 18:5-16. Saul empregou vários truques para trazer Davi de volta à corte. Mical, uma sua filha, foi oferecida como esposa a Davi, contanto que este trouxesse cem prepúcios de filisteus, como uma espécie de dote de casamento. Saul esperava que Davi fosse morto nessa tentativa, mas Davi conseguiu duzentos prepúcios. Naturalmente, Davi e seus homens tiveram de matar duzentos filisteus. Mas isso foi apenas um reflexo da selvageria da época. Admiramo-nos como qualquer pessoa, em meio a tanta matança podia desenvolver alguma espirituali­dade. Ver I Sm 18:17-30.

 

 

  1. A Fuga. A popularidade de Davi crescia a proporção que o ódio de Saul aumentava. Saul tentou fazer Jônatas voltar-se contra Davi, mas o plano não funcionou. Saul tentou mesmo matar Davi, enquanto este dormia; mas Mical o livrou, ajudando-o a escapar (I Sm 19:l-17). Davi fugiu para a companhia de Samuel, em Ramá; e juntos, foram para Naiote. Saul enviou homens para prenderem Davi, mas uma estranha força espiritual os restringiu. Saul foi pessoalmente, e caiu sob o mesmo estranho poder (I Sm 11:18-23). Isso posto, uma vez mais vemos a providência divina operando na vida de alguém que tenha uma missão a cumprir. E muito precisamos das atuações da providência!

 

  1. Vida de Fugitivo. Esse período da vida de Davi trouxe-lhe muitos revezes, perigos e consternações. Saul continuou a persegui-lo; Mical, sua esposa, foi dada a outro homem. Davi fugia de lugar para lugar. Teve de enfrentar a possibilidade de ser morto pelas mãos de outros homens, e não só de Saul (I Sm 21:10-15). Na região selvagem e montanhosa da caverna de Adulão, Davi foi caçado como se fosse um animal selvagem (I Sm 22:1,2). Por mais de uma vez, Davi poderia ter morto Saul, mas sempre lhe poupou a vida. As coisas melhoraram um pouco para ele quando Aquis, rei de Gate, deu a Davi e aos seus homens a cidade de Ziclague, na fronteira com o território dos filisteus, para usarem como residência temporária (I Sm 27:3,4,6). Mas, até mesmo ali Davi teve que enfrentar dificuldades.Estando afastado da cidade, os amalequitas aproveitaram-se da situação e incendiaram Ziclague e levaram todas as mulheres. — Davi perseguiu-os, e alcançando-os, tomou de volta o quanto pôde.

 

 

 

II       A Morte de Saul

 

Saul sentia-se muito frustrado ante suas tentativas baldadas de matar Davi, além do que tinha de enfrentar outras dificuldades. Cada vez mais temia aos filisteus. Saul não mais contava com Samuel, para aconselhá-lo, visto que o profeta havia falecido e sido sepultado em Ramá. Por isso, Saul resolveu consultar uma feiticeira, em En-Dor. Ela fingiu que estava chamando Samuel, e foi quem mais se assustou, quando o profeta, realmente, apareceu. Na verdade, os espíritos dos mortos podem aparecer aos homens, e o fazem vez por outra. Se Deus lhes dá essa permissão, e lhes confere uma tarefa a cumprir, então isso é o que eles fazem. Além disso, o destino eterno dos homens ainda não foi determinado, e os espíritos que estão no mundo intermediário, ou hades, com seus muitos níveis de existência, acerca dos quais os nossos dogmas não nos fornecem qualquer informa­ção, podem entrar em contato com os homens, sob permissão do Senhor. Fazia parte da doutrina judaica comum que isso poderia acontecer. E também que os demônios são espíritos humanos negativos, destituí­dos de corpos, os quais obviamente podem entrar em contato com os homens. Contudo, não devemos fazer do contato com os espíritos uma religião, e o Antigo Testamento proíbe claramente essa prática. Nossa busca espiritual deveria elevar-se muito acima dos «espíritos do outro lado da existência». Samuel havia predito a morte de Saul (I Sm 28:3-25), sendo precisamente aquilo que as pessoas não querem ouvir, quando vão consultar médiuns espíritas!

 

 

 

No dia seguinte, em batalha contra os filisteus, Saul e seu filho, Jônatas, foram mortos. Foi mais uma daquelas matanças selvagens. Israel fugiu, deixando no campo os cadáveres de Saul e seus filhos. Os filisteus, em zombaria, penduraram seus corpos em uma muralha. Mas o povo de Jabes-Gileade, respeitosamente, arriou os corpos deles e lhes deram um sepultamento condigno. Posteriormente, Davi mostrou sua apreciação por esse ato de decência. As notícias foram enviadas a Davi, em Ziclague. O mensageiro que trouxe a notícia pensou que seria recebido como um herói, e chegou a vangloriar-se de ter tirado a vida de Saul, ao qual teria encontrado nos estertores da morte. Davi sentiu-se consternado diante do relato, e mandou executar o mensageiro. O mensageiro era um amalequita, o que em nada o ajudou a escapar! Davi compôs uma bela lamentação pela morte de Saul e seus filhos, que se lê em II Samuel 1:1-27.

 

 

 

III      O Reinado de Davi

 

 

 

  1. Primeiros Anos. A morte de Saul e a derrota de Israel ante os filisteus deixou o povo de Israel em um estado de caos, e logo seguiu-se um período de guerra civil. Davi estabeleceu seu quartel-general em Hebrom, na região montanhosa de Judá, cerca de trinta quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Ali ele foi ungido rei, tendo reinado por sete anos e meio sobre a tribo de Judá (II Sm 2:1-11). O conflito entre a casa de Saul e a casa de Davi perdurou até o extermínio da casa de Saul; e foi somente então que Davi se tornou rei de toda a nação de Israel (II Sm 2:8—5:5). Davi capturou a cidade jebusita de Jerusalém que se tornou capital do reino inteiro. Ela havia sido uma fortaleza que requereu considerável esforço para ser dominada. Desde então os homens têm lutado por Jerusalém. A cidade estava localizada em uma espécie de defesa natural, na fronteira futura entre Judá e Israel. E talvez isso tenha ajudado a produzir unidade entre as porções norte e sul do reino. Além disso, visto que a cidade não estava mais sob o controle dos cananeus, o comércio e a intercomunicação foi facilitada entre as duas áreas da nação.

 

 

 

  1. Conquista dos Estados Circunvizinhos. Agora Israel estava bem mais forte do que antes, tendo uma nova unidade e um novo e forte homem como rei. Davi derrotou de modo decisivo os filisteus (II Sm 5:17-25; 21:15-22; I Cr 18:1). — Além disso, os amonitas, os idumeus, os moabitas, os arameus e os amalequitas foram subjugados (II Sm 8:10; 12:26-31), e um império substancial foi estabelecido sob as ordens de Davi. Estendia-se desde Ezion-Geber, no extremo sul, no golfo de Aqabah, até a região de Hums, perto da cidade-estado de Hamate, no extremo norte. Trechos bíblicos, como I Crônicas 22:17 até o fim, comentam sobre as habilidades diplomáticas e militares de Davi, e, ocasionalmente, há vislumbres sobre a sua espiritualidade. A arqueologia tem demonstrado que Davi empregou ideias estrangeiras em sua organização governamen­tal, especialmente modelos egípcios e fenícios. Assim, encontramos o mazkir (cronista) e o saphar (escriba) que tinham funções importantes (II Sm 8:16). Davi também reorganizou o exército, com uma guarda pessoal e mercenários, talvez selecionados dentre os filisteus, chamados queretitas e peletitas (II Sm 8:18; em nossa versão portuguesa, «guarda real»).

 

 

 

IV      Instituições e Obras

 

 

 

  1. Davi estabeleceu as cidades dos levitas, incluindo as cidades de refúgio (Nm 35), confirmando a legislação anterior e garantindo as funções dos levitas, em lugares como Gezer, Ibleã, Taanaque, Reobe, Jocneã e Naolal. Ver Josué 21. Esses lugares só vieram a ficar sob o controle dos israelitas nos dias de Saul e Davi. As amplas conquistas militares de Davi produziram muitas das coisas que somente haviam sido planejadas na época da conquista da Terra Prometida, nos dias de Josué.
  2. As seis cidades de refúgio tornaram-se uma instituição funcional, devido aos esforços de Davi. Havia quarenta e oito cidades levíticas, dotadas de significativa função. Isso quer dizer que Davi foi capaz de abafar as disputas tribais e entre famílias, produzindo um grande laço de união entre o povo como um todo.

 

  1. Jerusalém tornou-se o centro religioso da nação. A arca da aliança, que estivera fora do lugar próprio, foi trazida de Quiriate-Jearim. O relato aparece em II Samuel 6:11-15 (a primeira tentativa para trazer de volta a arca, falhou) e em I Crônicas 4:5,15,19. Esse evento foi muito significativo, por haver conferido a Jerusalém a autoridade de centro da fé religiosa de Israel.

 

  1. Estabelecimento da Música Sacra. Davi era um musicista consumado (I Sm 16:14-23), e anelava por melhorar o aspecto musical do culto divino. Davi veio a ser uma espécie de patrono da hinologia judaica. Os arqueólogos têm descoberto monumentos e documen­tos que confirmam a importância da música em Israel e nos países em redor. Há monumentos mesopotâmicos do século XIX A.C. que provam isso. Os artífices semitas levaram instrumentos musicais com eles, quando entraram no Egito, segundo se vê nos relevos de Beni-Hasã. Esses ficam cerca de duzentos e setenta quilômetros do Cairo. A literatura religiosa épica, encontrada em Ras Shamra, fala sobre os sharim, «cantores», informando-nos de que eles formavam uma classe, em Ugarite, desde 1400 A.C. Portanto, nada há de anacrônico acerca da ênfase de Davi sobre a música. Os próprios salmos confirmam o ponto, pois muitos deles eram musicados e de fato, compostos como peças musicais.

 

  1. O Intuito de Edificar o Templo. As qualidades religiosas de Davi transpareciam em tudo. Um de seus grandes desejos era o de construir um templo que melhor servisse de centro ao culto divino. Porém, Deus não permitiu que Davi edificasse o templo, por ser homem de guerra e ter criado muita confusão e derramado muito sangue. Na verdade, isso não recomenda um homem como construtor de templos, embora muitos grandes líderes religiosos também tenham matado muita gente. As pessoas pensam que Deus as inspira a fazer isso, sendo essa uma das várias ilusões em que as pessoas caem. Contudo, Davi foi encorajado a fazer os preparativos para a construção, que um de seus filhos haveria de realizar (II Sm 7; I Cr 17). Ele reuniu material e traçou planos para a construção, mas foi Salomão, seu filho, quem erigiu o templo de Jerusalém.

 

 

V       Outros Eventos Notáveis

 

  1. Um Ato de Misericórdia. — Depois que Davi estabelecera Jerusalém como a capital de seu reino, indagou se havia sobreviventes da família de Saul. Então descobriu que Mefibosete, filho de Jônatas, estava vivo. Davi devolveu a Mefibosete a herança da família de Saul, dando-lhe lugar na mesa do rei. Seus motivos foram a misericórdia e a simpatia. II Samuel 9:13.

 

  1. Os Grandes Pecados de Davi. Nos países do Oriente, parte da glória de um monarca consistia no seu harém, recheado de mulheres de prestígio. O gráfico n° 1, sob o primeiro ponto, acima, ilustra o fato de que Davi praticava uma forma de franca poligamia. É difícil o homem moderno adaptar-se a certas práticas dos costumes antigos. Podemos estar certos de que Davi era admirado, em seus dias, por sua situação polígama. Seja como for, esse tipo de liberalidade sexual masculina não impedia ultrajantes casos de adultério. Assim, em momento de lazer, Davi observou Bate-Seba enquanto ela se banhava, e ele viu quão bonita ela era. Acabou sentindo que deveria tê-la como mulher. E mesmo quando, sob investiga­ção soube que ela era casada com Urias, um militar hitita de seu exército, Davi deu prosseguimento ao seu plano. Mandou chamá-la imediatamente. Tolamente, alguns intérpretes observam que ela não resistiu aos avanços dele, fazendo-a culpada também. Mas isso ignora dois importantes fatores: em primeiro lugar, quando um rei chamava, a pessoa atendia. Um monarca antigo era uma autoridade absoluta, e Davi era homem violento. Em segundo lugar, as mulheres não tinham direitos, e mesmo quando as leis as protegiam, essas leis geralmente eram ignoradas.

 

A fim de tentar ocultar o seu pecado, Davi resolveu livrar-se de Urias, e arranjou as coisas de modo que ele fosse morto em batalha, mediante o recuo das tropas israelitas, deixando-o em uma posição indefensível. Que Davi tenha conseguido isso, comprova o que acabo de dizer sobre o poder absoluto e a brutalidade dos reis da antiguidade. Esses eram pecados que não podiam ser remidos, quanto à lei da colheita segundo a semeadura. Portanto, a partir daquele instante, a vida de Davi começou a desintegrar-se. Ele havia mandado matar um homem inocente, a fim de tentar ocultar um grave pecado. Por essa razão, nunca mais a espada afastou-se de sua família (II Sm 12:10). Também houve o caso do estupro de sua filha, Tamar, por seu irmão mais velho, Amom. Tempos depois, Amom foi executado pelos servos de Absalão, um outro filho de Davi (II Sm 11:13-29). Dois outros filhos rebelaram-se contra Davi, procurando arrancar dele a coroa, a saber, Absalão e Adonias.

 

  1. A Revolta de Absalão. Por causa de sua irmã, Tamar, Absalão mandou executar Amom, o estu- prador. Absalão, após isso, teve de fugir. Abrigou-se com Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur, com quem ficou três anos. Então Absalão apelou para Joabe, pedindo sua mediação diante de Davi (II Sm 14). Conciliado com Davi, Absalão começou a aspirar ao trono. Partiu para Hebrom, a fim de tentar executar o seu propósito. Naquela cidade, Absalão cresceu em autoridade, ao ponto de Davi ser obrigado a fugir de Jerusalém (II Sm 15:13). Davi estabeleceu temporariamente em Maanaim a sede de seu governo, onde também estivera, quando ainda fugia de Saul (II Sm 17:24). Mas Davi contou com a fidelidade de muitos de seus soldados, comandados pelo poderoso Joabe, um general virtualmente invencível. Na batalha final contra Joabe, Absalão feriu-se na floresta de Efraim. Enquanto fugia, os seus cabelos ficaram presos em galhos baixos de uma árvore. Joabe alcançou-o e matou-o, estando ele pendurado no ar (II Sm 18:1-33). Davi recuperou o seu posto, e Joabe cuidou para que os pontos rebelados restantes fossem devidamente anulados, mediante a violência e a matança.

 

  1. O Recenseamento. O orgulho levou Davi a fazer o recenseamento, a fim de averiguar o crescimento de sua nação. Isso foi julgado por três dias de pestilência. Muita gente morreu (II Sm 24:1-9), um total de setenta mil pessoas, desde Dã até Berseba, ou seja desde o extremo norte até o extremo sul do pais.

 

  1. A Eira de Araúna. Davi adquiriu a dinheiro esse lugar, a fim de estabelecer ali um altar em honra a Yahweh. Seu propósito era fazer cessar a praga que estava destruindo tantos, dentre o povo. Deus atendeu Davi. Esse local, posteriormente, foi o sitio onde foi erigido o templo de Jerusalém, como centro da adoração nacional. Ver II Samuel 24:18-25.

 

  1. A Rebelião de Adonias. Esse homem, que era um dos filhos mais velhos de Davi, pensou que o reino deveria ficar com ele. Assim, declarou-se rei, antes que Bate-Seba pudesse promover Salomão, seu filho. Porém, o plano de Adonias não deu certo, e o conluio fracassou. Nessa oportunidade, a questão terminou com o arrependimento de Adonias. Porém, após a morte de seu pai, Adonias quis ficar com Abisague, a sunamita, a única virgem do harém de Davi. Porém, Salomão, a despeito da intervenção de sua mãe, Bate-Seba, em favor de Adonias, — tomou a ideia deste como uma tentativa renovada de obter o poder real. Além disso, não era direito que um filho ficasse com uma mulher que fizera parte do harém de seu próprio pai. Portanto, Salomão, o homem «pacífico», ordenou a execução de Adonias. Esse relato aparece em I Reis 1:5 ss e 2:13 ss.

 

 

 

  1. O Rei Salomão. Quando Davi estava idoso e cada vez mais débil, deixou o governo ao encargo de seu filho, Salomão. Sob seus auspícios, Salomão foi coroado rei (I Rs 1:1-53). A avançada idade de Davi foi a causa de ter sido trazida a seu harém a bela virgem Abisague, para dormir com ele e mantê-lo aquecido. Nunca ocorreu a ninguém que uma esposa mais velha poderia ocupar-se da tarefa tão bem quanto Abisague. Depois do falecimento de Davi, seu filho, Adonias, resolveu que teria Abisague como sua esposa, o que é ventilado no sexto ponto, acima. Muitos comentadores têm feito observações sarcásti­cas sobre esse pequeno incidente, e com bastante razão. Parece que o idoso rei poderia ter terminado os seus dias sem ter de envolver-se em mais um caso tolo com uma mulher. No entanto, a grande verdade é que todos os livros do mundo não seriam suficientes para narrar todas as tolices que os homens têm feito por causa das mulheres, e Davi não se mostrou imune a esse drama.

 

  1. Morte de Davi. A morte de um homem é um dos principais eventos de sua vida. É uma ocasião solene, quando a vida da pessoa passa em revista, quando se extrai o significado dos poucos anos da sua vida. As experiências perto da morte informam-nos que o Ser Luminoso sujeita a pessoa a uma completa revista. Assim ela chega a entender todo o sentido de sua vida, o que não deveria ter feito, o que deixou de fazer, o que fez de bom, enfim, a média do valor dessa vida. Dois grandes fatores na vida são o conhecimento e o cumprimento da lei do amor. Esses dois fatores são muito mais importantes que os feitos dos guerreiros ou que o bom governo de um rei. Davi faleceu com setenta anos (II Sm 5:4) e foi sepultado em Jerusalém ou Sião, a cidade de Davi (I Rs 2:10,11). Aos turistas, hoje em dia, mostra-se o suposto túmulo de Davi, localizado na colina sul da moderna Jerusalém, comumente chamada monte Sião. Porém, o local não pode ser identificado com a localização real do túmulo de Davi, o qual, definidamente, ficava dentro das muralhas da cidade. Essa falsa localização vem sendo promovida desde a época das cruzadas.

 

VI      Davi e a Bíblia

 

Nenhuma pessoa é tão frequentemente aludida na Bíblia, no tocante a fatos de sua vida, quanto Davi. Além das simples referências a ele, o seu nome veio a ser associado a várias localizações e expressões, a saber:

 

 

 

  1. A Casa de Davi. Há dez referências no livro de Isaías, dando a entender o seu governo e a sua família real. Ver, como exemplos: Is 7:2,13,14 e 22:22 (onde são mencionadas as «chaves»), Essa expressão também figura em I Rs 12:19,20,26; 13:2; II Cr 10:16,21; Ne 12:37 e Jr 21:12.

 

  1. O Trono de Davi. Ver Isaías 9:7, que encerra uma profecia messiânica que mostra que o Messias seria rei segundo a linhagem e a autoridade de Davi.

 

  1. O Tabernáculo de Davi. Ver Isaías 16:5, uma outra referência à linhagem real da qual viria o Messias.

 

  1. A Cidade de Davi. Isaías 22:9 e I Reis 2:10,11. Está em foco a cidade de Jerusalém, porquanto Davi foi quem conquistou esse lugar dos cananeus, tornando-o a sua capital. Ver também I Rs 8:1; II Rs 8:24; 9:24; II Cr 5:2 e 8:11. No entanto, no Novo Testamento, essa expressão indica Belém da Judéia (Lc 2:4).5. As Fiéis Misericórdias Prometidas a Davi. Ver Isaías 55:3. Essa promessa indica que Deus, por amor a Davi, teria misericórdia de Israel. Isso faz parte do pacto davídico. Ver também Is 38:5.

 

  1. O Deus de Davi. Ver Isaías 38:5. Está em pauta o Deus de Israel, o Deus do maior monarca de Israel, portanto, de todos os demais reis de Israel.
  2. O Trono de Davi. Ver Jeremias 13:13; 17:25; 22:2,4, etc. A expressão usada por Jeremias, acerca do reino de Israel, está baseada no fato de que os demais reis de Judá pertenciam à linhagem de Davi.

 

  1. O Justo Renome de Davi. Ver Jeremias 23:5 e 33:15. Está em foco a descendência davídica, herdeira de seu trono, mas, especialmente, Jesus Cristo, o Rei-Messias.
  2. Davi como Rei. O futuro Messias é visto como uma espécie de segundo Davi (Jr 30:9). Alguns estudiosos supõem que o próprio Davi, por ocasião do reino milenar de Cristo, governará novamente Israel, sob as ordens do Messias. Porém, outros pensam que isso é perder de vista a implicação simbólica dessa expressão.

 

 

 

  1. O Pacto de Davi. Ver Jeremias 33:21, onde aparecem várias garantias a respeito da linhagem e do reino de Davi.
  2. O Descendente de Davi. Ver Jeremias 33:22,26, que também se refere ao descendente de Abraão, embora aludindo especificamente à linhagem real.
  3. Outras Referências Notáveis do Antigo Testa­mento. Podemos falar em Ezequiel 34:23; 37:24,25, que expõe ideias sobre o Servo-Messias; Oséias 3:5, que se refere a Davi como o Rei escatológico; Amós 6:5 e 9:11, que alude a Davi como músico e ao tabernáculo de Davi, juntamente com a esperança messiânica: Zacarias 12:7,8,10,12 e 13:1, que destaca a casa de Davi e a sua futura restauração.

 

  1. No Novo Testamento. Ali encontramos Jesus como o Filho e o Herdeiro Real de Davi (Mt 1:1; 9:29; 12:23; Mar. 10:48; 12:35; Lc 18:38,39; 20:41). Esperava-se que o Cristo fosse descendente da linhagem de Davi (Jo 7:42; Mc 11:10). Jesus pertencia à família de Davi, através de Bate-Seba (Mt 1:20; Lc 3:21). No Novo Testamento, a «cidade de Davi» (Lc 2:4 e Jo 7:42) é Belém da Judéia, o lugar onde Jesus nasceu. Os antepassados de Davi viviam ali, onde o próprio Davi nasceu (I Sm 16:1; II Sm 5:4), o que explica a conexão. Jesus como superior a Davi é o tema de Atos 2:29,34 e 13:36. Por meio de Cristo nos são dadas as fiéis misericórdias prometidas a Davi (At 13:16-34). Davi foi um dos escritores sacros da Bíblia (At 1:16; 4:25). O tabernáculo de Davi está ligado à eleição dos gentios dentro do Novo Israel (At 15:16-18, que cita Am 9:11,12). Jesus é o descendente de Davi (Rm 1:3; II Tm 2:8). Davi é usado como ilustração do perdão dos pecados (Rm 4:6). Ele aparece como um dos heróis da fé (Hb 11:32). Os Salmos 69 e 95 são especificamente atribuídos à autoria de Davi (Rm 11:9 e Hb 4:7). No Apocalipse, Jesus Cristo é chamado de herdeiro de Davi (Ap 3:7), e as chaves estão envolvidas. Em Apocalipse 5:5 e 22:16, Jesus é denominado raiz e geração de Davi. Jesus Cristo é o cumprimento das promessas de Deus feitas a Israel e ao mundo, feitas originalmente a Davi.

 

VII     Caráter Espiritual de Davi

 

Davi pode ser usado como um quadro do que o homem é: em seu ponto mais alto e em seu ponto mais baixo. Seus salmos exibem uma espiritualidade elevada, difícil de reconciliar com sua vida de violência e pecados, como aquele que envolveu Bate-Seba. Porém, precisamos vê-lo como um representante de sua época. Então, era uma glória ser um guerreiro, matar e conquistar. Por essa razão, as mulheres de Israel entoaram a seu respeito o cântico que dizia: «Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares» (I Sm 18:7; 21:11). Temos averiguado o quanto Davi envolveu-se com mulheres (primeiro ponto); mas, de algum modo, apesar de tudo, as Escrituras dizem a seu respeito que ele era um homem segundo o coração de Deus (I Sm 13:14; Sl 89:20). Há também grande número de alusões bíblicas a Davi, que nos mostram que ele foi um homem do destino, um instrumento especial de Deus, a despeito de suas falhas gritantes. Davi foi um habilidoso músico e autor literário, e essas qualidades fizeram dele um digno autor, e uma parte de suas composições tornou-se porção integrante das Escritu­ras Sagradas.

 

«Davi chega ao nosso conhecimento como uma imensa mas incompreensível personalidade: corajoso, leal para com seus benfeitores, mas capaz de crueldade e de fraquezas diante de seus filhos; fiel à religião de seus antepassados; humilde diante de um profeta de Yahweh. Em suma, ele foi um homem superior, cujas qualidades intelectuais e religiosas chegaram a ser sombreadas por certa irresponsabili­dade moral. Ele pertencia a uma era heroica, com sua violência e seus derramamentos de sangue, antes que padrões morais mais elevados fossem largamente reconhecidos. Os direitos da tribo ou do clã eram considerados superiores aos direitos do indivíduo, como, de resto, na infância da maioria dos povos. No entanto, ele continuou sendo o herói ideal de todas as gerações posteriores. O Antigo e o Novo Testamentos descrevem o Messias, o Rei Ideal de Israel, na era vindoura, chamando-o de Filho de Davi». (AM)

Bibliografia. AM EUG GEO IB ID UN Z em Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – R. N. Champlin

 

O  REINADO DE DAVI SUBSIDIO N.2

 

Expansão: Fazer crescer, ampliar, desenvolver-se.

 

 

 

Mesmo enfrentando inimigos externos - as nações vizinhas -, e também conflitos internos, familiares e governamentais, Davi foi próspero e vitorioso em seu reinado, pelo fato de obedecer à direção de Deus para sua vida. Era também um crente que buscava ao Senhor, amava a sua Palavra, sempre adorava e louvava a Deus. O aprofundamento da sua vida espiritual no deserto e sua dependência do Senhor ali, lhe foi muito proveitoso em seu desempenho como chefe nacional do povo de Deus.

 

 

 

  1. A NOVA SEDE DE UM NOVO REINO

 

 

 

  1. Jerusalém e sua posição estratégica. Tão logo Davi foi empossado rei sobre todo o Israel, tomou a decisão de conquistar a cidade de Jerusalém, na época conhecida como Jebus (Js 18.28). Centralizada em Canaã, Jerusalém era uma cidade fortificada, situada nas montanhas, o que a tornava militarmente estratégica. Davi iniciara a transformação de Jerusalém num centro nacional religioso. Essa tradição permaneceu forte entre os judeus, e Jerusalém tornou-se o local predileto para se adorar a Deus (Jo 4.20). Esse fato é visto claramente nos Salmos de Davi (Sl 122; 137), nos quais é mostrada a importância espiritual que essa cidade ocupava no coração da nação.

 

Reedificada várias vezes no mesmo local, Jerusalém (não Roma) permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém, que se há de estabelecer na consumação dos séculos, quando ela será a metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, período em que terá muito esplendor (Is 2.3; Zc 8.22), pois Israel estará à frente das nações que subsistirem ao seu julgamento.

 

  1. Jerusalém e sua importância histórica. Jerusalém já conta com mais de três mil anos de história e somente esse fato já é suficiente para torná-la relevante. Mencionada no Antigo Testamento como "A Cidade de Davi" e também no Novo como "Cidade do grande rei", Jerusalém se tornou importante tanto para judeus como para os cristãos. Para o judaísmo, Jerusalém é importante porque se tornou a cidade de Davi (2 Sm 5.7), e para os cristãos, por ser a cidade do Grande Rei, Jesus Cristo (Mt 5.35).

 

Ao longo da história hebraica, Jerusalém aparece em diferentes contextos. Depois do reinado de Davi, seu filho Salomão construiu neste local o Templo e o palácio real. A perspectiva espiritual de Jerusalém é bem documentada nas páginas do Novo Testamento. Por exemplo, em sua carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo faz um interessante contraste entre a Jerusalém histórica, a qual ele chama de terrena, e a Jerusalém espiritual, a qual ele chama de lá de cima (Gl 4.25,26). No perfeito estado eterno de "um novo céu e uma nova terra" (Ap 21), Deus fará a nova e resplandecente Jerusalém descer do céu e pairar nas alturas acima da nova terra (vv.1,2). Que cena maravilhosa não será?! Leia Apocalipse 21.10,11.

 

Jerusalém possui não somente uma posição estratégica, mas também uma importância histórica para Israel e para a Igreja.

 

 

 

  1. UM REINO CRESCENTE DESPERTA INIMIGOS

 

  1. Um período de conquista. Uma vez unificado o reino, Davi dá início a suas conquistas militares. Sua primeira investida, após consultar o Senhor e fazer o que este lhe ordenara, é contra os jebuseus, habitantes de Jerusalém (2 Sm 5.6). Após derrotar os jebuseus, a Bíblia diz que "ouvindo, pois, os filisteus que Davi fora ungido rei sobre Israel, subiram todos para prender a Davi" (2 Sm 5.17). Entretanto, a Escritura informa-nos que ele "feriu os filisteus desde Geba até chegar a Gezer" (2 Sm 5.25).

 

Sobre a conquista de Jerusalém, também conhecida como a fortaleza de Sião (2 Sm 5.7), o Salmo 2 vai nos mostrar esse fato e apresentá-lo como sendo um tipo da conquista do Messias que viria (Sl 2.6). Isso se explica pelo fato de que não somente Davi se torna um tipo do Messias vencedor, mas a própria Jerusalém terrestre, um tipo da celestial (Gl 4.26).

 

  1. Reconhecimento lá fora. A vitória de Davi sobre os jebuseus e posteriormente sobre os filisteus foi apenas o início de um extenso período de vitórias nessa nova fase do reino unido de Israel. O texto sagrado destaca que Davi "ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele" (2 Sm 5.10). Essa presença divina na vida e no reinado de Davi foi notória até fora de Israel, o que é demonstrado pelos presentes trazidos pelos mensageiros enviados por Hirão, rei de Tiro (2 Sm 5.11). Davi reconhecia que no seu reinado todas as bênçãos materiais e espirituais sobre o povo, a terra e o culto divino procediam de Deus.sa época do reinado de Davi, a Arca da Aliança ficou em Jerusalém numa tenda provisória preparada por ele, pois o Tabernáculo do Senhor estava levantado em Gibeão próximo a Jerusalém (1 Cr 16.39; 21.29). Porém, a Arca estava, como já vimos, em Jerusalém no monte Sião (2 Cr 5.2; Sl 116.19). Havia, portanto, culto diante da Arca em Jerusalém (1 Cr 15.29), e diante do Tabernáculo em Gibeão (1 Cr 16.39,40). Da tenda provisória que o rei Davi erigiu-lhe no monte Sião em Jerusalém, a Arca foi transportada para o Templo de Salomão também em Jerusalém (1 Rs 8.1-9). A Arca aparece em visão no livro de Apocalipse 11.19, apenas para lembrar a Israel que o tempo da bênção divina nacional, conforme as promessas do Eterno a Israel, é chegado.

 

A expansão do reino de Davi despertava admiração e inimizade ao mesmo tempo.

 

III. NOVO REINO, NOVOS ALVOS A ALCANÇAR

 

 

 

  1. Adoração ao Senhor. É edificante observar como Davi priorizava as coisas espirituais e primava por isso. Ao chegar ao trono, sua grande preocupação foi cuidar da Arca e do culto ao Senhor. Em seus Salmos, Davi ressalta isso muitas vezes. Será que um dia teremos, em nosso país, governantes e líderes assim?

 

A Arca representava a presença de Deus entre o seu povo: "E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel" (Êx 25.22). Quando a Arca foi levada inicialmente para Jerusalém, tanto Davi como os filhos de Israel "alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de madeira de faia, com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos" (2 Sm 6.5). No transporte da Arca para Jerusalém, os levitas encarregados disso descumpriram preceitos da Lei de Deus sobre o assunto e houve castigo divino com a morte de um levita. Por isso, a Arca permaneceu três meses em casa de Obede-Edom (2 Sm 6.2-11).

 

  1. Um projeto de construção. Davi viveu na Velha Aliança, onde o culto a Deus era prestado no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Em o Novo Testamento a adoração no templo é substituída pelo "templo adoração", ou seja, o salvo em Cristo é o templo do Espírito Santo (Tg 4.5). A nossa adoração a Deus origina-se pelo Espírito Santo no íntimo do nosso ser "em espírito e em verdade" (Jo 4.23,24). Adoração não é exatamente o mesmo que louvor. Muitos afirmam louvar a Deus sem, contudo, adorá-Lo; isso por ignorância, hipocrisia, engano, etc. Nesta era da Igreja, cada crente é santuário de Deus e, por isso, pode adorá-lo pelo Espírito Santo, que no crente habita, em qualquer lugar (1 Co 3.16).

O sucesso do Reino Davídico se deve principalmente ao fato de Davi colocar Deus em primeiro lugar em sua vida.

 

Davi, apesar dos seus maus e reprováveis procedimentos que a Bíblia não omite por ser Ela imparcial, tinha o propósito de amar ao Senhor, buscá-Lo e consultá-Lo em oração, adorá-Lo e sempre fazer sua vontade. Por isso, o seu reinado em Israel tornou-se forte e estável. O legado de Davi para a história bíblica e universal e, particularmente, para a Igreja atual, é muito importante, pois nele está materializada a história de Israel, bem como uma marcante experiência espiritual. Por conseguinte, Davi é citado em o Novo Testamento por diversas vezes.

 

"Uma família de reis

 

[...] Após a morte de Saul, o Senhor deu a Davi uma promessa por meio de seu profeta Natã. A respeito de Salomão, o filho de Davi, Deus disse: "Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre" (2 Sm 7.13). E Deus acrescentou: "Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre" (v.16). Esta promessa é a base da aliança davídica. A "casa" de Davi é uma referência a sua linhagem familiar. O "trono" de Davi simboliza o governo de sua família sobre o reino de Israel. O "reino" inclui tanto o povo como seu território. As gerações subsequentes de israelitas, tanto no NT como do AT, conheciam esta promessa e aceitavam-na como sendo literal: somente através da família de Davi haveria reis sobre Israel".(LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. RJ: CPAD, 2008, p.37).

 partir de um reino despedaçado, que Saul havia deixado como herança, Davi construiu uma potência forte e unida. Quarenta anos depois, esta seria transmitida a seu filho Salomão. O segredo do sucesso do reino de Davi era o seu coração totalmente voltado para Deus. Foi um rei que governou o povo de Deus por meio dos princípios de Deus e, por esta razão, Deus o abençoou. Pode ser que não alcancemos o sucesso terreno de Davi, no entanto, obedecer a Deus é, certamente, a melhor e mais acertada decisão. Há muitos crentes que são insubmissos a Deus e à sua Palavra. Os tais se esquecem que obedecer é um princípio fundamental da vida cristã. O Deus de Davi continua o mesmo. Ele ainda requer obediência. Davi é um exemplo de que, sem obediência a Deus, o líder não conseguirá obter o bom êxito e a expansão da obra de Deus.

 

(Adaptado da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.

 

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