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MINISTÉRIO PROFÉTICO ANTIGO TESTAMENTO
MINISTÉRIO PROFÉTICO ANTIGO TESTAMENTO

O MINSTERIO PROFETICO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

PERIODO DO ANTIGO TESTAMENTO

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, discorremos sobre o dom ministerial de profeta, na igreja cristã. É um assunto que envolve dificuldades de interpretação, tendo em vista alguns aspectos que parecem não estar bem claros, no texto neotestamentário. Quando se estuda a missão dos profetas, no Antigo Testamento, normalmente, não há grandes questionamentos. Mas, no âmbito do Novo Testamento, persistem algumas indagações. Há dúvidas acerca da correlação entre o dom de “profeta” e o dom espiritual de “profecia”. O profeta, na igreja atual é um dom ou é um ofício? E um cargo ministerial, como alguém utiliza, acima dos demais? Já existem igrejas em que seu titular já foi pastor, bispo, apóstolo e, atualmente, é chamado de “o profeta”!

A Igreja Primitiva é o modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cristãs ao longo da História. Mesmo considerando algumas especificidades ministeriais, face ao contexto histórico e cultural de sua época, o que foi ensinado por Jesus e por seus apóstolos, ao longo do desenvolvimento das igrejas locais, tem valor essencial para quaisquer igrejas, em todos os tempos e lugares, no mundo em que vivemos. Desse modo, constatamos que tanto o dom de profecia como o ofício ou o dom ministerial de profeta eram naturalmente reconhecidos pelos cristãos primitivos.

Em momentos cruciais, quando as adversidades ameaçavam a comunidade cristã, homens de Deus eram levantados para transmitir a mensagem de orientação, necessária para sua estabilidade. Os profetas do Novo Testamento não eram pessoas procuradas por irmãos ou grupos de irmãos, com a finalidade de buscarem orientações pessoais. Eles eram usados, em momentos especiais, quando havia uma necessidade de uma palavra especial da parte de Deus. E o faziam de modo espontâneo, sem qualquer ideia de premeditação ou direcionamento da parte do profeta, como ocorre, infelizmente, em alguns lugares, nos dias presentes. Também não tinham o ofício de profeta, idêntico ao dos profetas do Antigo Testamento.

O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de Deus, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1 Sm 16.1; 1 Rs 19.16).

No Novo Testamento, o profeta tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de profetas. Considerando que, antes da Vinda de Jesus, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do Espírito Santo, tanto através do dom de profecia, como a palavra sábia e edificante dos profetas de Deus.

O profeta de hoje não tem a missão de ungir reis ou profetas em seu lugar, mas tem a grave responsabilidade de transmitir a mensagem de Deus, nos momentos necessários, no tempo certo, para pessoas ou para a comunidade cristã. Essas mensagens são de grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de Cristo.

Nas igrejas, é comum surgirem irmãos que têm o dom de profecia ou o dom ministerial de profeta, e, com o passar do tempo, tornarem- se soberbos, achando que são superiores aos demais, e até aos líderes. Ê o começo da queda. A Bíblia diz que depois do orgulho vem a queda (Pv 16.18). Quem tem um dom de Deus deve ter consciência de que é apenas um servo e não um senhor dos outros.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 82-83.

  1. (a) prophètès (Píndaro, Nemeanos 1, 60:9, 50; e Hdt., 8, 36-37, 135) é um substantivo composto da raiz – phe, “ dizer, “proclamai” , que sempre tem uma conotação religiosa, e o prefixo pro-, um adv. de tempo que tem o significado de “ antes”, “ de antemão”. Sugere-se, assim, o significado de “ aquele que prediz” , “ aquele que conta de antemão” , que parece ser confirmado pelo emprego de prophèmi, “predizer” , “ proclamar de antemão” . Apesar disto, prophémi somente se acha bem mais tarde, não tendo, portanto, qualquer valor como evidência etimológica. Na realidade, ao examinar-se a combinação de pro- com verbos para “ falar” nos escritos mais antigos, fica evidente que em caso nenhum o objeto do vb. indica o futuro. Acham-se vários outros vbs.: proagoreuõ (Hdt., 3, 61-62; Tuc., 2, 13); prolegõ (Hdt., 8, 136; Tuc. 1, 139); prophôneõ (Eur., Hippolytus 956). O significado destes verbos é claramente ‘‘proclamar abertamente”, “declarar publicamente”, “proclamar em voz alta” . Sugerese, portanto, que prophèteuõ deve ser traduzido da mesma maneira, o que é confirmado pelo emprego, já no século V a.C., de prophètès no sentido de “declarador”, “locutor” (Píndaro, Peã 6, 6; Eur., Baccae 211). O sabor religioso da raiz -phè- empresta à palavra um peso especial, e expressa a autoridade que pode ser reivindicada para a palavra do profeta.

(b) Deste subs. derivam o fem. prophètis (Eur., Ion 42, 321), o subs. Prophèteia (que não se acha antes do século II d.C.), e o adj. prophètikos e o vb. Prophèteuõ (Píndaro, Fragmento 150)»

  1. A natureza do profeta gr. averigua-se mais facilmente mediante a posição que ocupa na vida pública do que pelas considerações etimológicas. As palavras que derivam desta raiz estão firmemente ligadas com o oráculo gr. O oráculo mais famoso foi o de Delfos, presidido por Apoio (sobre isto, ver especialmente H. W. Parke e D. E. W. Worrell, The Delphic Oracle, I-II, 19562). Nesta conexão, encontramos as paíavras com dois sentidos.

A Pítia era chamada prophètis, mas tinha o título adicional de promantis (Eur., Ton 681; Hdt., 6, 66). Este cargo pertencia originalmente a uma, duas ou três moças tiradas da população local, mas, pelo menos em tempos posteriores, a Pítia era de idade avançada. A Pítia sentava-se num tripé em cima de uma cavidade na terra, de onde emergia um “ espírito oracular” (pneuma mantikon) na forma de fumaça, dandolhe a inspiração. Esta aumentava quando ela mastigava folhas de louro (a planta de Apoio). Como resultado, irrompia em sons inarticulados enigmáticos, semelhantes à glossolalia (Palavra, art. glõssa). Estes diziam respeito aos eventos futuros, conforme sugere o título promantis, e tinham conexão direta com a pessoa que consultava o oráculo, e que vinha a ele por causa de um problema que a deixava confusa, acerca do qual procurava ajuda na forma de instrução. Apresentaria por escrito uma pergunta que se levantara na sua própria vida. As perguntas talvez tocassem em assuntos dos negócios, da religião, da política, da ética ou da educação, e nelas achamos refletida a gama total da vida no mundo da antiguidade.

Visto que a resposta da Pítia usualmente era incompreensível para o visitante, porém, havia necessidade de outros oficiais no santuário, cuja tarefa era traduzir a expressão vocal em dito que pudesse ser entendido com clareza e lembrado. Esta tarefa era realizada por anciãos sábios e altamente respeitados, que o oráculo conclamara a esta posição, e que também eram conhecidos como “profetas”. Não operavam por inspiração direta; se fosse este o caso, teriam recebido o título adicional de mantis. Pelo contrário, a sua transmissão do recado incluía o emprego do seu entendimento (logís mos). Recebiam os oráculos pitianos, testavam-nos, completavam-nos, interpretavam-nos formulavam o dito final. Logo, nunca falavam por iniciativa própria, mas, sim, depois de um visitante ter apresentado uma pergunta e depois de a Pítia ter pronunciado o oraculo (Sobre o oráculo de Delfos, que pode ser considerado típico, cf. Platão, Timaeus. 71e-72b. Deve ser notado que Platão idealiza o profeta para encaixá-lo nos seus próprios conceitos filosóficos) Podemos usar como exemplo a pergunta feita ao oráculo délfico pelo espartano Glauco (Hdt, 6, 86). Um forasteiro depositara com ele uma soma de dinheiro. Se Glauco cometesse perjúrio, poderia apropriar-se da soma.

Seria, portanto, permissível para ele perjurar? A resposta profética foi que poderia dar-se o luxo de cometer este ato de perjúrio, e que tal coisa nunca voltaria a ocorrer.

Poderia ter a impressão de não ter sido castigado, mas o falso juramento haveria de persegui-lo (Maldição). Se não caísse sobre ele, cairia sobre seus filhos e os filhos dos seus filhos. Não descansaria até destruir a totalidade da família.

Tendo por fundamento este exemplo, podemos notar os seguintes aspectos básicos:

(a) O profeta expressa alguma coisa por cujo conteúdo não é responsável, visto que ele o recebeu indiretamente do deus. No caso de a inspiração ser direta, privilégio que, pelo menos em Delfos, é reservado exclusivamente para a Pítia, o profeta tinha o título adicional de mantis. Destarte, a Pítia tinha o título de promantis além daquele de “ profetisa” . A inspiração indireta vem através das expressões vocais inartícuíadas de uma Pítia, ou mediante symbola tais como o soprar do vento, o farfalhar dos carvalhos sagrados, o retinir dos címbalos, ou o estremecer de uma imagem de um deus, levada pelos sacerdotes. Os profetas, portanto, são “ intérpretes das expressões vocais e visões misteriosas” (Platão, Timaeus 72b),

(b) O profeta não dá conselhos a não ser que alguém lhos peça. A iniciativa é exclusivamente de quem faz a pergunta, e não do deus nem do profeta.

(c) Por esta razão, as palavras do profeta gr. sempre se dirigem a uma situação presente, concreta, histórica e única na vida do cliente. O conselho que então se dá passa a abranger a gama total de aconselhamento de ajuda que se torna necessária, até nos dias de hoje, por causa dos problemas dos homens e das mulheres.

(d) O profeta é chamado ao seu cargo pela instituição oracular e, portanto, não por um deus.

Resumindo; o profeta é uma pessoa, empregada pelo oráculo, que, mediante inspiração direta ou interpretação de sons e presságios, declara a vontade dos deuses a uma pessoa que pede conselhos. Logoyprophèteuô significa “proclamar o conselho e a vontade dos deuses”, a respeito de uma situação presente, concreta e histórica, em resposta a uma pergunta específica feita pelo cliente.

  1. Nos tempos antigos, o poeta também tem o título de “profeta” (Píndaro, Peã 6, 6; cf. Homero, i7., l t 1; 2, 484-492), visto que realiza na sua poesia uma coisa que, de outra forma, seria impossível aos mortais e que, portanto, forçosamente deriva a sua sabedoria, sua sophia, dos deuses (Píndaro, Peã Tb, 11-15).
  2. O profeta deve ser claramente distinguido do vaticinador (mantis, “vidente”, “vaticinador”). Reconhece-se que os dois títulos podem pertencer a uma só pessoa (ver supra); referem-se, no entanto, a funções bem diferentes. Se é correto pela etimologia dizer que mantis deriva de mainomai “ enfurecer-se” , “ estar fora dos sentidos” , “ estar em êxtase” , talvez sugira que o vaticinador é originalmente aquele que faz uma proclamação a partir de um estado de êxtase, ou enquanto está assim. 0 profeta, do outro lado, fala “ com sua razão” . A sua adivinhação é intermediária, i. é, recebe as informações dos deuses, através de algum médium (e.g. a Pítia).

O conteúdo do vaticínio, assim como no caso da profecia, nunca é uma verdade perpétua de validez universal, mas, sim, uma mensagem que deriva de eventos específicos e individuais. Diferentemente da profecia, que às vezes tratas de assuntos religiosos, o vaticínio nunca diz respeito a este campo (Platão, Charmides 173c), O vaticínio prediz eventos futuros, ao passo que a profecia visa corrigir o comportamento de uma pessoa, tendo em vista os eventos que se pode esperar. O impulso principal por detrás do vaticínio é a curiosidade humana (cf. J. Haeckel em L, Adam e H, Trimborn, eds., Lehrbuch der Völkerkunde, 1958, 62),

  1. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr; Bruce Waltke. Dicionário Internacional do Novo Testamento. Editora Vida Nova. pag.1877-1879.

1 - O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO

Gostaria de reiterar a deficiência da lição em que é colocado Samuel como primeiro profeta.

A Bíblia, nossa regra de fé e pratica menciona como Primeiro PROFETA Abraão (Gn 20.7); e depois segue uma lista de profetas como Arão, Moises.

Gn 20.7 mulher ao seu marido, porque P. é e rogará por

Êx 7.1 sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu P..

Nm 11.29 todo o povo do Senhor fosse P., que o Senhor

Nm 12.6 se entre vós houver P., eu, o Senhor,

Dt 13.1 Quando P. ou sonhador de sonhos se levantar no

Dt 13.3 as palavras daquele P. ou sonhador de

Dt 13.5 E aquele P. ou sonhador de sonhos m orrerá, pois

Dt 18.15 teu Deus, te despertará um P. do meio de ti,

Dt 18.18 Eis que lhes suscitarei um P. do meio de seus

Dt 18.20 Porém o P. que presumir soberbamente de falar

Dt 18.20 falar em nome de outros deuses, o tal P. morrerá.

Dt 18.22 Quando o tal P. falar em nome do Senhor, e tal

Dt 18.22 com soberba a falou o tal P.-, não tenhas

Dt 34.10 mais se levantou em Israel P. algum como Moisés,

Jz 6.8 enviou o Senhor um P. aos filhos de Israel, que

 

ISm 3.20 que Samuel estava confirmado por P. do Senhor.

  1. Conceito.

No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando Deus levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos.

  1. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS

O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica.

1) Profetas no Pentateuco. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, Deus lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por Deus para ajudar Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, Deus diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos Deus ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles homens não tinham um ministério profético. Foram usados por Deus em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal.

2) Profetas em diversos livros do Antigo Testamento. Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de Deus de modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39); o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi usado por Deus (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando Deus quer, usa a quem Ele quer.

Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37). Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por Deus para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20).

Esdras, líder da reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).

  1. OS PROFETAS MAIORES

Integram uma lista de 5 livros, de Isaías a Daniel. São chamados de “maiores” não por importância pessoal dos profetas, mas pelo volume ou tamanho de seus livros bem como a abrangência das profecias. Aqueles mensageiros de Deus foram usados para transmitir mensagens do Senhor ao povo de Israel, no seu tempo, e também foram usados de maneira profética para vaticinar acontecimentos futuros, escatológicos.

  1. OS PROFETAS MENORES

São 12 livros, de Oseias a Malaquias. De igual modo, seus autores são chamados de “menores”, não por serem inferiores aos outros, mas pelo menor volume de seus livros e menor extensão de suas profecias. Os profetas do Novo Testamento apenas foram citados, no texto bíblico, em referência a sua participação na história da Igreja, mas não tiveram a condição de serem incluídos no cânon bíblico. Os profetas do Antigo Testamento tinham um ministério voltado para toda a nação.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 84-85.

O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS. (1) Os profetas do AT eram homens de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.

PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.

(1) Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.

(2) Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de Deus” (ver 2Rs 4.21 nota), “servo de Deus” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina. HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA. O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo Espírito de Deus (Ez 37.1,4). Pelo fato do Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características: (1) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência.

O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.

(2) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.

(3) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.

O PROFETA E O SACERDOTE. Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de Deus era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de Deus. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a Deus resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de Deus. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.

STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD.

  1. Termos e Definições.

A palavra hebraica para «profeta» que vem da raiz verbal naba. Essa palavra significa «anunciador», «declarador», e, por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, frequentemente recebidas por alguma revelação ou discernimento intuitivo. Ademais, os profetas usavam vários meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh e hozeh também são usados. Ambos significam «aquele que vê», ou seja, «vidente». Todas as três palavras aparecem em I Crô. 29:29. Os eruditos procuram estabelecer distinções entre elas, mas talvez sejam meros sinônimos, usados para emprestar variedade literária às composições escritas. Nabi é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns poucos exemplos são Gên. 20:7; Êxo, 7:1; Núm. 12:6; Deu. 13:1; Jul. 6:8; I Sam. 3:20; 11 Saro. 7:2; I Reis 1:8; 11 Reis 3:11; Esd. 5:1; Sal. 74:9; ler. 1:5; Eze. 2:5; Miq. 2:11. e possível que essa palavra também fosse usada para designar a missão profética. Um titulo comumente aplicado aos profetas era «homem de Deus», que ocorre por cerca de setenta e seis vezes no Antigo Testamento. Cerca de metade dessas ocorrências é usada em referência a Eliseu, e outras quinze dizem respeito a um profeta cujo nome não é dado (I Reis 13). Além disso, a expressão é usada para designar Moisés, Elias, Samuel, Davi e Semaias. Por sua vez, roeh figura por doze vezes no Antigo Testamento: I Saro. 9:11,18,19; II Sam. 15:27; I Crô. 9:22; 26:28; 29:29; 11 c-e. 16:7,10; Isa. 30:10. Sete dessas ocorrências aplicam-se a Samuel. Hozeh figura por dezenove vezes: I Crô, 21:9; 25:5; 29:29; II Crô. 9:29; 12:2,15; 19:2; 29:25,30; 33:18,19; 35:15: II Sam. 24:11; 11 Reis 17:13; Isa, 29:10; Amós 7:12; Miq. 3:7. Ainda outros títulos dados aos profetas são: Atalaia (no hebraico, sophim): Jer. 6:16; e Eze, 3:17; e pastor (no hebraico, raah}: Zac. 11:5,16.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 423-424.

PROFETAS NÃO LITERÁRIOS.

  1. No Reino Unido:

Natã (11 Sam, 7:2-17; 12:1-25), na época de Davi, ou seja, 1000 A.C.

Gade (I Sam. 22:5; II Sam. 24:11-19), na época de Davi, ou seja, 1000 A.C.

Alas, O silonita (I Reis 11:29-40) na época de Salomão, ou seja, 971 - 931 A.C.

  1. Em Juda

Semalas (lI Crô. 11:2-4; 12:5-8), na época de Reoboão, ou seja, 931 - 913 A.C.

Azarias, filho de Obede (11 Crô. 15:1-7), na época de Asa, ou seja, 911 - 870 A.C.

Hanani (11 Crô. 16:7-10),na época de Asa, ou seja, 911 - 870 A.C.

Jeâ, filho de Hanani (lI Crô. 19:2,3), na época de Josafá, ou seja, 873 - 848 A.C.

Jaaziel (11 Crô. 20:14-17), na época de Josafá, ou seja, 873 - 848 A.C.

Eliezer, filho de Dodava (II Crô. 20:37), na época de Josafá, ou seja, 873 - 848 A.C.

Elias (11 Crê, 21:12·15), na época de Jeorão, ou seja, 853 - 841 A.C.

Zacarias, filho de Joiada (II Crô. 24:20-22), na época de Joâs, ou seja, 835 - 796 A.C.

Hulda (11 Reis 22:14-20), na época de Josias, ou seja, 641 - 609 A.C.

Urias (ler. 26:20-23), na época de Joaquim, ou seja, 609 - 598 A.C.

  1. Em Israel:

Alas, O silonita (I Reis 11:29-39; 14:1-18), na época de Jeroboão I, ou seja, 931 - 910 A.C.

Um profeta cujo nome não foi dado, vindo de Judâ (I Reis 13:1-32), na época de Jeroboão I, ou seja, 931 - 910 A.C.

Jeú, filho de Hanani (I Reis 16:7,12), na época de Baasa, ou seja, 909 • 886 A.C.

Elias (I Reis 17:2 - 11 Reis 2), na época de Acabe (874 - 853 A.C.) e de Acazias (853 - 852 A.C.).

Micalas (I Reis 22:13-28), na época de Acabe, ou seja, 874 - 853 A.C.

Eliseu (I Reis 19:16 - II Reis 13:21), na época dos reis Acazias (853 A.C.), Jeorão (852 - 841 A.C.),

Jeú (841 - 814 A.C.), Jeoacaz (814 - 798 A.C.),

Jeoâs (798 - 782 A.C.).

Obede (11 Crõ. 28:9-11), na época de Peca, ou seja, 752 - 732 A.C.

O cativeiro assírio pôs fim (em 721 A.C.) à linhagem dos profetas do reino do norte, Israel, e o povo de Israel continuou através da nação de Judá, Realmente, as dez tribos de Israel perderam sua identidade.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 426.

  1. O ofício.

OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO. Que tipo de pessoa era o profeta do AT?

(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com Deus, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.

(2) O profeta, por estar próximo de Deus, achava-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimentava as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de Deus, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).

(3) À semelhança de Deus, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas dores (ver O LIVRO DAS LAMENTAÇÕES). Ele almejava para Israel o melhor da parte de Deus (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.

(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humanos, e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com Deus, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.

(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de Deus, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9 nota).

(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a Deus. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de Deus e a sua justiça, manifestadas no povo de Deus.

(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61–62; 65.17–66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.

(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3–4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO. A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais: (1) A natureza de Deus. (a) Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizavam que Deus é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo. (2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de Cristo: “arrependei-vos, senão igualmente perecereis”. Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27). (3) Predição e esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que Deus cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fie. No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.

STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

ÄT 1, A palavra heb. para “profeta”, nãbi, usualmente é considerada uma derivada do vb. acad. nabü, ‘‘chamar”, “proclamar”, No passado, no entanto» os estudiosos, na sua maioria, encaravam a etimologia como paralela ao Gr,, e entendiam palavra no sentido ativo, “aquele que chama”, “anunciador”, “pregador” (cf. H. J. Kraus Worship in Israel, 1966, 102), Um desenvolvimento paralelo no Acad., porém, indica que nãbi deve ser entendido, não ativamente, mas, sim, passivamente: “ aquele que foi chamado”, “aquele que foi nomeado” (W, F. Albright, From the Stóne Age to Christianity, [1940] 1957, 303 e segs.). Por detrás da forma passiva, Deus consta como agente; aqui: “ Aquele que chama” . Mais tarde, nãbi veio a ser um termo técnico, e foi esquecido o significado literal.

Deste substantivo deriva o vb. nãbã que significa “mostrar”, “ apresentar” , ou “expressar-se”, “falar como profeta”. Acha-se no hith. e no niph. Nos textos mais antigos, o emprego mais predominante fica no hith., com o significado de “ comportar-se como profeta” que subentende a adoção de comportamento extático. Nos textos posteriores, predomina o niph. e, na maioria dos casos, deve ser traduzido “ falar profeticamente” (1 Sm 10:5-6,10 e segs.; 19:20; 1 Rs 22:10, 12). Este fato recebe apoio de uma segunda observação: o vb. se acha nos Profetas escritores mais antigos somente em Amós, mas em nenhum dos posteriores senão Jeremias, Ezequiel, Joel e Zacarias. Sugere-se, assim, que nos tempos antigos a profecia era dominada pelo comportamento extático que mais tarde se tomou suspeito. Ainda mais tarde (de Jeremias em diante) o vb. Já deixara de sugerir o êxtase, e podia ser empregado sem embaraços.

(a) O subs. nãbi ocorre 309 vezes no AT, das quais há 92 ocorrências somente em Jeremias. O plur. significa, nos Livros Históricos, “grupos de profetas”; o sing., nos textos mais antigos, refere-se a tipos consideravelmente diferentes de pessoas, e somente nos textos posteriores, “ aquele que fala em prol de Javé” . Nos textos anteriores, o profeta pode também ter o título de *is hã elõhim, “homem de Deus" ou rô'eh ou hõzeh, ‘Vidente” “Homem de Deus parece ter sido um título de distinção, que também é dado a grandes líderes: Moisés (Dt 33:1), Davi (Ne 12:24, 36, etc.), mas, acima de todos, Eliseu (29 vezes), e o profeta de Judá cujo nome não é registrado, em 1 Rs 13:1-31(15 vezes). Este título expressa a estreita associação da respectiva pessoa com Deus.

O vidente tem a capacidade de revelar segredos ocultos e eventos futuros (1 Sm 9: 6-20). No caso dele, ressaltam-se as visões, ao passo que no caso do profeta, enfatizam-se as palavras (Is 30:10).

(b) Várias figuras na história de Israel receberam o título de nãbi: Incluem Abraão (Gn 20:7), Moisés (Dt 34:10) e Arão (Êx 7:1). Miriã recebeu o título de “profetisa” (Êx 15:20), que sem dúvida tem conexão com o cântico de Moisés no Mar Vermelho, que foi usado como hino ritual (ver abaixo 2(c)).

2, Antes da profecia plenamente desenvolvida dos assim-chamados “Profetas Escritores " tomar corpo, certas formas anteriores se acham no AT.

(a) Urna destas formas é o aparecimento de grupos de extáticos que andavam livremente pelo país afora, usando instrumentos musicais para se colocarem em estado de transe e, nesta condição, entregarem as suas mensagens (cf. os fenômenos no período do NT em 1 Co cap. 14). Este êxtase era infeccioso, de modo que Saul também veio a ser contado “entre os profetas” (1 Sm 10:5 e segs.; cf. 19:18 e segs.). Os profetas de Baal também eram extáticos (1 Rs 18:19-40). O extático que podia temporariamente tornar-se “outro homem” (1 Sm 10:6) constituía-se em certa atração para os israelitas (1 Sm 10:5), Em outras ocasiões, no entanto, estes “ insensatos loucos” (Os 9:7) causavam repulsa. Em Nm 11:10-30, quando os 70 anciãos foram tomados pelo Espírito de Deus e entraram em êxtase, relata-se que Josué criticava. Moisés, no entanto, respondeu: “Oxalá todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!” (Nm 11:29), (b) Outra forma primitiva é aquela dos grupos de profetas em comunidades monásticas. Estes grupos se formavam em derredor de uma figura de destaque (e.g. Eliseu, 2 Rs 2:3 e segs.; 4:38; 6:1), a quem chamavam de “mestre” ou “pai” , a cujos pés se assentavam e aprendiam, e com quem moravam em habitações comunitárias* Elias e Eliseu eram chefes de grupos separados de profetas (2 Rs 2:1 e segs). Tais grupos sempre se achavam em conexão com um santuário (1 Rs 13:11; 2 Rs 2:1,4, 5, Gilgal, Jericó). Aqui, o êxtase desempenha um papel notavelmente reduzido (acham-se sinais dele em 2 Rs 3:15). Parece que o dom do Espírito, preferivelmente, manifestava-se pela operação de -► milagres (2 Rs 2:19-22; 2:23-25; 4:1-7, 18-37). Até mesmo estes relatos populares, no entanto, apesar de enfatizarem os feitos milagrosos, revelam que Elias também era um homem da Palavra, que dava conselhos espirituais (2 Rs 4: 1-7, 8-37; 5:1-14) e políticos (2 Rs 13:14 e segs., “Carros de Israel, e seus cavaleiros!” cf. 6:12; 8:7-15).

(c) Deve ser mencionada mais uma forma primitiva: os profetas rituais que eram empregados como oficiantes no santuário nacional. Devem ser claramente distinguidos dos profetas escritores (de modo contrário a S. Mowinckel, The Psalms in IsraeTs Worship l-II, 1961), sendo que estes últimos criticavam fortemente o ritual (e.g. o templo, Os 8:14, RV mg. = “ templos” e não “palácios”; Mq 3:9-12; Jr 7:1-15; os sacrifícios, Am 3:14; Os 5:6; Is 1:10-17; os sacerdotes, Os 4:4; Mq 3:11; Jr 2:8).

Além disto, agiam e falavam de modo estranho ao ritual (G. von Rad, op. cit., II, 54-55). O profeta ritual tinha seu lugar lado a lado com o sacerdote no culto. Decerto, sua tarefa era pronunciar oráculos como resposta às lamentações comunitárias, e especialmente para o rei. Por esta razão, tinha grande influência na corte real (1 Rs 1:8), onde falava como homem de Deus(l Rs 22:24 e segs.), com severidade surpreendente (2 Sm 12:1 e segs.). Os profetas rituais eram temidos, porque a sua -> palavra poderosa poderia trazer sucesso ou desgraça (1 Sm 16:4; 1 Rs 17:18). As suas palavras de salvação devem ter sido formuladas conforme a maneira de provérbios. Em Is 33:1-24 foi conservada uma liturgia profética (H. Gunkel, “Jesaia 33, eine prophetische Llturgie”, ZAW 42, 1924, 177-208), que nos oferece uma vista interna da linguagem destas profetas. Entre os profetas rituais, podemos contar Simei(l Rs 1:8); Zedequias (1 Rs 22:24), e talvez também Natã (2 Sm 12:1 e segs.; 1 Rs 1:11 e segs.) que trabalhava em estreita associação com a corte mas que, mesmo assim, desfrutava de um grau assombroso de independência. Nenhum livro veio até nós da parte destes profetas, a não ser que incluamos Naum e Habacuque que têm, pelo menos, alguma afinidade com eles. Há, porém, sinais inconfundíveis do profeta ritual em Zacarias e ainda mais em Ageu.

  1. A profecia, no sentido característico que se associa com a altura profética do AT começou em Israel com a monarquia. Não se pode, no entanto traçar uma nítida linha divisória. O êxtase, o vaticínio e a operação de milagre* vão desaparecendo no segundo plano, enquanto a palavra vem sempre mais pra o primeiro plano. Os laços com o ritual, com as instituições e com a monarquia, ficam progressivamente mais frouxos. Desde Amós até Malaquias, a palavra era o meio predominante de proclamação. As únicas ações dos profetas eram ações simbólicas» Estas não eram a rigor, ilustrações: eram a encenação do conteúdo da palavra (Os 1:4; 6:9; Is 7:3; 8:34; 20:2; Jr 16:2, 5, 8). Os profetas clássicos atuaram durante três períodos: os tempos da dissolução do Reino do Norte (cerca de 721 a.C.), do Reino do Sul (c, a.C 597-587 a.C.), e os tempos do exílio (c. de 539 a.C., o fim da supremacia babilónica).

Em relação à história, a mensagem deles tinha uma dimensão horizontal (a nação e as nações) e uma dimensão vertical (passada, presente e futura). A dimensão futura revestia-se da natureza de uma advertência, no caso de o futuro ter ligação com a situação presente do ouvinte. Não era predição, onde, como no caso do vaticínio, a atenção é desviada do presente para um ponto no futuro ao anunciar-se o que há de acontecer no futuro. Os temas incluem os seguintes:

(a) A profecia de julgamento. Especialmente antes do exílio, era tarefa dos profetas advertir o povo, seus representantes ou um grupo de pessoas, acerca do julgamento que se aproximava. Este podia revestir-se das várias formas, tais como secas, terremotos e guerras. Visto, porém, que os profetas também eram responsáveis pela exortação e o aconselhamento do povo, e pregavam tendo em mira o arrependimento a ameaça era acompanhada por uma explicação da razão do julgamento. Logo, o julgamento vem a surgir por causa do -► pecado da nação, do rei, ou de um grupo dentro da nação. Para os profetas, o pecado é o comportamento humano que está em desacordo com as ações de Deus. Quanto aos detalhes, isto significa, em Isaías, que o povo não está confiando em Javé exclusivamente; em Amós e Miquéias, que o povo está desrespeitando a Lei e os mandamentos de Javé; em Oséias, Jeremias e Ezequiel, enfatiza-se muito mais a infidelidade do povo na idolatria.

(b) A profecia da salvação. As profecias da salvação não tiveram sua origem na curiosidade sobre o que aconteceria depois do julgamento divino. Baseavam-se na vontade amorável de Deus (em contraste com as profecias de julgamento, que eram o resultado do comportamento errado dos homens), conforme indicam as várias formas que a palavra de salvação ou de promessa podia assumir: a “garantia” ou “compromisso” é claramente a resposta a uma queixa anterior e, destarte, não está muito removida do oráculo favorável (Is 43:1 e segs.); a “proclamação” ou “anúncio” promete o socorro divino futuro (Is 41:17 e segs.; Jr 28:2 e segs.); a “ descrição” retrata a realidade futura da salvação que Deus levará a efeito (Is 11:1 e segs.;Zc 8:4-5). As profecias da salvação predominam durante e após o exílio. A salvação fica sendo uma realidade na renovação do relacionamento entre Israel e Deus, no Rei escatológico (o Messias), nas novas ordenanças para o culto, na renovação do estado e na libertação política da nação. A representação majéstica da salvação frequentemente é seguida por uma explicação acerca do fundamento na qual se baseia: não na fidelidade ou santidade do povo, no seu zelo por Deus e pela aliança, mas, sim, exclusivamente na fidelidade, santidade, zelo e amor incondicional de Deus.

Resumindo: o profeta do AT é um proclamador da palavra, a quem Deus vocacionou para advertir, para exortar, para consolar, para ensinar e para aconselhar; tendo vinculações exclusivamente com Deus, desfrutando, portanto, de uma liberdade que não tem igual.

  1. Embora a tradição posterior tenha acrescentado o Livro de Daniel aos profetas, trata-se, na realidade, de um exemplo da apocalíptica judaica. Esta última se distingue da profecia por “pseudonimidade, impaciência escatológica e cálculos exatos acerca das últimas coisas, o alcance e fantasia das suas visões, a preocupação com a história do mundo e um horizonte cósmico, simbolismo numérico e linguagem esotérica, doutrinas de anjos, e a esperança da vida no porvir” (W. Baumgartner, “Ein Vierteljahrhundert Danielforschung” , ThR 11, 1939, 136-7). A apocalíptica, portanto, não é uma continuação direta da profecia, embora ambas compartilhem do elemento de expectativa futura. Seu apogeu surge depois dos tempos dos profetas, entre o século II a.C. e o século II &C. A transição pode ser claramente vista em Zacarias: nas sete visões da noite (1:7 — 6:8), o profeta fica sendo vidente a quem se revela o futuro escatológico das nações e de Israel (cf. Is caps. 24 — 27; Ez caps. 38-39; Joel).
  2. Os rabinos, naturalmente, viam na apocalíptica a sucessora legítima da profecia, “Até este ponto [i.é, até Alexandre Magno] os profetas pregavam através do Espírito Santo. Desde então, curva o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios [i.é, os escritores apocalípticos]” (Seder ’Olam Rabbah 30). Extingue-se a profecia propriamente dita.

Nos escritos rabínicos, a “ voz do céu” (~* Palavra, art. phònê) começa a obter importância lado a lado com a apocalíptica. Deus continuava falando, mas isto apenas através do eco da Sua voz (bat qôt) (SB II 125 e segs.; cf. J. Jeremias, New Testament Theology, I, 1971, 80 e segs.). Josefo (Ant. 13, 311 e segs.), do outro lado, relata que os essênios tinham grande número de profetas, que eram tidos em alta estima.

A cessação da profecia indica-se em SI 74:9 e 1 Mac. 9:27 (cf. 4:46; 9:27; 14:41). Do outro lado, alguns estudiosos vêem evidência de uma expectativa de um profeta escatológico em conexão com a pessoa de Moisés, tendo por fundamento Dt 18:15-18 (cf. At 3:22-23; 7:37; e Jo 6:14; 7:40) e em conexão com a pessoa de Elias, tendo por fundamento Ml 3:1 (cf. Mt 11:10; Mc l:2;Lc 1:17, 76;7:27) e 4:1-6 (Tm 3:19-24; cf. Mt 17:11; Mc 9:12; Lc 1:17).

Aplicava as profecias aos eventos dos seus próprios dias, que encarava como sendo o “fim dos dias” (i.é, o tempo do fim). O Mestre da Justiça revela os segredos das palavras proféticas (lQpHc 7:1-5), e, portanto, assume o papel de um verdadeiro profeta. O evento escatológico que aguardava a comunidade de Cunrã era a vinda “do Profeta e dos Messias de Arão e de Israel” (1QS 9:11). Sugere-se aqui um triunvirato, e não um soberano com tríplice ofício (cf. Test. Lev, 18:9 e segs.; cf. K. G. Kuhn, “Die beiden Messias Aarons und Israels”, NTS 1, 1954-55, 168 e segs.; f. F. Bruce, The Teacher of Righteousness in the Qumran Texts, 1956,13).

  1. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr; Bruce Waltke. Dicionário Internacional do Novo Testamento. Editora Vida Nova. pag. 1878-1882.
  2. O profetismo.
  3. A origem da profecia

Há pelo menos três fontes, das quais podem surgir uma mensagem profética:

  1. Divina. Isto é, a inspiração que parte diretamente do coração de Deus, fonte de todo bem (Jr 23.28,29; Tg 1.17; 1 Pe4.11).
  2. Humana. Neste caso a mensagem parte do coração do próprio profeta, que fala sem autorização do Senhor (2 Sm 7.2-17; Jr 23.16).
  3. Demoníaca. A falsa profecia parte diretamente de "um espírito enganador", ou mesmo de "um demônio" (1 Tm 4.1-3; Ap 16.13,14).

O valor da profecia

A palavra de Deus ou "palavra profética", foi sempre de "muita valia" para o povo de Deus em geral (1 Sm 3.1). Talvez por isso Moisés tenha exclamado: "Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu espírito!" (Nm 11.29).

O profeta Joel, ao vaticinar o grande derramamento do Espírito sobre toda a carne, fala de uma efusão profé¬tica: "Vossos filhos e vossas filhas profetizarão" (Jl 2.28).

Finalmente, Paulo manifesta o mesmo sentimento, aconselhando os coríntios a procurar "com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar" (1 Co 14.1). Nos versículos seguintes, o apóstolo reafirma sua admoestação em outros termos, como por exemplo:

"E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas" (v. 5); "Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar" (v. 39).

Segundo alguns escritores neotestamentários, parece que na igreja de Corinto ensinadores usavam "palavras persuasivas de sabedoria humana", tornando-se quase impossível aos "indoutos" alcançar o pensamento desses requintados pregadores (cf. 1 Co 2.1-13). Diante de tal circunstância o Espírito de Deus supria esta lacuna, usando alguém com o dom de profecia. Daí o comentário do apóstolo: "Mas se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar [no templo], de todos é convencido, de todos é julgado. Os segredos [as dúvidas] do seu coração ficarão manifestos [respondidos], e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós" (1 Co 14.24,25).

SEVERINO Pedro da Silva. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo é um Ser real que age e vive entre nós. Editora CPAD.

Indivíduo que. inspirado por Deus. predizia o futuro e encarregava-se de proclamar o conhecimento e a vontade de Deus nos tempos bíblicos. Era o que falava por Deus e em lugar de Deus. Era o porta-voz da divindade, cuja missão era preservar o conhecimento e a vontade do Único e Verdadeiro Deus em momentos de crise.

O profeta bíblico era uma autoridade inquestionável em matéria de fé e prática. Teólogo por excelência, sua missão era declarar o desígnio divino para que a comunidade dos fiéis se mantivesse como a agência do Reino de Deus na Terra.

Quando predizia o futuro não era para satisfazer a curiosidade do povo, mas para alimentar a esperança dos santos em tempos de aflição e angústia. Assim lembrava aos fiéis que. apesar das dificuldades presentes. Deus continuava no comando de todas as coisas, reservando as bem-aventuranças aos que lhes guardam os mandamentos e lhe fazem a vontade.

Claudionor Corrêa de Andrade. Dicionário Escatologia Bíblica. Editora CPAD. pag. 133./WWW.ESTUDALICAOEBD.BLOGSPOT.COM /WWW.MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NET