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Minsterio de evangelista evangelização missiologia
Minsterio de evangelista evangelização missiologia

O MINSTERIO DE EVANGELISTA

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, analisaremos a missão do evangelista, um dom ministerial ao lado de outros da maior importância, como o de pastor, apóstolo, profeta ou doutor. A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Nem por isso, o papel do evangelista pode ser considerado de somenos importância, no contexto dos ofícios ministeriais, que devem contribuir para o crescimento e para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo.

A tradição do governo da igreja tem levado a entender que o evangelista é um cargo ou uma função hierárquica, inferior à de pastor, ou de apóstolo ou doutor, e superior à de presbítero. Porém, à luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que não é bem assim. Há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de Deus”, concedidos por Cristo aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11).

E há homens, que têm a vocação para cuidar do rebanho, que são os pastores, enquanto há os que são mais usados por Deus na área do ensino da Palavra. Ninguém é superior a ninguém, no Reino de Deus (Rm 12.5).

Nas últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que transmitem mensagens na unção de Deus, demonstrando verdades bíblicas com profundidade, atraindo os pecadores para Cristo. Outros, lamentavelmente, são verdadeiros “profissionais” da oratória. Que pregam em troca de cachês polpudos. Preferimos considerar que este tipo é exceção. Graças a Deus, há homens cristãos, que têm a vocação para serem evangelistas, e prestam excelente serviço à Igreja do Senhor Jesus. Normalmente, os evangelistas têm ministério itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas locais, aos cuidados dos verdadeiros pastores, auxiliados pelos discipuladores. A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.

Os evangelistas são aqueles que dizem aos pecadores: “Venham para Cristo”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os que dizem: “Sejam transformados pelo poder Deus, e se integrem ao Corpo de Cristo, que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. Sem pastores, não faz sentido haver evangelistas. Sem evangelistas, os pastores não veem o rebanho crescer. Nessa complementaridade de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).

Assim, vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom funcionamento do Corpo de Cristo, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.

I - JESUS ENVIA OS SETENTA (LC 10.1-20)

  1. São poucos os que anunciam.

Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas.

OS OBREIROS SÃO POUCOS

Ao enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.

SETENTA, MISSÃO DOS

Ver Lucas 10: 1-24. O evangelho de Lucas, no capítulo 10, apresenta uma grande complexidade de fontes informativas, e não é fácil traçar as declarações aqui encontradas em relação à suas respectivas origens. A maior parte desse material procede da fonte informativa Q, até o vs. 30, embora a aplicação dada por Mateus, sobre esta seção, diga respeito aos doze, ao passo que Lucas aplica as mesmas declarações à missão dos setenta. Não há motivos para alguém duvidar que ambas as missões foram uma realidade, embora somente Lucas mencione a missão dos setenta. A questão por que Mateus omitiu a narrativa dessa missão não é fácil de responder, mas resposta menos satisfatória parece ser que realmente não houve tal missão, como alguns intérpretes declaram. O melhor que podemos dizer parece ser que essa missão dos setenta pertenceu ao último período do ministério de Jesus, onde os registros são comparativamente escassos, tendo envolvido partes da Peréia e da Judéia embora certamente tivesse sido outra parte do circuito pela Galiléia. Isso constituiu o terceiro circuito galileu. O primeiro foi feito por Jesus em companhia de quatro pescadores; o segundo se compôs dos doze apóstolos, seguidos mais tarde por Jesus, quando eles partiram de dois em dois. Aqui, igualmente, Jesus também enviou os setenta discípulos de dois em dois, tendo seguido mais tarde.

Pode-se salientar, igualmente, que posto os doze não terem feito parte desse circuito, veio o mesmo a ocupar uma posição menos importante na tradição evangélica. E bem provável que Lucas soube do fato, incluindo os detalhes oferecidos nesta seção, mediante as suas investigações pessoais.

O Simbolismo do Número Setenta

Os judeus acharam significados importantes nos números.

O número das nações do mundo (Gên, 10) foi setenta; Moisés designou setenta presbíteros para o ajudar a governar Israel no deserto (Núm. 11:16,17,24,25); o número do sinédrio, o corpo governante mais alto de Israel (em tempos posteriores), foi fixado em setenta; a Septuaginta (LXX), a tradução da Bíblia hebraica, para o grego, recebeu seu nome da tradição de que setenta tradutores fizeram aquela tarefa.

É possível que Jesus tenha escolhido setenta discípulos especiais, seguindo o exemplo de Moisés. Por conseguinte, parece que o material que é reunido em um único bloco, no evangelho de Lucas, é disperso em seis diferentes capítulos no evangelho de Mateus. Tudo isso mostra o desígnio de cada autor no arranjo de seu material, porquanto cada um deles tinha um propósito diverso ao apresentar as informações onde e como desejavam fazê-lo.

Problemas de harmonia não têm nenhum efeito sobre a veracidade da fé cristã, nem anulam a historicidade dos evangelhos. Somente perturbam os harmonistas restritos que esperam mais dos evangelhos do que os próprios evangelistas intencionaram fornecer.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 190-191.

Designou o Senhor ainda outros setenta (1). Lucas não quer dizer que Cristo tinha enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que haviam sido enviados. Lucas é o único autor de Evangelho que registra este episódio, mas ele é, também, o único a tratar (em detalhes) o ministério na Peréia, do qual é parte.

O número setenta parecia ter um significado especial entre os judeus. Havia setenta anciãos designados por Moisés, setenta membros do Sinédrio (setenta e um, incluindo o presidente ou nasi) e, de acordo com a lenda judaica, os setenta povos ou nações da Terra, além dos judeus. O simples fato de que Jesus tinha estes muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.

Mandou-os... de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades. Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros aspectos, a visita de Jesus. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias visitadas por Jesus em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas fossem muito breves.

Do versículo 2 até o 16, Jesus dá instruções e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. Alguns críticos tropeçam nesta similaridade entre as passagens. Porém é mais razoável que Jesus tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam basicamente das mesmas instruções.

Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos (2). A metáfora da seara parece ter sido uma das favoritas de Jesus. A seara das almas humanas sempre foi grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno. Mas o Mestre torna claro, através de seu Evangelho, que este interesse é um teste do discipulado. Seus discípulos estão trabalhando na seara. Aqueles que não estão trabalhando não merecem ser chamados de discípulos.

Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o Senhor envie obreiros adicionais, mas nenhum homem tem o direito de orar pedindo ajuda na seara, até que esteja fazendo o melhor de si. Deus não enviará obreiros para ajudar um preguiçoso - ele não precisa de ajuda para fazer o que está fazendo.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.

Temos aqui o envio dos setenta discípulos, dois a dois, em diversas partes da região, para anunciarem o Evangelho, e para operarem milagres naqueles lugares que o próprio Cristo designou que visitassem, para prepararem a sua estada. Isto não é observado pelos outros evangelistas; mas as instruções aqui dadas a eles são, em boa parte, as mesmas daquelas que foram dadas aos doze. Observe:

I O número deles: eles eram setenta. Assim como na escolha dos doze apóstolos Cristo tinha em mente os doze patriarcas, as doze tribos, e os doze príncipes das doze tribos, aqui Ele tinha em mente os setenta anciãos de Israel. Muitos subiram com Moisés e Arão ao monte, e viram a glória do Deus de Israel (Êx 24.1,9), e muitos foram depois disso escolhidos para ajudar a Moisés no governo, a fim de que o Espírito de profecia viesse sobre eles, Números 11.24,25. As doze fontes de água e as setenta palmeiras que estavam em Elim eram uma figura dos doze apóstolos e dos setenta discípulos. Êxodo 15.27. Eles eram setenta anciãos dos judeus que foram empregados por Ptolomeu, rei do Egito, para traduzir o Antigo Testamento para o grego; desde então esta tradução é chamada de Septuaginta. O grande Sinédrio consistia deste número. Agora:

  1. Estamos felizes por descobrir que Cristo teve tantos seguidores qualificados para serem enviados; o trabalho dele jamais foi em vão, embora o Senhor tenha encontrado muita oposição. Note que o interesse de Cristo é um interesse crescente, e os seus seguidores, como Israel no Egito, embora afligidos se multiplicarão.

Estes setenta, embora não o servissem de forma tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam nele. Aqueles três mencionados no final do capítulo anterior poderiam ter feito parte destes setenta, se tivessem se dedicado com mais fervor ao que deveriam fazer. Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.

  1. Estamos felizes por descobrir que havia trabalho para tantos ministros, e ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação do todo.

II O trabalho e a atividade deles: Ele os mandou de dois em dois, para que pudessem fortalecer e encorajar um ao outro. Se um cair, o outro o ajudará a levantar- se. Ele os mandou, não a todas as cidades de Israel, como fez com os doze, mas, apenas, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir (v. 1), como seus precursores; e devemos supor, embora não esteja registrado, que Cristo logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou, embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles foram ordenados a fazer, o mesmo que Cristo fez onde quer que tenha ido: 1. Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de Jesus, o que faria com que as pessoas desejassem ver este Jesus, e estivessem prontas a receber aquele cujo Nome era tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino de Deus, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus, e agora sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de Deus chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 596-597.

10.1 Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a Jesus. De acordo com 1 Coríntios 15.6, Jesus tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui Jesus designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior.

O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta.

Outros manuscritos gregos apresentam o número 70. Esta alternativa pode ter sido influenciada pelo Antigo Testamento hebreu, que mantinha setenta nomes em Gn 10. Ao escolher e enviar setenta [ou setenta e dois] discípulos, Jesus estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de Lucas.

10.2 Jesus estava enviando trinta e seis [ou trinta e cinco] grupos de duas pessoas para alcançar as muitas cidades e aldeias que Ele não tinha podido visitar. Jesus comparou este trabalho com uma seara - o alcance de novos crentes para o seu reino (veja também Jo 4.35). Para se ter uma seara, no entanto, é necessário ter obreiros no campo. Assim, muitas pessoas precisam ouvir a mensagem, mas há poucos obreiros dispostos a reuni-los.

Embora Jesus tivesse enviado os Doze, e agora mais setenta e dois [ou setenta], Ele lhes disse: rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. No serviço cristão, não há desemprego. Deus tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.

  1. Enviados para o meio de lobos.

CORDEIROS NO MEIO DE LOBOS

No tempo de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. E Smartphone Desbloqueado Tim L4 II Dual E467 Tv Digital Preto Android 4.1 Tela de 3.8” Câmera 3MP 3G Processador Cortex A9 de 1.0GHz poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda criatura.

E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.

Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos (3). Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas Deus tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de Cristo. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois Cristo está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.

Lc 10.3 Estes setenta e dois estavam sendo enviados a um mundo que não era um lugar agradável. A seara envolveria um trabalho intenso e possíveis perigos. Jesus ordenou que eles fossem, explicando que eles iriam como cordeiros ao meio de lobos. O uso da palavra “cordeiros” se refere à sua vulnerabilidade (veja Is 11.6; 65.25). Porém o importante são as três palavras: “eu vos mando”. Se Jesus não os estivesse enviando, eles estariam tentando ir por seus próprios planos, por seu próprio poder, de acordo com o seu próprio itinerário, sendo cordeiros entre lobos, pedindo para serem mortos. Mas como Jesus os estava enviando, eles poderiam enfrentar o perigo por parte da oposição. A sua própria vulnerabilidade poderia fazer com que eles dependessem mais de Deus.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.

Junto com a ordem “Ide!”, o Senhor sinaliza aos setenta (setenta e dois) que se defrontarão com hostilidades muito severas por parte das pessoas, em cujas mãos estarão indefesos. É impossível que eles ofereçam a menor resistência às pessoas hostis. Quando anunciam a mensagem do reino de Deus, eles são iguais a ovelhas no meio de lobos. Cabe notar que os discípulos não são enviados “aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente penoso do envio dos mensageiros de Jesus. Essa palavra anuncia aos mensageiros a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que “não acolher” ou “não ouvir” a pregação.

O envio das ovelhas para o meio de lobos era proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter, contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcatéia de lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, Deus assim o determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!

Recordando Mt 7.15, “lobos” são os falsos pastores e falsos profetas de Israel, cuja atitude natural é receber o mensageiro do Senhor com ódio mortal. Jesus revela toda a perspectiva de sofrimento abertamente e sem escrúpulos aos discípulos.

A segurança para um envio tão perigoso, o equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos envio”. E isso basta.

Assim como, pois, os setenta discípulos não devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos, assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao cumprimento de seu envio.

Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. Outros comentaristas consideram essa instrução como proibição de buscar o favor de alguém. Essa segunda explicação, de buscar obter um favor saudando alguém, por mais cerimoniosa que seja, é bastante inconcebível. A saudação oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja contigo!”

Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

  1. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.

AUTORIDADE PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS

Os setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). Receberam o mesmo poder que os Doze receberam da parte do Senhor (Mt 10.8). Nos tempos apostólicos, a operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de Jesus, de dois em dois (Lc 10.17).

O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS

Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial? Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, Jesus proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega.

No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.

Lc 10. 17-20. E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam (17). Eles estavam maravilhados com o poder miraculoso que lhes fora permitido exercer. Estavam jubilosos com a lembrança de suas realizações. Mas Jesus lhes mostrou (20) que sua alegria não era correta, pois tinha o foco errado. Entretanto, Ele não os repreendeu por sua alegria ao verem o reino de Satanás sofrer perdas.

Eu via Satanás, como raio, cair do céu (18). Aqui Jesus estava tanto relembrando como profetizando. Satanás havia sofrido algumas importantes derrotas - especialmente no que se refere à tentação de Cristo. Mas Jesus aguardava ansiosamente a queda de Satanás; a sua completa derrota nas mãos do próprio Cristo.

Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal,5 mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como Jesus faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de Jesus Cristo.

Mas... (20) mostra que o que se segue não era uma repreensão. ...não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus. Esta é a ênfase correta, o terreno próprio para alegrar-se. O poder e sua manifestação são muito deslumbrantes, mas a vida eterna é mais importante. Ter a cidadania do céu é mais importante do que atemorizar o inferno.

Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411.

Lc 10. 17-20. Cristo enviou os setenta discípulos, enquanto estava subindo a Jerusalém para a festa dos tabernáculos. Ele subiu, não abertamente, mas como em oculto (Jo 7.10), tendo enviado para outra terra uma parte tão grande de sua comitiva; e o Dr. Lightfoot pensa que isto foi antes de seu retorno da festa, e enquanto Ele ainda estava em Jerusalém, ou Betânia. Por isso teria sido difícil (por estar ali, v. 38), pelo menos para alguns deles, voltar até Ele. Agora aqui somos informados:

I Que relato eles lhe deram do sucesso de sua expedição:

Voltaram os setenta com alegria (v. 17); não reclamando da fadiga de suas jornadas, nem da oposição e do desencorajamento com que eles se depararam, mas alegres com o seu sucesso, especialmente por terem expulsado muitos espíritos imundos: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. Embora apenas a cura dos enfermos seja mencionada em seu comissionamento (v. 19), não há dúvida de que a expulsão de demônios estava incluída, e nisto eles tiveram um sucesso maravilhoso. 1. Eles dão a Cristo a glória por todo este resultado positivo: É através do Teu Nome. Note que todas as nossas vitórias sobre Satanás são obtidas pelo poder que vem de Jesus Cristo. Devemos, em seu Nome, entrar na disputa com os nossos inimigos espirituais, e, sejam quais forem as vantagens que ganharmos, Ele deve ter todo o louvor; se a obra for feita em seu Nome, a honra será devida ao seu Nome. 2. Eles se alegram com o conforto que há nisto; eles falam deste assunto com um ar de exultação: Até os demônios, aqueles inimigos poderosos, se nos sujeitam. Note que os santos não têm maior alegria ou satisfação em quaisquer de seus triunfos do que quando triunfam sobre Satanás. Se os demônios se nos sujeitam, quem pode nos resistir? Que aceitação eles acharam no Senhor, e como Ele recebeu este relato.

  1. Ele confirmou o que eles disseram, por concordar com a sua própria observação (v. 18): “O meu coração e os meus olhos acompanharam vocês; eu notei o sucesso que tiveram, e vi Satanás, como um raio, cair do céu”.

Note que Satanás e o seu reino caem diante da pregação do Evangelho. “Entendam como é”, disse Cristo, “enquanto vocês ganham terreno, o diabo perde terreno.” Ele cai como um raio do céu, tão repentinamente, tão irrecuperavelmente, tão visivelmente, que todos podem percebê-lo, e dizer, “Veja como o reino de Satanás cambaleia, veja como ele tropeça.” Eles triunfaram ao expulsarem demônios dos corpos das pessoas; mas Cristo vê e se alegra pela queda do diabo devido ao interesse que Ele tem pelas almas dos homens. E assim temos uma referência ao seu poder nos lugares celestiais, Efésios 6.12. Ele prevê isto como sendo apenas um desejo do que agora deveria ser feito em breve, e que já havia começado - a destruição do reino de Satanás no mundo pela eliminação da idolatria e pela conversão das nações à fé em Cristo. Satanás cai do céu quando cai do trono nos corações dos homens, Atos 26.18. E Cristo previu que a pregação do Evangelho, que voaria como o raio através do mundo, onde quer que fosse derrubaria o reino de Satanás. Agora é expulso o príncipe deste mundo.

Alguns têm dado um outro sentido a isso - tendo em vista a queda dos anjos - como se o propósito aqui fosse advertir estes discípulos, para que o sucesso deles não os tornasse soberbos: “Eu vi os anjos se tornarem demônios por causa do orgulho; este foi o pecado pelo qual Satanás foi expulso do céu, onde ele havia sido um anjo de luz. Eu vi, e vos dou um aviso para que não vos ensoberbeçais pelo orgulho, para não cairdes na condenação do diabo, que caiu pelo orgulho”, 1 Timóteo 3.6.

  1. Ele repetiu, ratificou, e aumentou o comissionamento deles: Eis que vos dou poder para pisar serpentes, v. 19. Note que para aquele que possui, e usa bem o que possui, mais lhe será dado. Eles haviam empregado seu poder vigorosamente contra Satanás, e agora Cristo lhes confia um poder maior. (1) Um poder ofensivo, poder para pisar serpentes e escorpiões, demônios e espíritos malignos, a antiga serpente: “Esmagareis a cabeça da serpente em meu Nome”, de acordo com a primeira promessa, Gênesis 3.15. Vinde, calcai os vossos pés nos pescoços destes inimigos; pisareis estes leões e serpentes onde quer que vos encontreis com eles; vós os calcareis debaixo dos vossos pés, Salmos 91.13. Pisareis todos os poderes do inimigo; e o Reino do Messias será estabelecido em todos os lugares sobre as ruínas do reino de Satanás. Assim como os demônios se vos sujeitam agora, eles ainda vos serão sujeitos. (2) Um poder defensivo:

“Nada vos fará dano algum; nem serpentes, nem escorpiões, se fordes castigados com eles ou lançados em prisões e calabouços entre eles; não sereis feridos pelas criaturas mais venenosas,” como aconteceu com Paulo (At 28.5), como é prometido em Marcos 16.18. “Se os homens perversos forem como as serpentes para vós, e habitardes entre estes escorpiões (como Ez 2.6), podereis desprezar a fúria deles, e pisar neles; isto não precisará vos perturbar, pois eles não têm nenhum poder contra vós, além do que eles receberam do alto; eles podem fazer barulho, mas não podem ferir”. Podeis brincar sobre a toca da áspide, pois a própria morte não ferirá nem destruirá, Isaías 11.8,19; 25.8.

  1. Ele os instruiu a canalizarem a sua alegria para o motivo certo (v. 20): “Não vos alegreis porque se vos sujeitam os espíritos, por serem assim, e por continuarem assim. Não vos alegreis nisso meramente como se fosse a vossa honra, e uma confirmação da vossa missão, e como se isso vos colocasse em um grau acima das outras pessoas boas. Não vos alegreis somente nisso, ou principalmente nisso, mas alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus, porque sois escolhidos de Deus para a vida eterna, e sois os filhos de Deus pela fé.” Cristo, que conhecia os conselhos de Deus, podia lhes dizer que os seus nomes estavam escritos nos céus, porque é no livro da vida do Cordeiro que eles estão escritos. Todos os crentes são, pela graça, eleitos para a herança de filhos, e receberam a adoção de filhos, e o Espírito de adoção, que é o desejo desta herança. E assim são incluídos entre a sua família; agora isto é motivo de alegria, alegria muito maior do que expulsar demônios. Note que o poder de serem feitos filhos de Deus deve ser mais valorizado do que o poder de operar milagres; porque lemos daqueles que no nome de Cristo expulsaram demônios, como fez Judas, mas que não serão reconhecidos por Cristo no grande dia. Mas aqueles cujos nomes estão escritos nos céus jamais perecerão; eles são as ovelhas de Cristo, a quem será dada a vida eterna. As graças da salvação devem gerar mais alegria do que os dons espirituais; o amor santo é um caminho mais excelente do que o falar em línguas.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 599-600.

Lc 10.8,9 Quando as duplas de discípulos entrassem em uma cidade, e fossem recebidos em uma casa, Jesus lhes disse para comer do que lhes pusessem diante. Poderia acontecer que eles fossem recebidos em casas não judias, onde as refeições não cumpririam todas as leis cerimoniais dos judeus. Jesus lhes disse que não se preocupassem com o que estivessem comendo, mas que fizessem o que tinham vindo fazer - curar os enfermos (o que era um sinal de que o reino era chegado) e proclamar às pessoas que era chegado o reino de Deus (veja também 10.11; 21.31).

Esta “proximidade” do reino significava tanto “já estar aqui” quanto “chegar em breve”. O reino que Jesus iniciou na terra não eliminaria a opressão romana nem traria a paz universal imediatamente. Na verdade, era um reino que começava nos corações das pessoas e estava tão próximo quanto a vontade das pessoas de fazerem de Jesus o Rei de suas vidas.

Lc 10.10,11 Jesus também deu instruções caso seus discípulos entrassem em uma cidade e não fossem recebidos. Ele deixou claro que eles iriam enfrentar rejeição em alguns lugares. Mas a rejeição à sua mensagem não mudaria a mensagem. Mesmo que o povo a rejeitasse, o reino de Deus ainda continuaria próximo, mas aqueles que o recusassem iriam perdê-lo. Jesus repetiu a instrução de sacudir o pó daquela cidade dos seus pés como um anúncio público da sua condenação (9.5).

Lc 10.17 Algum tempo se passou entre 10.16 e 10.17. Os setenta e dois discípulos completaram a sua missão em várias cidades e aldeias (10.1) e retornaram com alegria.

Eles tinham visto resultados tremendos ao ministrar em nome de Jesus e com a sua autoridade. Eles estavam exultantes pelas vitórias que tinham testemunhado - que até mesmo os demónios tinham se sujeitado a eles em nome de Jesus. Provavelmente eles tinham sido capazes de libertar endemoninhados, e isto os emocionou.

Lc 10.18,19 Isto queria dizer que Jesus via, como numa visão, Satanás, como raio, cair do céu (isto é, de uma posição de poder) durante o ministério dos discípulos. Satanás sofreu uma derrota notável quando estas trinta e seis [ou trinta e cinco] duplas de homens viajaram pelo país expulsando demônios.

Satanás poderia tentar desencorajar e fazer mal aos discípulos de Jesus, mas quando eles estavam em sua missão, nada poderia lhes acontecer. Jesus lhes tinha dado poder contra toda a força do inimigo. Pisar serpentes, e escorpiões pode ser uma alusão a SI 91.13, onde as serpentes estão entre as criaturas perigosas das quais Deus protege o povo de Israel. Veja também Deuteronômio 8.15 onde os escorpiões e as serpentes estão relacionados.

Lc 10.20 Tal poder e autoridade podem ser uma experiência emocionante, mas os discípulos foram advertidos a não se alegrarem somente porque os maus espíritos se sujeitavam a eles. A razão principal para a alegria era que seus nomes estavam escritos nos céus. O seu ministério não deveria se tornar uma experiência de poder que levasse ao orgulho, mas uma experiência de serviço cujas únicas motivações fossem o amor a Deus, e o desejo de que mais pessoas se unissem a eles no reino.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 394-395.

Lc 10. 17-20. Esse bloco que narra o retorno dos setenta pertence ao material exclusivo do evangelho de Lucas. Os discípulos retornados relatam, cheios de alegria, que até mesmo os demônios tiveram de lhes obedecer quando eram enfrentados na autoridade de Jesus. Cabe considerar que ao ordenar aos discípulos que curassem enfermos Jesus não deu a instrução expressa de expelir demônios. A alegria dos setenta é muito compreensível porque no passado os nove apóstolos fracassaram na tentativa de curar o menino endemoninhado (Lc 9.37ss). Jesus teve de enfrentar o perigo de superestimarem a sua autoridade pessoal sobre os demônios. Ele corrige isso com sincero amor por seus mensageiros, de forma que não ressoa a menor reprimenda. Com palavras memoráveis, o Senhor lhes diz que ele foi testemunha ocular quando Satanás foi precipitado do céu.

A promessa de andar sobre serpentes e escorpiões e derrotar com autoridade todo o exército do inimigo sem sofrer danos é uma recordação do Salmo 91 (cf. Sl 91.13). Ali se menciona, além de serpentes e leões, também o dragão, nome também dado a Satanás (Ap 12.3,9; 20.2).

As vitórias conquistadas até então sobre Satanás e a promessa do Senhor de que farão façanhas ainda maiores são inúteis se não tiverem como fundamento a salvação pessoal. Incomparavelmente mais preciosa do que possuir todas as dádivas da graça é a própria graça de Deus, transmitida a todos os verdadeiros discípulos do Senhor pelo fato de que seus “nomes estão inscritos no livro da vida”. Muitas vezes salienta-se na Escritura a importante ideia da inscrição nos céus ou no livro da vida (cf. Êx 32.32; Sl 69.28; 87.6; 139.16; Is 4.3; Dn 12.1; Fp 4.3; Ap 3.5,12; 13.8; 20.12,15; 21.27; Hb 12.23). Ela é o motivo da maior das alegrias e uma firme comprovação da certeza da salvação pessoal.

Toda a salvação e, por isso, também o mais profundo alicerce de nossa alegria não reside em nosso agir para ele, mas no agir de Deus por nós, justamente na forma exclusiva, muito particular e única, em sua graça eletiva divina que já foi expandida sobre nós antes da fundação do mundo.

Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.

II - A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)

  1. O alcance da Grande Comissão.

Nas suas palavras finais aos seus “onze” discípulos, após a ressurreição, Jesus lhes deu a mais importante missão que poderia ser confiada a homens. A ordem de irem “por todo o mundo” e pregarem “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Aquele mandato seria extensivo a todos os demais discípulos, que o seguiam, e a todos os que haveriam de segui-lo ao longo dos tempos, e até à sua vinda em glória. Foi o que se convencionou chamar de “A Grande Comissão”. Eles foram comissionados para continuar a obra que o Mestre iniciou, em seu ministério terreno. Começou com 12, mas só onze estavam ali para receber aquela tão honrosa, difícil e gloriosa missão. Após a ascensão de Jesus, Matias foi escolhido para substituir Judas (At 1.23-26).

  1. O ALCANCE DA GRANDE COMISSÃO

Tem alcance mundial. Os seguidores de Jesus deveriam ir “por todo o mundo” para levar as Boas-Novas de salvação. Antes de qualquer outra incumbência, eles teriam que realizar o papel de evangelistas, evangelizadores ou missionários, para buscarem as almas perdidas para Cristo. Outras funções ministeriais, de pastor, presbítero, diácono e as demais são consequência dos resultados da evangelização. E a tarefa não se restringia aos arredores de Jerusalém. A missão de propagar o evangelho de Cristo teria que ser local, regional, nacional e transcultural, “por todo o mundo”.

Destina-se a todos os povos. Enquanto os judeus entendiam que a salvação seria exclusiva para eles, que esperavam o Messias, Jesus ultrapassou aquela visão limitada, e deu ordem a seus seguidores para que levasse a mensagem do evangelho “a toda criatura”. A Igreja de Jesus é “inclusiva” para os que o aceitam e abandonam o pecado. E é “exclusiva” para quem quer ficar ao lado de Cristo (Mt 12.30).

Os sinais aos que crerem. Ante a preocupação dos discípulos com a grave incumbência de serem os responsáveis pelo início da evangelização do mundo, Jesus lhes tranquilizou, mostrando-lhes que a eles e aos que haviam de crer no evangelho, seriam concedidos recursos espirituais jamais entregues a outras pessoas, para que pudessem alcançar a missão que lhes era confiada naquele momento especial. Ante os olhares ansiosos e tensos, Jesus lhes asseverou: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17, 18). Eles já tinham visto muitos sinais, operados por Cristo. Eles próprios tiveram experiências com sinais, operados por Cristo. Mas, na sua despedida, Jesus lhes assegurou que aqueles sinais não seriam apenas para eles e sim para os “que crerem”.

Nos primórdios da Igreja, no período apostólico, todos esses sinais foram realizados, exceto o de “beberem alguma coisa mortífera” (ou veneno) sem sofrer qualquer dano. Os críticos dos evangelhos dizem que essa parte do evangelho de Marcos não consta dos originais. Foi inserida pelos escribas para que a despedida de Jesus não deixasse um “clima” de desconforto ou de frustração. E introduziram uma seção triunfalista, incluindo a possibilidade de um crente tomar veneno e não morrer. E evidente que nenhum cristão deve experimentar tomar veneno para provar que Deus o guarda de morrer. Mas, se um crente em Jesus ingerir uma “coisa mortífera”, acidentalmente, ou por imposição do Diabo, se Deus quiser, e estiver em seus propósitos, pode perfeitamente evitar qualquer dano a seu servo, “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

O revestimento de Poder. A Grande Comissão exigiria um revestimento de poder sobrenatural para sua eficácia. Antes de subir aos céus, Jesus disse aos seus discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.49 — grifo nosso).

O revestimento de poder a que Jesus se referia era a descida do batismo com o Espírito Santo. Não era a salvação, como creem alguns evangélicos de algumas denominações. Os discípulos já eram salvos. Já tinham recebido o Espírito Santo, no sopro de Jesus sobre eles (Jo 20.22). Mas, para evangelizar, cumprindo a Grande Comissão, teria necessidade de um revestimento de poder sobrenatural, que lhes daria graças, poder e unção para saírem pelo mundo afora, enfrentando os mais difíceis obstáculos, e as mais cruéis perseguições humana, de reis, imperadores e até de muitos que se dizem cristãos.

Os discípulos estavam preparados para a Missão, pois aprenderam aos pés de Jesus, ao longo de uma convivência de cerca de três anos. Porém os desafios seriam inimagináveis para eles. De fato sofreram, foram perseguidos, amarrados e mortos. Lucas registra, em Atos dos Apóstolos, algumas palavras de Jesus, antes da ascensão, Jesus prometeu o poder aos seus seguidores, a fim de que, diante das lutas e provações, não desistissem de cumprir a sagrada comissão (At 1.8).

A virtude do Espírito Santo era o que estava faltando aos apóstolos ou evangelistas. Eles já eram salvos, mas teriam que aguardar “a virtude do Espírito Santo”, para serem testemunhas corajosas, enviadas ao meio de “lobos devoradores” (Mt 7.15). E o revestimento veio sobre os discípulos, no Dia de Pentecostes, quando receberam o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-13).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-100.

Mt 28.18-20 Quando alguém está morrendo ou nos deixando, nós prestamos atenção às suas últimas palavras. Jesus deixou os discípulos com algumas últimas palavras de instrução. Deus deu a Jesus todo o poder sobre o céu e a terra. Com base neste poder, Jesus disse aos seus discípulos ide e fazei discípulos (versão RA), pregando, batizando e ensinando. “Fazer discípulos” significa educar novos crentes sobre como seguir a Jesus, submeter-se à soberania de Jesus e assumir a sua missão de serviço misericordioso. Batizar é importante porque une o crente a Jesus Cristo em sua morte para o pecado, e em sua ressurreição para uma nova vida. O batismo simboliza a submissão a Cristo, a disposição para viver segundo a vontade de Deus, e a identificação com o povo da aliança de Deus. Batizar em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo é um gesto que afirma a realidade da Trindade, o conceito que veio diretamente do próprio Senhor Jesus. Ele não disse para batizar “nos nomes”, mas “em nome” do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

Embora em missões anteriores Jesus tivesse enviado os discípulos somente aos judeus (10.5,6), a sua missão a partir de então seria a todas as nações. Isto é chamado de Grande Comissão. Os discípulos tinham sido bem treinados, e tinham visto o Senhor ressuscitado. Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de todo o mundo a guardar todas as coisas que Jesus tinha mandado. Isto também mostrava aos discípulos que haveria um período entre a ressurreição de Jesus e a sua segunda vinda. Durante este período, os seguidores de Jesus tinham uma missão a cumprir - evangelizar, batizar e ensinar as pessoas a respeito de Jesus para que elas, por sua vez, pudessem fazer a mesma coisa.

As boas novas do Evangelho deveriam ser transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder e autoridade, Jesus ainda nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas, e os façamos discípulos do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a outro país - e fazer discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a todos os que chamam Jesus de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto sabendo que Jesus está conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da presença do Espírito Santo na vida dos crentes. O Espírito Santo será a presença de Jesus que nunca os deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). Jesus continua a estar conosco hoje, por meio do seu Espírito. Da mesma maneira como este Evangelho se iniciou, ele termina - Emanuel, “Deus conosco” (1.23).

As profecias do Antigo Testamento e as genealogias do livro de Mateus apresentam as credenciais de Jesus que o qualificam para ser o Rei do mundo - não um líder militar ou político, como os discípulos originalmente tinham esperado, mas o Rei espiritual que pode derrotar todo o mal e governar no coração de cada pessoa. Se nos recusarmos a servir fielmente ao Rei, seremos súditos desleais. Precisamos fazer de Jesus o Rei da nossa vida, e adorá-lo como nosso Salvador, Rei e Senhor.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 171.

À palavra de autoridade do Ressuscitado segue a ordem plenipotenciária do Príncipe da vida, que diz: Ide! O magnífico e único enviado Jesus Cristo, ressuscitado, vivo e poderoso – está enviando. Agora o envio não é provisório, limitado, transitório e para uma vez, como em Mt 10, mas definitivo, ilimitado, permanente, duradouro. Rompeu-se o estreitamento étnico da sinagoga e abriu-se a universalidade da comunidade. A comunidade de Jesus que abrange o mundo inteiro substituiu o modo etnicamente fechado de pensar da velha aliança pela nova aliança que rompe todas as barreiras.

Por isso a ordem com autoridade universal: Ide!

A essa ordem poderosa, Ide!, acrescenta-se a tríplice ordem de serviço ou ordem de missão de Jesus:

  • Façam que todos os povos sejam discípulos!;
  • Batizem-nos!;
  • Ensinem-nos!
  1. Façam que todos os povos sejam discípulos!

A expressão “façam que todos os povos sejam discípulos”, de acordo com o texto original grego, significa algo bem diferente e muito mais amplo que a tradução com o sentido de “ensinar todos os povos”. – O próprio Jesus mostrou e representou o que significa “fazer discípulos”. Seus discursos nada mais eram que um chamado ao discipulado, a segui-lo. Seguidor de Jesus é aquele que se voltou com toda a seriedade ao Senhor e está empenhado em viver conforme a vida do Senhor, ou seja, em buscar a santificação com disposição total.

Não é, de modo algum, uma questão óbvia que todos os povos devam ser convocados ao discipulado. Isto é um milagre nada menor que a própria ressurreição do Senhor, um milagre que já se anunciava na história do Encarnado e que acontece de modo poderoso ao se abrirem as portas para o mundo, depois que Israel fechou suas portas para Deus e rejeitou o Cristo com descrença!

É esse o sentido de “façam que todos os povos sejam discípulos!”. Convoquem para a decisão por Jesus, o Exaltado! Para isto, façam uso da “palavra” da cruz e da ressurreição!

  1. O segundo ponto é: Batizem os povos no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

A fórmula em tríade do batismo, que aparece aqui pela primeira vez, ainda não constitui uma confissão de fé trinitária elaborada, mas sim uma fórmula litúrgica correspondente aos três mergulhos da pessoa a ser batizada. Nela naturalmente se prepara o posterior desenvolvimento para uma confissão de fé. A locução “no nome de” significa a entrega do batizando ao Pai, Filho e Espírito. A realidade de Deus é desdobrada em três aspectos num só nome. O nome único previne o mal-entendido de que seriam três deuses aos quais o batizando é consagrado e aos quais a fé se dirige em três perspectivas (K. Barth).

O tríplice desdobramento, porém, atesta como o Deus único se volta para nós e se revela no batismo.

Tanto a palavra como o batismo adquirem seu sentido e sua força do fato de que é o Ressuscitado quem transmite ambos (palavra e batismo) aos seus discípulos. Estão imbuídos da vida a partir da morte, inerente ao Ressuscitado, e têm o propósito de concretizar essa vida.

Em relação ao batismo de João, este batismo tem um novo sentido, mesmo que, como aquele constitua a sentença de morte sobre o velho homem e o selo da salvação eterna. A novidade deste batismo, instituído pelo Ressuscitado, é que Jesus Cristo entrou nele e tornou-se o seu conteúdo, através da sua morte e ressurreição. Ser batizado significa, agora, morrer com Cristo e erguer-se com

ele para uma vida nova (Rm 6.1ss; cf. G. Bornkamm, em: Göttinger Meditationen, 1947, vol. 4, p. 411ss).

  1. À palavra e ao batismo que expusemos acima agrega-se ainda outra palavra: Ensinem-nos a cumprir tudo o que eu tenho mandado.

Palavra – batismo – palavra: esta é, portanto, a tríplice ordem de serviço do Ressuscitado.

Este ministério do ensino é a condução e liderança do grupo de seguidores de Jesus, realizadas através da palavra. A palavra não é apenas palavra de arauto, palavra de chamado, que visa a decisão, mas a palavra também é de aprofundamento, de cura de almas, de ensino, de exortação, de consolo, a palavra que deve conduzir de conhecimento a conhecimento, que deve desvelar mais e mais a riqueza da vocação celestial em Jesus Cristo.

A tríplice ordem missionária é emoldurada pela palavra da onipresença: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do tempo.

A palavrinha “eis” sempre aponta para algo muito especial, importante e digno de atenção. Nesta palavra o especial e importante é que Jesus exteriormente deixa de ser visível, porém interiormente permanece com eles, invisível, e precisamente em todo o tempo (“todos os dias”) e em todo o lugar (“com vocês”). A essência da comunidade de Jesus é que o Jesus Ressuscitado continua vivo e atuante. É a comunhão oculta dos cristãos com o Cristo, dos chamados com o que chama, dos enviados com o que envia.

Essa promessa do Senhor é a verdadeira preparação e legitimação da comunidade de Jesus, que a potencia e capacita para o serviço. Ela retira os discípulos do presente século. Sem ela, seguir a Cristo seria uma ação movida por recordações, presa aos altos e baixos da história, ao destino de viver e morrer. Sob essa promessa, no entanto, ser discípulo constitui, em meio ao presente século, um pedaço do novo mundo de Deus. A comunidade não está isenta das angústias deste mundo, pelo contrário, de acordo com a vontade de Jesus Cristo, e sendo seus discípulos, está ainda mais exposta a elas. Não obstante, ela já as atravessou, porque está com ela aquele Senhor para cuja revelação se direciona todo o curso do mundo, quando o estou com vocês todos os dias será mudado para estaremos com o Senhor para sempre (1Ts 4.17; Jo 14.3; cf. G. Bornkamm).

Mateus não encerra com a ascensão de Jesus. O fim de seu evangelho é dado com as palavra da autoridade, do serviço e da onipresença. Esse acontecimento não representa o encerramento apenas em sentido formal, mas também de modo mais profundo perfaz o alvo de toda a mensagem de alegria. Constitui a culminância da história de Jesus Cristo, e ao mesmo tempo a última palavra sobre o mundo e sobre sua última incumbência e o legado do Ressuscitado para a sua comunidade.

Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.

TODAS AS NAÇÕES

Jesus enviou Seus servos para fazer discípulos em todas as nações (ethne, povos; M t 28 .19). Essa ordenança pode parecer óbvia para nós hoje em dia; afinal de contas, vivem os numa era cristã que já dura mais de dois mil anos. o cristianismo hoje é uma religião praticam ente gentílica que representa aproximadamente um terço da população mundial. E, com a tecnologia moderna, a obra de anunciar o evangelho nos quatro cantos da terra parece uma tarefa relativamente muito simples.

No entanto, em certas áreas estamos como os primeiros discípulos de Jesus. Eles queriam um herói local, um Messias apenas para Israel, alguém que seguisse seus costumes e ratificasse seus preconceitos. Foi por isso que, sem dúvida algum a, ficaram estarrecidos com a visão transcultural proposta por Jesus de ultrapassar todas as fronteiras e levar a todos a mensagem da salvação pela cruz. Ele estava demonstrando ser muito mais do que o Rei dos judeus; Ele é o Cristo mundial, o Salvador do mundo inteiro.

Na verdade, Jesus vinha mostrando-lhes isso desde o início de Seu ministério. M ateus deixou registrada Sua obra entre os gentios (Mt 8.10; 15.24) e citou Isaías 42 .1 -4 para afirmar que Jesus anunciaria aos gentios [as nações] o juízo e que, no seu nome, os gentios esperarão (M t 12 .14-21). Todavia, os discípulos levaram muito tempo para acreditar nisso. Será que seu Senhor poderia estar mesmo interessado em “todas as nações”? Eles mesmos não estavam. Seria fácil aceitar a ideia de Jesus se importar com todo o mundo. M as não seria mais fácil ainda seguir um Cristo que se adequasse apenas à cultura deles?

Cultura, afinal, é a chave de tudo. Jesus mandou Seus servos galileus “fazer discípulos”, e eles fizeram — discípulos judeus.

M as eles tiveram um grande choque cultural quando o Espírito Santo trouxe um novo grupo à com unhão, inclusive discípulos helenistas, samaritanos e, enfim, gentios de todos os tipos (A t 6.1-7; 8 .4 -2 5 ; 10.1— 11.18; 15.1-21).

Hoje, a maior parte dos discípulos não é de origem caucasiana nem oriental [é semítica]. E não é de estranhar que eles tenham trazido à Igreja uma visão cultural diferente. Por essa razão, um dos maiores desafios que os cristãos enfrentarão nos próximos anos é o mesmo que os discípulos enfrentaram no início de seu movimento: não som ente crer em Jesus, mas também reconhecer que Ele de fato veio para todas as nações. Deus nos mandou fazer discípulos em todo o mundo porque isso faz parte de Seu grande propósito de, a longo prazo, tornar Seu nome conhecido em todas as nações (M l 1.11).

EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 87.

I Cor 9.16. Em seguida, o apóstolo indica que não merece nenhum crédito por pregar o evangelho. Ninguém merece crédito por fazer a sua obrigação. Ele escreve: Pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! (16) Sem dúvida, ele está se referindo à missão especial que havia recebido no caminho de Damasco (At 9.6). Ele havia sido um “vaso escolhido” para levar o nome de Cristo diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel (At 9.15) e havia sido separado pelo Espírito Santo para esse trabalho especial (13.2). Portanto, seria impossível fazer outra coisa, a não ser pregar o evangelho, sem se rebelar diretamente contra Deus (Rm 1.14; G11.15).

Pregar era a própria vida de Paulo, e ele “não podia parar de fazê-lo, da mesma forma como não podia parar de respirar”. A palavra imposta significa “fortemente impulsionado”. Assim, pregar era uma “função que ele foi forçado a executar”.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 314-315.

I Cor 9.16. Em que consiste essa ―glória‖? Novamente Paulo difere profundamente do pensamento predominante em Corinto. Lá as pessoas também se gloriavam, e ali se gloriavam todo tipo de novos mestres e mensageiros. Gloriam-se de seus dons e realizações no serviço da proclamação. Isso é completamente inaceitável para Paulo. “Pois, quando evangelizo, isso na verdade não é glória para mim. Afinal, uma obrigação pesa sobre mim; pois ai de mim se não evangelizasse” [tradução do autor]. Paulo tem consciência da objetiva gravidade da sua história de vida. Não se tornou um apóstolo ―espontaneamente‖. Ele foi confrontado como perseguidor de Jesus e transformado em apóstolo como inimigo vencido e indultado. A palavra do Senhor citada por Paulo em sua prestação de contas perante Agripa, ―Dura coisa é para ti recalcitrar contra o aguilhão‖ (At 26.14), caracteriza com exatidão a situação de Paulo. Ele é como um animal de tração atrelado, que a cada resistência e pinote afunda o ferrão do peão ainda mais na carne. Por isso “pesa sobre ele uma obrigação”.Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.fonte estudaalicao.blogspot.com /mauricioberwald.comunidades.net