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Lições antigas CPAD jovens relacionamento 2015
Lições antigas CPAD jovens relacionamento 2015

        LIÇÕES CPAD JOVENS RELACIONAMENTO 4TRIM-2015

                                    Lições Bíblicas CPAD

                             Jovens 4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 1: Fundamentos bíblicos para relacionamentos saudáveis

                              Data: 4 de Outubro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1).

 

SÍNTESE

 

A base de todos os relacionamentos cristãos saudáveis está na comunhão e unidade da própria Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 1.1-23; 2.1-15

Deus prepara um lindo jardim para o homem

 

 

TERÇA — Gn 1.24,25; 2.19,20

Deus cria seres para companhia do homem

 

 

QUARTA — Gn 1.26-31

Deus cria o homem à sua imagem

 

 

QUINTA — Gn 2.21-25

Deus cria para o homem alguém que lhe fosse semelhante

 

 

SEXTA — Gn 2.16,17

Obediência, adoração e amor

 

 

SÁBADO — Gn 3.1-24

Os relacionamentos com o Criador, a natureza e a criatura corrompidos.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DESCREVERos fundamentos teológicos dos relacionamentos cristãos;
  • APRESENTARas bases dos relacionamentos saudáveis;
  • COMPREENDERos princípios dos relacionamentos saudáveis.

 

INTERAÇÃO

 

Neste trimestre estudaremos a respeito dos relacionamentos em suas dimensões bíblica, pessoal, social e humana que envolvem respectivamente teologia, psicologia, sociologia e antropologia. Envolver-se com o presente tema não é apenas um desafio, mas também um aprendizado — todos podemos e devemos repensar e melhorar nossos relacionamentos. Aproveite estas lições para refletir e criar relacionamentos sólidos. Seja um exemplo para seus alunos.

O comentarista, Esdras Costa Bentho, é pastor, graduado em Pedagogia, Mestre em Teologia pela PUC-Rio, professor da FAECAD e autor de várias obras publicadas pela CPAD.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Nesta lição desenvolva o conceito de afetividade com os alunos. A afetividade é uma qualidade ou condição do ser psíquico que caracteriza uma capacidade de vivenciar internamente a realidade exterior, sentindo o impacto que essa realidade produz no interior na pessoa. É por meio dela que a pessoa reage emocionalmente a um estímulo. Ela é um modo de ser, porque o ser humano não “tem uma afetividade”, ele é afetividade. Assim, sem demorar-se muito, no terceiro subtópico do tópico I, provoque os alunos com as seguintes questões: (1) “A afetividade que uma pessoa sente por outra pode levá-la a racionalização (enganando-se a si mesma) e a verbalização (confundindo os outros) para camuflar os defeitos do outro alertado por pais, conselheiros e amigos?” (2) “Você é capaz de identificar a influência da razão e da afetividade em suas decisões?”. Trata-se de perguntas profundas que levarão seus alunos a refletirem! Se desejar, escreva-as numa folha de papel e entregue aos alunos para que respondam em casa. Isso é pessoal, não procure ler se alguém não lhe der esse direito. É para autoconhecimento do aluno.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 2.18-24.

 

18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

19 — Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.

20 — E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

“Nenhum homem é uma ilha isolada”. Essa importante estrofe do pregador John Donne (1572-1631), lembra-nos de que vivemos numa comunidade global, formada por pessoas de etnias e culturas diferentes. Todos recebemos do Criador a mesmíssima vida soprada em Adão (Gn 2.7; 5.3; At 17.25,26). O Senhor é doador da vida e de relacionamentos saudáveis, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28). Nessa lição, estudaremos os fundamentos bíblicos para a vida em comunidade e para os relacionamentos saudáveis.

 

  1. DEUS VIU QUE NÃO É BOM QUE O HOMEM VIVA SOZINHO (Gn 2.18)

 

  1. Relacionamento com Deus: a imagem divina (Gn 1.26).Na Antiguidade, apenas os grandes reis eram considerados “imagem de Deus”. Todavia, a Bíblia revela que isso não estava limitado aos monarcas, mas a todo homem — todos foram criados por Deus! Quão inovador não soou essa boa-nova aos ouvidos dos escravos, pobres, crianças, anciãos e mulheres do Antigo Oriente: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27; 1Co 11.7). Todos participam da vida do Criador! Tanto o homem quanto a mulher são capacitados pela imagem de Deus a viver em comunhão com o Senhor e com o semelhante na personalidade e socialidade que advém da semelhança com o Criador!
  2. Relacionamento com a criação: distinção e preservação (Gn 1.21-25).O mundo não é uma emanação divina. Tudo que existe foi criado por Deus. Essa mensagem soou como uma novidade na Antiguidade, acostumada a ver nas coisas criadas um reflexo da divindade (Dt 4.15-19; Rm 1.20-23). A Bíblia ensina que somente Deus é digno de adoração. Tudo é criação de Deus e somente o Senhor é Deus! O Deus que se relaciona com a humanidade é o mesmo que criou livre e amorosamente todas as coisas e as entregou ao cuidado do homem (Gn 1.28; 2.15). O homem é criatura, mas distinta das coisas criadas (Gn 1.26). Ele foi criado à imagem de Deus e capacitado para desenvolver a experiência da receptividade. Ele responde perante Deus a respeito de seus relacionamentos com os que lhe são semelhantes e com o mundo criado (Gn 4.8-13). Foi criado capaz de ser responsável diante do outro e da criação (Gn 3). Sua relação é dialógica com Deus (Gn 3.8,9) e de preservação e transformação responsável das coisas criadas.
  3. Relacionamento com o outro: identidade e solidariedade (Gn 2.18-25).O Senhor afirma que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Como pode estar sozinho se desfruta da comunhão com Deus e da presença de todos os animais (Gn 2.19; 3.8)? Embora o homem desfrutasse da comunhão com o Criador e com a criação, ambos relacionamentos davam-se de modo distintos e, por isso, ele estava incompleto. O relacionamento do homem com o mundo era mediante o trabalho, a celebração da vida (Gn 2.5,15,19,20); enquanto com Deus por meio da fé, da obediência, do amor e da adoração (Gn 2.16,17; 3.8). Uma dimensão física e imanente (mundo), e outra espiritual e transcendente (Criador). As dimensões espiritual e corpórea estavam integradas. Faltava-lhe, portanto, a dimensão interpessoal e afetiva (o outro): o relacionamento com outros seres humanos pelo diálogo, amizade, amor e abertura ao que lhe é igual. Essa dimensão deu-se por meio da criação do outro que, embora semelhante era diferente e complementar (Gn 2.21-23). Nisto se constitui a identidade do sujeito: o eu (si) — o que sou — e o outro — o que não sou. No primeiro, “o que sou”, somos chamados a ser sujeitos e controlar nossas vidas (rejeitando a dominação, a escravidão — autonomia), a escolher por nós mesmos (rejeitando a manipulação — liberdade), e a desenvolver meu modo próprio de ser pessoa (rejeitando a coisificação e instrumentalização — sujeito). No segundo, “o outro”, é verdadeiro o mesmo em relação ao primeiro, permitindo que aquilo que desejo para mim (autonomia, liberdade, condição de sujeito) seja também direito do outro, numa relação solidária.

 

 

Pense!

 

A imagem de Deus capacita-nos a viver plenamente com Deus, a distinguir-se da criação e a entender o próximo. Como valorizamos a imagem de Deus em nós?

 

 

Ponto Importante

 

O homem foi criado para viver e valorizar relacionamentos corretos e saudáveis.

 

 

  1. FUNDAMENTOS DOS RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS (Rm 12.9-21)

 

  1. Amor fraterno (Rm 12.10).A principal base de todo relacionamento saudável é o amor fraterno. Trata-se do tipo de amizade em que o outro é aceito e respeitado como tal. É um amor interpessoal, que valoriza as qualidades, respeita as diferenças e suporta as fragilidades. É um amor capaz de se alegrar com as conquistas do outro, e de se entristecer com o infortúnio alheio (Rm 12.15). Ele é cordial e fraterno (Rm 12.10), e se esforça pela paz (v.18). O amor fraterno é uma das principais colunas dos relacionamentos saudáveis (Hb 13.1), e não existe qualquer amizade verdadeira (1Pe 3.8) que subsista sem ele (1Ts 4.9). O amor fraternal desenvolve-se inicialmente na família, entre os parentes consanguíneos, porque o núcleo familiar é o lugar mais apropriado para o surgimento e crescimento das interações humanas frutíferas que se estenderão por toda vida. Ao longo da vida social, o amor fraternal é compartilhado com outras pessoas independente do parentesco, da etnia e posição social, chegando a tornar-se mais profundo e significativo do que os laços familiares (Pv 17.17; 18.24). Esse sentimento é caracterizado pela dedicação, compromisso, interesse, respeito pela outra pessoa e, assim como a Epafrodito, pode levar até ao sacrifício (Fp 2.19-30; 4.18). A base dele é o amor agápico (1Ts 4.9).
  2. Amor agápico (Jo 13.34).Este é o amor com que Deus ama-nos (Jo 3.16). Na verdade, o amor que é o próprio Deus (1Jo 4.8,16). Esse é o amor pelo qual Deus deu seu Filho para morrer pelos homens (1Jo 4.10), e o Filho deu-se a si mesmo à morte pela humanidade (Jo 15.13). Devemos “amar o próximo como a nós mesmos” (Mt 22.39). Todavia, tal amor pode sucumbir ao egoísmo, e aos interesses pessoais. Jesus deu-nos novo mandamento: que amemos uns outros, assim como ele nos amou (Jo 15.12). Um amor disposto ao sacrifício, cujo interesse não é o “si”, mas o “outro”. A descrição mais completa desse amor encontra-se em 1 Coríntios 13.1-13 e o seu exemplo mais singular em Filipenses 2.5-11 e 2 Coríntios 8.9. Em todas as dimensões possíveis esse amor se expressa por inteiro somente na Pessoa do Pai (1Jo 4.8,16), do Filho (Ef 3.19) e do Espírito Santo (Rm 15.30; ver 2Co 13.13). Deste modo, o amor agápico não é manifestado integral e completamente nas interações humanas pelo simples fato de o homem manifestar feixes de sentimentos contraditórios, positivos e negativos: amor e ódio, humildade e soberba, justiça e injustiça. Todavia, esse amor é derramado no coração do filho de Deus para que ele ame como Deus também ama (Rm 5.5; Jo 13.35). É desenvolvido na caminhada diária com o Senhor e a comunidade de fé.
  3. Amor agápico ordenado por Jesus.Embora o amor agápico não se apresente em sua plenitude nas limitações humanas, em Cristo, a pessoa pode amar com a mesma excelência com que Cristo ama e, assim, cumprir o mandato divino (Jo 13.34). Esse amor agápico é uma ordenança e a identidade (1Jo 4.7-13) mediante a qual o mundo conhece os discípulos de Cristo (Jo 13.35). Esse amor é incondicional e não exige uma resposta positiva da outra pessoa! Quem o possui ama sem exigir qualquer coisa em troca, mesmo que seja reciprocidade. É nesse sentido que se fala do amor de Cristo pela Igreja e do amor de Deus pelos homens (1Jo 4.10; Jo 3.16). Portanto, somente o temos, o vivemos e o comunicamos em união com Cristo Jesus. Os relacionamentos entre os filhos de Deus devem superar suas diferenças e inquietações por meio do amadurecimento do amor agápico na vida da comunidade de fé, a Igreja (1Jo 4.16-21).

 

 

Pense!

 

O amor fraternal e o agápico são a essência dos relacionamentos saudáveis e frutíferos. O que implica a falta deles em nós?

 

 

Ponto Importante

 

A vocação cristã consiste em refletir intensamente o mesmo amor de Jesus.

 

 

III. PRINCÍPIOS PARA SE ESTABELECER RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS

 

  1. Respeito (1Tm 2.2 —ARA).O respeito é um valor moral necessário ao convívio saudável e harmônico. Por meio dele apreciamos e reconhecemos o próximo e os seus direitos: à vida, à felicidade; ao trabalho; ao culto; à livre expressão de ideias. No mundo globalizado e multicultural de hoje, o respeito é uma necessidade para a boa convivência. Nenhum relacionamento saudável subsiste sem respeito mútuo (Rm 13.7; Ef 5.33; 1Tm 3.8; Tt 2.2 — ARA).
  2. Ética (Êx 20; Mt 5-7; 2Tm 3.16).Em aspecto prático, a ética refere-se às normas de conduta sob as quais a sociedade e o indivíduo vivem. Todavia, a base da ética cristã não são os costumes sociais, mas o caráter santo e misericordioso de Deus, os ensinos de Jesus, e as Escrituras. Estes fundamentam a vida e os relacionamentos saudáveis dos cristãos.
  3. Alteridade (Lc 6.36,37).O homem é um ser social! Ele vive em comunidade e interage com o outro, que lhe é diferente. Isto cria uma relação de interdependência e solidariedade, que são necessárias ao desenvolvimento pessoal e coletivo do ser humano. Por meio da alteridade a pessoa se coloca no lugar da outra, procurando entendê-la, respeitando as diferenças que existem entre ambas.

 

 

Pense!

 

Respeito, ética e alteridade são como estradas de duas vias. O que aconteceria se vivêssemos preocupados apenas conosco?

 

 

Ponto Importante

 

O amor verdadeiro abre-se ao mistério que é o outro.

 

 

CONCLUSÃO

 

A Sagrada Escritura revela o maior de todos os segredos para a construção de um relacionamento saudável: O Senhor não estava solitário na eternidade, mas compartilhava da comunhão perfeita do Filho e do Espírito Santo! É a relação perfeita de amor entre as três benditas pessoas da Deidade que possibilita-nos entender o desejo do Senhor Jesus ao dizer: “Que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21). Sejamos unidos, nos esforcemos para sermos unidos, e vivamos relacionamentos saudáveis, porque essa é a vontade de Deus.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

PALMER, M.D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001.
COLSON, C. E, Agora como Viveremos? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Qual foi o grande impacto que o conceito de “imagem de Deus” causou na Antiguidade?

De que todos são iguais diante de Deus pois todos são imagem de Deus.

 

  1. O homem é imagem de Deus e foi capacitado para quê?

A viver em comunhão com o Senhor e com o semelhante na personalidade e socialidade que advém da semelhança com o Criador!

 

  1. No que consiste a identidade do sujeito? Explique.

No que sou (eu), que implica autonomia e liberdade; e no que não sou (outro) que implica que o outro tem o mesmo direito à autônima e liberdade.

 

  1. Qual foi a grande mudança no mandamento de “amar o próximo como a ti mesmo”?

Um amor disposto ao sacrifício, cujo interesse não é o “si”, mas o “outro”.

 

  1. Quais os três princípios para o relacionamento saudável? Explique-os brevemente.

Respeito — valor moral necessário ao convívio saudável. Ética — normas de conduta para se viver. Alteridade — colocar-se no lugar da outra pessoa.

 

SUBSÍDIO

 

“A Comunidade

[...] O desejo por comunidade nos foi dado por Deus. Ademais, a comunidade é necessária para o desenvolvimento do cristão. É quase impossível desenvolver um estilo de vida cristão sem o companheirismo da Igreja; de fato, ‘a formação ocorre no contexto das relações’. Somente na comunidade é que a pessoa toma conhecimento de quem é, desenvolve seu caráter e vive de acordo com ele. Mas a comunidade deve ser uma comunidade fiel, pois devemos nos preocupar em nos formar fielmente.

 

Definição

A palavra do Novo Testamento usada para identificar o tipo de comunidade necessária é koinonia. Paulo a usou para indicar ‘o companheirismo do relacionamento dos cristãos com Cristo’ e, por conseguinte, uns com os outros. Koinonia tem o significado básico de ‘compartilhar algo com alguém’. Assim, para nós, koinonia é o companheirismo dos crentes em Cristo, que deve ser encontrado na Igreja.

 

Características da Koinonia

Howard Snyder especifica três aspectos da comunidade cristã importante para este estudo: compromisso e concerto, vida compartilhada e transcendência. Pode ser proveitoso aplicar estes aspectos da koinonia aos elementos que James McClendon sugere que os cristãos precisam: estabilidade (para o corpo), integridade (para a mente) e liberdade (para o espírito). Os cristãos precisam estar em um ambiente que venha a nutrir o corpo, a mente e o espírito [...]” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.305).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                                               Lições Bíblicas CPAD

                   Jovens  4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis                     Vivendo e aprendendo a viver

             Comentarista: Esdras Costa Bentho  

             Lição 2: Relacionamento em família

                   Data: 11 de Outubro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

Deus faz que o solitário viva em família [...]” (Sl 68.6a).

 

SÍNTESE

 

Deus criou a família como centro de comunhão e realização humana, um lugar por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam sobre a Terra.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 2.24

A instituição da primeira família

 

 

TERÇA — Gn 3.12-20

A crise na primeira família

 

 

QUARTA — Gn 4.8-16

A primeira tragédia entre irmãos

 

 

QUINTA — Gn 4.18-24

A família monogâmica ameaçada

 

 

SEXTA — Gn 4.25-26

Restauração do propósito divino na família

 

 

SÁBADO — Ef 5.22-6.4

Princípios divinos para uma família saudável

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDERo propósito da criação da família;
  • ENTENDERo significado de honrar os pais;
  • DESENVOLVERa boa comunicação em família.

 

INTERAÇÃO

 

Como foi a recepção da lição anterior entre os alunos? O desejo dos editores é que essas lições se transformem em atitudes que mudem, fortifiquem e ampliem os relacionamentos por meio de uma reflexão mais bíblica do que social, todavia, sem ignorar a contribuição de ambas à completa compreensão do temário. Portanto, leia atentamente o texto complementar na seção Subsídio; adapte a lição ao contexto social e nível de compreensão de seus alunos, pesquise em fontes confiáveis, e empregue recursos didáticos diversificados. Que o Senhor continue abençoando vossa vida e ministério.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Nesta lição, depois da introdução ao tema, distribua um pedaço de papel para cada aluno e solicite que eles escrevam apenas uma palavra que descreva o conceito de família para eles. Não pode ser dois ou três vocábulos, mas apenas e exclusivamente um.

Fique atento aos termos e escreva-os no quadro ou outro lugar apropriado. De acordo com o desenvolvimento da aula, inclua essas palavras em sua ministração, ora conceituando-as, ora afirmando ou corrigindo-as. Seja perspicaz e procure compreender o que levou o aluno a destacar tal palavra.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmos 128.1-6; Efésios 6.1-4.

 

Salmos 128

1 — Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!

2 — Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem.

3 — A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.

4 — Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!

5 — O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.

6 — E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.

 

Efésios 6

1 — Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

2 — Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,

3 — para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

4 — E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

No contexto da vida pós-moderna há uma grande crise e desconfiança nas instituições. Por vários fatores, nem sempre fáceis de serem compreendidos, o homem moderno se opõe as instituições tradicionais, como a religião e a família. Esta última tem sido alvo de ataques que procuram ruir os fundamentos bíblicos e cristãos que servem de âncora para uma família saudável e feliz. Nesta lição, estudaremos que a família cristã é um centro por meio do qual as bênçãos divinas devem fluir sobre toda a terra (Gn 12.3).

 

  1. O IDEAL DA FAMÍLIA

 

  1. O propósito de Deus (Gn 2.18-24).Deus criou a família para ser um centro de comunhão entre homem e mulher e os filhos gerados dessa relação. A família seria um núcleo irradiador das bênçãos divinas e realizações humanas. O trabalho (Gn 2.15), a subsistência (Gn 1.29,30), o lazer (Gn 2.1-3), o prazer e procriação (Gn 1.28), e os papéis sociais dos membros da família (Gn 2.24), estavam interligados harmoniosamente com o propósito do Criador. Deus vira que não era bom que o homem estivesse só (Sl 68.6), e, por isso, criou-lhe a família (Gn 2.18). A solidão é um agravo à saúde psicofísica da criatura humana e, por mais esta razão, o Senhor não deixaria a criatura feita à sua imagem sem um semelhante para comungar e expressar tudo quanto recebera da parte de Deus. Homem e mulher, portanto, fazem parte do mesmo projeto divino e ambos são responsáveis pela harmonia familiar, desenvolvimento da afetividade e crescimento pessoal. É na família que podemos crescer no conhecimento do Senhor (Os 6.3), amadurecer nossas emoções, e nos desenvolver como pessoas plenamente realizadas (Lc 1.80; 2.52).
  2. O pecado (Gn 3).O pecado é uma ofensa contra Deus (Rm 3.23), e o próximo (Mt 6.14). Ele afasta as pessoas tanto de Deus como do outro. A primeira crise familiar foi provocada pela desobediência ao mandato divino (Gn 3.11), pela falta de franqueza e transparência no diálogo (Gn 3.1-5,12,13), e pelo egoísmo na satisfação das necessidades pessoais (Gn 3.6). Nesta crise encontram-se os infortúnios que atingem a família hodierna: desobediência, falta de diálogo, egoísmo e medo. O primeiro registro bíblico da palavra “medo”, “temor” ou “pavor” acha-se em paralelo ao problema do mal moral ou da Queda. Diz a Bíblia: “E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gn 3.9,10). O medo, segundo Gênesis, é produto do pecado, ou melhor, da perda da comunhão com Deus. Não há medo quando o crente está na relação certa com o Criador! Enquanto Adão mantinha-se em harmonia e comunhão com Deus, nada o atemorizava. O medo não existia antes da Queda, mas assumiu o controle das emoções humanas quando a criatura fora suficientemente corajosa para desobedecer o mandamento divino!
  3. O lar abençoado por Deus (Sl 128.1-6).Pelo fato de os homens serem pecadores, nenhuma família será perfeita, porquanto as pessoas que a compõe são imperfeitas. É preciso entender isso e não exigir dos familiares uma perfeição impossível de alcançar. Comece dando-lhes o exemplo. Aceite e ame-os com todo desprendimento. O amor tudo suporta (1Co 13.7; Ef 4.2; Cl 3.13). Todavia, o lar pode e deve ser um lugar onde as bênçãos do Senhor estão presentes. O fundamento para a felicidade no lar são o temor ao Senhor e a submissão aos seus mandamentos (v.1). Observando deste modo, as realizações pelas quais a sociedade tanto labuta fluíriam naturalmente no lar: prosperidade financeira e realização no trabalho (v.2), completa realização no matrimônio e na criação dos filhos (v.3); porque assim é abençoado aquele que teme ao Senhor (v.5).

 

 

Pense!

 

Cada membro da família é responsável pela unidade e harmonia doméstica. O que você está fazendo para essa harmonia?

 

 

Ponto Importante

 

A bênção do Senhor está sobre a família cujo fundamento é Cristo.

 

 

  1. O SIGNIFICADO DE “HONRAR PAI E MÃE” (Êx 20.12; Ef 5.22,23; 6.1,2)

 

  1. Obediência.O mais básico sentido de honrar os pais é obedecê-los (Pv 4.1-4; 23.22). Segundo a Bíblia, a desobediência aos pais implica em duras indigências e maldições (Pv 20.20; 30.17; Êx 21.15; Lv 20.9). Contudo, um filho submisso é a alegria dos pais (Pv 10.1; 13.1; 15.20). Neste aspecto, honrar os pais significa respeitá-los, obedecê-los e acatar seus conselhos. O mandamento de honrar pai e mãe é incondicional, imutável e vigente pelo tempo que os pais viverem. Infelizmente, alguns acham que tornar-se adulto e contrair matrimônio são ocasiões para livrarem-se dos pais. Em nenhuma fase da vida a pessoa está livre do cumprimento dessa ordem.
  2. Provisão.O segundo sentido do mandamento é prover os pais em suas necessidades. Qualquer teoria ou prática que pretenda desobrigar os filhos dessa responsabilidade contradiz as Escrituras (Mc 7.10-13). De acordo com Jesus, sustentar os pais na velhice (Mc 7.11-13) era um mandamento que não poderia ser anulado pela tradição. O Novo Testamento ensina o apreço e consideração pelos pais na velhice. Timóteo foi proibido por Paulo a repreender asperamente um ancião. Deveria admoestar os idosos como a pais e mães (1Tm 5.1,2), e as viúvas com mais de sessenta anos deveriam ser registradas na lista oficial de “viúvas da igreja” (vv.9,11). Todavia, a responsabilidade de cuidar dos pais em avançada idade era dos parentes próximos: “Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (v.8). Cuidar dos pais implica em suprir suas carências materiais (Sl 37.25) e não desprezá-los na velhice (Pv 23.22). Na morte, Jesus lembrou-se do cuidado devido à sua mãe (Jo 19.26,27), traduzindo deste modo o solícito pedido do salmista ao Senhor: “Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força” (Sl 71.9).
  3. Preservação moral.O terceiro aspecto do mandamento é a preservação moral dos pais. A observação a esse preceito trouxe bênçãos para Sem e Jafé, mas a desobediência incorreu em maldição para Canaã (Gn 9.20-29). Isto implica em não expor os pais ao ridículo, divulgar suas fraquezas, debochar da senilidade dos pais, entre outras (Pv 11.13; 19.26). Atente para o conselho de Provérbios 30.17. Lembre-se: “A glória dos filhos são seus pais” (Pv 17.6).

 

 

Pense!

 

Honrar os pais é o primeiro mandamento com promessa: prosperidade e vida longa! Não almejas tais bênçãos?

 

 

Ponto Importante

 

Desonrar os pais é ofender Àquele que nos deu o mandamento: o Senhor.

 

 

III. A COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA (Sl 19.14; 141.3; 1Co 15.33)

 

  1. A arte da comunicação familiar.Há um interesse social cada vez maior na arte da comunicação. Contudo, muito empenho é feito na área do crescimento profissional e pouco para melhorar a comunicação doméstica. Há pessoas que conversam com todos no trabalho, na escola e na igreja, mas são de poucas falas com a família. Não têm interesse no diálogo com os pais, filhos, irmãos, esposa. Comunicam-se mais pelas redes sociais com os estranhos, enquanto se fazem estranhos à própria família. A única coisa que comunicam é quando diz respeito às necessidades pessoais. Sabe-se que é impossível não se comunicar. As pessoas estão sempre se comunicando, seja com gestos, seja com posturas ou tom de voz. Até mesmo ficar em silêncio é uma forma de comunicação. O receio que alguns possuem em se comunicar na família reside no fato de que o diálogo modifica, muda ou afeta os sujeitos da comunicação. Quando os membros familiares interagem constantemente por meio do diálogo, eles estimulam e reforçam o que está sendo dito por meio de atitudes e gestos de modo que a comunicação define e aprofunda o relacionamento na família (Cl 3.16,17). A comunicação, portanto, influencia o comportamento e as atitudes das pessoas.
  2. Como melhorar a comunicação na família (Tg 3).Toda família é singular. Não existe uma família que seja igual a outra. Deste modo, não se pode receitar regras para se estabelecer a comunicação doméstica, mas é possível observar algumas normas gerais. Primeiro, procure conversar a respeito daquilo que interessa ao outro (Pv 10.32). Segundo, seja atencioso ao seu interlocutor (Pv 15.23). Terceiro, use palavras educadas e afáveis (Pv 15.1,4; 16.24). Quarto, resista à tentação de interromper a conversa (Pv 15.31). Quinto, não atenda as redes sociais enquanto conversa. Sexto, não ofenda e, se ofendido, mostre tolerância (v.17). Sétimo, respeite e não fale mal dos outros (Tg 4.11). Oitavo, rompa as barreiras que foram erguidas devido os problemas do passado. Nono, perdoe e aceite o perdão de seus parentes. Pai, mãe, irmãos e irmãs são laços que se estabelecem para sempre. Décimo, frequente as reuniões e celebrações familiares.
  3. Comece por você.A mudança para uma comunicação frutífera na família deve começar por você. Seja o exemplo! Não espere que o outro tome a iniciativa. Portanto, mostre-se aberto ao diálogo em família. Procure conhecer o perfil e áreas de interesse dos seus familiares. Começar um diálogo a partir daquilo que seu parente gosta é um bom início. Vença a barreira que a racionalidade impôs ao homem moderno e aprenda a demonstrar seus sentimentos. Diga aos seus pais, irmãos e irmãs o quanto você ama-os. Tome a iniciativa e crie oportunidades e ambiente propício à comunicação.

 

 

Pense!

 

Não escolhestes a família a qual pertences, mas tens a oportunidade de torná-la uma grande bênção!

 

 

Ponto Importante

 

A família é um presente de Deus para o pleno desenvolvimento de nossa humanidade.

 

 

CONCLUSÃO

 

O Senhor deu a você uma família para o pleno desenvolvimento de seus dons e competências. A família é o primeiro núcleo social no qual todos os homens são inseridos. É nela que o indivíduo se descobre diferente do outro, constrói sua identidade e inicia sua descoberta do mundo e do mistério da vida. Portanto, valorize seus pais, irmãos e irmãs, avós e avôs, tios e tias, primos e primas. Construa um ambiente o qual você possa chamar de “lar”, que sirva-te de refúgio, fortaleza e escola.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BENTHO, Esdras C. A Família no Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.
SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Qual o propósito de Deus ao criar a família?

Ser um centro de comunhão entre homem e mulher e os filhos gerados dessa relação.

 

  1. Quais os dois fundamentos da bênção do Senhor na família?

O temor ao Senhor e a submissão aos seus mandamentos.

 

  1. Procure no dicionário os significados da palavra “honra”.

Conjunto de ações e qualidades que fazem com que alguém seja respeitado.

 

  1. Cite e comente os três aspectos do mandamento de honrar os pais.

Obediência aos seus ensinos, provisão de suas necessidades e preservação de sua vida e honra.

 

  1. Cite duas normas para melhorar a comunicação na família.

Conversar a respeito do que interessa o outro (Pv 10.32) e ser atencioso ao interlocutor.

 

SUBSÍDIO

 

“Família, Centro de Comunhão

Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn 1.28). Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo o que recebeu da parte de Deus, pois o homem sente-se pessoa não apenas pelo que é, mas também quando vê o seu reflexo no outro que lhe é semelhante. Portanto, a sentença divina ecoada nos umbrais eternos expressa o amor e o cuidado celeste para com a vida afetiva do homem. O próprio Deus não estava solitário na eternidade, mas partilhava de incomensurável comunhão com o Filho e o Santo Espírito. Deus é um ser pessoal e sociável às suas criaturas morais. No entanto, contrapondo a natureza divina à humana, concluímos que o intrínseco relacionamento entre a divindade e o ente humano dá-se em níveis transcendentais, metafísicos. Por conseguinte, faltava ao homem alguém que lhe fosse semelhante, ossos dos seus ossos, carne de sua carne, alguém que se chamasse ‘varoa’ porquanto do ‘varão’ foi formada. Essa correspondência não foi encontrada nos seres irracionais criados, mas na criatura tomada de sua própria carne e essência. A mulher era ao homem o vis-à-vis de sua existência. Seu reflexo. Partida e chegada. O homem e a mulher se identificam mutuamente por compartilharem da mesmíssima imagem divina: ‘E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou’ (Gn 1.27)” (BENTHO, Esdras C. A Família no Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.24).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

                                                      Lições Bíblicas CPAD

                         Jovens 4º Trimestre de 2015 

        Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis                                                  Vivendo e aprendendo a viver

                     Comentarista: Esdras Costa Bentho  

                      Lição 2: Relacionamento em família

                             Data: 11 de Outubro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

Deus faz que o solitário viva em família [...]” (Sl 68.6a).

 

SÍNTESE

 

Deus criou a família como centro de comunhão e realização humana, um lugar por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam sobre a Terra.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 2.24

A instituição da primeira família

 

 

TERÇA — Gn 3.12-20

A crise na primeira família

 

 

QUARTA — Gn 4.8-16

A primeira tragédia entre irmãos

 

 

QUINTA — Gn 4.18-24

A família monogâmica ameaçada

 

 

SEXTA — Gn 4.25-26

Restauração do propósito divino na família

 

 

SÁBADO — Ef 5.22-6.4

Princípios divinos para uma família saudável

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDERo propósito da criação da família;
  • ENTENDERo significado de honrar os pais;
  • DESENVOLVERa boa comunicação em família.

 

INTERAÇÃO

 

Como foi a recepção da lição anterior entre os alunos? O desejo dos editores é que essas lições se transformem em atitudes que mudem, fortifiquem e ampliem os relacionamentos por meio de uma reflexão mais bíblica do que social, todavia, sem ignorar a contribuição de ambas à completa compreensão do temário. Portanto, leia atentamente o texto complementar na seção Subsídio; adapte a lição ao contexto social e nível de compreensão de seus alunos, pesquise em fontes confiáveis, e empregue recursos didáticos diversificados. Que o Senhor continue abençoando vossa vida e ministério.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Nesta lição, depois da introdução ao tema, distribua um pedaço de papel para cada aluno e solicite que eles escrevam apenas uma palavra que descreva o conceito de família para eles. Não pode ser dois ou três vocábulos, mas apenas e exclusivamente um.

Fique atento aos termos e escreva-os no quadro ou outro lugar apropriado. De acordo com o desenvolvimento da aula, inclua essas palavras em sua ministração, ora conceituando-as, ora afirmando ou corrigindo-as. Seja perspicaz e procure compreender o que levou o aluno a destacar tal palavra.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmos 128.1-6; Efésios 6.1-4.

 

Salmos 128

1 — Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!

2 — Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem.

3 — A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.

4 — Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!

5 — O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.

6 — E verás os filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.

 

Efésios 6

1 — Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.

2 — Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,

3 — para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.

4 — E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

No contexto da vida pós-moderna há uma grande crise e desconfiança nas instituições. Por vários fatores, nem sempre fáceis de serem compreendidos, o homem moderno se opõe as instituições tradicionais, como a religião e a família. Esta última tem sido alvo de ataques que procuram ruir os fundamentos bíblicos e cristãos que servem de âncora para uma família saudável e feliz. Nesta lição, estudaremos que a família cristã é um centro por meio do qual as bênçãos divinas devem fluir sobre toda a terra (Gn 12.3).

 

  1. O IDEAL DA FAMÍLIA

 

  1. O propósito de Deus (Gn 2.18-24).Deus criou a família para ser um centro de comunhão entre homem e mulher e os filhos gerados dessa relação. A família seria um núcleo irradiador das bênçãos divinas e realizações humanas. O trabalho (Gn 2.15), a subsistência (Gn 1.29,30), o lazer (Gn 2.1-3), o prazer e procriação (Gn 1.28), e os papéis sociais dos membros da família (Gn 2.24), estavam interligados harmoniosamente com o propósito do Criador. Deus vira que não era bom que o homem estivesse só (Sl 68.6), e, por isso, criou-lhe a família (Gn 2.18). A solidão é um agravo à saúde psicofísica da criatura humana e, por mais esta razão, o Senhor não deixaria a criatura feita à sua imagem sem um semelhante para comungar e expressar tudo quanto recebera da parte de Deus. Homem e mulher, portanto, fazem parte do mesmo projeto divino e ambos são responsáveis pela harmonia familiar, desenvolvimento da afetividade e crescimento pessoal. É na família que podemos crescer no conhecimento do Senhor (Os 6.3), amadurecer nossas emoções, e nos desenvolver como pessoas plenamente realizadas (Lc 1.80; 2.52).
  2. O pecado (Gn 3).O pecado é uma ofensa contra Deus (Rm 3.23), e o próximo (Mt 6.14). Ele afasta as pessoas tanto de Deus como do outro. A primeira crise familiar foi provocada pela desobediência ao mandato divino (Gn 3.11), pela falta de franqueza e transparência no diálogo (Gn 3.1-5,12,13), e pelo egoísmo na satisfação das necessidades pessoais (Gn 3.6). Nesta crise encontram-se os infortúnios que atingem a família hodierna: desobediência, falta de diálogo, egoísmo e medo. O primeiro registro bíblico da palavra “medo”, “temor” ou “pavor” acha-se em paralelo ao problema do mal moral ou da Queda. Diz a Bíblia: “E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gn 3.9,10). O medo, segundo Gênesis, é produto do pecado, ou melhor, da perda da comunhão com Deus. Não há medo quando o crente está na relação certa com o Criador! Enquanto Adão mantinha-se em harmonia e comunhão com Deus, nada o atemorizava. O medo não existia antes da Queda, mas assumiu o controle das emoções humanas quando a criatura fora suficientemente corajosa para desobedecer o mandamento divino!
  3. O lar abençoado por Deus (Sl 128.1-6).Pelo fato de os homens serem pecadores, nenhuma família será perfeita, porquanto as pessoas que a compõe são imperfeitas. É preciso entender isso e não exigir dos familiares uma perfeição impossível de alcançar. Comece dando-lhes o exemplo. Aceite e ame-os com todo desprendimento. O amor tudo suporta (1Co 13.7; Ef 4.2; Cl 3.13). Todavia, o lar pode e deve ser um lugar onde as bênçãos do Senhor estão presentes. O fundamento para a felicidade no lar são o temor ao Senhor e a submissão aos seus mandamentos (v.1). Observando deste modo, as realizações pelas quais a sociedade tanto labuta fluíriam naturalmente no lar: prosperidade financeira e realização no trabalho (v.2), completa realização no matrimônio e na criação dos filhos (v.3); porque assim é abençoado aquele que teme ao Senhor (v.5).

 

 

Pense!

 

Cada membro da família é responsável pela unidade e harmonia doméstica. O que você está fazendo para essa harmonia?

 

 

Ponto Importante

 

A bênção do Senhor está sobre a família cujo fundamento é Cristo.

 

 

  1. O SIGNIFICADO DE “HONRAR PAI E MÃE” (Êx 20.12; Ef 5.22,23; 6.1,2)

 

  1. Obediência.O mais básico sentido de honrar os pais é obedecê-los (Pv 4.1-4; 23.22). Segundo a Bíblia, a desobediência aos pais implica em duras indigências e maldições (Pv 20.20; 30.17; Êx 21.15; Lv 20.9). Contudo, um filho submisso é a alegria dos pais (Pv 10.1; 13.1; 15.20). Neste aspecto, honrar os pais significa respeitá-los, obedecê-los e acatar seus conselhos. O mandamento de honrar pai e mãe é incondicional, imutável e vigente pelo tempo que os pais viverem. Infelizmente, alguns acham que tornar-se adulto e contrair matrimônio são ocasiões para livrarem-se dos pais. Em nenhuma fase da vida a pessoa está livre do cumprimento dessa ordem.
  2. Provisão.O segundo sentido do mandamento é prover os pais em suas necessidades. Qualquer teoria ou prática que pretenda desobrigar os filhos dessa responsabilidade contradiz as Escrituras (Mc 7.10-13). De acordo com Jesus, sustentar os pais na velhice (Mc 7.11-13) era um mandamento que não poderia ser anulado pela tradição. O Novo Testamento ensina o apreço e consideração pelos pais na velhice. Timóteo foi proibido por Paulo a repreender asperamente um ancião. Deveria admoestar os idosos como a pais e mães (1Tm 5.1,2), e as viúvas com mais de sessenta anos deveriam ser registradas na lista oficial de “viúvas da igreja” (vv.9,11). Todavia, a responsabilidade de cuidar dos pais em avançada idade era dos parentes próximos: “Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (v.8). Cuidar dos pais implica em suprir suas carências materiais (Sl 37.25) e não desprezá-los na velhice (Pv 23.22). Na morte, Jesus lembrou-se do cuidado devido à sua mãe (Jo 19.26,27), traduzindo deste modo o solícito pedido do salmista ao Senhor: “Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força” (Sl 71.9).
  3. Preservação moral.O terceiro aspecto do mandamento é a preservação moral dos pais. A observação a esse preceito trouxe bênçãos para Sem e Jafé, mas a desobediência incorreu em maldição para Canaã (Gn 9.20-29). Isto implica em não expor os pais ao ridículo, divulgar suas fraquezas, debochar da senilidade dos pais, entre outras (Pv 11.13; 19.26). Atente para o conselho de Provérbios 30.17. Lembre-se: “A glória dos filhos são seus pais” (Pv 17.6).

 

 

Pense!

 

Honrar os pais é o primeiro mandamento com promessa: prosperidade e vida longa! Não almejas tais bênçãos?

 

 

Ponto Importante

 

Desonrar os pais é ofender Àquele que nos deu o mandamento: o Senhor.

 

 

III. A COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA (Sl 19.14; 141.3; 1Co 15.33)

 

  1. A arte da comunicação familiar.Há um interesse social cada vez maior na arte da comunicação. Contudo, muito empenho é feito na área do crescimento profissional e pouco para melhorar a comunicação doméstica. Há pessoas que conversam com todos no trabalho, na escola e na igreja, mas são de poucas falas com a família. Não têm interesse no diálogo com os pais, filhos, irmãos, esposa. Comunicam-se mais pelas redes sociais com os estranhos, enquanto se fazem estranhos à própria família. A única coisa que comunicam é quando diz respeito às necessidades pessoais. Sabe-se que é impossível não se comunicar. As pessoas estão sempre se comunicando, seja com gestos, seja com posturas ou tom de voz. Até mesmo ficar em silêncio é uma forma de comunicação. O receio que alguns possuem em se comunicar na família reside no fato de que o diálogo modifica, muda ou afeta os sujeitos da comunicação. Quando os membros familiares interagem constantemente por meio do diálogo, eles estimulam e reforçam o que está sendo dito por meio de atitudes e gestos de modo que a comunicação define e aprofunda o relacionamento na família (Cl 3.16,17). A comunicação, portanto, influencia o comportamento e as atitudes das pessoas.
  2. Como melhorar a comunicação na família (Tg 3).Toda família é singular. Não existe uma família que seja igual a outra. Deste modo, não se pode receitar regras para se estabelecer a comunicação doméstica, mas é possível observar algumas normas gerais. Primeiro, procure conversar a respeito daquilo que interessa ao outro (Pv 10.32). Segundo, seja atencioso ao seu interlocutor (Pv 15.23). Terceiro, use palavras educadas e afáveis (Pv 15.1,4; 16.24). Quarto, resista à tentação de interromper a conversa (Pv 15.31). Quinto, não atenda as redes sociais enquanto conversa. Sexto, não ofenda e, se ofendido, mostre tolerância (v.17). Sétimo, respeite e não fale mal dos outros (Tg 4.11). Oitavo, rompa as barreiras que foram erguidas devido os problemas do passado. Nono, perdoe e aceite o perdão de seus parentes. Pai, mãe, irmãos e irmãs são laços que se estabelecem para sempre. Décimo, frequente as reuniões e celebrações familiares.
  3. Comece por você.A mudança para uma comunicação frutífera na família deve começar por você. Seja o exemplo! Não espere que o outro tome a iniciativa. Portanto, mostre-se aberto ao diálogo em família. Procure conhecer o perfil e áreas de interesse dos seus familiares. Começar um diálogo a partir daquilo que seu parente gosta é um bom início. Vença a barreira que a racionalidade impôs ao homem moderno e aprenda a demonstrar seus sentimentos. Diga aos seus pais, irmãos e irmãs o quanto você ama-os. Tome a iniciativa e crie oportunidades e ambiente propício à comunicação.

 

 

Pense!

 

Não escolhestes a família a qual pertences, mas tens a oportunidade de torná-la uma grande bênção!

 

 

Ponto Importante

 

A família é um presente de Deus para o pleno desenvolvimento de nossa humanidade.

 

 

CONCLUSÃO

 

O Senhor deu a você uma família para o pleno desenvolvimento de seus dons e competências. A família é o primeiro núcleo social no qual todos os homens são inseridos. É nela que o indivíduo se descobre diferente do outro, constrói sua identidade e inicia sua descoberta do mundo e do mistério da vida. Portanto, valorize seus pais, irmãos e irmãs, avós e avôs, tios e tias, primos e primas. Construa um ambiente o qual você possa chamar de “lar”, que sirva-te de refúgio, fortaleza e escola.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BENTHO, Esdras C. A Família no Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.
SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Qual o propósito de Deus ao criar a família?

Ser um centro de comunhão entre homem e mulher e os filhos gerados dessa relação.

 

  1. Quais os dois fundamentos da bênção do Senhor na família?

O temor ao Senhor e a submissão aos seus mandamentos.

 

  1. Procure no dicionário os significados da palavra “honra”.

Conjunto de ações e qualidades que fazem com que alguém seja respeitado.

 

  1. Cite e comente os três aspectos do mandamento de honrar os pais.

Obediência aos seus ensinos, provisão de suas necessidades e preservação de sua vida e honra.

 

  1. Cite duas normas para melhorar a comunicação na família.

Conversar a respeito do que interessa o outro (Pv 10.32) e ser atencioso ao interlocutor.

 

SUBSÍDIO

 

“Família, Centro de Comunhão

Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn 1.28). Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo o que recebeu da parte de Deus, pois o homem sente-se pessoa não apenas pelo que é, mas também quando vê o seu reflexo no outro que lhe é semelhante. Portanto, a sentença divina ecoada nos umbrais eternos expressa o amor e o cuidado celeste para com a vida afetiva do homem. O próprio Deus não estava solitário na eternidade, mas partilhava de incomensurável comunhão com o Filho e o Santo Espírito. Deus é um ser pessoal e sociável às suas criaturas morais. No entanto, contrapondo a natureza divina à humana, concluímos que o intrínseco relacionamento entre a divindade e o ente humano dá-se em níveis transcendentais, metafísicos. Por conseguinte, faltava ao homem alguém que lhe fosse semelhante, ossos dos seus ossos, carne de sua carne, alguém que se chamasse ‘varoa’ porquanto do ‘varão’ foi formada. Essa correspondência não foi encontrada nos seres irracionais criados, mas na criatura tomada de sua própria carne e essência. A mulher era ao homem o vis-à-vis de sua existência. Seu reflexo. Partida e chegada. O homem e a mulher se identificam mutuamente por compartilharem da mesmíssima imagem divina: ‘E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou’ (Gn 1.27)” (BENTHO, Esdras C. A Família no Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.24).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                                          Lições Bíblicas CPAD

                   Jovens 4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho  

Lição 3: O relacionamento no ambiente de trabalho

Data: 18 de Outubro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus” (Ec 5.19).

 

SÍNTESE

 

O Senhor deu o trabalho ao homem para o pleno desenvolvimento de sua criatividade, potencialidades, humanização e felicidade.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 2.4-15

O Senhor institui o trabalho

 

 

TERÇA — Gn 3.17-19

A desobediência tornou o trabalho penoso

 

 

QUARTA — Ec 3.11-13

A dignidade do trabalho e direitos do trabalhador

 

 

QUINTA — Ec 2.17-24; 6.7

Futilidade e bênçãos provenientes do trabalho

 

 

SEXTA — Ec 9.7-10

A felicidade do trabalhador

 

 

SÁBADO — Ec 4.4

O trabalhador competente é invejado pelo incompetente

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDERos diversos conceitos de trabalho;
  • REFLETIRsobre o relacionamento no trabalho;
  • REPENSARo relacionamento com os superiores no trabalho.

 

INTERAÇÃO

 

Professor como está a motivação de seus alunos para o tema em apreço? Eles participam das aulas? Respondem as questões? É necessário ensinar os assuntos com dinamismo, criatividade e profundidade, cuidando sempre da boa comunicação. Não são poucos os educandos que desconsideram o tema “relacionamento” por considerarem que já o conhece. Para eles, uma aula monótona e repetitiva é desmotivadora. Todavia, você deve ministrar subsidiado por todos os recursos didáticos e retóricos disponíveis. Ilustrações, palavras e expressões enfáticas, gesticulações apropriadas; “tocar” não apenas a razão, mas a alma, e os sentimentos de seus educandos.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, com base no Subsídio 2, faça um gráfico no quadro, ou com outro recurso que estiver disponível, contendo o seguinte tema: “Os Propósitos Bíblicos do Trabalho”.

Distribua adequadamente o espaço em que será escrito, e, de modo gráfico, disponha os conteúdos:

1) Deus criou os seres humanos para trabalhar.

2) Para prover subsistência aos necessitados.

3) Desenvolvimento da cultura.

A fonte ou referência, base para o gráfico e também a explicação dele é o próprio Referencial Teórico. Se possível leia todo o referencial diretamente no livro indicado.

 

TEXTO BÍBLICO

 

2 Tessalonicenses 3.7-13.

 

7 — Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,

8 — nem, de graça, comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós;

9 — não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.

10 — Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.

11 — Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.

12 — A esses tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão.

13 — E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

O trabalho deve ser visto pelo cristão não como peso, ou fruto do pecado, como equivocadamente pensam alguns, mas como possibilidade de crescimento e desenvolvimento humano dados por Deus para a plena humanização e realização do homem.

 

  1. VOCÊ E O TRABALHO (Ec 2.17-24; 6.7)

 

  1. Civilização industrial e o trabalho (Jr 22.3,13; Am 8.4-6; Tg 5.4).Na civilização industrial, o homem está a serviço do sistema de produção e distribuição. O trabalho nessa perspectiva é uma atividade racional que se propõe a produzir bens para o consumo, satisfação das necessidades com vistas a felicidade do indivíduo e progresso da civilização. Nesse aspecto, é valorizada a pessoa que trabalha e a que tem capacidade de consumir os bens produzidos. O “ter” vem à frente do “ser”. As instituições da sociedade industrial preparam e modelam o homem para fazer dele um “trabalhador”. O interesse não está no homem, em sua completa humanização, mas em sua capacidade de produzir e consumir cada vez mais. O indivíduo é preparado para ser “trabalhador”, “consumidor” em vez de um ser pleno, realizado e consciente. A exclusão social de um sem-número de pessoas, a situação desumanizante de milhões de trabalhadores nos países de Terceiro Mundo, as injustiças sociais e trabalhistas que lhes são cometidas, e o sucateamento das reservas naturais atestam a crueldade e desumanização da qual os trabalhadores e o mundo são vítimas.
  2. Perspectivas bíblica e humana (Gn 2.4-15,19; 1.28).O conceito bíblico do trabalho é muito distinto daquele dos povos mesopotâmicos, e mais tarde também dos gregos. Na epopeia de Atra-Hasis, por exemplo, o trabalho é um castigo imposto aos homens para que os deuses inferiores sejam libertos dos sofrimentos advindos das atividades extenuantes. Entre os gregos, Hesíodo afirmava que no paraíso os seres humanos deviam viver, assim como os deuses, livres de trabalho e labuta, pois a própria natureza proveria o necessário para a subsistência do homem. Todavia, na ótica bíblica, o trabalho realizado pelo homem reflete o exemplo do próprio Deus (Gn 2.1-3; Jo 5.17) e a efetivação do mandato dEle (Gn 2.15). No hebraico, o termo usado para descrever a “obra” ou o “trabalho” de Deus (mela’khto) em Gênesis 2.2 é o mesmo para falar do “serviço” ou “trabalho” de José (Gn 39.11). O homem trabalhava no paraíso com um propósito específico: “lavrar e o guardar” (Gn 2.5,15). O trabalho, portanto, é um meio de o ser humano desenvolver sua criatividade, potencialidade, transformar o mundo em cultura (“lavrar e guardar”) e realizar-se como humano, na plena efetivação da imagem de Deus no homem (Gn 1.26-28). Não é um modo de exploração dessas competências, mas do pleno aperfeiçoamento delas. Mediante o trabalho, o homem administra responsavelmente o mundo criado por Deus. O trabalho, contudo, deixa de ser lúdico para se transformar em peso quando o homem afasta-se do caminho proposto pelo Senhor (Gn 3.19). Primeiramente, a Bíblia afirma a responsabilidade do homem em cuidar do jardim (Gn 2.15), e somente depois, após o pecado de ser expulso do Éden, é que vemos algo acerca do extenuante trabalho do “suor do rosto” (Gn 3.17-19). Assim, não é o trabalho que é amaldiçoado, mas a terra: “Maldita é a terra por causa de ti” (Gn 3.17). Junto ao trabalho, Deus estabeleceu o descanso (Gn 2.2; Hb 4.4; Êx 23.12; Ec 5.12) e o direito de usufruir do fruto de suas mãos (Ec 3.13; 9.7-10). Afirmou certa vez Elifaz que “o homem nasce para o trabalho” (Jó 5.7).
  3. O trabalho em o Novo Testamento (Ef 6.5-9).Jesus valorizou o trabalho, sendo Ele próprio um carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3). O Deus encarnado assumiu a cultura e o trabalho como expressões de dignidade humana e empregou diversas profissões de seu tempo como símbolos do Reino de Deus (Mt 13). Seus apóstolos também eram trabalhadores (Mt 4.18-20; 9.9; 1Co 4.12) e ressaltaram a dignidade do trabalho (Rm 4.4; 1Co 9.6; 1Tm 5.18; 2Tm 2.6), porquanto todo trabalho, sem exceção, tem a mesma dignidade. Eles, inclusive, combateram aqueles que deixavam de trabalhar por causa da iminente Vinda de Cristo (1Ts 4.11; 2Ts 3.10-12), e os que faziam do evangelho uma fonte de lucro, evitando assim, o trabalho braçal (1Tm 6.5). Ambos se eximiram de suas responsabilidades materiais esperando com isso agradar a Deus, seja ao esperar o seu retorno iminente, seja dedicando-se à pregação itinerante. Paulo, no entanto, repreende-os aberta e severamente (1Ts 4.11; 2Ts 3.10).

 

 

Pense!

 

Deus criou o trabalho para o pleno desenvolvimento dos talentos do homem. Como você tem empregado esses dons para o benefício da humanidade?

 

 

Ponto Importante

 

Condene toda e qualquer injustiça cometida contra o trabalhador.

 

 

  1. VOCÊ E AS PESSOAS NO AMBIENTE DE TRABALHO (Gl 5.22)

 

  1. Ambiente de trabalho saudável.É no ambiente de trabalho que se realiza boa parte das atividades profissionais. Independente de qual seja a profissão e o lugar de trabalho, a pessoa passa mais tempo com os demais profissionais do que com a própria família. Isto é suficiente para que cada profissional se dedique a cultivar um ambiente de trabalho saudável, onde seja possível a valorização do indivíduo, o respeito às diferenças, e a solidariedade. A má qualidade no ambiente de trabalho é responsável por muitos problemas: exclusão, isolamento, individualismo, estresse, frustrações, falta de entusiasmo, desmotivações e improdutividade. Coisas que afetam a saúde psicofísica da pessoa. É responsabilidade de todos cultivar um ambiente de trabalho saudável!
  2. Construindo ambientes saudáveis (Rm 12.18; Mc 9.50; 1Pe 3.11).Infelizmente, a construção de um ambiente de trabalho saudável não depende exclusivamente de você. É responsabilidade de todos! Ele é construído na relação cotidiana dos profissionais que não poucas vezes, esbarram nos valores e interesses do outro que são diferentes dos seus (Mt 5-7) e, às vezes, da própria empresa. Todavia é necessário desenvolver uma relação de confiança, respeito, cooperação, cordialidade, imparcialidade e solidariedade, sempre respeitando a dignidade alheia e as diferenças (Rm 12.17-21; Pv 25.9,10).
  3. Lidando com os conflitos (Pv 15.1,18; Ec 4.4).Os conflitos fazem parte das relações humanas e da vida em sociedade. Ele surge todas as vezes que os interesses, opiniões e tendências de alguém do grupo são incompatíveis com os do outro. É preciso que haja maturidade, paciência, compreensão e rapidez das partes para resolver os conflitos, uma vez que eles provocam rusgas nos relacionamentos e geram sentimentos negativos e prejudiciais, tanto para o profissional quanto para a organização (Pv. 3.29; 27.9; Mt 5.22-25; Ef 4.26). As diferenças estarão sempre presentes em qualquer ambiente de trabalho, os desacordos também. Não são necessariamente as diferenças e os desacordos que afetam a harmonia no trabalho, mas como o profissional lida nessas e com essas situações. A postura, o tom de voz, o modo de falar e de se comportar devem refletir segurança e maturidade quando tais situações surgirem. Os conflitos existem e podem contribuir para a resolução de problemas e maturidade afetiva dos profissionais.

 

 

Pense!

 

O trabalho é uma oportunidade de você desenvolver suas habilidades em conquistar e manter amigos ao seu lado.

 

 

Ponto Importante

 

A inveja e a cobiça são sentimentos destrutivos que afetam as relações pessoais no trabalho.

 

 

III. VOCÊ E SEUS SUPERIORES NO TRABALHO (Ef 6.5-9)

 

  1. Relacionamento equilibrado.No trabalho, principalmente quando se está iniciando a carreira, o profissional ou aprendiz precisa lidar com alguns superiores: diretor, chefe, gerente, encarregado, outros. De modo geral, cria-se no ambiente de trabalho tanto uma relação profissional quanto de amizade, sendo necessário distinguir a ambas. Seja, portanto, diligente (Pv 22.29), humilde (Pv 25.6,7) de comunicação precisa (Pv 25.11), e exerça seu trabalho com satisfação (Ef 6.7). Não seja bajulador, mas saiba elogiar os colegas e chefes sem exagerar (Pv 15.23). O bajulador é o profissional que elogia exageradamente aos superiores para obter algum benefício pessoal no ambiente de trabalho. Essa atitude pode prejudicar a imagem profissional entre os colegas, mesmo que funcione com certos chefes vaidosos. O bajulador procura manipular o outro e suas decisões com elogios. Todavia, o elogio sincero demonstra a vontade do profissional de estabelecer laços de confiança e reciprocidade (Sl 12.2; Pv 10.31; 12.6,18).
  2. Obediência aos princípios divinos.A Bíblia ensina o cristão à obediência de coração aos superiores (Rm 13.7), como se estivesse submetendo-se ao próprio Cristo (Ef 6.5,7), porque esta é a vontade de Deus (Ef 6.6). Dificilmente alguém crescerá em sua profissão tomando atitude de insubordinação aos seus líderes. Estes, no entanto, devem liderar sem ameaças ou revanchismo, sabendo que Deus não faz acepção de pessoas (Ef 6.8,9).
  3. Relacionamento com chefe incompetente.Essa é uma realidade em muitas profissões e empresas, lamentavelmente. O incompetente é inseguro, desconfiado, imaturo e invejoso e, às vezes, de difícil relacionamento. O que fazer? Procure trabalhar em parceria com ele; não o desonre; não comente as falhas dele com outros; suporte resignado os agravos. O chefe incompetente pode desestabilizar a equipe, colocar um contra o outro, abafar os talentos dos profissionais e ser responsável pelo mau ambiente de trabalho.

 

 

Pense!

 

Jamais reclame de seu chefe para outro funcionário. Nas empresas as palavras têm asas.

 

 

Ponto Importante

 

Seja apaixonado pelo seu trabalho e encontre nele realização e crescimento pessoal.

 

 

CONCLUSÃO

 

O relacionamento do cristão no trabalho deve ser impulsionado por uma atitude de temor e obediência aos princípios da Palavra de Deus e de respeito e cooperação com os colegas de profissão.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BENTHO, Esdras C. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.
VINE, W. E. Dicionário Vine. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Descreva o trabalho na perspectiva da civilização industrial.

Na civilização industrial, o homem está a serviço do sistema de produção e distribuição.

 

  1. Qual a visão bíblica a respeito do trabalho?

Na ótica bíblica, o trabalho realizado pelo homem reflete o exemplo do próprio Deus e a efetivação do mandato dEle.

 

  1. Quais são os problemas adquiridos pelo mau ambiente de trabalho?

Exclusão, isolamento, individualismo, estresse, frustrações, falta de entusiasmo, desmotivações e improdutividade.

 

  1. Quais elementos são necessários para um ambiente de trabalho saudável?

Confiança, respeito, cooperação, cordialidade, imparcialidade e solidariedade, sempre respeitando a dignidade alheia e as diferenças.

 

  1. Quais os princípios bíblicos para o relacionamento com os superiores?

Obediência de coração aos superiores como se estivesse submetendo-se ao próprio Cristo.

 

SUBSÍDIO

 

“Caro professor,

“Infelizmente na Escola Dominical e em nossos grupos de estudos bíblicos deixamos nossos alunos muito tempo somente ouvindo, e o resultado é que acabam por tornarem-se passivos demais. Não abrimos espaço para as perguntas e não permitimos que os alunos descubram as respostas sozinhos. Em geral os alunos ficam sempre quietinhos, ouvindo o professor, sem fazer nenhuma interrupção. Segundo John Gregpry, a apatia é uma das maiores inimigas da atenção. Damos tudo pronto, não abrimos espaço para o fazer, para a criatividade, para o diálogo e a reflexão. Precisamos colocar nossos alunos para pensar, perguntar mais, se mexer mais. Como nos diz Celso Antunes, o aluno tem que ser o protagonista e não o espectador” (BUENO, Telma.Boas Ideias para Professores de Escola Dominical. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.10).

 

SUBSÍDIO

 

“Por que trabalhamos?

Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre a terra. Dois versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhes que ‘sujeitasse’ a terra e a ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente). O ‘domínio’ que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido [...]. Para os gregos, viver com os deuses significava viver sem trabalho. Para os hebreus, viver com Deus significava ter trabalho significativo. A característica mais notável no Antigo Testamento não é tanto que os seres humanos são designados a trabalhar, mas que Deus trabalha” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.226-7).

 

SUBSÍDIO

 

“O propósito do trabalho

Primeiramente, o propósito do trabalho é atender as necessidades da vida. De acordo com o apóstolo Paulo, os cristãos devem trabalhar com sossego e comer o seu próprio pão (2Ts 3.12); devem trabalhar para que não necessitem de coisa alguma (1Ts 4.12b). Como Karl Barth afirmou, o primeiro item em questão em todas as áreas do trabalho humano é a necessidade dos seres humanos ‘ganharem o pão cotidiano e um pouco mais’.

O segundo e estreitamente relacionado propósito do trabalho é prover subsistência aos necessitados. Em Efésios, os cristãos são exortados a trabalhar, ‘fazendo com as mãos o que é bom’, para que tenham o que ‘repartir com o que tiver necessidade’ (At 4.34).

O terceiro propósito do trabalho é o desenvolvimento da cultura. Superficialmente, este propósito do trabalho não é tão óbvio quanto os outros dois. Contudo, não é menos importante. Nas mitologias antigas o trabalho do homem era para liberar os deuses do trabalho estrênuo. Em Gênesis 2 é Deus quem trabalha para os seres humanos: Deus planta o jardim para a provisão humana (Gn 2.8)... O trabalho humano está, se lhe aprouver, ‘desmistificado’ [...]” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.229-231).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

                      Lições Bíblicas CPAD

                  Jovens  4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho  

Lição 4: Relacionamento entre amigos

Data: 25 de Outubro de 2015 

 

TEXTO DO DIA

 

O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24).

 

SÍNTESE

 

Os amigos são dádivas de Deus. Grandes amigos tornam-se grandes irmãos.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Pv 17.17

Grandes amigos tornam-se grandes irmãos

 

 

TERÇA — Pv 18.24

Amigos mais chegados do que irmãos

 

 

QUARTA — Pv 14.20

“Amizade” obtida por meio das riquezas

 

 

QUINTA — Pv 16.28

O difamador separa os melhores amigos

 

 

SEXTA — Pv 22.11

Regras para ter amigos famosos

 

 

SÁBADO — Pv 27.10

Não se deve abandonar o amigo na adversidade

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDERos conceitos bíblicos de amigo;
  • REFLETIRsobre as bases nas quais construímos amizades;
  • REPENSARos relacionamentos virtuais.

 

INTERAÇÃO

 

O verdadeiro amigo está presente em todas as circunstâncias. Ele se cala, quando preciso. Aconselha, quando necessário. Sorri, quando todos à nossa volta parecem nos odiar. Quando erramos, lá está ele, disposto a nos compreender. Amigos assim, não estão à venda! Não se encontram a granel! São especiais! São, simplesmente, amigos. Seja amigo de seus alunos. Conquiste a confiança e o apreço deles. Invista no seu relacionamento com eles.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, inicie a aula perguntando aos alunos se eles conhecem a expressão “Amigo da Onça”. Peça-lhes que comentem o que eles entendem da expressão. A seguir, explique-lhes que “Amigo da Onça” é uma expressão popular que significa “falso amigo”. Originalmente foi um personagem criado por Péricles de Andrade Maranhão (1924-1961) para a revista O Cruzeiro, em 1943. Esse personagem era um sádico que colocava os seus “amigos” em situações embaraçosas. Numa dessas ilustrações (09/05/1959), uma senhora com cerca de quase 80 anos está visitando um museu arqueológico e contemplando a ossada de um dinossauro, quando, de repente, o “Amigo da Onça” pergunta: “Conheceu algum pessoalmente?”. Ninguém precisa e nem deseja um amigo sem tato ou que não respeita os sentimentos alheios, não é mesmo? Você pode imprimir da internet algumas dessas ilustrações do “Amigo da Onça”, ou outra qualquer. Procure pela expressão ou pelo nome de Péricles de Andrade Maranhão.

 

TEXTO BÍBLICO

 

1 Samuel 18.1-4; 2 Samuel 1.25-27.

 

1 Samuel 18

1 — E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.

2 — Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai.

3 — Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.

4 — E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.

 

2 Samuel 1

25 — Como caíram os valentes no meio da peleja! Jônatas nos teus altos foi ferido!

26 — Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.

27 — Como caíram os valentes, e pereceram as armas de guerra!

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Marcus Tullius Cicero (106 — 43 a.C.) afirmou em seu “Diálogo sobre a Amizade” que, excetuando a sabedoria, não há entre os homens um dom maior do que a amizade. Para o filósofo, o amigo é alguém com quem se pode conversar como se estivesse falando consigo mesmo. A amizade, dizia ele, nunca é impertinente, jamais molesta. Na amizade nada é fingido, nada dissimulado, tudo quanto nela há é verdadeiro. Outro grande pensador da Antiguidade, Aristóteles (382 — 322 a.C.), afirmou, em “Ética a Nicômaco”, que a amizade é extremamente necessária à vida, pois ajuda aos jovens a evitar o erro, e ampara aos mais velhos. Nesta lição estudaremos o valor da amizade, o ensino das Escrituras e os princípios que regem a verdadeira amizade.

 

  1. “AMIGOS MAIS CHEGADOS DO QUE IRMÃOS” (1Sm 18.1-6)

 

  1. O ensino bíblico sobre amigos (Pv 18.24).As Escrituras não tratam o tema de modo sistemático, entretanto, encontramos referências ao assunto em muitas partes da Bíblia. O termo hebraico mais comum érēa, que designa desde um amigo íntimo, companheiro, até um vizinho ou próximo (Gn 38.12; Êx 2.13; 21.14; Lv 19.18; Jz 7.13). O vocábulo grego que corresponde ao anterior é hetairos, isto é, amigo, companheiro ou camarada (Mt 11.16; 20.13). Deste modo, nas línguas bíblicas, refere-se a qualquer pessoa amiga ou conhecida ao acaso. Mais especificamente, um amigo é uma pessoa a qual desfrutamos de amizade, companheirismo, confiança e afeição recíprocos (Pv 17.17; 18.24; Jó 2.11; 42.10; Ec 4.10). A amizade, por conseguinte, é o sentimento afetuoso que existe entre as pessoas que se chamam de amigos (Fp 1.7; Fm 17).
  2. Exemplos de amizade na Bíblia.Entre os vários exemplos da Bíblia, destacam-se:
  3. a) Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4; 19.1-7; 2Sm 1.25-27).Ambos encontraram um no outro a confiança, amizade e afeição que lhes faltavam no seio familiar. Jônatas era um amigo desinteressado, fraterno, generoso e fiel. Davi, por sua vez, retribuiu a amizade de Jônatas sendo misericordioso com seus descendentes após a morte do amigo (1Sm 20.11-17; 2Sm 9).
  4. b) Noemi e Rute (Rt 1.14-17).Ambas passaram por muitas adversidades, tornando Provérbios 17.17 uma realidade em suas vidas. Ainda hoje, o voto de Rute é uma das mais belas pérolas da literatura. A amizade iniciou na adversidade, acompanhou-as durante a vida, e as coroou de êxito no fim da história (Rt 1-4).
  5. c) Paulo e Epafrodito (Fp 2.25-30).O modo afetuoso pelo qual Paulo se refere ao amigo traduz a profunda amizade entre eles. Epafrodito estava disposto, se necessário, a morrer a favor de Paulo. Como ignorar tal amizade?
  6. Desfazendo equívocos.Somente a perversidade humana (Rm 1.18-32) e a corrupção da mente e do coração (2Co 4.4; Tt 1.15) podem imaginar nesses exemplos de amizade sincera, em tempos de corrupção, alguma referência homossexual, apesar da proibição das Escrituras (1Co 6.9,10; Lv 18.22; 20.13).

Vejamos o que diz a Bíblia a respeito dessa interpretação perversa:

  1. a) Proibição da Escrituras.Com base nas várias proibições da Lei (Lv 20.13; 18.22), podemos afirmar com segurança que não havia qualquer resquício de relacionamento homoafetivo entre Davi e Jônatas. Lembremos que Davi ao cometer o pecado de adultério foi duramente repreendido por Deus (2Sm 12.1-25; Sl 51). Os dois pecados, de adultério e homossexualidade, eram condenados pela Lei do Senhor (Êx 20.14; Lv 20.10; Dt 5.18; Pv 6.32). Davi foi duramente repreendido pelo pecado de adultério, mas não há qualquer repreensão a respeito de sua amizade pública com Jônatas (1Sm 18.1-4). Se houvesse nessa amizade qualquer indício de um relacionamento pernicioso, a Bíblia prontamente condenaria.
  2. b) Termo hebraico.É importante observar o que a Bíblia afirma: “a alma de Jônatas se ligou (qāshar) com a alma de Davi” (1Sm 18.1). O termo hebraico, que significa “atar, ligar, amarrar, conspirar”, é o mesmo para se referir ao amor de Jacó por Benjamim (Gn 44.30), ou a união entre pessoas para conspirar contra outra (1Rs 16.9). Deste modo, no primeiro caso, a expressão denota “amarrar-se inseparavelmente por laços de amor fraterno” e descreve o mais puro, significativo e sincero sentimento fraterno que alguém possa nutrir pelo seu próximo. É uma aliança de amor semelhante aos laços fraternais que unem um pai ao seu filho por toda vida. Observe que o próprio Saul demonstrou por Davi um profundo amor e isto nunca foi considerado um sentimento impróprio (1Sm 16.21). A mesma palavra para se referir ao amor de Saul por Davi é empregada para falar do amor entre Jônatas e Davi, em 2 Samuel 1.26. Jamais se cogitou a possibilidade de o amor-amizade entre esses dois valentes se referir a qualquer tipo de relacionamento condenável pela Escritura.

Além dos erros de lógica, distorção do contexto e das expressões hebraicas, tais pessoas ignoram as amizades decantadas pela literatura: Frodo Bolseiro e Samwise, Sherlock Holmes e Dr. Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, entre outros exemplos imortais.

 

 

Pense!

 

Na adversidade surge um amigo e na confiança nasce um irmão.

 

 

Ponto Importante

 

Verdadeiros amigos são dádivas de Deus, conserve-os.

 

 

  1. TIPOS E FORMAS DE AMIZADES (Pv 17.17)

 

  1. O que determina os tipos de amizades (Pv 17.17)?O presente provérbio apresenta um desenvolvimento progressivo da amizade. Ela surge sem que as pessoas premeditem uma aliança duradoura, e cresce à medida que afinidades, interesses e pontos comuns manifestam-se ao longo do relacionamento. A prova da maturação da amizade ou o início de um profundo companheirismo pode ocorrer nos momentos de infortúnios ou adversidades, quando então se distingue os verdadeiros amigos dos outros. As amizades sinceras e belas, que merecem a celebração dos versos poéticos, nascem nas mais difíceis circunstâncias e desafios como nos apresenta a Bíblia ao falar da amizade entre Noemi e Rute (Rt 1.14-17). As amizades formadas em tempos de prosperidade e felicidade são muitas (Pv 14.20; 19.4,6,7), mas em tempos de adversidade somente os verdadeiros amigos permanecem (Pv 17.17). Deste modo, apoiar um amigo ou conhecido na adversidade (Pv 27.10) pode evoluir para uma relação madura, até mesmo superando a dos laços familiares (Rt 1.14-17; 1Sm 18.1-4). Todavia, vários fatores determinam os tipos e a evolução das amizades: afeição, apoio, similaridades, confidência, traços de personalidade, frequência de contato, entre outros.
  2. Os tipos e formas de amizades (Pv 18.24; Jo 15.15).Nem todos são classificados como melhores amigos (Mt 26.50; Jo 6.66-71; 13.23). Uns são colegas, conhecidos, amigos, vizinhos. Alguns são por graus de parentesco, outros por afinidades, ainda por relação de trabalho, agremiação, tradição ou crença. De modo geral, as circunstâncias e afeições desenvolvem o grau da amizade (Ec 4.9,10). Alguns se aproximam para tirar vantagens (Pv 14.20; 19.4,6), outros para dar bons conselhos (Pv 27.6). Provérbios 2.17, no entanto, emprega o termo’allûp, “amigo do coração” (“guia” na ARC) para designar a amizade sobre ataque de pessoas mal intencionadas ou invejosas (Pv 16.28; 17.9). Isto serve para lembrar aos amigos que a mais profunda e sincera amizade deve ser preservada por ambos, uma vez que o difamador se deleita em causar inimizades (Pv 16.28). Quantas amizades já foram desfeitas pelos invejosos e caluniadores! Um verdadeiro amigo deve ser estimado como se estima o ouro. Assim como se preserva uma joia preciosa dos olhos invejosos e gananciosos é mister que assim se faça às amizades sinceras e valiosas forjadas e provadas no cadinho da vida.
  3. Relacionamentos corretos entre amigos.A Bíblia traz várias orientações quanto à manutenção, preservação e seleção de amigos: não ser inoportuno (Pv 25.17), não abandonar na adversidade (Pv 27.10), ser conselheiro (Pv 27.5,6), evitar as más companhias (Pv 13.20; 1Co 15.33), escolher as boas companhias (Pv 12.26), ser fiel ao Senhor (Pv 16.7). Os exemplos destacados demonstram carisma para se obter amigos, discernimento para escolhê-los e honestidade para preservá-los. É difícil encontrar bons amigos e desfrutar de sinceras amizades no contexto fútil das relações humanas modernas. Todavia, não é raro achar um verdadeiro amigo e, quando encontrá-lo, preserve-o.

 

 

Pense!

 

A difamação é a arma do invejoso para separar os melhores amigos.

 

 

Ponto Importante

 

Os amigos devem ser preservados.

 

 

III. ALÉM DO VIRTUAL

 

  1. Quantidade e qualidade nas amizades.Alguns têm grande quantidade de contatos nosmartphonee “amigos” no Facebook, mas continuam sozinhos. Quantidade de “curtidas” e de “amigos” não significa qualidade nas amizades. Às vezes, quando a qualidade na amizade falha, busca-se a solução do problema com a quantidade. Quando essa quantidade afeta a individualidade ou torna-se incômoda, descarta-se com um simples “delete”. A proximidade virtual torna as interações humanas mais rápidas, intensas e frequentes, contudo, mais banais, descartáveis e breves. O indivíduo está conectado virtualmente, mas não está engajado com o outro socialmente. Os relacionamentos costumam ser efêmeros em vez de substantivos.
  2. Além da aparência fugaz.As amizades devem resistir aos modismos tecnológicos modernos, muito embora estes também possam contribuir positivamente à manutenção dos amigos e o encontro de outros. Amigos devem ser cultivados por meio de relacionamentos sólidos.
  3. Igreja como centro de amizades saudáveis.Construa relacionamentos sólidos a partir de sua convivência na igreja. A igreja é uma comunidade propícia ao desenvolvimento de amizades sadias e sólidas que perdurarão por toda vida.

 

 

Pense!

 

A igreja é fonte de amizades duradouras.

 

 

Ponto Importante

 

Construa relacionamentos sólidos a partir de sua comunidade cristã.

 

 

CONCLUSÃO

 

Ainda maior e melhor é ter o Senhor como verdadeiro Amigo. Moisés (Êx 33.11), Abraão (Is 41.8; Tg 2.23) destacaram-se como amigos de Deus. O Senhor jamais decepciona, jamais abandona. Ele é verdadeiro amigo.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.
KAISER JR, Walter C. Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Faça a distinção entre amigo e amizade.

Amigo é uma pessoa a qual desfrutamos de amizade e companheirismo; amizade é o sentimento afetuoso que existe entre as pessoas que se chamam de amigos.

 

  1. Cite dois exemplos de amizade sincera na Bíblia.

Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4), Noemi e Rute (Rt 1.14-17).

 

  1. O que determina os tipos de amizades?

Afeição, apoio, similaridades, confidência, traços de personalidade, frequência de contato, entre outros.

 

  1. O que as pessoas buscam quando a qualidade na amizade não é encontrada nas redes sociais?

Elas passam a buscar quantidade!

 

  1. Porque a igreja é um excelente lugar para amizades duradouras?

Ela é o corpo de Cristo e centro de comunhão dos santos.

 

SUBSÍDIO

 

 

“Discernindo os valores culturais

A cultura da mídia de entretenimento pode ser definida como uma mercadoria de valor empacotada. Os cristãos que entram nos templos do entretenimento popular têm de estar cientes de qual ideologia e valores estão sendo vendidos, de qual mensagemHollywood está tentando vender. Para sermos discriminantes destes produtos, primeiro temos de ser discernentes. Algumas pessoas fazem uma pergunta preliminar: se sequer devemos entrar em contato com a cultura popular. Para o cristão, todas as coisas, inclusive interagir com a mídia de entretenimento, são lícitas, mas nem tudo é necessariamente proveitoso ou edificante. Assim, enquanto Deus dá permissão para o espiritualmente maduro explorar e desfrutar nosso mundo, a sabedoria prescreve que exerçamos prudência e discriminação. Podemos assistir todos os filmes para a glória de Deus? Certamente que não. Muitos filmes seriam um impedimento definitivo para o nosso desenvolvimento espiritual. Exercer nossa liberdade ofenderá algumas pessoas? Provavelmente sim. Por isso temos de buscar o bem do próximo, fazendo escolhas conscientes sobre o entretenimento que vemos. E temos de nos perguntar: de certa perspectiva bíblica, isto é digno do meu dinheiro e do meu tempo?” (PALMER, M. D.Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.398-9).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

                        Lições Bíblicas CPAD

           Jovens      4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 5: Relacionamento com pessoas difíceis

Data: 1 de Novembro de 2015

 

 

TEXTO DO DIA

 

Se for possível, quando estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).

 

SÍNTESE

 

O dever do cristão é viver em paz com todos, independentemente do credo, etnia e cultura, mesmo que a pessoa seja de difícil convivência.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — At 7.9,10

Relacionamento de José com seus irmãos

 

 

TERÇA — 2Tm 4.14,15

Relacionamento de Paulo com Alexandre

 

 

QUARTA — Nm 16-18

Relacionamento de Moisés e Arão contra os insurgentes

 

 

QUINTA — At 15.36-39

Relacionamento dos amigos Paulo e Barnabé

 

 

SEXTA — 3Jo 9-11

Relacionamento de João com Diótrofes

 

 

SÁBADO — Gn 13.7-12

O relacionamento familiar de Abraão e Ló em conflito

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DEFINIRo conceito de “pessoas difíceis”;
  • DESCREVERas características das pessoas difíceis;
  • REPENSARos relacionamentos com pessoas difíceis.

 

INTERAÇÃO

 

A presente lição trata do relacionamento com pessoas difíceis. Esse tipo de pessoa está na igreja, no trabalho, na escola e até mesmo na família. Na sociedade moderna precisamos saber conviver e respeitar as diferenças de ideias, religião e cultura, no entanto, o cristão discerne tudo pela Palavra de Deus. O professor, por exemplo, é um crente difícil de conviver? As pessoas gostam de estar ao seu lado e conviver com você? Essas são perguntas que precisam ser feita antes do início da aula. Assim, leia atentamente a lição, aplicando-a primeiramente à sua vida, e se for necessário mudar, mesmo que isso leve tempo, procure fazê-lo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor nessa lição faremos um trabalho muito simples, mas que irá dinamizar o tópico III. No lado esquerdo do quadro, cartaz ou qualquer recurso disponível, você escreverá os subtópicos em três colunas:

(1) Invejosa e Ciumenta;

(2) Opressora e Agressiva;

(3) Murmuradora e Mexeriqueira.

Abaixo de cada um desses três títulos, solicite aos alunos que sugiram nomes de personagens bíblicos que exemplifiquem a respectiva coluna. Por exemplo: (1) Caim; (2) Saul; (3) Miriam. Deste modo, solicite ao aprendente que justifique a inclusão de tal personagem na respectiva coluna. Boa aula!

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 37.1-8.

 

1 — E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.

2 — Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.

3 — E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.

4 — Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.

5 — Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.

6 — E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:

7 — Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho.

8 — Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Conviver e relacionar-se com pessoas é uma arte! Exige tato, experiência e cuidado. As pessoas são diferentes de muitos modos, inclusive na forma como gostam de serem tratadas. Talvez uma bajulação faça bem ao ego de uma pessoa, mas outra recebe com desconfiança e desprezo. Há formas universais de tratar alguém. Todos desejam ser tratados com educação, respeito e cordialidade. Todavia, com alguns isto não basta, são necessárias altas dosagens de paciência, tolerância e resignação. É sobre esse tipo de pessoa que certa psicoterapeuta chama de “porco-espinho”, e um outro psicólogo conceitua como “gente tóxica”, que trataremos nessa lição.

 

  1. O QUE SÃO PESSOAS DIFÍCEIS?

 

  1. Das metáforas ao conceito (Pv 15.18; 16.18,27).A metáfora “porco-espinho” ajuda esclarecer o sentido de “pessoas difíceis”. Naturalmente, o porco-espinho é um animal dócil, mas sob ataque, pressão ou cutucado, torna-se uma criatura perigosa, expelindo espinhos que se fixam na musculatura do oponente, gerando dor e inflamação. As figuras coloquiais “fio desencapado” e “pavio curto” expressam semelhante conceito. Trata-se de pessoas cujo relacionamento sempre é delicado e tenso por um lado, e distorcido e conflituoso por outro. É claro que os conflitos fazem parte dos relacionamentos e, considerados positivamente, levam à maturidade emotiva e relacional. Mas o que está em vista aqui é aquela forma irracional que chega às raias do abuso, manipulação e maus-tratos verbais gratuitos. A Bíblia recomenda cuidado no trato com os tais (Pv 22.24,25).
  2. Halitose de personalidade.A “pessoa difícil” de conviver traz um grande custo a si mesma e àqueles que estão em seu entorno. Ela sofre de um mal em sua personalidade que afasta as pessoas. Alguns especialistas chamam isso de “halitose de personalidade”. A halitose é responsável pelo mau hálito e, aplicada ao contexto, indica a pessoa que afasta as outras de si por causa de seu comportamento irritante. Falta-lhe aquele “bom cheiro de Cristo” (2Co 2.14-16) que aguça o caráter e a personalidade e torna a pessoa querida e amada (Ct 1.3). Geralmente esses indivíduos precisam de aconselhamento especializado (Cf. Pv 12.20; 13.10; 8.14-16; Cl 3.16).
  3. O que diz a Bíblia.A Bíblia não trata sistematicamente a respeito da convivência com pessoas difíceis, mas traz algumas recomendações e casos onde elas podem ser vistas, entre elas:
  4. a) José e seus irmãos (Gn 37).Movidos pelo ódio e inveja, os irmãos de José fizeram de tudo para tornar sua vida insuportável, a ponto de não falarem mais pacificamente com ele (vv.4,11) e tramarem sua morte (v.18). Deus fez com que o mal fosse transformado em bênção, mas o processo foi doloroso (At 7.9; Rm 8.28).
  5. b) Davi e Saul (1Sm 18.6-30).Saul temia o fato de Davi ser bem-sucedido em tudo o que fazia (vv.14,15,29) e não olhava-o com bons olhos (v.9), razão pela qual tentou matá-lo por diversas vezes (v.11,17-19). Ele invejava o apreço que todos tinham por Davi, e a inveja tornou-se em ódio (v.30). Não é sem razão que o salmista orava ao Senhor pedindo livramento (Sl 17.8-12).

 

 

Pense!

 

Os relacionamentos tornam-se insuportáveis quando a inveja é sua maior medida.

 

 

Ponto Importante

 

A inveja assinala sua presença quando a pessoa não se alegra com o sucesso do outro.

 

 

  1. CARACTERÍSTICAS DAS PESSOAS DIFÍCEIS

 

  1. Invejosa e ciumenta (Pv 28.22; At 7.9; Tg 3.15; Rm 13.13).A inveja é um sentimento destrutivo provocado pela insatisfação pessoal a respeito da felicidade e sucesso alheio (Pv 14.30). Ela se distingue do ciúme, uma outra obra da carne (Gn 30.1; Rm 13.13; Gl 5.21). A pessoa tem ciúme do que é dela e inveja do que é do outro. O ciumento quer primazia e exclusividade (Nm 11.27-29; Rm 11.11), já o invejoso tende a destruir ou ignorar o que alguém conquistou e a influenciar negativamente as outras pessoas (Gn 4.5; 37.11). A inveja e o ciúme são pecados (Gl 5.20,21) e opostos ao amor (1Co 13.4). Na Bíblia são conhecidos Caim (Gn 4.5), os patriarcas (At 7.9), Saul (1Sm 18.8) e os principais sacerdotes (Mc 15.10), todos, pessoas tóxicas, capazes de oprimir, injuriar, planejar o mal e até cometer assassinatos (Mt 27.18). O justo é advertido a não ter inveja dos ímpios (Sl 37.1; Pv 3.31; 23.17).
  2. Opressora e agressiva (Êx 23.9; Lv 19.33; Pv 14.31).O opressor tem um conceito equivocado acerca do poder que exerce. Ele converte a legítima autoridade em opressão e a submissão em pena (Gn 16.6; Êx 1.11; 1Tm 1.13). Nesses dois versículos, o termo hebraico ('ānâ) significa “humilhar” (ARA) ou “afligir” (ARC) e, no contexto, refere-se ao sofrimento advindo de uma tarefa difícil de realizar, podendo se estender ao castigo físico (1Tm 1.13 cf. At 26.9-11). O opressor é autoritário e se favorece de sua função superior para impor sua vontade sobre os outros. Essa suposta superioridade às vezes é condicionada pela cultura (machismo, patriarcalismo, paternalismo), resultando em hostilidade e agressões às mulheres, crianças e indefesos (Sl 10.18; 34.18). O salmista pedia ao Senhor para que o livrasse de gente dessa laia (Sl 72.4; 119.121).
  3. Murmuradora e mexiriqueira (Nm 17.5; Dt 1.27; 1Co 10.10).Um dos termos hebraicos para murmuração (hāgâ) descreve o arrulhar da pomba e o rugir do leão após a captura da presa (Is 38.14; 31.4). A murmuração pode se manifestar sutil e docilmente como o arrulhar da inofensiva pomba, como também manifesta-se perigosa e ameaçadora como o rugir do leão. Em ambas situações ela é perigosa e repreensiva. Tais metáforas descrevem o caráter sutil e ameaçador do murmurador e do mexiriqueiro, o “fofoqueiro”. Ambos usam as palavras para provocarem intrigas, rebeliões e para falarem mal do próximo (Êx 15.24; 16.2; Nm 14.2; 16.41; Lv 19.16; Pv 11.13). Segundo a Bíblia, essas pessoas tóxicas espalham veneno pela língua mentirosa (Pv 6.17), e, como flecha, procuram ferir outros disseminando desconfiança (Jr 9.8). O mexeriqueiro é intriguista e bisbilhoteiro. Uma das características desse execrável personagem é revelar os segredos que lhe são confidenciados (Pv 11.13). Seu prazer está em revelar aos outros aquilo que lhe foi transmitido em secreto. Ele gosta de insinuar maliciosamente dúvidas a respeito do cárater, das palavras e atos das pessoas. Ele é tão perigoso à unidade do grupo e à comunhão fraternal que a Bíblia o condena tenazmente: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo” (Lv 19.16; 2Co 12.20). Paulo também repreende as mulheres mexeriqueiras na igreja. Elas se intrometiam na vida particular dos irmãos e falavam o que não convinha “de casa em casa” (1Tm 5.11-13). Disseminavam mentiras, intrigas e dúvidas concernentes à vida dos crentes. No Salmo 101.5, o Senhor é muitíssimo claro: “Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei”. É muito difícil se relacionar com tais pessoas (2Tm 2.17).

 

 

Pense!

 

É necessário a paciência de Jó e a perseverança de Jeremias para suportar pessoas tóxicas.

 

 

Ponto Importante

 

Prudência, sabedoria e tolerância são antídotos contra as pessoas difíceis.

 

 

III. COMO SE RELACIONAR COM PESSOAS DIFÍCEIS

 

  1. Ninguém é perfeito (2Cr 6.36; Rm 3.23).Todos, de igual modo, são imperfeitos (Gl 5.19-21), e dependentes da graça de Jesus Cristo para serem pessoas cujo caráter reflita a transformação operada pelo Espírito Santo (Gl 5.22-25). Todavia, cabe também a cada um, que confia na obra transformadora de Cristo, esforçar-se para se tornar uma pessoa melhor, aprofundando e melhorando o caráter, as emoções e os relacionamentos com o outro (Gl 5.26; Ef 4.1-3,23-32).
  2. Não tente transformá-las (Pv 16.2; 18.1; 29.1).Uma pessoa de difícil convivência geralmente é alguém que não sabe dominar a si própria e possui uma visão distorcida de Deus, de si e dos outros (Pv 16.17-21; 14.31). Ela se apega, mesmo sem o saber, a fatores psicológicos de sofrimento e dessassocego: ciúmes (por sentir ameaçado seu objeto de apego, Rm 13.13), rivalidade e competição (por considerar que outros disputam o mesmo objetivo, Pv 17.14), orgulho e vaidade (por considerar-se superior, Pv 16.18). Esses sentimentos são convertidos em atos de ira, agressão, indiferença, manipulação e opressão. É melhor afastar-se (Rm 16.17; Is 2.22; Pv 14.16).
  3. Cuide de si, não se esqueça do outro (Lv 19.18; Mt 19.19; 22.39).O jovem deve discernir todas suas ações por meio das Escrituras (Sl 119.9,105). Ela é um espelho mediante o qual o cristão lê e vê a si mesmo segundo o padrão divino (Tg 1.22-25), e a norma de fé e prática para a vida cristã (2Tm 3.16,17). Deste modo, cuide de si, mas não se esqueça do outro (2 Tm 2.1,22-26; 3.14; 4.5). Cuidar de si é uma condição indispensável para cuidar do outro. Desejar o melhor para si mesmo, no entanto, não significa desejar o pior para o próximo. Para os gregos o cuidar de si (epimeleia heautou) designava um conjunto de ocupações desenvolvidas pelo indivíduo numa relação consigo mesmo (estudo, meditação, exercícios físicos). Ao mesmo tempo, essa atenção às necessidades individuais era uma atividade social e, com isto, um cuidado com o outro (epimeleia ton allon) que se manifestava na ética cristã que ensina: “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também” (Lc 6.31).

 

 

Pense!

 

A obra do Espírito Santo transforma pessoas difíceis em pessoas dóceis.

 

 

Ponto Importante

 

Qualquer pessoa pode ter seu momento de “pessoa tóxica”, portanto, vigie.

 

 

CONCLUSÃO

 

O Espírito Santo pode transformar uma pessoa difícil em pessoa dócil (At 9). Portanto, o jovem deve orar ao Senhor e agir prudente e sabiamente para contruir relacionamentos saudáveis, mesmo com pessoas difíceis.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
BUENO, Telma. Boas Ideias para Professores de Educação Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Defina pessoas difíceis.

Trata-se de pessoas cujo relacionamento sempre é delicado e tenso por um lado, e distorcido e conflituoso por outro.

 

  1. O que é “halitose da personalidade”?

Indica a pessoa que afasta as outras de si por causa de seu comportamento irritante.

 

  1. Cite duas características das pessoas difíceis.

Invejosa e ciumenta.

 

  1. Quais são os fatores psicológicos destrutivos aos quais as pessoas difíceis se apegam?

Ciúmes, rivalidade, orgulho e vaidade.

 

  1. O que as Escrituras são para a vida prática e diária do jovem?

Um espelho mediante o qual o cristão lê e vê a si mesmo segundo o padrão divino, e a norma de fé e prática para a vida cristã.

 

SUBSÍDIO I

 

“Fique Atento para o Triângulo do Crítico

Alguns críticos expressam suas queixas de maneiras claramente destrutivas.

Em vez de criticá-lo frente a frente, eles se queixam de você para outras pessoas, criando um triângulo de três pessoas que se tornam envolvidas no processo crítico. De modo muito semelhante aos ‘fofoqueiros’, esses críticos analisam o seu desempenho na frente dos seus colegas quando você não está presente. Normalmente, você conseguirá detectar esses críticos pelas observações que eles fazem sobre as outras pessoas quando estão na sua companhia. Você pode baixar a sua guarda porque essas pessoas fazem com que você se sinta um dos seus confidentes mais íntimos. A verdade é que você, junto com quase todos os demais, não passa de mais um alvo das suas críticas. Quando estiver com esse tipo de crítico, abaixe-se e seja rápido.

Conheça o seu Crítico mais Mordaz... e Aceite a sua Graça.

O nosso maior e mais severo crítico é alguém que nos conhece muito de perto: Deus. Ele conhece todas as coisas. Na cruz, o dedo acusador de Deus, que certa vez esteve apontado para nós, transformou-se em uma mão aberta que, agora, estendia-se em nossa direção. O nosso Juiz se tornou o nosso Salvador. O nosso maior crítico se transformou no nosso Melhor Amigo” (PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014).

 

SUBSÍDIO II

 

“A anatomia de um desmancha-prazer

Os ‘desmancha-prazeres’ são automaticamente negativos acerca de tudo o que lhe provoca empolgação. Se você recebe um aumento, eles sempre acham que não foi o suficiente. Se você vence uma competição, eles ficam decepcionados com o prêmio. Se você atinge alguma meta, eles não a reconhecem. A natureza negativa dos desmancha-prazeres, entretanto, é composta de vários traços específicos. Eles são cínicos, pessimistas, depreciativos, desanimadores, insatisfeitos, melancólicos, estagnantes, rejeitadores e contaminantes.

Cínicos

Harry Emerson Fosdick, um ministro influente no começo do século XX, fez uma observação interessante: ‘Observe em quais temas as pessoas se comportam de forma cínica, e você, normalmente, descobrirá quais são as suas carências’. Isto, seguramente, é verdadeiro no que diz respeito aos desmancha-prazeres. O cinismo corre nas suas veias, e mesmo que ele esteja disfarçado em contemplação meditativa, sempre é uma farpa enrustida que visa atacar as qualidades da outra pessoa que lhe provocam inveja” (PARROTT, Les. Lidando com Pessoas Difíceis. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014).

 

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                    Jovens  4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho  

Lição 6: Relacionamento sentimental

Data: 8 de Novembro de 2015

 

 

TEXTO DO DIA

 

[...] O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor” (1Co 7.32b).

 

SÍNTESE

 

Relacionamentos corretos e saudáveis são bênçãos do Senhor sobre o cristão que decide agradar a Deus ainda jovem.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 2.18-24

O casamento instituído por Deus

 

 

TERÇA — 1Co 7.25-36

Recomendações aos jovens solteiros

 

 

QUARTA — Pv 30.18,20

O mistério do encontro

 

 

QUINTA — 2Sm 13

Os desatinos da paixão doentia e pecaminosa

 

 

SEXTA — Ct 7.6,7

O verdadeiro amor entre homem e mulher

 

 

SÁBADO — 1Co 6.18-20

Fugir de toda impureza

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • REFLETIRsobre os sentimentos e maturidade afetiva;
  • COMPREENDERa relação entre paixão e razão;
  • RECONSIDERARrelacionamentos problemáticos.

 

INTERAÇÃO

 

Como ficou demonstrado nas lições anteriores, nossas lições não tratam do relacionamento como algo separado da constituição do ser humano e da vida. Ele não é um “departamento”, uma “divisão”, um “setor privado” que não se comunica com o ser integral, ou que dele pode ser distinguido, seccionado ou separado. Mesmo pessoas consideradas maduras são capazes de reagir de modo imaturo em determinada circunstância do relacionamento. Toda decisão nos relacionamentos afeta o ser humano total e não apenas uma parte dele.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, use a argumentação a seguir no subtópico “Maturidade afetiva”. “A maturidade afetiva é obtida no processo da educação e vida humana. Há pessoas avançadas em idade (maturidade cronológica) que ainda não alcançaram a maturidade afetiva, e ainda que raro, pessoas jovens que demonstram maturidade nas decisões pessoais e nos relacionamentos afetivos. Todavia, é necessário afirmar que a maturidade afetiva designa um ponto de referência na educação integral do ser humano que nunca é atingido de maneira plena e conclusiva, mas que, embora observável em algumas pessoas, se constrói na caminhada da vida”. Terminada a argumentação, ministre o subtópico. Ao terminar, solicite à classe exemplos de personagens que demonstraram maturidade afetiva e outros que foram egoístas em seus relacionamentos. Analise os personagens. Agora você está preparado para o próximo assunto.

 

TEXTO BÍBLICO

 

1 Coríntios 13.1-7.

 

1 — Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

2 — E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

3 — E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

4 — O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece,

5 — não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

6 — não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7 — tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Nos dias de hoje, há uma profunda crise de identidade, agravada pela falta de maturidade e responsabilidade afetiva. O que muitos jovens conhecem sobre afetividade, sentimento e amor são extraídos dos péssimos e pecaminosos modelos disseminados pelas novelas, filmes e revistas sobre a vida dos famosos. Pouco se encontra na sociedade acerca de exemplos de amor e relacionamentos afetivos corretos e bíblicos. Os jovens não encontram bons e sadios exemplos de masculinidade e, as jovens, muito pouco de feminilidade. Nesta lição estudaremos a respeito dos relacionamentos afetivos corretos e bíblicos.

 

  1. “O AMOR É LINDO!” (1Co 13)

 

  1. Os sentimentos constituem o ser (Fp 2.2,5; 3.15,16).O ser humano foi criado por Deus constituído de um conjunto de sentimentos saudáveis e corretos que espelhavam a natureza santa do próprio Senhor (Gn 1.26-28; 2.18-25). Foi no relacionamento amoroso, gracioso e acolhedor de Deus com o homem no Éden, que a criatura humana dimensionou o reflexo da imagem do Senhor em si mesma. Ele era um ser integral e perfeito porque o seu Criador assim o era (Gn 17.1; Dt 18.13). Deste modo, o homem estava perfeitamente integrado ao Criador, consigo mesmo, o outro e com a criação. Seus sentimentos expressavam essa harmoniosa relação.
  2. A corrupção dos sentimentos (Rm 1.18-32).Todavia, com a entrada do pecado no mundo (Rm 5.12), o homem e a mulher passaram a experimentar sentimentos conflitantes: cobiça e medo (Gn 3.6,10), culpa e vergonha (Gn 3.11), egoísmo e desconfiança (Gn 3.12,13). Afastados voluntariamente do Altíssimo, ambos tornaram-se espiritualmente alienados (Rm 3.23) e mutilados em seu caráter, personalidade e sentimentos (Rm 1.18-32). Somente retornando a Deus por meio de Cristo (Cl 1.15; Rm 8.29; Hb 1.3), o homem pode refletir o caráter e sentimentos originários em Deus, ou seja, a mesmíssima imagem refletida no Filho (Ef 4.24; 2Co 3.18; 2.14-16; Rm 5.12-21; 1Co 1.30-31).
  3. Maturidade afetiva (1Co 13; Ef 5.1-6.9).A dimensão afetiva no ser humano perpassa toda sua existência, seja biológica, seja psíquica ou espiritual (1Ts 5.23). Certos especialistas atribuem à alma, ou ao nível psíquico, as experiências afetivas — emoções e sentimentos —, contudo é o sujeito inteiro que as experimentam. Todo o ser é afetado e não apenas uma de suas constituições. Deste modo, o amor deve animar e guiar todos os relacionamentos, principalmente os sentimentais (1Co 13.7). É o amor que nos conduz à maturidade de nossas emoções, sentimentos e relacionamentos corretos (1Co 13.4-5). Ele nunca falha (v.8).

 

 

Pense!

 

Na criação, os sentimentos do homem refletiam a perfeição divina.

 

 

Ponto Importante

 

Os cristãos, regenerados em Cristo, devem refletir a imagem de Cristo.

 

 

  1. APAIXONADO, NÃO ILUDIDO (Rm 14.13; 2Tm 2.22)

 

  1. Paixão e razão (2Sm 13).A paixão se caracteriza por um forte sentimento que se manifesta na pessoa pelo desejo irrefreável de algo. Em si mesma e em boa medida ela não é prejudicial, uma vez que está presente nos relacionamentos sentimentais. Todavia, a paixão tem como objetivo a satisfação que procede da necessidade do próprio indivíduo e, por isso, tende a ser egoísta, coisificar e instrumentalizar o outro, como no caso de Amnom (2Sm 13). Fatores bioquímicos explicam a euforia, o humor, ansiedade e obsessão pela pessoa a qual se está apaixonado e a tendência de se perder a razão por causa da atração (Gn 38.14-19; Jz 14.1-3). Por isso, atender as orientações paternas ajuda a equilibrar as emoções (Pv 4.1-10).
  2. Os desatinos da paixão pecaminosa (2Sm 13; 1Ts 4.5).Amnom estava obcecado por Tamar, sua meia-irmã (vv.1,4). Embora o termo original “amou-a” ('āhab) tenha vários sentidos (Gn 22.2; 24.26; 34.3), aqui se refere ao forte afeto emocional e ao desejo sexual desenfreado (vv.11-14). Nesse sentido, a paixão é considerada pecado (1Ts 4.5). A angústia de Amnon (v.2) traduz o “aperto” e “aflição” psicológicos que ele sofria pela impossibilidade de obter Tamar (v.2). A trama hedionda incluía dissimulação, fingimento, mentira (v.5) e, ironicamente, conforme o termo hebraico (lebhibhoth), a preparação de bolos em formato de coração (v.6). Depois de cumprir seu intento contra a vontade da jovem, ele a desprezou (vv.15-16,22).
  3. Discernindo o amor e suas formas (1Co 13).Nem sempre é fácil discernir o amor verdadeiro de uma mera atração, da paixão, da amizade ou do desejo. Isto, porque em um relacionamento sentimental existe a presença de cada um deles. Vejamos:
  4. a) Philia.Designa a amizade sincera, na qual age o amor interpessoal e o respeito de uma pessoa para com a outra (Hb 13.1). É um amor que exige reciprocidade, mas na qual também atua o interesse pelas qualidades da outra. Tem estreita relação, embora distinto, comstorge— a afeição natural entre membros de um núcleo familiar.
  5. b) Eros.Refere-se ao amor como desejo, na qual pode estar presente ou não o “desejo sexual”. Entendido corretamente,erosnão é por si mesmo pecaminoso (Gn 26.8). Ele está presente em várias situações da vida amorosa de um casal (Ct 4). Contudo tende a ser egoísta e desregrado, principalmente quando coisifica e instrumentaliza a outra pessoa (2Sm 13; Gl 5.19; Pv 7.6-27).
  6. c) Ágape.Trata-se do amor com que Deus ama, sendo Ele próprio Amor (1Jo 4.16-21). É o amor sacrifical de Cristo (Jo 15.13; 2Co 5.14) e o novo mandamento (Jo 15.12). O cristão vive esse amor de modo imperfeito, pois somente o amor de Cristo é completamente gratuito e perfeito (Ef 3.19).

Deste modo, essas dimensões do amor são necessárias ao amadurecimento do sujeito, mas devem coexistir em equilíbrio para o fortalecimento das relações sentimentais verdadeiras e sinceras.

 

 

Pense!

 

O amor deve ser vivido em suas dimensões afetivas: “philia”, “eros” e “ágape”.

 

 

Ponto Importante

 

O amor “eros” tende a coisificar e instrumentalizar o outro, cuidado!

 

 

III. CORAÇÃO PARTIDO, ESPERANÇAS DESPEDAÇADAS (Mt 7.9-11)

 

  1. Atração fatal (Pv 7.6-27; 2Sm 13; Jz 16).Sentir-se atraído pelo sexo oposto faz parte da constituição humana e, corretamente entendido, é saudável e necessário (Gn 2.24; Pv 30.18,19). Porém o erotismo pecaminoso e as modernas formas de encontros sexuais e sentimentais mediados pela internet têm sido “rede de pecado”, e “laço de morte” para os jovens (Pv 13.14). Não são poucos aqueles que tiveram seus corações partidos e as esperanças despedaçadas, e até mesmo alguns que perderam suas vidas devido os encontros marcados às escondidas dos pais. Fuja de toda forma de impureza sexual! Seu corpo é templo do Espírito Santo (1Co 6.18-20). Não caia no laço do Diabo (1Tm 3.7; Sl 116.3; 141.9). “Amor” virtual é uma fantasia perigosa.
  2. Reconstruindo o coração partido (2Sm 13.19-22; Pv 18.19).Reconstruir um coração partido não é imediato. Leva-se tempo, paciência e resignação. E dependendo do caso, haveria necessidade de ajuda especializada. Portanto, é melhor prevenir-se contra relacionamentos ruins e esperar no Senhor (Sl 42.5; 43.5). Veja o caso de Tamar, após o terrível “encontro”, sentiu-se humilhada, rejeitada e ferida (v.19 ver 2Sm 14.27). A cura das feridas emocionais leva tempo e as cicatrizes permanecem por toda vida. Ninguém deseja um relacionamento afetivo que traga dores sentimentais, rusgas familiares e às vezes até o afastamento da pessoa dos amigos e da comunidade da fé. Esses elementos são excelentes ingredientes para avolumar os romances, instigar a leitura, favorecer a trama e criar umbest-seller, mas na vida que é real causam decepções, tristezas e infindáveis desgostos. Deixemos essas aventuras somente para a arte, a literatura e para a ficção.
  3. Propósitos para além de um relacionamento.Muitos jovens cristãos estão decididos a se casarem, ao preço de suas vidas e virtudes. Andam atrás de sua cara-metade nas redes sociais, e para isso criamnicknames(apelidos), perfis falsos, perdem tempo com chat de relacionamentos, entre outros recursos mentirosos e fantasiosos (Pv 27.20). A possibilidade de magoarem-se e se ferirem é muito maior do que a de conquistarem um amor duradouro e verdadeiro. Isto não quer dizer que não seja possível encontrar amigos e relacionamentos afetivos sérios nas redes sociais. Sabe-se que a rede social tem sido um canal útil para algumas pessoas encontrarem parceiros e amigos com os mesmos gostos e afinidades e, a partir desse conhecimento preliminar, desenvolverem um relacionamento afetivo maduro e responsável.

Todavia, é preciso tomar muito cuidado ao procurar nos sites de relacionamentos alguém para compartilhar seus segredos e sua vida. O perigo está sempre à espreita, uma vez que do teclado à vida real existe muita diferença, e se a pessoa não perceber rapidamente esses perigos pode amargar por muito tempo. Assim, não considere que os relatos positivos sejam em si mesmo um motivo a mais para “cair de cabeça” nesses sites em busca de relacionamentos afetivos. Na maioria das vezes, as fotos dos perfis são melhores do que o “original”, e as palavras virtuais doces e românticas são laços e redes que escondem uma má intenção. É preciso cuidado e discernimento! Espere no Senhor, porque Ele deseja a tua felicidade! (Sl 128.1; 20.5).

 

 

Pense!

 

É possível ser curado das feridas emocionais, mas o que fazer com as cicatrizes?

 

 

Ponto Importante

 

Dê preferência a um relacionamento real ao fantasioso.

 

 

CONCLUSÃO

 

Os relacionamentos sentimentais que proveem da bênção do Senhor sobre a vida do jovem cristão são construtivos e levam à maturidade afetiva, ao crescimento pessoal, e a comunhão com Cristo. Eles são presentes divinos aos jovens que permanecem fiéis ao Senhor (Sl 119.9).

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

GEORGE, Jim. Um Jovem Segundo o Coração de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
ROSS, Michael. Cresci e Agora? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Como o homem dimensionou o reflexo da imagem de Deus em si mesmo?

No relacionamento amoroso, gracioso e acolhedor de Deus com o homem no Éden.

 

  1. Como o homem pode refletir mais uma vez os sentimentos originários em Deus?

Retornando a Deus por meio de Cristo.

 

  1. Por que a paixão tende a ser egoísta e coisificar o outro?

Porque tem como objetivo a satisfação que procede da necessidade do próprio indivíduo.

 

  1. Descreva os três tipos básicos de amor.

Philia (amizade), Eros (desejo), Agápe (amor).

 

  1. É pecado sentir-se atraído pelo sexo oposto? Justifique.

Não, pois faz parte da constituição humana e, corretamente entendido, é saudável e necessário.

 

SUBSÍDIO

 

“Como proteger o seu coração da paixão

Vem como uma gripe. As palmas das suas mãos transpiram. Você sente frio e arrepios. O seu rosto fica quente e a sua boca, seca. A cegueira perturba a visão dos seus olhos. E quando ela vem para perto, você age de modo delirante, gaguejando — as poucas palavras você pode dizer... Um dia, tudo o que você pode fazer é sonhar com Lisa; no dia seguinte, ela é mais parecida com um pesadelo [...].

Estes conselhos deterão suas emoções e o ajudarão a manter uma perspectiva equilibrada.

  1. a) Lembre-se de que você ainda é jovem; você tem tempo de sobra antes de se casar e muito para aprender antes disso.
  2. b) Compreenda que você provavelmente não vai encontrar a sua futura esposa na escola de Ensino Fundamental ou Médio.
  3. c) Aprenda por intermédio dos seus conhecimentos. Comece a conhecer a Stacie, se você estiver interessado nela, mas mantenha isso no nível da amizade.
  4. d) Converse com alguém mais velho e mais sábio a respeito dos seus sentimentos de paixão arrebatadora. Essa pessoa será capaz de lhe dar alguns critérios para dizer se você está perdidamente apaixonado ou mais do que isso” (ROSS, Michael.Cresci e Agora?1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.100).

 

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                                   Lições Bíblicas CPAD

                Jovens  4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

              Comentarista: Esdras Costa Bentho 

                 Lição 7: Relacionamentos                                                                  

               Data: 15 de Novembro de 2015 

 

TEXTO DO DIA

 

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos ameis” (Jo 15.12).

 

SÍNTESE

 

Os relacionamentos descartáveis são frutos de uma sociedade que coisifica o outro e o instrumentaliza com propósitos fúteis, materiais e inumanos.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 37.13-22

Sentença de morte ao irmão

 

 

TERÇA — 2Sm 13.1-22

Paixão efêmera leva a relacionamentos descartáveis

 

 

QUARTA — 1Sm 18.17-19

Planos impiedosos acompanham relacionamentos descartáveis

 

 

QUINTA — Rt 1.1-22

Relacionamentos maduros construídos em Deus

 

 

SEXTA — 1Sm 18.1-6

Relacionamentos maduros produzem amizades fiéis

 

 

SÁBADO — Jo 16.1-33

Jesus, fiel amigo

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • REFLETIRsobre os relacionamentos nas redes sociais;
  • DEBATERas relações de consumo;
  • ESTABELECERrelacionamentos duradouros.

 

INTERAÇÃO

 

“Devemos proporcionar ao aluno vivências enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber”. Há muitas possibilidades de se interpretar essa expressão da professora Jussara Hoffmann, mas prefiro aquela que a traduz dentro do contexto da vida. O professor não é apenas um “arquiteto cognitivo” como se expressou importante pedagogo, mas também alguém que proporciona aos alunos experiências significativas que ampliam não apenas os aspectos cognitivos mas também afetivos e relacionais. A educação aperfeiçoa o ser humano e o conduz à maturidade humana.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, o uso das redes sociais é uma realidade na sociedade moderna. Com base nos dados sobre o uso da Internet no Brasil e no mundo, proponha um “debate” entre o alunato. Os dados apenas descrevem o crescimento da Internet, por isso desenvolva uma discussão a respeito do uso inteligente da web e das mudanças que esses novos hábitos provocam no indivíduo, na família e na sociedade. Os dados a seguir foram divulgados pelos meios de comunicação e adaptadas para este quadro: “As últimas estatísticas afirmam que até o final de 2014 houve cerca de 107,7 milhões de internautas no Brasil, enquanto em 2013 havia 99,2 milhões. A estimativa é que nesse ano o mundo atinja a marca de 3 bilhões de pessoas conectadas à Internet, o que equivale a 42,4% da população mundial. Segundo os observadores sociais, até 2018 quase a metade do mundo vai acessar a web pelo menos uma vez ao mês. Dados do IBGE afirmam que 24,2 milhões de lares com renda de até dois salários mínimos e cerca de 7,5 milhões de lares na área rural do país ainda não estão conectados à Internet”. Permita que os alunos se expressem; incentive-os a discutirem a questão.

Professor, para a próxima aula, solicite aos alunos que tragam uma descrição da presença da religião e da religiosidade no bairro ou comunidade que ele reside.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 37.13-20.

 

13 — Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele lhe disse: Eis-me aqui.

14 — E ele lhe disse: Ora, vai, e vê como estão teus irmãos e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim, o enviou do vale de Hebrom, e José veio a Siquém.

15 — E achou-o um varão, porque ele andava errado pelo campo, e perguntou-lhe o varão, dizendo: Que procuras?

16 — E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.

17 — E disse aquele varão: Foram-se daqui, porque ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos e achou-os em Dotã.

18 — E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele, para o matarem.

19 — E disseram uns aos outros: Eis lá vem o sonhador-mor!

20 — Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Alguns especialistas sentimentais falam das interações humanas como se fosse um território mapeado e plenamente explorado. Eles fornecem receitas para todos os tipos de relacionamentos, e os explicam com base na biologia, na psicologia e na sociologia como se o encontro entre duas pessoas fosse exato e fixo como uma equação matemática. Essas ciências ajudam a entender vários elementos ligados aos relacionamentos e não é sábio negar suas pesquisas e resultados, no entanto, não eliminam o mistério que circunda o amor, a vida, o encontro entre um homem e uma mulher e amizade entre as pessoas (1Sm 20.17; Ct 8.6).

 

  1. OS RELACIONAMENTOS NAS REDES SOCIAIS

 

  1. Da sociedade da informação à de redes (Ec 1.4).O mundo globalizado passou de uma sociedade da informação para uma sociedade de redes. Na primeira, a informação era seu produto principal, na segunda, é a comunicação (Dn 12.4; Ap 1.7). Ambas, porém, tem o mesmo ícone: o computador ligado à rede. Essa radical mudança fez ruir as fronteiras entre os países e trouxe novas formas de relacionamentos e identidades culturais. O mundo já não é mais o monobloco maciço de antigamente, mas um espaço multicultural e plural. Esta sociedade possui novas, interessantes e também perigosas formas de relacionamentos (virtuais), que devem ser discernidas de acordo com a perspectiva bíblica e cristã (1Co 2.14,15).
  2. Proximidade virtual (Ec 3.14,15).As novas tecnologias (smartphonestablets) permitiram o acesso aos centros de comunicação criados para relacionamentos (facebookchats). Esses instrumentos permitem “permanecer em contato” com alguém ao mesmo tempo que mantém o usuário à parte dos relacionamentos concretos: familiares e amigos próximos. Por meios de tais redes, o indivíduo substitui um relacionamento sério por um recreativo, concreto por um abstrato, real por um virtual (Pv 14.21). Deste modo, são mais descartáveis (Pv 18.19). É mais fácil e menos constrangedor “deletar” um relacionamento virtual do que um no mundo real, de pessoas reais (Pv 26.18,19). A “proximidade” virtual tornou as relações humanas banais e breves, contrário ao que ensina a Bíblia (Pv 25.21,22).
  3. Coisificação do sujeito (2Tm 3.1-4).Um dos grandes males provocados pela modernidade e que está muito presente nas redes de relacionamentos virtuais é a coisificação da pessoa humana — o equivocado conceito de que a pessoa é um objeto como qualquer outro. Nesta sociedade desumana, que prioriza o espetáculo e a instrumentalização do homem, o sujeito é desumanizado e transformado em simples mercadoria (v.3). O valor da pessoa é tido pela sua utilidade e, por isso, “deletada” ou descartada quando não é mais útil à instrumentalização do outro (1Tm 4.1,2).

 

 

Pense!

 

Relacionamentos saudáveis são duradouros!

 

 

Ponto Importante

 

Relacionamentos podem nascer virtualmente; se maduros, levarão à amizade sincera.

 

 

  1. RELACIONAMENTOS DURADOUROS X RELACIONAMENTOS DESCARTÁVEIS

 

  1. Relacionamentos de consumo (Ec 3.16).Entre os males causados pelas novas formas de relacionamentos virtuais, estão a afetividade e as interações humanas como mais uma mercadoria de consumo. Pela ilógicaconsumista, toda mercadoria deve ser descartada ao se tornar obsoleta ou trocada quando outra melhor surge no mercado. Se estabelece a troca, ou a substituição, causada pela perda de valor intrínseco do produto. Esse mesmo desvio é aplicado aos relacionamentos (Pv 27.10). Eles são descartados quando não oferecem mais vantagens, trocados quando uma nova oferta de interação humana se apresenta mais “lucrativa” (Pv 28.21). Os laços humanos tornaram-se frágeis no mundo virtual e facilmente substituíveis, sem qualquer remorso (Pv 18.19). Os relacionamentos são frágeis porque a moral, a virtude e os princípios divinos estão se tornando obsoletos para o homem moderno (Lv 19.11-18; Pv 30.5,6).
  2. Relacionamentos sólidos (Ec 11.9-10).Cada vez mais raro, mas não completamente desaparecido, estão as interações humanas construídas com base no respeito, na confiança e no valor intrínseco da pessoa e de seu caráter. Um relacionamento sólido nega-se a coisificar o outro, mas valoriza-o pelo que ele é, não pelo que tem, ou vantagens que possam ser oferecidas (Pv 17.17; Ct 1.3). Há reciprocidade e satisfação pela realização do outro.
  3. Padrões morais constroem relacionamentos sólidos.A base dos relacionamentos descartáveis é a moralidade relativa e pecaminosa da geração pós-moderna. Frouxidão moral resulta em interações humanas descartáveis (Mt 5-7). Sem padrão moral nas interações pessoais o humano se dissolve no relativismo e a humanidade no humano desaparece. Todavia, as interações humanas fundamentadas na virtude, ética e moral das Sagradas Escrituras, dignificam o homem e o insere na completa e perfeita humanidade vivida e ensinada por Jesus (Ef 4.22-24; 2Co 3.18).

 

 

Pense!

 

Não se constrói um sólido e verdadeiro relacionamento com as mentiras e falsidades do mundo virtual.

 

 

Ponto Importante

 

A coisificação da pessoa humana é responsável pela prostituição virtual e fragilidade dos relacionamentos.

 

 

III. ESTABELECENDO RELACIONAMENTOS DURADOUROS

 

  1. Uma vida, muitos amigos (Ec 3.1-22).A vida humana é constituída de ciclos: infância, adolescência, juventude e velhice (Ec 1.4). Em cada uma dessas fases construímos relacionamentos na família, igreja, escola e trabalho. Alguns desses são laços consanguíneos (Gn 21.1-7), outros de afinidades (Rt 1.16; Dt 34.9) e alguns apenas circunstanciais (Gn 40). Nesses períodos, relacionamentos são construídos, desfeitos e fortalecidos. Alguns sobrevivem ao tempo e as circunstâncias, enquanto outros são breves e frágeis. Disto todos precisam estar conscientes.
  2. Relacionamentos duradouros (Ec 4.9-12).Esses tipos de relacionamentos não surgem por acaso. Mesmo sem a percepção dos sujeitos envolvidos, estão imbricados diversos elementos ligados à personalidade, psique, afinidades entre outras características. Todavia é possível traçar as bases das interações humanas duradouras: a) respeito — tratar com apreço e polidez (1Tm 2.2; 3.8,11; Rm 13.7); b) confiança — certeza íntima do procedimento correto de outrem (2Ts 3.4; 1Sm 23.16; Sl 56.4); c) reciprocidade — responder positivamente a uma outra ação positiva (1Sm 20.12-17; 2Sm 19.26-28); d) afinidade — sintonia com o outro (2Sm 23.14-17). Se apenas uma dessas quatro colunas ruírem, o relacionamento entrará em crise (Pv 18.19; Ec 10.4). Deste modo, relacionamentos duradouros são construídos ao longo do processo das interações humanas e da maturidade afetiva dos indivíduos. Os relacionamentos humanos não são perfeitos, no entanto, podem e devem ser estabelecidos em fundamentos sólidos como o respeito, a verdade, a confiança, a reciprocidade, a afinidade e acima de tudo o amor fraterno. Sem essas bases, o relacionamento não subsiste às intempéries e desafios que a própria vida e a experiência impõem sobre ele. É necessário que cada indivíduo esteja plenamente cônscio de que relacionamentos maduros e sólidos são construídos em conjunto. Cada uma das partes precisa contribuir para o progresso e maturidade do relacionamento. A responsabilidade não pode ser atribuída apenas a um indivíduo, ambos são sujeitos responsáveis pela maturidade e firmeza do relacionamento.
  3. Anjos do amor: idolatria e falsa espiritualidade (Ap 19.9,10; Hb 1.14).Entre as pessoas místicas, encontram-se aquelas que acreditam em “anjos do amor”. Segundo a religião do anticristo, a Nova Era, esses seres seriam os responsáveis por “curar” e “acertar” as “turbulências” nos relacionamentos. Deve-se rezar e acender velas em nome deles, porque “adoram ser paparicados”. Assim, um “anjo de conexão” entrará em ação a fim de harmonizar o relacionamento, e o da “guarda” dará conselhos afetivos. Ledo engano! Leia Colossenses 2.8-23 quanto à falsa reverência aos anjos.

Para o jovem cristão é redundante afirmar o perigo dessas práticas esotéricas. Todavia, o conselho mostra-se oportuno nos dias atuais em que a falsa espiritualidade grassa não apenas fora da igreja mas também dentro dela. Na sociedade existe toda uma plataforma mística e esotérica que procura harmonizar a pessoa consigo mesma e a restabelecer relacionamentos partidos por meio de recursos espiritualistas: jogo de búzios, tarologia, quiromancia, astrologia e energização de cristais, entre outros infindáveis recursos místicos e bruxarias. Infelizmente, muitíssimas pessoas em todo o Brasil estão dispostas a pagar o que for a qualquer especialista ou charlatão que garanta trazer o “seu amor” em trinta dias ou menos. Outras procuram lugares como a “Cidade da Paz”, o “Vale do Amanhecer” e a “Cidade Eclética”, todas situadas em Brasília, para submeterem-se a diversos procedimentos místicos a fim de solucionarem seus problemas, entre eles, amorosos.

Entre os brasileiros estes pecados são cada vez mais comuns e difundidos nas mídias eletrônicas e impressas. A Bíblia, entretanto, condena todas essas práticas, mesmo que seja o aparentemente inofensivo horóscopo, e proíbe terminantemente que as pessoas procurem tais especialistas (Lv 19.26, 31; Dt 18.9-12; 2Rs 21.6; Is 47.13; Jr 27.9; Ap 22.15).

 

 

Pense!

 

Os anjos não devem ser adorados, reverenciados ou cultuados.

 

 

Ponto Importante

 

O respeito, a confiança, a reciprocidade e a afinidade são os pilares dos relacionamentos maduros.

 

 

CONCLUSÃO

 

Os relacionamentos devem ser construídos tendo a Sagrada Escritura como fundamento e inspiração. Ela instrui a respeito dos relacionamentos do homem com Deus, consigo, com o próximo e com a criação. Atentai para sua instrução (Sl 119.9).

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

PALMA, Anthony D. O Batismo no Espírito Santo e Com Fogo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.
BENTHO, Esdras C. Igreja: Identidade & Símbolos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Qual deve ser a atitude do jovem em relação as novas formas de relacionamentos virtuais?

Discernir de acordo com a perspectiva bíblica e cristã.

 

  1. Qual a consequência que a proximidade virtual trouxe aos relacionamentos?

Tornou as relações humanas banais e breves.

 

  1. Descreva o grande mal provocado pela modernidade e presente nas redes sociais.

Tornar a afetividade e as interações humanas como mais uma mercadoria de consumo.

 

  1. Defina relação de consumo.

Relacionamentos descartáveis, quando não oferecem mais vantagens, trocáveis quando uma nova oferta de interação humana se apresenta mais “lucrativa”.

 

  1. Quais os pilares dos relacionamentos maduros?

Respeito, confiança, reciprocidade e afinidade.

 

SUBSÍDIO

 

“Os cristãos interativos

Quando apareceu a telegrafia, uma das primeiras tecnologias de comunicação revolucionárias, a mensagem profética que Samuel Morse lançou para meditação pública foi; ‘O que foi que Deus fez’? Deveríamos fazer a mesma pergunta hoje com a explosão das novas tecnologias interativas de comunicação.

Depois de décadas de pesquisas sobre os efeitos anti-sociais da mídia, as nações ao redor do mundo descobriram o poderoso impacto positivo do entretenimento pró-social durante as décadas de 1980 e 1990 [...] O uso do entretenimento para a educação também está se espalhando rapidamente nos países ocidentais. Infelizmente, o pornógrafo está criando outra vez uma desconfiança das novas fronteiras da mídia, como a Internet. Em vez de permitir que os usos corruptores potenciais da tecnologia de comunicação nos façam bater em retirada por causa dos gigantes da Canaã do ciberespaço, o povo de Deus deveria estar agressivamente procurando saber como Ele quer usar os CD-ROMs, a realidade virtual interativa e a World Wide Web (a rede mundial) para o cumprimento de seus propósitos” (PALMER, M. D. Panorama do Pensamento Cristão. RJ: CPAD, 2001, p.412).

 

 

 

                                          Lições Bíblicas CPAD

                Jovens   4º Trimestre de 2015 

 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 8: O relacionamento com pessoas de uma fé diferente

Data: 22 de Novembro de 2015 

 

TEXTO DO DIA

 

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam”(At 17.30).

 

SÍNTESE

 

A fé cristã está fundamentada na revelação de Deus em Cristo, e nisto se distingue das demais crenças e religiões, embora reconheça o direito de todos expressarem livremente suas crenças.

 

AGENDA DE LEITURA 

SEGUNDA — Jo 4.1-30

O relacionamento de Jesus com a religião samaritana 

TERÇA — Lc 9.51-56

Jesus repreende a intolerância religiosa dos apóstolos 

QUARTA — 1Co 1.10-17

Relacionamento conflituoso entre os domésticos da fé 

QUINTA — At 5.17-42

A intolerância religiosa dos judeus à fé cristã 

SEXTA — Gl 1.6-24

Pela pureza do Evangelho 

SÁBADO — Mc 16.14-20

A missão imperativa da Igreja

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • EXPLICAR o sentido de religião na esfera secular e bíblica;
  • COMPREENDER que as religiões não são iguais no plano bíblico.
  • DESENVOLVER tolerância, respeito e civilidade com as demais religiões.

 

INTERAÇÃO

 

Nesta lição estudaremos um tema muito presente na realidade social e urbana das metrópoles: a religião nos espaços públicos e o relacionamento do cristão com pessoas de crenças diferentes. Este é o momento de reafirmar a necessidade de os alunos serem pacientes e tolerantes com aqueles que professam uma crença diferente, evitando as controvérsias desrespeitosas e agressivas que só impedem a comunicação eficiente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Lembre-se, o texto de 1 Pedro 3.15, exorta o cristão a “defender” a fé com mansidão.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

A aproximação dos jovens com pessoas de crenças ou religiões diferentes é uma realidade na sociedade brasileira. O “fenômeno religioso”, ou seja, a presença da religião nos espaços públicos, é um dado que o cristão deve refletir. Na Europa, a religião tem recuado para os espaços privados da vida doméstica e se restringido à tradição familiar. No Brasil, no entanto, a religião está presente em todos setores, seja público, seja privado. Solicite aos aprendentes que descrevam suas observações do fenômeno religioso e da religiosidade popular em sua comunidade. A seguir ministre a respeito dos relacionamentos com pessoas de tradição religiosa distinta. Boa aula!

 

TEXTO BÍBLICO

 

Atos 17.16,18,22-28.

 

16 — E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.

18 — E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.

22 — E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;

23 — porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio.

24 — O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens.

25 — Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas;

26 — e de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação,

27 — para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós;

28 — porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 

INTRODUÇÃO

 

A globalização do mundo trouxe à fé cristã imperiosos desafios. Novas culturas emergiram das regiões mais remotas do planeta e se difundiram nos países de tradição judaico-cristã. Se a era Moderna foi marcada pela difusão do Cristianismo no Ocidente, a Pós-Moderna se anuncia como era plural, caracterizada pela expansão e presença de várias crenças orientais e tradições religiosas até então ignoradas pelos cidadãos das metrópoles. Na modernidade, a fé cristã era inquestionável e exclusiva, na pós-modernidade tornou-se mais uma opção no variado cardápio religioso. O Cristianismo, portanto, não é a única religião a disputar pelo interesse e adesão das pessoas, mas divide o espaço público com outras crenças e saberes religiosos opostos. Nesta lição, estudaremos o sentido de religião e a forma de o cristão se relacionar com pessoas de crenças diferentes.

 

  1. RELIGIÃO NO CONTEXTO MODERNO
  2. Sentido secular de religião? (At 17.16-22). Religião não é uma palavra de fácil definição, embora a religiosidade esteja presente nos espaços públicos e privados por meio dos templos, símbolos, músicas e costumes sociais (vv.16,22). Uns afirmam que ela é fruto da cultura, da autoconsciência do homem, do medo, e há aqueles que descrevem-na como “ópio” para suportar as angústias da vida e suspiro da criatura oprimida. O sentido positivo de religião designa assim uma atitude de reverência a Deus manifesta nos ritos, cultos, crenças e doutrinas. A religião é um fenômeno presente em todas as metrópoles brasileiras assim como fora nos dias de Paulo.
  3. Sentido bíblico de religião. Todavia, esses conceitos não expressam o pensamento das Escrituras. A religião não procede da busca do homem pelo divino, mas da revelação que Deus fez de si mesmo às suas criaturas (Jo 1.16; 1Tm 6.15,16). Ela surge por iniciativa do Senhor e não pela busca do próprio homem (Gn 3.8). É Deus quem se revela ao homem, e não o homem a Deus (Gn 12.1-3; Êx 3.1-14; Rm 1.19). Foi por meio da revelação divina ao povo hebreu que o monoteísmo se difundiu e apregoou às religiões politeístas da Antiguidade a crença no Deus único e verdadeiro.
  4. A religião na sociedade brasileira (Sl 33.12). O Brasil assegura o direito à liberdade religiosa a todos os cidadãos e a completa separação entre o Estado e as instituições religiosas. Deste modo, cada cidadão pode manifestar sua religião e expressar a sua crença, individual ou coletivamente, de modo público ou particular, com toda liberdade. Esse fundamento é estendido a todas as pessoas e religiões em todo território nacional.

 

Pense!

 

A Revelação é um ato amoroso pelo qual Deus se dá a conhecer e comunica sua vontade aos homens. 

Ponto Importante

 

O artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos garante a liberdade religiosa a todos.

 

  1. FÉ CRISTÃ NO CONTEXTO DAS RELIGIÕES MUNDIAIS

 

  1. Todas as religiões são iguais? (At 17.23-29). O fato de o homem não compreender adequadamente a revelação de Deus deu origem às muitas religiões (Rm 1.20-23). Contudo, tais religiões estavam afastadas do propósito divino (At 17.29), embora aspectos do conhecimento de Deus ainda fossem percebidos nelas (At 17.23, 28; Rm 1.21,22; 2.12-16; Tt 1.12,13). Do ponto de vista histórico e social as religiões apresentam muitas semelhanças (templos, ritos, grandes narrativas) e concordam quanto ao valor da criatura humana, da preservação do planeta e solidariedade. Sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica, no entanto, elas são muito distintas e até mesmo contraditórias. O budismo, por exemplo, possui templos, ritos e valoriza a vida humana assim como o cristianismo. Todavia, nele não há o conceito de um Deus pessoal, de pecado e salvação como na fé cristã. O budismo é muito diferente da fé cristã e os ensinos de ambas religiões são opostos e se contradizem.

A respeito da distinção entre os credos das religiões, Gilbert K. Chesterton (1874-1936) com propriedade afirmou que “os credos que existem para destruírem um ao outro têm escrituras, do mesmo modo que exércitos que existem para destruírem um ao outro têm canhões”. É claro que aqui, para não nos determos em mais pormenores, temos um abismo irreconciliável entre mulçumanos e cristãos ortodoxos a respeito de Deus e de Cristo, embora ambos sejam monoteístas. É certo que as religiões, como afirma um dos fundadores da psicologia moderna, William James (1842-1910), concordam em muitas partes: uma inquietude a respeito de alguma coisa que está errada conosco e a solução de que podemos ser salvos do erro. Todavia, embora sejam reconhecidas as semelhanças em sua forma e função, as religiões mundiais “reivindicam coisas contraditórias sobre a realidade suprema, a libertação condicional e espiritual do ser humano”. Portanto, as religiões não são iguais, embora haja “pontos de concordância” (At 17.16-29), e elas não procedem da revelação de Deus em Cristo, embora algumas tenham-no em grande consideração.

  1. A fé cristã é superior às outras religiões? Os cientistas das religiões acusam a fé cristã de arrogar-se superior as demais crenças e religiões. Afirmam que os cristãos são exclusivistas e intolerantes. A razão dessa superioridade reside no fato de a fé cristã apregoar que Jesus é o único caminho de salvação que conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12). Por causa desta revelação bíblica eles recriminam o cristão (1Pe 2.19-25).

A posição defendida pelo cristianismo bíblico é chamada de exclusivista e rejeitada por John Harwood Hick (1922-2012), um filósofo da religião e principal expoente contra a exclusividade da salvação em Jesus. Para Hick a forma como o cristianismo apregoa a salvação exclusivamente em Jesus Cristo está equivocada, como também os teólogos inclusivistas. A teologia inclusivista afirma que a salvação acontece em todo o mundo, dentro e fora das religiões mundiais, quer por meio da fé em Jesus, quer nas religiões independente da fé cristã. Hick, entretanto, propõe a perspectiva pluralista, que defende a ideia de uma Realidade Última e inefável que é a fonte de toda salvação e mediante a qual as tradições religiosas estão alinhadas em contextos de salvação e libertação. Nesse aspecto, todos os sistemas de crenças e credos são verdadeiros, pois refletem esta Realidade Última, e assim todas as religiões mundiais são inspiradas e convertidas em fonte de salvação pela mesma influência transcendente do Logos. Portanto, segundo Hick, é preciso abandonar o Jesus de Nazaré dos Evangelhos e aceitar como novo paradigma o Cristo cósmico ou Logos eterno, que se traduz como o Transcendente, o Divino, o Último ou Real, e que se manifestou como Cristo para o Cristão, Dharma para os hinduístas e budistas, Allah para os mulçumanos, e assim por diante. Essa posição dificilmente seria sustentada pelos primeiros teólogos da igreja nascente e, provavelmente, seria condenada pelos primeiros concílios.

É necessário observar, contudo, que existe contradição nesse sistema pelo fato de ele não contemplar as diferenças que existem entre as religiões mundiais. Mesmo religiões monoteístas como o cristianismo e o islamismo distinguem o único Deus das obras criadas, entretanto, o islamismo não aceita o testemunho do Novo Testamento de que Deus é mais completamente revelado em Jesus Cristo, bem como o monoteísmo judaico não aceita o fato de que o Novo Testamento contém uma maior revelação do Deus trino. Obviamente que não é difícil para o mulçumano pronunciar a sentença de culpados de idolatria contra os cristãos quando estes adoram a Deus em três pessoas consideram a Cristo como a encarnação de Deus.

Todavia, a exclusividade da salvação em Cristo não significa superioridade e intolerância. Como pode ser intolerante e orgulhosa a fé no Cristo que a todos acolheu indistintamente (Jo 4.7-9; Mt 15.21-28), e a todos deu exemplo de profunda humildade (Fp 2.5-10; Jo 13.1-20; 14.28)?

  1. A singularidade da salvação em Cristo. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5; Hb 9.11-15). Ele não apenas manifestou a salvação, mas a realizou na história. A salvação revelada e operada por Jesus é única, exclusiva e singular. Há salvação fora das instituições religiosas, mas não há salvação fora de Jesus.

Pense!

 

Jesus não apenas manifestou a salvação, mas a realizou na história. 

Ponto Importante

 

A mediação salvífica de Jesus Cristo é específica e única. 

III. RELACIONAMENTO COM PESSOAS DE OUTRAS CRENÇAS

 

  1. Relacionamento religioso (At 17.17-23). O diálogo com pessoas de crenças diferentes está presente em todos os relacionamentos cristãos onde a segunda pessoa professa um credo distinto ou procede de uma outra religião. Jesus (Jo 4.1-30) e Paulo (At 17) deram profundas lições no que concerne ao diálogo religioso. Neste diálogo devemos aproveitar a oportunidade para falar da salvação em Jesus Cristo.
  2. Relacionamento inter-religioso (1Pe 3.15-18). O relacionamento do cristão com pessoas de outras religiões deve ser com todo respeito, mas sincero e firme. Com sabedoria, exponha a razão de sua esperança. Seu testemunho deve ser tão eloquente quanto suas palavras.

Pense!

 

A missão primordial da Igreja é o anúncio da salvação em Cristo. 

Ponto Importante 

O testemunho que Jesus dá de si mesmo e o seu exemplo evangelizador são paradigmas para o diálogo religioso. 

CONCLUSÃO

 

Vivemos numa sociedade plural onde o indivíduo tem o direito de expressar sua crença ou mesmo de se pronunciar ateu. É imperativo que o cristão saiba respeitar as diferenças religiosas sem negar-se ao mandato cristão de apregoar a salvação em Cristo. Pregue o Evangelho com firmeza e sabedoria.

 

ESTANTE DO PROFESSOR 

DEERE, Jack. Surpreendido pelo Poder do Espírito. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995.

WARREN, Neil Clark; PARROTT, Les. A Vida dos seus Sonhos: Três Segredos para se Sentir Bem no Fundo de sua Alma. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Descreva o sentido positivo de religião.

Atitude de reverência a Deus manifesta nos ritos, cultos, crenças e doutrinas. 

  1. Descreva o sentido de religião na Bíblia.

Ela surge por iniciativa do Senhor e não pela busca do próprio homem. 

  1. Todas as religiões são iguais?

Do ponto de vista histórico e social apresentam muitas semelhanças, mas sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica são distintas e contraditórias. 

  1. Por que a fé cristã não é orgulhosa e intolerante?

Porque não pode ser intolerante e orgulhosa a fé no Cristo que a todos acolheu indistintamente e a todos deu exemplo de profunda humildade. 

  1. Cite exemplos de diálogo religioso.

Jesus (Jo 4.1-30) e Paulo (At 17).

 

SUBSÍDIO I 

“A Nova Apologética e o diálogo inter-religioso

[...] A Nova Apologética Cristã precisa estar disposta a dialogar no atual contexto do pluralismo religioso. Diálogo inter-religioso, missão evangelizadora e Anúncio são diferentes. O diálogo inter-religioso como o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outros credos para um conhecimento mútuo e um recíproco enriquecimento não impede a missão evangelizadora e o Anúncio, isto é, a comunicação do mistério de salvação realizado por Deus para todos em Jesus Cristo. O diálogo representa um desafio, mas não um impedimento à missão evangelizadora. Deste modo, o diálogo não deve substituir o Anúncio, pois se constitui a tarefa primordial da Igreja fazer crescer o Reino de nosso Senhor e do seu Cristo [...]. A Igreja entra em diálogo de salvação com todos, mas a natureza de seu diálogo não é meramente antropológico, mas teológico. O diálogo da Igreja é um diálogo de salvação, embora não esteja excluído o diálogo da vida, das obras e da experiência religiosa” (BENTHO, Esdras C. Como Identificar uma Seita. Mensageiro da Paz, 2014). 

SUBSÍDIO II

 

“Definição de Seita

O termo ‘seita’, do grego ‘hairesis’, procede de uma raiz que significa ‘selecionar’, ‘escolher’ ou ‘facção’, traduzido pela Vulgata Latina por ‘secta’. O termo e seus derivados acham-se com abundância nas páginas do Novo Testamento (Mt 12.18; 1Co 11.19; Gl 5.20; Fp 1.22; 2Ts 2.13; Hb 11.25; 2Pe 2.1). Um herege era alguém cuja opinião distinguia-se da teoria de um partido ou escola de pensamento historicamente estabelecido. Essas escolas de pensamento declaravam suas teorias por meio de afirmações doutrinárias que expressavam o ponto de vista oficial de seu mestre ou escola. Chamava-se assim dogmas ao conjunto teórico abraçado pelos adeptos de certas correntes filosóficas ou religiosas que as confessavam publicamente. A declaração pública necessariamente devia estar de acordo com alguma confissão religiosa ou conjunto de doutrinas, como apresentam as perícopes neotestamentárias de Jo 1:20; At 24:14; Rm 10:9,10; 1Tm 6:12; Tt 1:16. Uma confissão dogmática distinguia-se da mera opinião do populacho. Quando surgia uma nova percepção que se distinguia da tradição entendia-se a nova perspectiva como seita” (BENTHO, Esdras C. Como Identificar uma Seita. Mensageiro da Paz, 2014).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                     Lições Bíblicas CPAD

               Jovens 4º Trimestre de 2015

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho

Lição 8: O relacionamento com pessoas de uma fé diferente

Data: 22 de Novembro de 2015

 

 

TEXTO DO DIA

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30).

SÍNTESE

A fé cristã está fundamentada na revelação de Deus em Cristo, e nisto se distingue das demais crenças e religiões, embora reconheça o direito de todos expressarem livremente suas crenças.

 

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Jo 4.1-30

O relacionamento de Jesus com a religião samaritana

TERÇA — Lc 9.51-56

Jesus repreende a intolerância religiosa dos apóstolos

QUARTA — 1Co 1.10-17

Relacionamento conflituoso entre os domésticos da fé

QUINTA — At 5.17-42

A intolerância religiosa dos judeus à fé cristã

 

 

SEXTA — Gl 1.6-24

Pela pureza do Evangelho

SÁBADO — Mc 16.14-20

A missão imperativa da Igreja

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

EXPLICAR o sentido de religião na esfera secular e bíblica;

COMPREENDER que as religiões não são iguais no plano bíblico.

DESENVOLVER tolerância, respeito e civilidade com as demais religiões.

INTERAÇÃO

Nesta lição estudaremos um tema muito presente na realidade social e urbana das metrópoles: a religião nos espaços públicos e o relacionamento do cristão com pessoas de crenças diferentes. Este é o momento de reafirmar a necessidade de os alunos serem pacientes e tolerantes com aqueles que professam uma crença diferente, evitando as controvérsias desrespeitosas e agressivas que só impedem a comunicação eficiente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Lembre-se, o texto de 1 Pedro 3.15, exorta o cristão a “defender” a fé com mansidão.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

A aproximação dos jovens com pessoas de crenças ou religiões diferentes é uma realidade na sociedade brasileira. O “fenômeno religioso”, ou seja, a presença da religião nos espaços públicos, é um dado que o cristão deve refletir. Na Europa, a religião tem recuado para os espaços privados da vida doméstica e se restringido à tradição familiar. No Brasil, no entanto, a religião está presente em todos setores, seja público, seja privado. Solicite aos aprendentes que descrevam suas observações do fenômeno religioso e da religiosidade popular em sua comunidade. A seguir ministre a respeito dos relacionamentos com pessoas de tradição religiosa distinta. Boa aula!

 

TEXTO BÍBLICO

Atos 17.16,18,22-28.

16 — E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.

18 — E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.

22 — E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;

23 — porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio.

24 — O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens.

25 — Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas;

26 — e de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação,

27 — para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós;

28 — porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A globalização do mundo trouxe à fé cristã imperiosos desafios. Novas culturas emergiram das regiões mais remotas do planeta e se difundiram nos países de tradição judaico-cristã. Se a era Moderna foi marcada pela difusão do Cristianismo no Ocidente, a Pós-Moderna se anuncia como era plural, caracterizada pela expansão e presença de várias crenças orientais e tradições religiosas até então ignoradas pelos cidadãos das metrópoles. Na modernidade, a fé cristã era inquestionável e exclusiva, na pós-modernidade tornou-se mais uma opção no variado cardápio religioso. O Cristianismo, portanto, não é a única religião a disputar pelo interesse e adesão das pessoas, mas divide o espaço público com outras crenças e saberes religiosos opostos. Nesta lição, estudaremos o sentido de religião e a forma de o cristão se relacionar com pessoas de crenças diferentes.

  1. RELIGIÃO NO CONTEXTO MODERNO
  2. Sentido secular de religião? (At 17.16-22). Religião não é uma palavra de fácil definição, embora a religiosidade esteja presente nos espaços públicos e privados por meio dos templos, símbolos, músicas e costumes sociais (vv.16,22). Uns afirmam que ela é fruto da cultura, da autoconsciência do homem, do medo, e há aqueles que descrevem-na como “ópio” para suportar as angústias da vida e suspiro da criatura oprimida. O sentido positivo de religião designa assim uma atitude de reverência a Deus manifesta nos ritos, cultos, crenças e doutrinas. A religião é um fenômeno presente em todas as metrópoles brasileiras assim como fora nos dias de Paulo.
  3. Sentido bíblico de religião. Todavia, esses conceitos não expressam o pensamento das Escrituras. A religião não procede da busca do homem pelo divino, mas da revelação que Deus fez de si mesmo às suas criaturas (Jo 1.16; 1Tm 6.15,16). Ela surge por iniciativa do Senhor e não pela busca do próprio homem (Gn 3.8). É Deus quem se revela ao homem, e não o homem a Deus (Gn 12.1-3; Êx 3.1-14; Rm 1.19). Foi por meio da revelação divina ao povo hebreu que o monoteísmo se difundiu e apregoou às religiões politeístas da Antiguidade a crença no Deus único e verdadeiro.
  4. A religião na sociedade brasileira (Sl 33.12). O Brasil assegura o direito à liberdade religiosa a todos os cidadãos e a completa separação entre o Estado e as instituições religiosas. Deste modo, cada cidadão pode manifestar sua religião e expressar a sua crença, individual ou coletivamente, de modo público ou particular, com toda liberdade. Esse fundamento é estendido a todas as pessoas e religiões em todo território nacional.

 

Pense!

 

A Revelação é um ato amoroso pelo qual Deus se dá a conhecer e comunica sua vontade aos homens.

Ponto Importante

O artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos garante a liberdade religiosa a todos.

  1. FÉ CRISTÃ NO CONTEXTO DAS RELIGIÕES MUNDIAIS
  2. Todas as religiões são iguais? (At 17.23-29). O fato de o homem não compreender adequadamente a revelação de Deus deu origem às muitas religiões (Rm 1.20-23). Contudo, tais religiões estavam afastadas do propósito divino (At 17.29), embora aspectos do conhecimento de Deus ainda fossem percebidos nelas (At 17.23, 28; Rm 1.21,22; 2.12-16; Tt 1.12,13). Do ponto de vista histórico e social as religiões apresentam muitas semelhanças (templos, ritos, grandes narrativas) e concordam quanto ao valor da criatura humana, da preservação do planeta e solidariedade. Sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica, no entanto, elas são muito distintas e até mesmo contraditórias. O budismo, por exemplo, possui templos, ritos e valoriza a vida humana assim como o cristianismo. Todavia, nele não há o conceito de um Deus pessoal, de pecado e salvação como na fé cristã. O budismo é muito diferente da fé cristã e os ensinos de ambas religiões são opostos e se contradizem.

A respeito da distinção entre os credos das religiões, Gilbert K. Chesterton (1874-1936) com propriedade afirmou que “os credos que existem para destruírem um ao outro têm escrituras, do mesmo modo que exércitos que existem para destruírem um ao outro têm canhões”. É claro que aqui, para não nos determos em mais pormenores, temos um abismo irreconciliável entre mulçumanos e cristãos ortodoxos a respeito de Deus e de Cristo, embora ambos sejam monoteístas. É certo que as religiões, como afirma um dos fundadores da psicologia moderna, William James (1842-1910), concordam em muitas partes: uma inquietude a respeito de alguma coisa que está errada conosco e a solução de que podemos ser salvos do erro. Todavia, embora sejam reconhecidas as semelhanças em sua forma e função, as religiões mundiais “reivindicam coisas contraditórias sobre a realidade suprema, a libertação condicional e espiritual do ser humano”. Portanto, as religiões não são iguais, embora haja “pontos de concordância” (At 17.16-29), e elas não procedem da revelação de Deus em Cristo, embora algumas tenham-no em grande consideração.

  1. A fé cristã é superior às outras religiões? Os cientistas das religiões acusam a fé cristã de arrogar-se superior as demais crenças e religiões. Afirmam que os cristãos são exclusivistas e intolerantes. A razão dessa superioridade reside no fato de a fé cristã apregoar que Jesus é o único caminho de salvação que conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12). Por causa desta revelação bíblica eles recriminam o cristão (1Pe 2.19-25).

A posição defendida pelo cristianismo bíblico é chamada de exclusivista e rejeitada por John Harwood Hick (1922-2012), um filósofo da religião e principal expoente contra a exclusividade da salvação em Jesus. Para Hick a forma como o cristianismo apregoa a salvação exclusivamente em Jesus Cristo está equivocada, como também os teólogos inclusivistas. A teologia inclusivista afirma que a salvação acontece em todo o mundo, dentro e fora das religiões mundiais, quer por meio da fé em Jesus, quer nas religiões independente da fé cristã. Hick, entretanto, propõe a perspectiva pluralista, que defende a ideia de uma Realidade Última e inefável que é a fonte de toda salvação e mediante a qual as tradições religiosas estão alinhadas em contextos de salvação e libertação. Nesse aspecto, todos os sistemas de crenças e credos são verdadeiros, pois refletem esta Realidade Última, e assim todas as religiões mundiais são inspiradas e convertidas em fonte de salvação pela mesma influência transcendente do Logos. Portanto, segundo Hick, é preciso abandonar o Jesus de Nazaré dos Evangelhos e aceitar como novo paradigma o Cristo cósmico ou Logos eterno, que se traduz como o Transcendente, o Divino, o Último ou Real, e que se manifestou como Cristo para o Cristão, Dharma para os hinduístas e budistas, Allah para os mulçumanos, e assim por diante. Essa posição dificilmente seria sustentada pelos primeiros teólogos da igreja nascente e, provavelmente, seria condenada pelos primeiros concílios.

É necessário observar, contudo, que existe contradição nesse sistema pelo fato de ele não contemplar as diferenças que existem entre as religiões mundiais. Mesmo religiões monoteístas como o cristianismo e o islamismo distinguem o único Deus das obras criadas, entretanto, o islamismo não aceita o testemunho do Novo Testamento de que Deus é mais completamente revelado em Jesus Cristo, bem como o monoteísmo judaico não aceita o fato de que o Novo Testamento contém uma maior revelação do Deus trino. Obviamente que não é difícil para o mulçumano pronunciar a sentença de culpados de idolatria contra os cristãos quando estes adoram a Deus em três pessoas consideram a Cristo como a encarnação de Deus.

Todavia, a exclusividade da salvação em Cristo não significa superioridade e intolerância. Como pode ser intolerante e orgulhosa a fé no Cristo que a todos acolheu indistintamente (Jo 4.7-9; Mt 15.21-28), e a todos deu exemplo de profunda humildade (Fp 2.5-10; Jo 13.1-20; 14.28)?

  1. A singularidade da salvação em Cristo. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5; Hb 9.11-15). Ele não apenas manifestou a salvação, mas a realizou na história. A salvação revelada e operada por Jesus é única, exclusiva e singular. Há salvação fora das instituições religiosas, mas não há salvação fora de Jesus.

Pense!

Jesus não apenas manifestou a salvação, mas a realizou na história.

Ponto Importante

A mediação salvífica de Jesus Cristo é específica e única.

III. RELACIONAMENTO COM PESSOAS DE OUTRAS CRENÇAS

  1. Relacionamento religioso (At 17.17-23). O diálogo com pessoas de crenças diferentes está presente em todos os relacionamentos cristãos onde a segunda pessoa professa um credo distinto ou procede de uma outra religião. Jesus (Jo 4.1-30) e Paulo (At 17) deram profundas lições no que concerne ao diálogo religioso. Neste diálogo devemos aproveitar a oportunidade para falar da salvação em Jesus Cristo.
  2. Relacionamento inter-religioso (1Pe 3.15-18). O relacionamento do cristão com pessoas de outras religiões deve ser com todo respeito, mas sincero e firme. Com sabedoria, exponha a razão de sua esperança. Seu testemunho deve ser tão eloquente quanto suas palavras.

Pense!

 

A missão primordial da Igreja é o anúncio da salvação em Cristo.

Ponto Importante

O testemunho que Jesus dá de si mesmo e o seu exemplo evangelizador são paradigmas para o diálogo religioso.

CONCLUSÃO

Vivemos numa sociedade plural onde o indivíduo tem o direito de expressar sua crença ou mesmo de se pronunciar ateu. É imperativo que o cristão saiba respeitar as diferenças religiosas sem negar-se ao mandato cristão de apregoar a salvação em Cristo. Pregue o Evangelho com firmeza e sabedoria.

ESTANTE DO PROFESSOR

DEERE, Jack. Surpreendido pelo Poder do Espírito. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995.

WARREN, Neil Clark; PARROTT, Les. A Vida dos seus Sonhos: Três Segredos para se Sentir Bem no Fundo de sua Alma. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.

HORA DA REVISÃO

 

  1. Descreva o sentido positivo de religião.Atitude de reverência a Deus manifesta nos ritos, cultos, crenças e doutrinas.
  2. Descreva o sentido de religião na Bíblia.

Ela surge por iniciativa do Senhor e não pela busca do próprio homem.

  1. Todas as religiões são iguais?

Do ponto de vista histórico e social apresentam muitas semelhanças, mas sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica são distintas e contraditórias.

  1. Por que a fé cristã não é orgulhosa e intolerante?

Porque não pode ser intolerante e orgulhosa a fé no Cristo que a todos acolheu indistintamente e a todos deu exemplo de profunda humildade.

  1. Cite exemplos de diálogo religioso.

Jesus (Jo 4.1-30) e Paulo (At 17).

SUBSÍDIO I

“A Nova Apologética e o diálogo inter-religioso

[...] A Nova Apologética Cristã precisa estar disposta a dialogar no atual contexto do pluralismo religioso. Diálogo inter-religioso, missão evangelizadora e Anúncio são diferentes. O diálogo inter-religioso como o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outros credos para um conhecimento mútuo e um recíproco enriquecimento não impede a missão evangelizadora e o Anúncio, isto é, a comunicação do mistério de salvação realizado por Deus para todos em Jesus Cristo. O diálogo representa um desafio, mas não um impedimento à missão evangelizadora. Deste modo, o diálogo não deve substituir o Anúncio, pois se constitui a tarefa primordial da Igreja fazer crescer o Reino de nosso Senhor e do seu Cristo [...]. A Igreja entra em diálogo de salvação com todos, mas a natureza de seu diálogo não é meramente antropológico, mas teológico. O diálogo da Igreja é um diálogo de salvação, embora não esteja excluído o diálogo da vida, das obras e da experiência religiosa” (BENTHO, Esdras C. Como Identificar uma Seita. Mensageiro da Paz, 2014).

SUBSÍDIO II

“Definição de Seita

O termo ‘seita’, do grego ‘hairesis’, procede de uma raiz que significa ‘selecionar’, ‘escolher’ ou ‘facção’, traduzido pela Vulgata Latina por ‘secta’. O termo e seus derivados acham-se com abundância nas páginas do Novo Testamento (Mt 12.18; 1Co 11.19; Gl 5.20; Fp 1.22; 2Ts 2.13; Hb 11.25; 2Pe 2.1). Um herege era alguém cuja opinião distinguia-se da teoria de um partido ou escola de pensamento historicamente estabelecido. Essas escolas de pensamento declaravam suas teorias por meio de afirmações doutrinárias que expressavam o ponto de vista oficial de seu mestre ou escola. Chamava-se assim dogmas ao conjunto teórico abraçado pelos adeptos de certas correntes filosóficas ou religiosas que as confessavam publicamente. A declaração pública necessariamente devia estar de acordo com alguma confissão religiosa ou conjunto de doutrinas, como apresentam as perícopes neotestamentárias de Jo 1:20; At 24:14; Rm 10:9,10; 1Tm 6:12; Tt 1:16. Uma confissão dogmática distinguia-se da mera opinião do populacho. Quando surgia uma nova percepção que se distinguia da tradição entendia-se a nova perspectiva como seita” (BENTHO, Esdras C. Como Identificar uma Seita. Mensageiro da Paz, 2014).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                       4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 10: Ausência de relacionamentos

Data: 06 de Dezembro de 2015

 

 

TEXTO DO DIA

 

Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca(Sl 68.6).

 

SÍNTESE

 

O aumento da solidão nas cidades é consequência do individualismo e impessoalidade dos relacionamentos sociais nas grandes metrópoles.O aumento da solidão nas cidades é consequência do individualismo e impessoalidade dos relacionamentos sociais nas grandes metrópoles.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — 1Sm 1-2

Sozinha, mas não desamparada

 

 

TERÇA — Ec 4.9-12

Lamento sobre o solitário

 

 

QUARTA — Sl 102.3-11

Os males da solidão

 

 

QUINTA — Sl 128.1-6

A bênção da companhia familiar

 

 

SEXTA — Ec 3.1-8

Há tempo para tudo: abraçar e se afastar

 

 

SÁBADO — Gn 32.22-32

A sós com Deus

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DISTINGUIRsolidão de solitude;
  • COMPREENDERas causas da solidão;
  • RELACIONARsolidão e redes sociais.

 

INTERAÇÃO

 

O ônus de se viver em solidão não é algo que se administra facilmente. O ser humano é um ser social e sociável. Viver em solidão é uma desventura. Mesmo as pessoas que vivem sozinhas e não sofrem de solidão, cedo ou tarde, sentem a necessidade de uma maior aproximação com outras a ponto de dividir seu espaço e vida. É a vida que se encaminha para cumprir o mandato do Éden: “Não é bom que o homem esteja só”!

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para a dinâmica desta lição você precisará de uma urna (caixa de sapato), papel e canetas. Antes de os alunos chegarem à sala, coloque a urna fechada em local de fácil acesso, juntamente com papel e caneta. Em frente a urna ou em local visível coloque um cartaz com a seguinte pergunta: “Viver em solidão é algo que se administra facilmente?”. Dê sua opinião ou faça uma pergunta. Depois de todos participarem, abra a urna e discuta os comentários e perguntas feitas com base na lição.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 2.15-25.

 

15 — E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

16 — E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,

17 — mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

19 — Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.

20 — E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Segundo as estatísticas mais recentes do IBGE, aumentou o número de pessoas que vivem sozinhas no Brasil, de 7% para 12%, nesses vinte últimos anos. Pesquisas realizadas nos EUA afirmam que a solidão é mais prejudicial à saúde do que o vício do fumo e a obesidade, pois é fator de risco para várias doenças. O Senhor, no entanto, criou o homem como ser social, para habitar e interagir com outras pessoas (Gn 2.15-25; Sl 68.6). Nesta lição estudaremos a solidão sob os vieses das Escrituras e da vida social.

 

  1. SOZINHO, MAS NÃO SOLITÁRIO

 

  1. O que é solidão? (Sl 25.16-18).A solidão é um sentimento que traz uma sensação de angústia, isolamento e vazio na pessoa capaz de deprimi-la e prejudicar os poucos relacionamentos que lhe restam. Ela é um “pacote” com muitos itens prejudiciais à vida afetiva e relacional do homem, entre eles: isolamento, pena de si mesmo, irritação, ansiedade, estresse, falta de identidade e vazio existencial.
  2. Filosofia e solidão.Certo filósofo existencialista definiu a solidão como a condição do homem no mundo: ele nasce, cresce e assim morre. O homem luta em toda sua existência para fugir dessa inelutável condição, criando mecanismos sociais que aliviem o sentimento de solidão. Sem Deus, a criatura está “lançada” no mundo para viver a angústia que esse estado provoca. Todavia, o ensino das Escrituras é muito distinto. Ela afirma que “o Senhor faz que o solitário viva em família” (Sl 68.6), porque disse Deus ao criar o homem: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18).
  3. Solidão e solitude (Mt 14.23).Sentir solidão e “estar sozinho” são coisas diferentes. Há pessoas que estão sozinhas, mas não sentem solidão, e outras rodeadas de gente que sentem-se solitárias. A solitude é voluntária, consciente e, na maioria das vezes, criativa e necessária para o autoconhecimento. Ela é percebida quando o estudante se “afasta” para se dedicar a pesquisa ou um crente se retira para orar (Lc 5.16; Mc 14.32). Diferente da solidão, a solitude é positiva e necessária ao crescimento espiritual e pessoal.

 

 

Pense!

 

“Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada” (Josh Billings).

 

 

Ponto Importante

 

O cristão nunca está sozinho, mesmo quando a solidão o atinge, pois o Consolador divino é sua eterna companhia.

 

 

  1. SOLIDÃO E ISOLAMENTO SOCIAL: MALES MODERNOS

 

  1. Solidão e isolamento (Pv 27.10).Algumas pessoas sofrem de solidão e não poucas encontram-se nesse estado devido ao isolamento social. Este último é caracterizado por um afastamento do convívio com outras pessoas provocado por fatores psicológicos, como a sociofobia, condições sociais, como a exclusão e marginalização social, e a exclusão do indivíduo da convivência com o grupo social. Essas formas de isolamento contribuem para a solidão, algumas vezes o indivíduo contribui para a situação, noutras ele é “jogado” para ela.
  2. Dificuldade de se integrar e fazer amigos.Embora o homem seja um ser social, não poucas pessoas têm dificuldade em se integrar e fazer amigos. Algumas dificuldades partem do caráter e personalidade do indivíduo. Ser conhecido como fofoqueiro, brigão, mexeriqueiro (Pv 11.13; Lv 19.16) e mal humorado (Sl 32.4) dificulta a inserção social. A timidez também dificulta a inserção. A reclusão também pode estar relacionada a fatores psicológicos como a distimia, uma depressão moderada responsável pela baixa autoestima, mau humor, tristeza, isolamento social e desânimo do indivíduo, na qual é necessário tratamento especializado.
  3. Como integrar-se e fazer amigos.Apesar dos milhares de indivíduos que circundam os espaços sociais (escola, igreja, transportes, trabalho) integrar-se e fazer amigos é um desafio para todos, indistintamente. As pessoas cada vez mais privatizam seus espaços e não permitem que outros se acheguem. Noutra instância, o desafio de integrar-se ocorre quando se muda de escola, de cidade, de igreja. O que fazer? As regras básicas e universais compreendem: ser gentil (Pv 16.24), respeitador, asseado, motivado e inspirador. Criar laços leva-se tempo, assim, tenha paciência e sabedoria.

 

 

Pense!

 

“A felicidade de um amigo deleita-nos. Enriquece-nos. Não nos tira nada. Caso a amizade sofra com isso, é porque não existe” (Jean Cocteau).

 

 

Ponto Importante

 

“Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto” (Francis Bacon).

 

 

III. REDES SOCIAIS E SOLIDÃO

 

  1. Redes sociais e interação humana.Não é novidade alguma o fato de que as redes sociais procuram conectar as pessoas e, no entanto, a solidão dos que estão plugados à rede não diminui, mas avança. Elas foram criadas com a intenção de unir e fortalecer as interações humanas, mas segue trajetória oposta. Primeiramente, pelo fato de que na vida real não é possível se relacionar com tantos “amigos” como se propõe a rede virtual. Segundo porque os relacionamentos virtuais permitem “editar” a conversa e por meio das ferramentas apresentar o “melhor de si” numa artificialidade impossível no mundo concreto. Terceiro, os instrumentos de acesso às redes virtuais cancelam o mistério do encontro do olhar e das expressões faciais que carregam sentido às palavras e os sentimentos que elas comunicam, de modo que a hipocrisia é latente. Quarto, o tempo que as pessoas dedicam aos seus aparelhos conectados a web a distanciam daquelas que estão mais próximas.
  2. Interações sociais — relações efêmeras.Várias pessoas abandonaram as interações humanas reais e concretas e as trocaram pelas virtuais e fantasiosas na esperança de não se ferirem como é comum nas relações reais. Todavia, pesquisas revelam que uma em cada três pessoas conectadas ao Facebook sentem-se solitárias e frustradas com as experiências negativas na rede. Vivemos a era do “amor líquido”, de laços afetivos instáveis, fluidos e fáceis para deletar, na qual a rede social está na vanguarda. É óbvio que isto não é consequência das redes sociais, mas da modernidade. A rede é apenas um espelho daquilo que nos transforma no contexto social.

 

 

Pense!

 

“A maioria das pessoas não navega na internet... Naufraga!” (Ton Gadioli).

 

 

Ponto Importante

 

“A rede é apenas um espelho daquilo que nos transforma no contexto social”.

 

 

CONCLUSÃO

 

A rede social está mudando tanto os relacionamentos quanto as pessoas. A solidão está sendo reinventada na artificialidade das interações. Seja verdadeiro na vida real, inspire confiança na concretude da vida, valorize a pessoa humana pelo que ela é, e tudo isso será manifesto na web, como também o oposto.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BLOMBERG, Graig L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. O que é solidão?

É um sentimento que traz uma sensação de angústia, isolamento e vazio na pessoa capaz de deprimi-la.

 

  1. Qual o conceito de solidão na filosofia existencialista?

A condição do homem no mundo: ele nasce, cresce e assim morre.

 

  1. Diferencie solidão de solitude.

Há pessoas que estão sozinhas, mas não sentem solidão, e outras rodeadas de gente que se sentem solitárias.

 

  1. Defina isolamento social.

É um afastamento do convívio com as pessoas provocado por fatores psicológicos, condições sociais, e a exclusão do indivíduo da convivência com o grupo social.

 

  1. O que diz a pesquisa a respeito da solidão nas redes sociais?

Que uma em cada três pessoas conectadas ao Facebook sentem-se solitárias e frustradas com as experiências negativas na rede.

 

SUBSÍDIO I

 

“Caráter, sua dimensão antropo-teológica

Deus criou o homem em duas fases distintas. Na primeira o Eterno forma (hb. asah) a parte somática, corporal e visível do homem, a partir do ‘pó da terra’ (Gn 2.7a). Esse primeiro estágio é chamado de criação mediata ou formativa. Na segunda fase Deus cria (hb. bara) o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7b). Essa imagem entende-se por moral e natural. A natural diz respeito àquilo que o homem é: ser racional (intelecto), emocional e volitivo (vontade). A moral relaciona-se à constituição do caráter, da moral e da ética. Diz respeito à constituição moral do homem, suas disposições intrínsecas que inclui o caráter e a qualidade deste: justo e santo. Antes da Queda, o homem era perfeito em santidade, retidão e justiça. Essas qualidades não procediam do próprio homem, mas eram reflexos dos atributos morais e imanentes do Senhor. Os atributos morais de Deus refletiam-se na constituição do sujeito (Ef 4.24; Lv 20.7; 1Jo 2.29; 3.2,3). Porém, após a Queda, a natureza moral do homem foi corrompida pelo pecado (Rm 1.18-32; 3.23). Somente a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a ministração do Espírito Santo, é capaz de revestir o homem de uma nova natureza, criada segundo Deus (Ef 4.24; 1Co 1.30)” (BENTHO, Esdras C.Revista Ensinador Cristão, 2008).

 

SUBSÍDIO II

 

“Para que você se torne o homem ou a mulher que Deus deseja é necessário que o seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes dos projetos de Deus para a tua vida. Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas (2Co 2.14), alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentado por corvos, como Elias (1Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7).

O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspito. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chamou alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passasse por uma profunda transformação moral.

Se desejas que o Deus de José, Elias e Isaías realize em você o mesmo que fez com eles, coloque o seu caráter no altar do Espírito; apresente a sua personalidade Àquele que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim serás a pessoa que Deus deseja que você seja” (BENTHO, Esdras C. Revista Ensinador Cristão, 2008).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

                       Lições Bíblicas CPAD

               Jovens 4  º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis —                             Vivendo e aprendendo a viver

               Comentarista: Esdras Costa Bentho

                Lição 11: Relacionamento e perdão

              Data: 13 de Dezembro de 2015

 

 

 

TEXTO DO DIA

 

“Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt 18.21,22).

 

SÍNTESE

 

A doutrina bíblica do perdão é um bálsamo santo sobre a consciência pecaminosa do homem e uma ponte para relacionamentos rompidos.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — 1Co 13.1-13

Perdão é o amor em ação

 

 

 

TERÇA — Gn 45.1-14

O perdão irrestrito de José

 

 

 

QUARTA — At 7.54-60

O perdão orante de Estêvão

 

 

 

QUINTA — Sl 51.1-19

Suplicando o perdão divino

 

 

 

SEXTA — Mt 6.9-15

Exortação ao perdão

 

 

 

SÁBADO — Mt 5.43-48

O perdão conduz à perfeição

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

DEFINIR perdão nas línguas bíblicas;

DESFAZER os equívocos sobre o perdão;

PRATICAR o perdão como uma dádiva.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, como orientadores de nossos alunos, precisamos sempre estar em comunhão com nosso Senhor Jesus Cristo. Não somos apenas “transmissores” de doutrinas, mas profetas para a presente geração. Deste modo, é necessário que vigiemos para que a inquietação da vida cotidiana não subtraia os instantes que costumamos dedicar à comunhão diária com Cristo. Trabalho, estudo, tempo gasto no trânsito, nas filas — tudo coopera para a fragilidade dos relacionamentos seja social, seja espiritual. Contudo, precisamos nos dedicar a oração, ao estudo da Palavra e adoração ao Senhor. Não é possível influenciar nossos alunos apenas com palavras é preciso exemplo!

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Nesta lição estudaremos um tema muito conhecido pelos cristãos: a prática do perdão. Embora conhecido enquanto doutrina, muitos cristãos não perdoam com facilidade os agravos cometidos. Por isso é necessário sempre retornar ao assunto. O perdão envolve um ofensor (aquele que cometeu a ofensa) e um ofendido (aquele que sofreu a ofensa). Quem administra o perdão é este último. A ele cabe o dever de perdoar a ofensa cometida. Assim, oriente aos alunos a respeito do valor do perdão como mandamento divino e como saúde para as emoções e relacionamentos.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Mateus 18.21-35.

 

21 — Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

22 — Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.

23 — Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;

24 — e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos.

25 — E, não tendo com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

26 — Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

27 — Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.

28 — Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.

29 — Então, o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

30 — Ele, porém, não quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.

31 — Vendo, pois, os seus conservos o que lhe acontecia, contristaram-se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.

32 — Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.

33 — Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?

34 — E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.

35 — Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A doutrina do perdão é um dos grandes pilares dos ensinos do Novo Testamento. Não é possível ser verdadeiro imitador de Cristo sem o exercício do perdão. Jesus não apenas perdoou como também ensinou o perdão, seja por parábolas, seja por ensinos diretos. O perdão vence os sentimentos de ira e vingança e estabelece a paz entre Deus e o homem e entre o homem e o seu próximo. Nesta lição estudaremos a doutrina do perdão e sua importância nas interações humanas.

 

  1. O QUE É O PERDÃO

 

  1. Nas línguas bíblicas. O vocabulário para “perdão” nas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos é variado e rico. No hebraico, salach, designa a ação misericordiosa de Deus mediante a qual Ele perdoa, desculpa e livra o pecador da culpa e do castigo advindos pela transgressão (Gn 18.26; Lv 4.20; Nm 14.19; 15.25; Sl 25.18; 32.1,5; 85.2; Rm 4.6-8). No grego, aphiemi, quer dizer “soltar”, “cancelar”, “remir” e “perdoar” e aparece nos Evangelhos referindo-se ao perdão dos pecados (Mt 26.28; Mc 2.5; Lc 7.47), de dívidas (Mt 6.12) e “ofensas” (Mc 11.25).
  2. Nos atos e ensinos de Jesus. O perdão foi ensinado (Mt 6.9-15; 18.25-35; Lc 7.36-50; 15.11-32) e praticado por Jesus (Mt 9.6; Lc 23.34, 39-42). A pregação das Boas-Novas era o anúncio do perdão irrestrito ao pecador penitente (Mt 1.21; Mc 10.45). Incluía desde o cancelamento do efeito do pecado cometido (Mc 2.5; Jo 8.11) à aceitação graciosa do pecador à comunhão com Deus (Lc 15.20-24). A morte de Jesus Cristo no Calvário cumpria assim a oferta escatológica do perdão anunciada pelos profetas (Jr 31.34; 33.8 ver Lc 1.76-79; 4.18,19).
  3. Nos ensinos das epístolas. O perdão nas epístolas aparece no contexto da doutrina da justificação e da graça divina (Rm 3.21-26; 5.1,2,6-11). A pessoa não é tão somente perdoada dos pecados e livre da culpa, mas liberta completamente do poder do pecado sobre ela. O perdão promove a reconciliação do homem com Deus (Rm 5.10,11; 2Co 5.18-21) e faz com que o pecador participe da justiça de Cristo em Deus (Rm 3.21-28; 8.1; 9.30; 1Co 1.30,31).

 

 

 

Pense!

 

“Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão” (Machado de Assis).

 

 

 

Ponto Importante

 

“Quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Quer ser feliz para sempre? Perdoe” (Tertuliano).

 

 

 

  1. O QUE NÃO É PERDÃO

 

  1. Não é fraqueza e covardia. Na perspectiva da filosofia existencialista anticristã, o perdão é visto tanto como fraqueza quanto covardia, e uma forma de corrupção e domesticação da natureza do homem por meio da moral cristã. O filósofo ateu F. Nietzsche entendia os ensinos de Jesus e a ética cristã deste modo. Para ele, o perdão ensinado por Jesus representava fraqueza e uma maneira de comprar a Deus. Ele afirmava que “o homem perde poder quando se compadece”.
  2. Não é tolerância ao erro. Outro pensamento equivocado a respeito do perdão é considerá-lo como tolerância ao erro. Aquele que perdoa estaria deste modo sendo conivente com o erro, o mal, ou pecado. Assim, tolerar é compreendido como “consentimento” ou “permissão”. Todavia, tolerância é suportar o peso do erro de alguém em vez de concordar ou consentir com o pecado. Quem perdoa não é conivente com o erro que lhe foi cometido, mas suporta a ofensa e a perdoa.
  3. Não é anular a justiça (Lc 23.39-43). O perdão de modo algum anula o exercício ou prática da justiça (Dt 16.19). Justiça é dar a cada um o que lhe é devido (v.41). Está relacionada à ação (Jo 7.24). O perdão reconhece que a injustiça foi cometida, mas opera para além dela. É uma dádiva. Na morte de Jesus, entretanto, temos a satisfação da justiça de Deus e a ministração do perdão divino (Rm 1.17; 3.21-31 ver Mt 21.28-32). Assim, o perdão e a justiça podem atuar conjuntamente. No caso do ladrão na cruz, a justiça veio primeiro e, depois, o perdão (Lc 23.39-43). O perdão opera na esfera do sentimento e da subjetividade, a justiça, no entanto, é concreta e objetiva.

 

 

 

Pense!

 

Jesus ensinou que a justiça divina é distributiva e misericordiosa (Mt 20.1-16).

 

 

 

Ponto Importante

 

O exercício do perdão é uma lembrança de nossa posição diante de Deus.

 

 

 

III. PERDÃO, BASE DE RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS

 

  1. Conflitos nos relacionamentos (Cl 3.13). Todo relacionamento humano está sujeito a conflitos, desavenças e queixas (At 15.36-39; 1Co 1.10-30). Não existe interação humana perfeita e por isso a dádiva do perdão deve estar presente (Mt 18.21,22).
  2. As duas dimensões do perdão. O perdão entendido corretamente abrange duas dimensões da vida humana: vertical e horizontal. Na primeira advém de Deus para o homem, removendo a culpa e se constituindo um ato de graça mediante o qual o ser humano é restaurado à comunhão com Deus (2Co 5.19; Dn 9.9). Ninguém perdoa a Deus, pois Ele é Perfeito e Justo (Sl 9.8; 18.30; 19.7; 98.9; Mt 5.48). Na segunda, diz respeito ao tratamento dispensado ao próximo (Mt 5.44; 6.12; 18.21,22; Rm 12.14,19). Essas duas dimensões são interdependentes (Mt 6.12; 18.23-35).
  3. A dádiva do perdão. Perdoar é um ato de pura graça e de superação à ofensa recebida (Mt 18.21,22). Quem exerce o perdão lida melhor com o ressentimento e mágoas que advêm das injustiças sofridas. Perdoar é o melhor remédio para curar as feridas da alma: tristeza, angústia, compaixão própria, depressão entre outras. Quando a pessoa perdoa ela abre-se para uma nova e saudável experiência na qual as doenças psicossomáticas não se instalam sobre sua vida. O exercício do perdão traz saúde para a vida. Perdoe e viva feliz!

 

 

 

Pense!

 

“Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mt 18.35).

 

 

 

Ponto Importante

 

“O juízo final será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia” (Tg 2.13).

 

 

 

CONCLUSÃO

 

O perdão é uma dádiva divina na qual o cristão é chamado a participar livremente. Todavia, se não o fizer por meio de um ato livre e misericordioso concedido por Deus, deve exercê-lo como mandamento divino.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Descreva o perdão nas línguas bíblicas.

Designa a ação misericordiosa de Deus mediante a qual Ele perdoa, desculpa e livra o pecador da culpa e do castigo.

 

  1. Fale sobre a relação entre Boas-Novas e perdão.

As Boas-Novas era o anúncio do perdão irrestrito ao pecador penitente.

 

  1. O que diz a filosofia anticristã acerca do perdão?

Fraqueza e covardia; uma forma de corrupção e domesticação da natureza do homem por meio da moral cristã.

 

  1. Faça a distinção entre perdão e tolerância.

Tolerância é suportar o peso do erro de alguém em vez de concordar ou consentir com o pecado.

 

  1. Qual a relação entre perdão e saúde mental?

Quando a pessoa perdoa ela abre-se para uma nova e saudável experiência na qual as doenças psicossomáticas não se instalam sobre sua vida.

 

SUBSÍDIO I

 

“Perdoar não é uma opção

Perdoar não pode ser uma opção, até porque não há outra saída para quem foi ferido. Quem não perdoa anula a possiblilidade de ser livre, vivendo aprisionado às lembranças do que passou. Dentro desta ótica, o perdão é o passaporte para a liberdade: quem não perdoa sofre e vivencia a mágoa noite e dia, carregando um fardo que pode transformar-se em doenças do físico e da alma, ou até ser as duas associadas (doenças psicossomáticas).

O irônico é que muitas vezes quem comete o erro se arrepende, busca ajustar-se, procura terapia para conhecer seus motivos e fortalecer-se contra quedas futuras, e até passa a ter uma vida emocional e espiritual mais frutífera do que antes da queda. Até porque uma das capacidades humanas é aprender com o erro e com a dor, tornando-nos pessoas mais conscientes de fraquezas e tendências. Contudo, quem foi ferido, se não decidir perdoar e submeter-se ao processo de perdão, viverá sob o peso da dor da traição e pagará o preço emocionalmente pelo erro do ofensor.

É por essa razão que perdoar não é uma opção dentre outras para ser considerada. Mas é a opção, a única decisão correta a ser tomada para que você seja livre da dor, da ira, das doenças, do envelhecimento precoce, dos olhos turvos, da aniquilação dos projetos de vida” (CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1ª Edição. CPAD. RJ: 2005, p.206.)

 

SUBSÍDIO II

 

“Perdoar não é esquecer

Deus é o único que consegue apagar nossas culpas e pecados, deles não se lembrando mais, tornando-nos, a cada vez que pedimos perdão a Ele, novas criaturas, limpas da nódoa do pecado e brancos como a neve.

Bom seria se tivéssemos um mar de esquecimento. Jogaríamos nele as nossas mágoas, os fatos que nos fazem sofrer, as palavras que nos machucaram, nossos desapontamentos, fracassos e tragédias — e para ficar melhor ainda, colocaríamos uma placa ao redor com os letreiros ‘É proibido pescar’. Não seria, simplesmente, maravilhoso?

Infelizmente isto não é possível. Nós, humanos, temos uma memória que não se apaga. Alguns podem até passar por traumas ou dores tão profundas, que submergem em uma amnésia temporária ou permanente os fatos e período que os fizeram sofrer: é comum que pessoas que sofram acidentes graves esqueçam os momentos que antecederam o fato.

A única forma de apagar definitivamente a memória é remover do cérebro as áreas onde ela se concentra, por uma lobotomia ou por perda da massa cinzenta. E isto certamente não é o que desejamos” (CRUZ, Elaine. Sócios, Amigos & Amados: Os Três Pilares do Casamento. 1ª ed. CPAD. RJ: 2005, p.203.).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

 

                                           Lições Bíblicas CPAD

                        Jovens  4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 12: Relacionamentos solidários

Data: 20 de Dezembro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).

 

SÍNTESE

 

A misericordiosa solidariedade de Deus em Cristo motiva os homens a se compadecer e socorrer o próximo em suas necessidades.

 

AGENDA DE LEITURA 

SEGUNDA — Sl 103.17

A misericórdia de Deus é eterna 

TERÇA — Sl 106.1-48

Louvor a Deus por sua infinita misericórdia 

QUARTA — Zc 7.9

Imperativo à justiça e misericórdia humanas 

QUINTA — Tg 2.13

Juízo sem misericórdia aos inclementes 

SEXTA — Lc 10.25-37

Solidariedade em ação 

SÁBADO — Hb 2.17

Jesus misericordioso e fiel sacerdote

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

DEFINIR solidariedade;

COMPREENDER a solidariedade na Bíblia;

ENVOLVER-SE com atividades voluntárias.

 

INTERAÇÃO

 

Esperamos que as lições ministradas tenham trazido renovação na vida dos alunos. Não podemos esperar menos quando a Palavra de Deus está em ação! Ela não retorna a Deus sem antes cumprir seus propósitos. É maravilhoso observar o crescimento espiritual e social dos alunos a partir de um fundamento tão sólido como as Escrituras. Que o Senhor continue abençoando sua vida, dádiva do amor de Jesus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, solidariedade, bondade e benignidade são o amor em ação. Proponha à classe, a possibilidade de se realizar neste domingo uma atitude bondosa e benigna para alguém ou uma família, seja ela cristã ou não. Esta visita pode ser feita a um aluno da Escola Dominical, ou a um parente necessitado dele. Procure saber qual a necessidade da pessoa ou família e, conforme a necessidade, recolha a contribuição dos alunos. Marque o horário da visita, reúna-se com o grupo na hora marcada, ore, leia Tiago 1.27 e faça a obra do Senhor. Lembre-se, as lições deste trimestre são mais práticas do que teóricas, mais interpessoais do que pessoais. Tratam da vida cristã em sua praticidade diária, e não apenas em suas doutrinas principais.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Tiago 2.5-17.

 

5 — Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

6 — Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?

7 — Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?

8 — Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

9 — Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.

10 — Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.

11 — Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.

12 — Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.

13 — Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.

14 — Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?

15 — E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,

16 — e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?

17 — Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Solidariedade é o amor em ação. Nestes dias em que o egocentrismo e a competitividade invadem a vida de milhões de pessoas, o cristão é desafiado a “remar contra a maré” do indiferentismo. Estender as mãos ao que tropeça, alimentar a boca faminta, vestir ao maltrapilho e visitar o enfermo são atitudes simples, mas com grande efeito sobre o necessitado. Nesta lição estudaremos os relacionamentos solidários.

 

  1. O QUE É SER SOLIDÁRIO (Mt 25.34-36)

 

  1. Solidariedade é um ato de amor (Mt 25.40). Amor que doa de seu tempo, de seus recursos, de suas energias a fim de amenizar a dor alheia (Lc 10.25-37). Uma simples visita ao enfermo; um cobertor para cobrir o desabrigado; uma sopa quente faz aquecer a alma e acende a esperança de uma nova realidade (At 9.39). Solidariedade é um ato de empatia. Colocar-se no lugar de outrem; sentir a dor do outro como se fosse a sua própria dor (Mt 9.36). Neste tempo em que os homens buscam apenas aquilo que os interessam, preocupar-se com a necessidade de alguém é uma das mais extraordinárias demonstrações do espírito que move o cristianismo (Gl 2.10 ver Dt 15.4; Mt 19.21; Rm 15.26). Fé e caridade, duas grandes virtudes cristãs (1Co 13.13). A primeira relaciona-se ao nosso compromisso com Deus, a segunda, com o próximo (Lv 19.18; Mt 5.43; 19.19; 22.39; Rm 13.9).
  2. Três dons solidários. A misericórdia (Lc 6.36) e a compaixão (Mt 14.14) são mandamentos universais a todos os cristãos. É dever de cada crente ser compassivo e misericordioso com o seu próximo. Todavia, há alguns cristãos a quem Deus chama para exercer a solidariedade, misericórdia ou compaixão em níveis sobrenaturais, isto é, muito além do que o mandamento e as possibilidades humanas o permitem. Esta compaixão extraordinária é obtida mediante três dons: de misericórdia (Rm 12.8), socorros (1Co 12.28) e contribuição (Rm 12.8). Exerça os dons solidários conforme a vontade de Deus.
  3. Jesus, exemplo maior de solidariedade (2Co 8.9; Fp 2.5-8). A Bíblia fala da solidariedade como um ato divino (Is 53.1-12). Jesus foi solidário com as necessidades da humanidade (Lc 4.18,19) e ordenou: “Ide [...] e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício” (Mt 9.13). A solidariedade de Jesus acha-se primeiro na encarnação e morte substituta e sacrifical (Mt 8.16,17). Ele assumiu a natureza humana completa, exceto o pecado (Fp 2.5-8). Revestiu-se de carne, a fim de satisfazer as necessidades espirituais dos homens (Jo 1.14; 3.16). Sua identificação com a humanidade foi tão profunda que, sendo rico, tornou-se pobre; santo, foi crucificado como um pecador, “para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis” (2Co 8.9). Os atos solidários de Jesus foram movidos por íntima compaixão e misericórdia (Mt 14.14; 15.32; 20.34).

Pense!

 

“Solidariedade é enxergar no próximo as lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas”  

Ponto Importante

 

Jesus foi solidário e diferente daqueles que ajudavam os pobres acompanhados de uma comitiva de músicos para divulgar suas demonstrações de caridade (Mt 6.1-4).

 

  1. A BÍBLIA E A SOLIDARIEDADE

 

  1. Solidariedade no Antigo Testamento. O termo solidariedade não aparece na Bíblia, mas o conceito é abundante. No Antigo Testamento ela é descrita por um vocábulo (rachamîm) que designa “terna misericórdia”, “compaixão”, “ser misericordioso” e “bondade”. Por ser derivada da palavra “ventre” (racham), descreve o mais profundo e íntimo sentimento que Deus tem pelo homem (Êx 33.19; Sl 103.13; Os 2.19; Mq 7.17), o homem por Deus (Sl 18.1) e pelo seu próximo (Jr 50.42). É assim que o Senhor afirma por meio de Zacarias: “Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão” (Zc 7.9). O conceito de solidariedade misericordiosa em Deus, expressa o equivalente a graça (charis) em Cristo nas páginas do Novo Testamento.
  2. Solidariedade em o Novo Testamento. Como no Antigo, o Novo Testamento também não traz o termo, mas a ideia está presente de Mateus a Apocalipse, por meio das expressões “sentir compaixão”, “sentir misericórdia”, “compadecer”, “caridade”, que traduzem uma das palavras gregas mais importantes para solidariedade (eleos). Esse vocábulo expressa o irromper da misericórdia divina no centro da desgraça humana (Mt 9.27; 15.22; 17.15; Mc 10.47, 48; Lc 17.13), tanto para os doentes quanto para os endemoninhados (Mt 15.22; 17.15). A misericordiosa solidariedade de Deus em Cristo motiva os homens a se compadecerem e sentirem as angústias e necessidades do outro (Mt 5.7; 18.33). Por fim, afirma Tiago que a misericordiosa solidariedade demonstrada aqui no mundo terá um grande peso no juízo escatológico que se aproxima (Tg 2.13).
  3. Solidariedade descritas na Bíblia (Is 58.6-11; Hb 13.1-8). A Bíblia descreve alguns importantes atos de misericordiosa solidariedade que devem e podem ser desenvolvidos pelos cristãos: hospitalidade (Hb 13.2); vestir os desprovidos (At 9.39); alimentar os famintos (Rm 12.20); visitar os presos (Hb 13.3), os órfãos e as viúvas e socorrer as pessoas em sofrimento (Tg 1.27). A exortação do versículo inicial do capítulo treze de Hebreus é emblemática: “Permaneça o amor fraternal”. Este mandamento cristão estava associado à vida da Igreja Primitiva e ao ensino de Jesus, que resumiu a Lei da Antiga Aliança na dupla ordem de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40; Mc 12.29-31; Rm 13.9,10). Este amor fraterno (philadelphia) designa uma das qualidades do amor agápe (Rm 12.10; 1Pe 1.22; 2.17) que deve ser praticado por todos os filhos de Deus, principalmente entre os domésticos da fé. Os exemplos da manifestação do amor fraterno são claros: Hospitalidade, e solidariedade com os que estão encarcerados e maltratados (vv.1,2). Para que a igreja não se esquecesse do dever de amar fraternalmente aos cristãos estrangeiros, dos que estavam encarcerados por sua fé, e daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo maus tratos por causa da piedade e fé em Cristo (Hb 11.25,36-38), o escritor afirma enfaticamente: “Lembrai-vos” (v.3). É dever da comunidade cristã nunca se esquecer daqueles que professam a mesma fé em Cristo e se encontram em dificuldade, seja ela qual for.

 

Pense!

 

“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana” (Franz Kafka). 

Ponto Importante

 

“Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tg 2.18). 

III. TRABALHOS VOLUNTÁRIOS (Lc 14.12-14)

 

  1. O que é ser um voluntário? Um voluntário é a pessoa cujo interesse pessoal e espírito solidário dedica parte de seu tempo e talentos para prestar serviços de utilidade pública e solidária sob a forma de diversas atividades, organizadas ou não, para a promoção do bem-estar social, da atenção e socorro das necessidades humanas, colaborando para o bem de seu semelhante.
  2. Quem deve realizar trabalhos voluntários. Seja de quem for a iniciativa, de uma instituição ou de uma pessoa, movido por fatores religiosos ou humanistas, a prática da solidariedade misericordiosa expressa o mais nobre e poderoso sentimento cristão: o amor. Todos indistintamente devem realizar atividades que auxiliem e socorram os desprovidos e excluídos sociais. As crianças, adolescentes, jovens e anciãos, obreiros — todos devem envolver-se, inicialmente, nas obras sociais da igreja e, depois, em outras atividades até mesmo fora do âmbito eclesiástico. A igreja é chamada a manifestar o amor de Cristo aos sem esperança e necessitados. Diante do contexto de pobreza, injustiça e exclusão social que as pessoas vivem nas metrópoles e nas áreas rurais, a igreja deve pronunciar-se contra as injustiças, contra o trabalho escravo e infantil, contra os excluídos sociais, e contra as instituições políticas corruptas. Apesar de o Brasil ter avançado no combate à pobreza ainda assim, a insegurança alimentar é uma ameaça que ronda os lares de muitos brasileiros. Por razões semelhantes a essas é que a Bíblia orienta que “nos lembremos dos pobres” e isto devemos fazer com diligência (Gl 2.10).
  3. Trabalhos sociais. Esses trabalhos são muitos e variados. Vão desde visitação aos orfanatos e distribuição de alimentos e vestimentas até ações sociais que visam mudar a condição de exclusão social do desvalido. No Brasil há muitos bons exemplos de trabalhos sociais praticados por instituições filantrópicas e ONGs, no entanto, cabe à igreja desenvolver e aperfeiçoar seus próprios projetos sociais, dentro dos valores cristãos, com toda pureza e transparência de propósitos.

Pense!

 

“A felicidade de grandes Homens consiste em levar amor e solidariedade a quem necessita” (Walyson Garrett). 

Ponto Importante

 

“Houve mestres que ordenaram às pessoas, venderam o que tinham, e muitos tornaram-se fanáticos. Nós, todavia, deixamos o Espírito guiar os crentes e dizer-lhes o que ofertar. Quando alguém fica cheio do Espírito, a sua carteira converte-se e Deus o torna mordomo. Se Deus lhe ordenar: ‘Venda!’, ele vende” (W. Seymour). 

CONCLUSÃO

 

Não encolha a sua mão ao carente, o teu ombro ao lastimador, e não feche os teus olhos aos necessitados, pois ouvirás: “Vinde bendito de meu Pai... porque tive fome e, destes-me de comer; tive sede, e deste-me de beber” (Mt 25.34,42).

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

LUCADO, Max. Um Amor que Vale a Pena. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.

STANLEY, Charles. Paz: Um Maravilhoso Presente de Deus para Você. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

 

HORA DA REVISÃODefina solidariedade.

Amor que doa de seu tempo, de seus recursos, de suas energias a fim de amenizar a dor alheia.

 

  1. Descreva três dons solidários.

Misericórdia (Rm 12.8), socorros (1Co 12.28) e contribuição (Rm 12.8). 

  1. Defina solidariedade no Antigo Testamento.

Designa “terna misericórdia”, “compaixão”, “ser misericordioso” e “bondade”.

  1. Descreva a solidariedade no Novo Testamento.

“Sentir compaixão”, “sentir misericórdia”, “compadecer”, “caridade”. 

  1. O que é um voluntário?

É a pessoa cujo interesse pessoal e espírito solidário dedica parte de seu tempo e talentos para prestar serviços de utilidade pública e solidária sob a forma de diversas atividades, organizadas ou não, para a promoção do bem-estar social, da atenção e socorro das necessidades humanas, colaborando para o bem de seu semelhante. 

SUBSÍDIO

 

“Você deseja ser uma pessoa mais amorosa? Comece aceitando o seu lugar como filho muito amado: ‘Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou’ (Ef 5.1,2).

Você quer aprender a perdoar? Então pense em como você foi perdoado: ‘Sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo’ (Ef 4.32).

Você acha difícil pensar nos outros em primeiro lugar: ‘Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus’ (Fp 2.6).

Você precisa ter mais paciência? Beba da paciência de Deus (2Pe 3.9). Será a generosidade uma virtude ilusória? Pense em como Deus foi generoso com você (Rm 5.8). Você tem dificuldade de suportar parentes ingratos ou vizinhos mal-humorados? Deus lhe suporta quando você age dessa maneira: ‘Porque ele é benigno até para com os ingratos e maus’ (Lc 6.35).

Será que somos capazes de amar desta maneira?” (LUCADO, Max. Um Amor que Vale a Pena. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003, p.7).

fonte www.avivamentonosul21.comunidades.net

 

 

 

                      Lições Bíblicas CPAD

            Jovens 4º Trimestre de 2015 

Título: Estabelecendo relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver

Comentarista: Esdras Costa Bentho 

Lição 13: Relacionamento com Deus

Data: 27 de Dezembro de 2015 

 

TEXTO DO DIA

 

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3).

 

SÍNTESE

 

O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé!

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 12.1-9

Deus revela-se a Abraão 

TERÇA — Gn 28.10-17

Deus revela-se a Jacó

QUARTA — Êx 3.1-22

Deus revela-se a Moisés 

QUINTA — Jo 1.1-17

Deus revela-se por meio de Jesus 

SEXTA — At 9.1-19

Jesus revela-se a Paulo 

SÁBADO — Ap 1.9,20

Jesus revela-se à Igreja

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DEFINIRo sentido bíblico de revelação;
  • COMPREENDERos fundamentos da experiência com Deus;
  • VIVERa vida no Espírito.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, enfim chegamos ao final do trimestre! Durante esses encontros dominicais nossos alunos foram abençoados por Deus pela ministração do tema “Relacionamentos”. Passamos vários momentos agradáveis com a classe! A cada domingo durante esses meses, fomos instrumentos nas poderosas mãos do Pai para exortar, consolar e edificar os amados filhos de Deus. Algumas vezes, sem que os alunos percebessem, comparecemos diante deles atribulados, preocupados, em outros momentos, enfermos, tendo necessidades materiais não supridas. Não foi fácil perseverar diante dos reversos que enfrentamos durante o trimestre. Mas graças ao nosso Deus, cumprimos a vontade de Deus para as nossas vidas.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para esta aula usaremos um recurso gráfico. Nesta lição observamos que o relacionamento com Deus somente é possível por meio de Jesus Cristo no Espírito. Assim destacaremos três palavras enfáticas: saber, fazer e ser. Estas se relacionam em nosso recurso didático, ao que Cristo sabia, fazia e era, comparando aquilo que Nele devemos saber, fazer e ser. Apresente o quadro aos alunos conforme os recursos disponíveis.

 

 

TEXTO BÍBLICO

 

Salmo 139.1-14.

 

1 — Senhor, tu me sondaste e me conheces.

2 — Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

3 — Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

4 — Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.

5 — Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão.

6 — Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir.

7 — Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face?

8 — Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também;

9 — se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,

10 — até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

11 — Se disser: decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.

12 — Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.

13 — Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe.

14 — Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

As Escrituras afirmam que Deus se revelou, deu-se a conhecer e comunicou aos homens sua vontade e propósitos a fim de que estes se relacionem com Ele por meio de Jesus Cristo, seu Filho. É uma iniciativa do próprio Senhor, mas o homem precisa responder a esse apelo. Nesta lição estudaremos os fundamentos do relacionamento entre Deus e os homens.

 

  1. DEUS SE REVELA AO HOMEM

 

  1. O sentido bíblico de revelação.O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo “revelação” na língua portuguesa. Contudo, o vocábulogalâ, “descobrir”, “revelar”, “tirar”, “manifestar”, “aparecer” ou “revelar”, é usado em sentido reflexivo com o significado de “desnudar-se” ou “revelar-se”, como na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7; 28.10-17). O Novo Testamento emprega a palavra apokalypsiscom o sentido de “revelar”, “desvendar”, “tirar o véu” ou “dar a conhecer” (Lc 2.32; Is 42.6; Rm 16.25). A doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve assim a comunicação, revelação e manifestação de Deus ao homem. Ele revela sua mensagem, vontade e propósitos.
  2. O conceito doutrinário de revelação.A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus mediante a qual Ele se dá a conhecer às criaturas e lhes transmite um conhecimento de Si e de Sua vontade, que de outra forma o homem jamais saberia (Ef 1.9; 3.3; Dn 2.28,47). É uma iniciativa divina motivada pelo amor (1Tm 6.16). Essa revelação é apresentada por meio da criação (Gn 1.1-25; Sl 19.1; 50.6; Rm 1.19,20), do homem criado “à sua imagem” (Gn 1.27), das Escrituras, que registram em palavras e ensinos os eventos da experiência salvífica do povo de Deus no Antigo e Novo Testamentos (Hb 1.1; Mt 22.29) e que alcança seu clímax na vida, pessoa e ensinos de Jesus Cristo (Mt 1.21-23) com a outorga do bendito dom do Espírito Santo (Jo 14.16,17).
  3. Revelação e experiência de Deus.As Escrituras apresentam a ação e revelação de Deus no âmago da história e experiência do povo de Deus (Gn 12.1; Êx 3.14 ver Sl 105). A comunidade judaica reunida no Templo era exortada a lembrar-se “das maravilhas” e do “concerto” que o Senhor havia “feito, dos seus prodígios e dos juízos” no meio da congregação (Sl 105.5-7). Ela confiava nas experiências de Deus entre os patriarcas da nação, no passado, como promessa da ação divina no presente, e a certeza da presença do Senhor no futuro (Êx 3.15-18; Sl 118.6). Confiavam na intervenção divina tanto nas questões individuais (Dn 6.26,27; At 5.17-23), quanto nos problemas nacionais (Êx 15; Sl 23; 47). Essas experiências de Deus com o seu povo serviram de fonte e base de sabedoria para todo o Israel e a igreja primitiva (Sl 25.4,5; Ec 12.14).

 

 

Pense!

 

“A unidade do Pai e do Filho permite que se faça no Filho uma experiência de Deus. Jesus é o único hermeneuta da nossa experiência cristã” (Mario França).

 

 

Ponto Importante

 

“A experiência de Deus se define não apenas como a experiência do homem para com Deus, mas também a experiência de Deus conosco” (J. Moltmann).

 

 

  1. RELACIONAMENTO COM DEUS

 

  1. Relacionamento que se realiza no mistério.Deus é mistério (Is 45.15). Isto significa que o Senhor não pode ser plenamente conhecido (1Tm 6.16). Ele transcende a qualquer definição obtida pela mais profunda experiência (Êx 33.11,20; Dt 34.10). Ele é um indizível mistério (Êx 33.18-23; Jo 6.46). Tanto a Abraão quanto a Moisés, o Senhor não apontou o caminho a seguir ou descortinou seus projetos para que eles soubessem para onde ir ou o que fazer, porém, disse-lhes que estaria caminhando com eles (Gn 12.1, “te mostrarei”; Êx 33.14, “irei contigo”, ver 2Sm 7.6,7). O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé! (Hb 11.6,8-10, 24-28).
  2. Relacionamento que se concretiza em Cristo.Jesus é a revelação absoluta de Deus e a base de toda comunhão e relacionamento corretos com Ele (Jo 14.6). O rosto de Deus oculto a Moisés (Êx 33.20) foi revelado ao mundo em Jesus de Nazaré, o Cristo (Jo 1.14,18; 6.46; 14.7-11; Hb 1.1-3). “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar”! (Mt 11.27; Lc 10.22). O que Jesus afirmou não é misterioso embora envolva o mistério de Deus no Antigo Testamento: o véu que envolve o mistério de Deus é removido por Jesus. Ele é quem revelou o Pai (Jo 1.18). Assim todo e qualquer conhecimento de Deus só pode ser obtido por meio de um relacionamento concreto com Cristo (Jo 17.20-26; 16.24-28).
  3. Relacionamento que se vive no Espírito.O relacionamento com Deus por meio de Cristo se vive na vida do Espírito (Jo 3.5-8). É preciso notar que a vida no Espírito, assim como a experiência de Deus no Antigo Testamento, realiza-se também no mistério (Jo 3.8). O Espírito procede do Pai, mas é enviado por Jesus (Jo 16.7) para dar testemunho dele (Jo 15.26,27). Ele realiza uma profunda transformação no discípulo de Cristo para viver a experiência de Deus em Cristo (Jo 7.37-39; At 1.8).

 

 

Pense!

 

“O extraordinário do Espírito de Deus esconde-se e revela-se no ordinário quotidiano da vida humana” (Carlos Mesters).

 

 

Ponto Importante

 

“É o Espírito que convence, que guia, anuncia as coisas futuras e glorifica a Jesus (Jo 16.8-14)”.

 

 

III. A VIDA NO ESPÍRITO

 

  1. Do Sinai ao Pentecostes.Três grandes e importantes eventos que marcaram a experiência do povo de Deus na Escritura foram a revelação de Yahweh no Sinai (Êx 19; 20), a Encarnação do Filho de Deus (Mt 1.18-25; Lc 1.35; Jo 1.14,18; Fp 2.6-11) e a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Esta última evoca os sinais que concluíram a Aliança no monte Sinai (At 2.2 ver Êx 19.16-18), dando a entender que o Espírito dará início a Nova Aliança realizada por Jesus (Mt 26.26-29). O Pai revela, o Filho redime e o Espírito nos insere na unidade trinitária (Jo 17.21-24; 1Ts 4.8).
  2. Experiência do Espírito e discernimento.A experiência de Deus em Cristo, por meio do Espírito Santo é antes de tudo transformadora (Jo 7.38-39). Toda e qualquer experiência do Espírito sempre remeterá o crente ou a comunidade a Cristo (2Co 3.17,18). Ele é o Espírito de Jesus (Gl 4.6; Fp 1.19). Assim, Jesus é o critério para discernir as experiências autênticas do Espírito, pois elas levam a Cristo (1Co 12.3; 1Jo 2.22,23; 4.1-6; 5.5-9).

 

 

Pense!

 

“Não extingais o Espírito” (1Ts 5.19).

 

 

Ponto Importante

 

“Atos dos Apóstolos é um firme testemunho da gloriosa experiência e realidade do Espírito na Igreja”.

 

 

CONCLUSÃO

 

É a vontade de Deus que o crente viva a vida no Espírito com liberdade e discernimento, sem extinguir sua presença na comunidade. O Espírito de Cristo é o agente divino que nos insere na comunhão trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.
CABRAL, Elienai. Abraão: As Experiências de Nosso Pai na Fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

 

HORA DA REVISÃO

 

  1. Descreva o sentido bíblico de revelação.

A comunicação, revelação e manifestação de Deus ao homem.

 

  1. Defina o conceito doutrinário de revelação.

A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus mediante a qual Ele se dá a conhecer às criaturas e as transmite um conhecimento de Si e de Sua vontade.

 

  1. O que significa afirmar que Deus é mistério?

Que o Senhor não pode ser plenamente conhecido.

 

  1. É possível se relacionar com Deus à parte de Cristo?

Não é possível.

 

  1. Quais são os três importantes eventos que marcaram a experiência do povo de Deus?

A revelação de Yahweh no Sinai (Êx 19; 20), a Encarnação do Filho de Deus (Mt 1.18-25) e a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2).

 

SUBSÍDIO I

 

“Os cristãos estão unidos com Cristo através de dois relacionamentos espirituais: eles estão em Cristo e Cristo habita neles (‘Vós, em mim, e eu, em vós’, Jo 14.20). Nossa posição em Cristo é permanente e nos dá inúmeras bênçãos espirituais que promovem nossa santificação. Cada crente, por exemplo, é uma nova criatura em Cristo, o que o capacita a levar uma vida transformada (2Co 5.17). O relacionamento Cristo em nós significa sua residência permanente no crente (Cl 1.27). A essência da santificação cristã é experimentar a presença pessoal de Cristo, ‘Cristo vive em mim’, Gl 2.20. Os cristãos podem manifestar Cristo em suas vidas somente porque Ele reside neles (Fp 1.20,21). A santificação sempre trabalha de dentro para fora. Através de nossa união com Cristo, sua vida espiritual nos preenche, permeia nossas vidas e se mostra através de nós (Gl 2.20), de modo que ‘a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos’ (2Co 4.10). Compreender que temos uma nova vida através da união com Cristo nos ajuda a evitar duas ideias falsas. A primeira delas é que nossa união espiritual com Cristo é uma união morta. Em segundo lugar, que nossa conexão espiritual com Cristo é uma união estática. Em vez disso, ela é uma união dinâmica, na qual a vida espiritual de Cristo flui através de nós. Cristo é semelhante à videira e sua vida é como seiva que aviva, fortifica e nos nutre como seus ramos (Jo 15.1-8)” (HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003, pp.29-30).

 

SUBSÍDIO II

 

“Fé e paciência são dois ingredientes inseparáveis para se tomar posse das promessas de Deus. A fé nas promessas de Deus é o estímulo para as conquistas dos nossos sonhos, especialmente, quando esses sonhos estão de acordo com a vontade de Deus. Abrão tinha dado passos gigantescos na direção da vontade de Deus. Ele havia aprendido a importância do caminho da obediência para a verdadeira felicidade, mas não pôde evitar as circunstâncias desse caminho. Grandes provações teriam de ser vencidas para que Abrão reconhecesse a soberania divina e a dependência a Ele. Fragilidade e fé são termos opostos na nossa peregrinação espiritual. Por natureza somos frágeis e suscetíveis às intempéries da vida. A fé é o elemento espiritual que nos capacita a reagir nos momentos de fraquezas. Abrão já havia vencido grandes reveses e, agora, depois de haver chegado à Terra Prometida de leite e mel não poderia deixar-se ofuscar pelo desânimo. Porém, se depara com uma terra seca e vazia, onde a fome espalhava-se entre os seus habitantes. Esse caos na terra de Canaã ia de encontro à promessa de uma terra de ‘leite e mel’; um tempo de provações que expôs toda a fragilidade emocional de Abrão. Na vida cristã quando empreendemos andar no caminho da fé não imaginamos encontrar as dificuldades e adversidades desse caminho” (CABRAL, Elienai. Abraão: As Experiências de Nosso Pai na Fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, pp.27-8).

fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com.br