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Lição Betel dicernindo 2 trim 20128 adultos
Lição Betel dicernindo 2 trim 20128 adultos



LIÇÕES BETEL ADULTOS 2 TRIMESTRE 2018

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 1

Discernindo as bênçãos de Deus

1 de abril de 2018

Texto Áureo

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” Ef 1,3

 

Verdade Aplicada

As bênçãos de Deus atestam Seu amor, cuidado e interesse por nós, visando alcançar toda a humanidade, para a Sua glória.

 

Glossário

Ascenção: Elevação de Jesus ao céu, quarenta dias depois de ressuscitado;

Autenticar: Reconhecer a veracidade;

Enfatizar: Realçar, ressaltar, salientar.

 

Textos de Referência.

Gn 12.2-3 Nm 6.24 Sl 67.1; 7 Lc 24.50

 

Gênesis 12.2-3

2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.

3 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

 

Números 6.24

24 O Senhor te abençoe e te guarde.

 

Salmos

67.1, 7

1 Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós.

7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão.

 

Lucas 24.50

50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou.

 

Hinos sugeridos.

107, 126, 459

 

Introdução

Nesta lição, abordaremos um assunto que destaca um dos aspectos das atitudes de Deus para com a humanidade e toda a Sua criação: bênção. Desde o princípio esta atitude está presente, pois Ele é o Deus da bênção!

 

  1. O Deus abençoador.

Inicialmente iremos destacar a atitude abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação, bem como identificar os diversos sentidos da palavra bênção nas Escrituras Sagradas e a importância de termos consciência de que Deus sempre age tendo em vista Seus propósitos. Ou seja, as ações de Deus não são isoladas ou meramente “acidentes de percurso”. Elas não são separadas do processo existente na relação de Deus com Suas obras, pois fazem parte do mesmo, visando alcançar o propósito divino (Pv 16.4; Is 55.11; Rm 8.28).

 

1.1. Abençoando desde o início.

A primeira referência ao ato de Deus abençoar é encontrada em Gênesis 1.22: “E Deus os abençoou...”, portanto, antes da criação da humanidade. Logo após criar o ser humano à Sua imagem, o texto sagrado registra: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: ...” (Gn 1.28). Podemos refletir, a partir dos textos citados acima, que o Senhor Deus criou, abençoou e instruiu. Que lição maravilhosa! Não basta existir; dependemos da bênção de Deus para cumprir Seus propósitos e de Suas instruções para vivermos de acordo com a Sua vontade.

 

1.2. Ênfase nas bênçãos temporais.

É oportuno refletirmos na presente lição quanto às bênçãos de Deus para nós, principalmente pelo fato de vivenciarmos tempos onde está se enfatizando, nas mensagens e hinos, as bênçãos temporais ou aquelas restritas à vida aqui na terra. Vários movimentos e tendências teológicas, identificadas por diferentes nomes, têm se expandido no Brasil, a partir da década de 80, entre outros: Confissão Positiva, Triunfalismo, Teologia da Prosperidade. Infelizmente, há uma demasiada busca, ênfase e valorização por sucesso, prosperidade financeira, saúde total e aquisição de bens.

 

1.3. Classificação das bênçãos.

É muito importante entendermos que há bênçãos temporais (imóvel, salário, carro, status na sociedade, sucesso profissional, casamento, etc.) e eternas (salvação, comunhão com Deus e outras, que os discípulos de Cristo já desfrutam e continuarão sendo beneficiados quando ocorrer a glorificação). Há bênçãos que Deus concede, também, àqueles que não vivem em comunhão com Ele (Mt 5.45; At 14.17). Nos dois primeiros capítulos de Gênesis, por exemplo, a bênção é concedida a todas as pessoas e a todos os seres viventes de forma contínua, como se pode verificar no relato acerca de Sete e Noé (Gn 5.2; 9.1). Há bênçãos que foram concedidas e prometidas para Israel, como, por exemplo, a terra de Canaã (Gn 17.8). Porém, não há nenhuma base bíblica para a Igreja buscar a bênção geográfica e política neta terra, na presente época, como uma herança prometida por Deus.

 

  1. A bênção de Abraão e a Igreja.

Neste tópico analisaremos as bênçãos prometidas ao patriarca Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos, sempre tendo em mente as Escrituras Sagradas. Portanto, não se trata do que a pessoa quer ou pensa, mas, sim, do que a Bíblia declara.

 

2.1. Identificando a bênção de Abraão.

Considerando a importância da bênção nas narrativas bíblicas acerca dos patriarcas (Gn 12 a 36), vejamos este aspecto a partir do momento em que Deus chamou e fez promessas a Abraão; tendo em mente o Plano de Deus para redimir a humanidade de seus pecados e restaurar a comunhão com o criador. Devemos sempre lembrar acerca dos propósitos de Deus em abençoar. No caso de Abraão, o Senhor se revelou a ele, O chamou e lhe fez promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Somente nos três primeiros versículos de Gênesis 12, a expressão hebraica “bãrak” (bênção) ocorre cinco vezes. Deus prometeu que faria dele uma grande nação, engrandeceria o seu nome e, por intermédio da sua descendência, abençoaria “todas as famílias da terra”.

 

2.2. A bênção de Abraão e os propósitos de Deus.

A bênção prometida a Abraão não ficaria restrita a ele e à nação que estava para surgir (Israel), mas alcançaria toda a humanidade: “Abençoar-te-ei...e tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Na versão da NTLH, encontramos: “e você será uma bênção para os outros” (Gn 12.2), e “E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo” (Gn 12.3). Aprendemos com Abraão que, ao sermos abençoados, precisamos ter em mente a responsabilidade de sermos um canal de bênçãos na vida de outros. Mesmo distante e, às vezes, nem sequer conhecendo, podemos ser abençoadores, como por exemplo, através da contribuição financeira para a evangelização de outros povos.

 

2.3. A bênção de Abraão no Novo Testamento.

O apóstolo Paulo afirma em Gálatas 3.8 que a promessa de Deus em abençoar todas as nações por intermédio da descendência de Abraão foi um anúncio do Evangelho, isto é, de que todo aquele que crê também será abençoado (Gl 3.9). Com quais bênçãos? A bênção de ser aceito por Deus, da justificação e da retomada do relacionamento com Deus. Assim, a bênção de Abraão chega até nós por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).

 

  1. Aspectos de uma vida abençoada.

Encerrando esta lição vejamos alguns aspectos presentes na vida do discípulo de Jesus que autenticam a ação abençoadora de Deus na vida dos Seus, bem como alguns propósitos revelados neste tempo da Nova Aliança, visando não confundir com o significado fundamental da bênção no Antigo Testamento (Hb 8.6-13).

 

3.1. Última ação de Jesus Cristo.

Encontramos em Lucas 20.50-51 o registro da última ação do Senhor antes de Sua ascenção: “...levantando as suas mãos, os abençoou...abençoando-os...foi elevado ao céu”. Refletindo em conjunto com Atos 1.8-9, onde diz que Jesus “foi elevado às alturas” quando transmitia a última mensagem, concluímos que, nos momentos finais do Senhor com os Seus, Ele deixou: promessa, missão, mensagem e bênção!

 

3.2. A bênção do relacionamento com Deus.

O apóstolo Pedro, em sua pregação para a multidão que se reuniu após a cura do coxo, afirmou que a ressurreição de Jesus Cristo é o cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão (At 3.25-26). A ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)! Os textos de Atos 3.26 e 5.31 pontuam alguns dos propósitos de Deus em abençoar o Seu povo: que o Seu povo se desvie das suas maldades (At 3.26); e proporcionar oportunidade de arrependimento e perdão de pecados (At 5.31).

 

3.3. Bênção e aprovação divina.

Como vimos, encontramos na Bíblia bênçãos que podem ser classificadas em diversas categorias. Considerando a associação que tem sido comum fazer entre bênçãos e aprovação divina, é importante enfatizar que tal relação é absoluta. Estejamos atentos, pois ode uma pessoa estar desfrutando de determinadas bênçãos não significa que, automaticamente, Deus está aprovando sua conduta. Há bênçãos que Deus concede visando mostrar o Seu cuidado e interesse. Isto não quer dizer que a vida da pessoa está de acordo com a Sua vontade (At 14.15-17).

 

Conclusão.

As bênçãos de Deus nos fazem prosperar (Pv 10.22). Porém, não podemos nos esquecer da nossa responsabilidade de sermos bênção na vida do próximo, de mantermos em mente as bênçãos a serem desfrutadas na eternidade e que nossa vida deve ser para a glória de Deus.

 

Questionário.

 

  1. Qual é a primeira referência ao ato de Deus abençoar?

R: Gênesis 1.22.

 

  1. Quantas vezes ocorre em Gênesis 12.1-3 a expressão hebraica “bãrak” (bênção)?

R: Cinco vezes (Gn 12.1-3).

 

  1. Como a bênção de Abraão chega até nós?

R: Por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).

 

  1. O que encontramos em Lucas 24.50-51?

R: O registro da última ação do Senhor antes da Sua ascenção (Lc 24.50-51).

 

  1. O que a ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja?

R: Desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)!

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 2

Deus cuida dos que se dedicam a Ele

8 de abril de 2018

Texto Áureo

“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. Mt 6.33

 

Verdade Aplicada

A razão da nossa existência é estarmos em comunhão com Deus e servi-lo em todo o tempo.

 

Glossário

Aflorar: Revelar-se;

Liturgia: Conjunto de elementos e práticas que constituem o culto;

Ociosidade: Que ou quem não tem o que fazer; improdutividade.

 

Textos de Referência.

Mateus 6.31-34 1Pedro 5.7

 

Mateus 6.31-34

31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos? ou: Que beberemos ou: Com que nos vestiremos?

32 (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;

33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.

34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

 

1Pedro 5.7

7 Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

 

Hinos sugeridos.

4,33,578

 

Introdução

É um desafio vivermos numa época caracterizada por “não tenho tempo”, sendo discípulos de Jesus. Precisamos rever constantemente como está a relação prioridade e rotina em nossa vida (Mt 6.33).

 

  1. O uso do tempo dado por Deus.

Como estamos usando nosso tempo? Como discípulos de Jesus Cristo precisamos lembrar que Deus é o Senhor do tempo (Sl 31.15; At 17.26). Portanto, somos tão somente mordomos do tempo. Precisamos buscar a sabedoria divina quanto às nossas atividades e administração do mesmo (1Cr 12.32; Ec 8.5-6).

 

1.1. Voltando ao princípio da humanidade.

É importante destacar que, quando o ser humano foi criado, o Senhor Deus já tinha estabelecido “tempos determinados” e “dias e anos” (Gn 1,14). Deus não criou o ser humano e o colocou na terra, deixando-o à mercê de suas próprias percepções e descobertas, mas o abençoou, capacitou, instruiu, designou tarefas e mantinha relacionamento contínuo com ele (Gn 1.28; 2.5, 8, 15-17). Não só criou, como mantém (Is 42.5). O Senhor Deus nos criou para Ele. Para O buscarmos e nos relacionarmos com Ele (Is 43.7; At 14.15-17; 17.25-28).

 

1.2. Deus supre as necessidades.

Interessante notar que, enquanto o primeiro homem se dedica às tarefasdesignadas pelo Criador (lavrar a terra; guardar o jardim; nomear os animais – Gn 2.15, 19-20), Deus percebeu a importância de Adão ter uma ajudadora (Gn 2.18, 21-23). O Criador continua atento à Sua criação. Ele não apenas percebeu, mas agiu para suprir. O Senhor Deus é Jeová-Jireh – “O Senhor proverá). De si mesmo, o homem não consegue perceber todas as suas necessidades. Nem sempre sabemos o que realmente é bom ou não para nós. Importante estarmos cientes de nossas limitações, até para conhecermos tudo acerca de nós mesmos. Não fomos feitos pelo Senhor para vivermos separados dEle.

 

1.3. Faraó associou adoração com ociosidade.

Em Êxodo 5.8, 17 encontramos o registro da associação que Faraó fez entre ociosidade e adoração e serviço ao Senhor. O rei do Egito, ao ouvir a mensagem de Deus, por intermédio de Moisés e Arão, para que deixasse o povo de Deus ir ao deserto para celebrar uma festa em honra ao Senhor (Êx 5.1), imediatamente interpretou que o povo hebreu estava muito ocioso e por isso pensava em sacrificar ao Senhor Deus.

 

  1. É preciso estabelecer prioridades.

Num contexto de correria e muitas ocupações para suprir as necessidades fundamentais da vida, há a tendência de nos afastarmos de nossas responsabilidades no cuidado da vida espiritual e no serviço no Reino de Deus.

 

2.1. A garantia dada pelo Senhor.

O Senhor Deus nos conhece. Ele sabe da tendência humana à insegurança, dúvida e instabilidade diante da realidade da vida. Por isso, Ele se revelou por intermédio da Palavra. Nas Escrituras encontramos a mensagem de Deus que vem ao encontro dos nossos mais íntimos questionamentos. Até mesmo aqueles que ainda não afloram em nós. Vejamos o texto bíblico em Êxodo 34.24. O contexto do citado versículo é o povo de Israel junto ao Monte Sinai aguardando Moisés descer. Lá estava o servo de Deus recebendo instruções sobre como o povo de Deus deveria proceder nas diversas situações durante a peregrinação no deserto e quando tomasse posse da Terra Prometida (Canaã).

 

2.2. O Reino de Deus e a Sua justiça em primeiro lugar.

“Mas buscai primeiro...” (Mt 6.33), disse Jesus . “Primeiro”, no grego, é “próton”, que, em sentido figurado, refere-se a dignidade ou importância, o primeiro de todos, principalmente, antes de tudo. Interessante que, antes deste versículo, o Senhor faz menção a tesouros (na terra e no céu) e a senhores (Deus e Mamom). Será determinante no estabelecimento das prioridades a definição que precisamos ter quanto a estes dois aspectos: que tesouros acumular e a quem queremos servir? Em Mateus 6.32, Jesus diz que os não nascidos de novo estão focados e ambicionam tão somente os aspectos materiais da vida. Ou seja, somente a vida “debaixo do sol”.

 

2.3. Aproveitar as oportunidades.

A palavra “oportunidade” tem relação com o termo em latim “ob portus”, que significa “para o porto”, indicando a possibilidade de uma embarcação chegar ao porto desejado, aproveitando uma ocasião favorável. O texto de Efésios 5.16 em duas versões (BKJ e NTLH), é traduzido no sentido de aproveitar bem cada oportunidade. O contexto é quanto à importância de andar como sábios (Ef 5.15), incluindo o uso adequado do tempo, tendo em vista que “os dias são maus”.

 

  1. A importância do discernimento.

Nossa dedicação a Deus deve ser resultado da ação transformadora da Palavra de Deus e do Espírito Santo em nós, para não incorrermos no erro de achar que podemos barganhar com Deus, ou simplesmente cumprir nossas “obrigações religiosas” para garantir a bênção de Deus e “blindar” nossa vida contra as adversidades e aflições. O Senhor Deus não se engana. Ele sonda e conhece os nossos corações e pensamentos (Sl 139.1-4; Jo 16.33; Hb 4.12-13)

 

3.1. Uma dedicação só de aparência.

O povo de Israel chegou ao ponto de participar das cerimônias religiosas e cumprir o calendário litúrgico, porém com a mente voltada para seus próprios interesses, focando o que era material e secular (Am 8.5-6). Achavam que bastava observar dias e cumprir “só de aparência” as obrigações religiosas para serem agradáveis a Deus. Porém o coração, a mente e o interesse não estavam ali. O texto faz referência à festa da lua nova (Am 8.5), quando eram suspensas as atividades comerciais. Como discípulos de Cristo precisamos estar sempre avaliando a verdadeira motivação de nossa dedicação a Deus.

 

3.2. “Aplicai os vossos corações”.

Encontramos esta exortação em Ageu 1.5, 7; 2.15. Ageu é considerado um dos profetas da restauração, junto com Zacarias e Malaquias, pois exerceu seu ministério após o retorno dos judeus do cativeiro babilônico. Os que regressaram do exílio encontraram destruição e pobreza. Era grande o desânimo do povo, depois de um início de reconstrução (Ed 3.4). Contudo, “cessou a obra da casa de Deus” (Ed 4.24). E o povo estava excessivamente preocupado com o bem-estar pessoal (Ag 1.4). O Senhor, então levanta Ageu e adverte o povo para que reavalie suas prioridades.

 

3.3. Esclarecimentos à luz da Bíblia.

Em todo o tempo precisamos refletir sobre os diversos aspectos da vida de discípulos de Cristo à luz da Palavra de Deus, para evitarmos conclusões precipitadas, interpretações particulares e expectativas pessoais equivocadas (pois, caso não se cumpram, podem gerar decepções, frustrações e desânimo). Assim, também, devemos atentar quando tratamos da dedicação a Deus e o cuidado divino, pois o cuidado de Deus não é sinônimo de ausência de aflições, oposições e adversidades.

 

Conclusão.

Para que a nossa vida seja dedicada a Deus, nós, discípulos de Cristo, precisamos pertencer a Ele, para vivermos segundo a Sua vontade e para Sua glória. Portanto, precisamos nos render ao plano de Deus, pois somente assim discerniremos a verdadeira razão de nossa existência e encontrarmos paz!

 

Questionário.

 

  1. Quem é o Senhor do tempo?

R: Deus (Sl 31.15; At 17.26).

 

  1. Quanto às nossas atividades e administração do tempo, o que precisamos buscar?

R: A sabedoria divina (1Cr 12.32; Ec 8.5-6).

 

  1. O que Jesus diz em Mateus 6.32?

R: Que os não nascidos de novo estão focados e ambicionam tão somente os aspectos materiais da vida (Mt 6.32).

 

  1. Como discípulos de Cristo, o que precisamos estar sempre avaliando?

R: A verdadeira motivação de nossa dedicação a Deus (Am 8.5).

 

  1. De acordo com Ageu 1.4, como o povo estava?

R: Excessivamente preocupado com o bem-estar pessoal (Ag 1.4).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 3

Usando as lentes da fé e dos propósitos de Deus

15 de Abril de 2018

Texto Áureo

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. Rm 8.28

 

Verdade Aplicada

Enquanto estão “debaixo do sol”, os discípulos de Cristo precisam ter sempre em mente a importância de usar as lentes da fé e dos propósitos de Deus.

 

Glossário

Percepção: Ato ou efeito de perceber;

Pressuposto: Aquilo que se tenta atingir; meta, objetivo;

Superficialidade: Qualidade ou caráter de superficial.

 

Textos de Referência.

Gênesis 45.4-5, 7-8

4 E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.

5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face.

 

7 Pelo que Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento.

8 Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito.

 

Hinos sugeridos.

25, 178, 186

 

Introdução

Sendo discípulos de Jesus, como temos percebido o mundo ao nosso redor? Como estamos lidando com as adversidades e a prosperidade? Reflitamos sobre este assunto à luz da Palavra de Deus, nossa lâmpada e luz.

 

  1. Cosmovisão: significado e importância.

Nem sempre paramos para pensar sobre a nossa vida de mundo, principalmente no presente século, quando estamos sempre muito ocupados. Porém, ainda que o ser humano não pense sobre isso, faz parte das nossas ações e reações, bem como da nossa compreensão da realidade. Sendo assim, trata-se de um aspecto intensamente prático. Inicialmente, nos deteremos nos aspectos do significado, importância e as diversas formas adotadas pelos seres humanos para explicar e reagir diante da realidade do mundo e dos diversos acontecimentos que nos envolvem, sejam (aos nossos olhos) positivos ou negativos.

 

1.1. Significado e conceitos.

Considerando o exposto acima, todo ser humano possui uma cosmovisão. Segundo o Dicionário Aurélio, cosmovisão é “concepção ou visão do mundo”. Ou seja, a maneira de ver e entender o mundo. Essa maneira é resultado de um conjunto de ideias e crenças que funcionam como base ou lentes para vossos conceitos, atitudes e decisões na vida. Trata-se de como interpreto a vida, afetando assim, a forma de pensar, sentir, e viver dia após dia. Envolve todas as áreas da vida: fé em Deus; razão de viver; riqueza; valores; família; morte; eternidade; prosperidade; entre outros aspectos.

 

1.2. Diferentes cosmovisões.

Como destacado no item anterior a cosmovisão de uma pessoa vai depender do conjunto de crenças, valores e ideias adotados ela mesma. Há aqueles que adotam como base da sua vida o materialismo. Ou seja, a visão de mundo dessas pessoas não considera ou valoriza a realidade espiritual e a eternidade. Há aqueles que têm como base o existencialismo. Acreditam que o sentido da vida está em conquistar, realização pessoal, alcançar sonhos e projetos. Há os que creem em Deus, porém não acreditam que Ele interfere na história da humanidade (são os deístas). Os humanos supervalorizam a capacidade humana: você pode, consegue e muda a realidade.

 

1.3. A importância da cosmovisão.

Não se trata apenas de olhar a realidade na qual estamos inseridos, mas perceber de uma forma mais profunda a totalidade desta realidade. Não decidir escolher, agir ou reagir somente pelo que vemos, ouvimos ou sentimos, mas procurar perceber as razões, motivos e consequências nos acontecimentos e atitudes da vida. Vide o exemplo de Caim. Após Deus não ter atentado para sua oferta, ficou irado. O Senhor Deus procurou conduzi-lo a uma reflexão, lhe dirigindo três perguntas e fazendo um alerta (Gn 4.4-7). Porém ele decidiu agir por conta própria (Gn 4.8). Qual era a visão de mundo de Caim?

 

  1. O exemplo de José.

Dentre muitos exemplos encontrados na Bíblia, destaca-se a postura de José diante de realidades adversas e favoráveis. Ele demonstrou uma visão de mundo baseada não somente na superficialidade dos fatos, mas na sua fé em Deus e nas promessas e propósitos do Senhor na sua vida e dos seus.

 

2.1. José e a realidade no lar.

José era filho de Jacó e Raquel. Seu pai gerou vários filhos de diferentes mulheres (Gn 35.22-26). A preferência de Jacó por José era notória, resultando grande descontentamento entre seus irmãos. José procurava ajudar e obedecer seu pai *Gn 37.2); discordava do comportamento de seus irmãos (não deixou influenciar e nem pactuava com seus erros, mesmo tendo lhe custado o isolamento) e sofreu inveja e violência por parte dos irmãos (Gn 37.8, 11, 18, 23-28).

 

2.2. José e a realidade longe do lar.

Sendo José ainda bem jovem, foi vendido aos ismaelitas e, no Egito, a Potifar, eunuco de Faraó (Gn 37.28, 36). Que grande mudança na realidade de José. De filho passou a ser escravo e depois prisioneiro. Esta realidade perdurou por longos treze anos (Gn 41.46), antes de se tornar governador do Egito. Foi alvo de tentação, calúnia e esquecimento. Porém, “...Deus era com ele” (At 7.9). Mesmo nas adversidades e dificuldades, na casa de Potifar e na prisão, o Senhor o abençoava, usando com ele de benignidade e fazendo-o prosperar no trabalho que desenvolvia (Gn 39.2-5, 21-23).

 

2.3. José e a mudança da realidade.

A história de José é rica de ensinamentos práticos para a vida do discípulo de Cristo. São diversas as realidades do nosso viver, pois abrange diferentes ambientes e circunstâncias. A história de José não se resume a inveja, violência, escravidão, esquecimento e calúnia. Há, também, benignidade de Deus, exaltação, casamento, filhos, honrarias, perdão, prosperidade, trabalho, testemunho e esperança. Precisamos, como José, saber vivenciar essas diferentes realidades.

 

  1. A fé e os propósitos de Deus.

Vários são os pressupostos que devem nortear a maneira do discípulo de Cristo perceber o mundo e suas decisões, atitudes e reações diante das diversas realidades vivenciadas. Entre outros objetivos, destacamos: fomos resgatados para pertencermos a Deus (1Co 6.20); estamos no mundo, porém não somos do mundo (Jo 17.14, 16); devemos fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31); a fé é indispensável no relacionamento com Deus (Hb 11.6); nossa existência não se resume à vida debaixo do sol (1Co 15.19).

 

3.1. A lente da fé.

Sendo filho de Jacó, José ouviu acerca da história de Abraão, Isaque e seu Pai, inclusive como eles se relacionavam com Deus. Ele nasceu e cresceu numa família que cria no Deus Criador de todas as coisas e Todo Poderoso. Assim, ele usava a “lente da fé” para perceber as diversas realidades que vivenciava. Foi assim quando tentado na casa de Potifar (Gn 39.9), na prisão lidando com outros presos (Gn 40.8), perante Faraó (Gn 41.16), quando do nascimento dos filhos (Gn 41.51-52), ao encontrar com os irmãos (Gn 45.5-8) e no final de sua vida (Gn 50.25; Hb 11.22).

 

3.2. A lente dos propósitos de Deus.

Ao reencontrar seus irmãos, José testemunhou sobre a sua percepção, compreensão e convicção acerca dos acontecimentos adversos de sua vida: “Deus me enviou”; “não fostes vós...senão Deus” (Gn 45.5-8). Notemos, agora, o seu testemunho após a morte de seu pai e antes de encerrar seus dias na terra: “Deus o tornou em bem” e “Certamente vos visitará Deus” (Gn 50.20, 25). Ele venceu a tentação de perceber a realidade somente pela conduta má de seus irmãos.

 

3.3. A importância das Escrituras Sagradas.

Evidente que a base da cosmovisão do discípulo de Jesus Cristo é a revelação de Deus nas Escrituras Sagradas. A Bíblia é a nossa regra de fé e de conduta. Ela é a base de nossas crenças e valores que nortearão nossa percepção das diversas realidades. Assim, evitaremos a utilização de “lentes” que estejam embaçadas, ou seja, informações e referências a partir da televisão, das redes sociais, de filmes, filosofias e intelectualidade, sem passar pela luz da Palavra. Somente nas Escrituras Sagradas vamos encontrar o conteúdo da fé e a revelação dos propósitos de Deus (2Tm 3.14-17).

 

Conclusão.

Precisamos aprender a vivenciar os bons e os maus momentos, pois ambos fazem parte do processo de formação do discípulo de Cristo. É preciso cuidado para que nossa mente não fique contaminada com a cosmovisão mundana, mas que nosso entendimento seja sempre renovado para a glória de Deus.

 

Questionário.

 

  1. Após o alerta de Deus o que Caim fez?

R: Decidiu agir por conta própria (Gn 4.8).

 

  1. O que resultou em grande descontentamento entre os irmão de José?

R: A preferência de Jacó por José Gn 37.3-4).

 

  1. O que é indispensável no relacionamento com Deus?

R: A fé (Hb 11.6).

 

  1. O que José usava para perceber as diversas realidades que vivenciava?

R: A lente da fé (Gn 39.9).

 

  1. Qual é a base da cosmovisão do discípulo de Jesus Cristo?

R: É a revelação de Deus nas Escrituras Sagradas (2Tm 3.14-17).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 4

Disciplina e o processo educacional de Deus

22 de abril de 2018

Texto Áureo

“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. Hb 12.6

 

Verdade Aplicada

A disciplina faz parte do processo de aperfeiçoamento do discípulo de Cristo, enquanto viver na terra.

 

Glossário

Autodisciplina: Correção e regulação do modo de vida, de trabalho, ou normas de moral que alguém impõe a si mesmo;

Correlato: Palavra cujo sentido tem relação com o significado de outra;

Insubordinação: Falta de subordinação; oposição contra autoridade.

 

Textos de Referência.

 

Hebreus 12.7-8, 10-11

7 Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?

8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.

10 Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.

11 E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.

 

Hinos sugeridos.

77, 141, 151

 

Introdução

A disciplina faz parte do processo de crescimento, amadurecimento e aperfeiçoamento do discípulo de Cristo. Trata-se de uma ação com propósitos bem definidos (Hb 12.10). É feliz aquele que se submete à disciplina do Senhor.

 

  1. Disciplina – o que é isto?

Apesar de ser bíblico, disciplina é um dos assuntos pouco enfatizados nos dias de hoje. A questão é que, quando o púlpito da igreja silencia, muitos começam a agir de acordo com seus próprios pensamentos e como melhor convém a cada um. Então, surgem diversos equívocos, como: “Só presto contas a Deus”; “Sou assim mesmo”; “Deus conhece minhas fraquezas” ou “conheço pessoas vivendo em pecado”, entre outros. Assim, nesta lição refletiremos esse tema a partir da Bíblia, a revelação de Deus para nós e a autoridade fundamental sobre a qual a Igreja deve moldar sua fé (Is 8.20).

 

1.1. Disciplina e a sua necessidade.

Inicialmente, é interessante refletir no texto de Hebreus 12.5-11. O escritor no capítulo 11 apresenta diversos exemplos de pessoas que, firmadas na fé, perseveraram, mesmo sendo provadas, sofrendo, perseguidas, e até perdendo a vida. Assim, também, nós somos chamados para perseverarmos na jornada cristã, mantendo nosso foco em Jesus Cristo e removendo qualquer coisa que nos impeça ou atrapalhe na continuidade da caminhada como discípulos de Cristo. A expressão “deixemos” (Hb 12.1) indica um aspecto da vida disciplinada do discípulo do Senhor: a autodisciplina.

 

1.2. Disciplina e os diferentes termos.

Somente no texto de Hebreus 12.5-11 encontramos dez vezes diversos termos correlatos: correção, repreensão, disciplina. A palavra grega é “paideuõ”, admitindo vários sentidos: “treinar crianças”; “ensinando”; “castigando”; “disciplina”; “correção”; “educar para a vida”. Assim, o entendimento da disciplina, a partir dos diversos sentidos admitidos na Bíblia, nos ajuda a corrigirmos pensamentos equivocados e ideias que possam causar resistência a este instrumento utilizado no processo de aperfeiçoamento dos membros do corpo de Cristo.

 

1.3. Disciplina e a santidade de Deus.

“Para sermos participantes da sua santidade” (Hb 12.10). Este texto indica o propósito de Deus ao aplicar a correção em Seus filhos. Precisamos de correção, repreensão e disciplina, pois fomos chamados por Deus para sermos santos, contudo ainda estamos propensos às práticas do “velho homem”. Assim, por intermédio da correção e instrução, o processo educacional de Deus vai sendo aplicado em nós (2Tm 3.16; Hb 12.11).

 

  1. A Igreja e a disciplina.

É bíblica a aplicação de disciplina por parte da Igreja? Muitos associam o uso da disciplina pela Igreja com ausência de amor e misericórdia. Há os que acreditam que somente Deus ou o próprio membro do Corpo de Cristo aplica a disciplina a si. Assim, vemos que há necessidade de instrução bíblica também sobre isso, pois, caso contrário, a história se repetirá (ou será que já está se repetindo em alguns lugares?): “porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25). A reflexão desse tema passa por entendermos a doutrina bíblica referente à Igreja.

 

2.1. Igreja – origem e natureza.

Na Teologia Sistemática a doutrina da Igreja é chamada de Eclesiologia, referente à palavra grega usada no Novo Testamento. Contudo, este termo já era usado para se referir a um ajuntamento de pessoas, como em Atos 19.32. Sendo assim, não basta entender Igreja como um grupo, um povo ou um ajuntamento, pois Igreja não é clube ou associação para irmos algumas vezes, aproveitando o tempo livre. Quando Jesus fala: “edificarei a minha igreja” (Mt 16.18), fica claro que o verdadeiro significado de Igreja não está no ajuntamento mas em Cristo, que é o fundador e o fundamento (1Co 3.11), a cabeça (Ef 1.22). A Igreja é de Deus (At 20.28; 1Pe 2.9-10).

 

2.2. A Igreja e o uso da disciplina.

Foi o próprio Jesus Cristo quem primeiro tratou sobre a igreja lidar com a aplicação da disciplina (Mt 18.15-19). Há casos de membros da igreja que são disciplinados diretamente por Deus (1Co 11.30-32). Porém, também é bíblica a autoridade da igreja para aplicar disciplina (Mt 18.15-19; Rm 16.17-18; 1Co 5; Gl 6.1; 2Ts 3.14-15; 1Tm 5.20; Tt 1.10-11). Infelizmente, vivemos num tempo de muito individualismo e insubordinação. Além disso, em muitas igrejas locais não se exerce mais a autoridade concedida por Deus para aplicar a disciplina.

 

2.3. Os cuidados e objetivos na aplicação da disciplina.

Tendo a consciência de que encontramos na Bíblia instruções para orientar a igreja em questões fundamentais de disciplina, é importante, também, conhecermos os cuidados e os objetivos na aplicação da mesma. O Senhor Jesus usou uma expressão muito interessante ao instruir sobre como lidar com o pecado de um irmão, que retrata bem o objetivo da disciplina: “ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15).

 

  1. É preciso lidar com a disciplina.

O povo de Deus, representado no Antigo Testamento por Israel e no Novo Testamento pela Igreja, por toda a Bíblia é alvo de atitudes de disciplina por parte de Deus, da própria pessoa e da comunidade. Assim, aprendemos que a vida do povo de Deus é uma vida que envolve disciplina, pois “Deus não é Deus de confusão” e se requer que tudo seja feito com ordem e decência (1Co 14.33, 40).

 

3.1. A autodisciplina.

Durante muito tempo a maior ocupação da medicina foi a identificação e a cura das doenças. Hoje é notória a ênfase na prevenção principalmente com a adoção de hábitos de vida saudáveis. O mesmo princípio se aplica ao cuidado com a vida do discípulo de Cristo, que envolve não apenas o corpo, mas, também, o aspecto espiritual. São diversas as admoestações da Palavra de Deus quanto ao cuidado conosco mesmo (At 20.28; 1Co 9.24-27; 2Co 13.5; Ef 6.11, 13; 1Tm 4.16; Jd 20.21).

 

3.2. Sendo disciplinado.

Normalmente, quando não priorizamos a autodisciplina, acarretando, assim, descuido conosco mesmo, se faz necessário sermos alvos de disciplina, seja diretamente da parte de Deus ou por intermédio da igreja. Daí a importância de conhecermos este assunto bíblico, seu significado e propósitos, para que saibamos lidar com maturidade e, assim, prosseguirmos até que cheguemos “à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

 

3.3. A questão da tolerância.

Na mensagem enviada à igreja em Tiatira, um grande centro comercial na Ásia Menor, Jesus menciona: obras, amor, serviço, fé, paciência e crescimento (Ap 2.18-29). Contudo, havia um porém: “toleras Jezabel”. Uma expressão que indica “aceitar sem reagir”. Havia a tendência de admitir modos de pensar, agir e sentir que diferem da sã doutrina. Não estavam exercendo a disciplina. Uma das lições que podemos extrair dessa mensagem é que amar não significa aceitar tudo. O amor não pode ser usado como escudo para esconder o mal e permitir o pecado.

 

Conclusão.

Disciplina faz parte do tratamento de Deus para com aquele que Ele ama e adotou como Seu filho. Não rejeitemos, pois, nem a autodisciplina, nem a disciplina de Deus, seja diretamente ou por intermédio da Igreja. É para o nosso bem e aperfeiçoamento (Pv 12.1).

 

Questionário.

 

  1. Por intermédio da correção e instrução, o que vai sendo aplicado em nós?

R: O processo educacional de Deus (2Tm 3.16; Hb 12.11).

 

  1. De quem é a Igreja?

R: De Deus (At 20.28; 1Pe 2.9-10).

 

  1. Quem primeiro tratou sobre a igreja lidar com a aplicação da disciplina?

R: Jesus Cristo (Mt 18.15-19).

 

  1. Qual expressão Jesus usou ao instruir sobre como lidar com o pecado de um irmão, que retrata bem o objetivo da disciplina?

R: “Ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 5

A responsabilidade de cuidar uns dos outros

29 de abril de 2018

Texto Áureo

“Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros”.1Cr 12.25

 

Verdade Aplicada

Como membros do Corpo de Cristo, temos que estar comprometidos com a responsabilidade de cuidar uns dos outros.

 

Glossário

Coerência: ligação entre os fatos ou as ideias;

Egocêntrica: Pessoa que atribui valor excessivo a si mesma;

Uniformidade: Característica daquilo que não apresenta diversidade entre os elementos que o compõem.

 

Textos de Referência.

 

1 Coríntios 12.12, 14, 25-27

12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.

14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.

25 Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros.

26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.

27 Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.

 

Hinos sugeridos.

298, 305, 400

 

Introdução

Todos os membros do Corpo de Cristo têm a responsabilidade de cuidar e servir uns aos outros. Não é tarefa apenas dos que lideram ou fazem parte do ministério da igreja local, mas de todos que têm o Espírito Santo.

 

  1. A Igreja como um corpo.

A vida do discípulo de Jesus precisa ser vivida como uma rede ou conexão. Ou seja, há um entrelaçamento entre as diversas recomendações bíblicas, exigindo da nossa parte lógica e coerência (1Jo 1.7). O permanente desafio é vivenciar na prática esta conexão. Um exemplo é a figura da Igreja como um corpo (1Co 12.12; Ef 4.15-16; 5.30). No corpo, os membros estão ligados e distribuídos com lógica e coerência, de acordo com a vontade do Criador (1Co 12.18).

 

1.1. A utilização do termo em sentido figurado.

É notória a atração produzida pela forma em que as partes distintas do corpo cooperam. Diversos filósofos e pensadores do passado, como Platão, Filo (filósofo judeu), Josefo (historiador judeu) e teólogos rabínicos, entre outros, usavam o corpo e seus diversos membros de modo figurado para transmitir várias lições e explicar a realidade da vida humana. A ênfase era expressar e enfatizar a ideia de unidade; as diversas funções das partes (no caso os membros) são essenciais ao bem-estar da totalidade (corpo); dependência mútua dos membros; como também o comportamento do ser humano.

 

1.2. Igreja – Corpo de Cristo.

São diversos os textos bíblicos que mencionam o corpo como figura da Igreja, identificando-a, metaforicamente, como Corpo de Cristo (Rm 12.4-5; 1Co 12.12-31; Ef 1.22-23; 2.16; 4.4, 15-16; 5.30; Cl 1.24; 2.19). A utilização de tal figura enfatiza que a Igreja é muito mais do que um ajuntamento de discípulos de Cristo, mas a união imprescindível do povo de Deus co Cristo, como relatado em João, capítulo 15 (videira e ramos). A união com Cristo se dá pelo novo nascimento, quando, através do Espírito Santo, somos imersos no Corpo de Cristo (1Co 12.13).

 

1.3. Os discípulos de cristo como membros do corpo.

“Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.” (1Co 12.27). Assim, não tem como estar em Cristo e não estar no Corpo de Cristo, sendo Ele a cabeça e nós os membros do Corpo. Logo, se somos membros do Corpo de cristo, somos diferentes, mas não independentes, pois precisamos uns dos outros. Há unidade, mas não uniformidade. São vários membros, mas um só corpo.

 

  1. O dever de cada discípulo de Cristo.

É interessante lembrar da pergunta que Deus fez para Caim: “Onde está Abel, teu irmão?”; e da resposta de Caim: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”(Gn 4.9). O pecado afetou o relacionamento do homem com Deus e, consequentemente, o relacionamento com o próximo.

 

2.1. Tendências que diminuem a importância do cuidado mútuo.

São várias as tendências que têm influenciado para diminuir a importância de, como discípulos de Cristo, cuidarmos uns dos outros. Destacamos algumas que ocorrem inclusive entre membros de uma igreja local: 1) Ativismo – o excesso de ocupação contribui para não atentarmos ao próximo, inclusive no âmbito do serviço cristão. Precisamos estar sempre revendo como temos administrado o tempo em relação às recomendações bíblicas quanto ao cuidar do outro; 2) Individualismo – às vezes, esta atitude é potencializada por decepções no passado e feridas ainda não tratadas. Até como instrumento de autopreservação, a pessoa passa a evitar muito contato interpessoal.

 

2.2. Capacitados pelo Espírito Santo.

A ação do Espírito Santo na vida do discípulo de cristo não se restringe a conceder poder para proclamar o Evangelho (At 1.8). Também atua produzindo fruto na vida do nascido de novo (Gl 5.22). O Espírito opera, também na formação do Corpo de Cristo (1Co 12.13). Assim, estar no Espírito resulta na comunhão com os outros membros da igreja. O Espírito opera incorporando e capacitando cada membro com dons, visando o bem do Corpo (1Co 12.7), para que todos sejam beneficiados.

 

2.3. Todos necessitam de cuidados.

É a constatação que encontramos no texto de 1 Coríntios 12.21. A igreja de Corinto, apesar de possuir todos os dons (1Co 1.7), estava sofrendo com dissensões (1Co 1.10), contendas (1Co 1.11) e carnalidade (1Co 3.1-3). Assim, parece que havia membros que estavam se sentido como se não fossem necessários na igreja local (1Co 12.15-16). Contudo, não existe membro do Corpo de Cristo tão carente que esteja isento da responsabilidade de cuidar de outros, como não existe um membro tão completo que não necessite de cuidados: “Para que não haja divisão no corpo” (1Co 12.25).

 

  1. Atentando às exortações bíblicas.

São inúmeras as exortações bíblicas em relação às atitudes dos discípulos de Jesus Cristo uns para com os outros (Rm 12.10; 15.7; 1Co 12.25; Gl 5.13; Fp 2.3-4; Cl 3.13; Hb 10.24-25; 1Jo 4.7). Portanto, temos ordens divinas e capacitação do Espírito Santo. Não há justificativas para não cumprirmos nossa responsabilidade de cuidarmos uns dos outros.

 

3.1. Servir uns aos outros.

O apóstolo Paulo exortou quanto a necessidade de a Igreja agir para não dar lugar às lutas e discordâncias entre os membros da igreja (Gl 5.15, 26). O amor é apresentado como argumento (Gl 5.13-14). Amor que é produzido pelo Espírito Santo na vida do nascido de novo (Gl 5.22). Interessante que o apóstolo está expondo acerca da liberdade, porém enfatiza: liberdade, não para pecar, mas servimos uns aos outros pelo amor (Gl 5.13). Ou seja, ou somos servos da natureza pecaminosa ou somos servos de Cristo (servidão caracterizada, também, por servir ao outro).

 

3.2. Resultado de transformação.

O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos registra que a pessoa que vivenciou a bondade e a misericórdia de Deus, expressará ter consciência e gratidão por essas bênçãos por meio de uma completa consagração a Deus, resultante em sua atuação, inicialmente, no Corpo de Cristo (Rm 12.4-5). Posteriormente ele registra a vida de serviço alcançando, também, a sociedade (Rm 12.9-21; 13). Não mais uma vida egoísta, isolada e egocêntrica, mas voltada para o próximo. Serviço prestado com dedicação, liberalidade, cuidado, alegria, amor, fervor perseverança e humildade, como encontramos nas recomendações paulinas no capítulo 12 de Romanos.

 

3.3. Serviço como consequência de comunhão com Deus.

O cuidado com o próximo precisa estar conectado com os princípios bíblicos que norteiam a vida do discípulo de Cristo. Não pode ser confundido com a disposição e consciência que uma pessoa não nascida de novo possui quanto à atenção ao outro. As mesmas recomendações dadas aos anciãos da igreja em Éfeso e a Timóteo são válidas a todo membro do Corpo de Cristo: “Olhai, pois, por vós” (At 20.28) e “Tem cuidado de ti mesmo” (1Tm 4.16). É possível que um membro da igreja se volte tanto para ajudar o outro e não atente para a necessidade de manter a vigilância, cuidado com a própria vida espiritual e buscar constante direção do Espírito Santo.

 

Conclusão.

As diferenças não afetam o fato de que há uma unidade, mesmo na diversidade, pois unidade não significa uniformidade. Para tanto, o Senhor distribui dons aos membros, visando o bem de todos. Nenhum membro é inútil, mas todos são necessários para “o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.16).

 

Questionário.

  1. Como se dá a união com Cristo?

R: Pelo novo nascimento (1Co 12.13).

 

  1. Qual foi a resposta de Caim para Deus?

R: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4.9).

 

  1. O que não se restringe a conceder poder para proclamar o Evangelho?

R: A ação do Espírito Santo na vida do discípulo de Cristo (At 1.8).

 

  1. Qual é a constatação de 1 Coríntios 12.21?

R: De que todos necessitam de cuidados (1Co 12.21).

 

  1. O que precisa estar conectado com os princípios bíblicos que norteiam a vida do discípulo de Cristo?

R: O cuidado com o próximo (At 20.28; 1Tm 4.16).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 6

O temor a Deus e as atitudes coerentes

6 de maio de 2018

Texto Áureo

“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo”. Atos 9.31

 

Verdade Aplicada

O temor a Deus deve ser acompanhado da procura em conhecer a Sua vontade e da prática da mesma.

 

Glossário

Conciliar: Estar em acordo, harmonia;

Retraimento: Recuar; ausentar-se;

Sincretismo: Fusão de diferentes religiões, doutrinas e cultos, cujos elementos permanecem com interpretações próprias.

 

Textos de Referência.

Salmos 86.11; 128.1; Ec 12.13; 2Co 7.1; 2Pe 2.17

Salmos 86.11

11 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome.

Sl 128.1

1 Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.

Ec 12.13

13 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem.

2Co 7.1

1 Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.

2Pe 2.17

17 Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei.

 

Hinos sugeridos.

397, 432, 434

 

Introdução

Num tempo de banalização do Evangelho e desrespeito, reflitamos à luz da Palavra de Deus sobre este tema tão presente nas Escrituras, porém, muitas vezes compreendido de forma distorcida e equivocada.

 

  1. Temer a Deus: significados e valor.

O que significa temer a Deus? Como conciliar os textos bíblicos que enfatizam a necessidade de a pessoa temer a Deus e o que está exposto em 1João 4.18: “a perfeita caridade lança fora o temor”? Porém, a Palavra de Deus não se contradiz.

 

1.1. Os significados e diversos sentidos da palavra temor.

Considerando a existência de diversos temas derivados, tanto a partir de palavras no hebraico como no grego, encontrados na Palavra de Deus, é importante estarmos atentos ao contexto no qual se encontram as palavras traduzidas por “temor” ou “temer”. Alguns sentidos de expressões hebraicas, como yãre ou môrã: “ter medo; ter grande temor; ter grande respeito por; medo”. Exemplos do termo usado como “medo” (Gn 32.11; Dt 2.25; Jn 1.10). assim como também há exemplos no Novo Testamento do uso da palavra “temor” no sentido de “medo” (gr. deilia ou phobeo), “covardia ou timidez” (2Tm 1.7) ou “mostrar medo reverente de homens” (Mc 6.20).

 

1.2. Temer a Deus.

Diferentemente de todo o restante da criação, o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). O Criador o visitava, falava com ele e ambos tinham amizade e comunhão (Gn 1.28; 2.8, 15, 18-20; 3.8). Contudo, a primeira vez que aparece a expressão “temor; medo” na Bíblia é justamente como resultado do pecado e conduz a um medroso retraimento diante de Deus: “Ouvi...temi...escondi-me” (Gn 3.10). Quando se esta em comunhão com Deus, não há medo. O temor que o discípulo de Cristo deve ter em relação a Deus não deve afastá-lo dEle e nem o fazer viver em um constante estado de terror, mas servir de motivação para que produza um viver de acordo com a vontade de Deus.

 

1.3. A importância de enfatizar este tema.

Vivemos dias desafiadores. A irreverência e o desrespeito têm sido marcas do nosso tempo. Os extremos sempre são perigosos. Muitos dizem que no passado as pessoas tinham “medo” de Deus, por causa dos ensinamentos que receberam e a ênfase quanto ao juízo final e inferno. Contudo, hoje vemos pessoas que tratam Deus como se fosse “um igual”, chamando-O de “cara legal” ou o “lá de cima”. Não podemos confundir o silêncio, a misericórdia e a longanimidade de Deus com igualdade com o homem (Sl 50.21).

 

  1. Os diversos tipos de temor a Deus.

Encontramos na palavra de Deus diversos textos que registram pessoas que, diante de uma manifestação sobrenatural, demonstraram temer a Deus (Êx 9.20; Jn 1.16; Dn 6.26). Contudo, não é suficiente apenas temer a Deus sem considerar outros princípios bíblicos quanto ao nosso relacionamento com Ele.

 

2.1. Temor interesseiro.

Após o Reino do Norte ser levado cativo pela Assíria, Salmaneser (Rei da Assíria) levou muitos estrangeiros para “habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel” (2Rs 17.6, 23-41). Porém eram pessoas que não temiam ao Senhor e “mandou o Senhor entre eles leões, que mataram a alguns deles”. Era comum a crença, entre os pagãos, em “deuses territoriais”. Assim, aquele povo que passou a habitar em Samaria procurou conhecer “o costume” religioso de adoração (2Rs 17.32-34). Ou seja, temiam a Deus quanto à adoração, mas não O temiam para obedecer aos Seus estatutos e mandamentos.

 

2.2. Temor utilitário.

Aqueles estrangeiros estavam considerando o temor a Deus como um “amuleto de sorte”. A sociedade brasileira tem sido caracterizada pelo sincretismo religioso e pela superstição, assim como os estrangeiros de Samaria. Quando o assunto é questões religiosas ou espirituais, o que vale é o que dá resultado. Como se o pensamento fosse: “o importante é estar bem com todas as forças espirituais”. Os atenienses chegaram ao ponto de erguer um altar com a inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO (At 17.22-23). Como muitos hoje, tinham um conhecimento com respeito à adoração bastante limitado e distorcido.

 

2.3. Temor como princípio do saber.

Aprendemos com a Palavra de Deus que não basta sentir medo, respeitar, reconhecer o poder do Senhor e a Sua grandeza. O “temor do Senhor” é o princípio, o começo da sabedoria é o conhecimento (Sl 111.10; Pv 1.7). Não a sabedoria humana e terrena, mas a sabedoria suprema, que é temer e reverenciar a Deus de maneira apropriada (Jó 28.28; Pv 8.13). É o temor que conduz à obediência ao Senhor, a um viver piedoso e correto (Jr 32.40), e que conduz a desviar-se do mal (Pv 16.6). É um temor que produz na pessoa o desejo humilde em aprender mais do Senhor (Pv 15.33).

 

  1. Temor a Deus e atitudes.

É relevante refletir sobre a importância do temor a Deus ser seguido de atitudes coerentes, como encontramos em diversos textos bíblicos, quando o temor a Deus é associado a ações segundo a vontade de Deus, isto é, que agradam a Deus. É o que constataremos neste último tópico.

 

3.1. Um temor que move à ação.

O patriarca Abraão, quando ia oferecer seu filho Isaque em holocausto por mandado do Senhor, antes de imolá-lo, ouviu Deus lhe falar: “agora sei que temes a Deus” (Gn 22.12). As parteiras no Egito, movidas pelo temor a Deus (Êx 1.17, 20-21), não fizeram conforme a ordem de Faraó e “conservaram os meninos com vida”. O sogro de Moisés, ao lhe sugerir que buscasse homens para ajudá-lo na tarefa de atender ao povo, lhe diz que deviam ser homens não apenas capazes, mas “tementes a Deus” (Êx 18.21), pois, assim, aborreciam a avareza.

 

3.2. Um temor que conduz a um relacionamento.

Não se trata do temor que nos faz se esconder de Deus como Adão e nem aquele demonstrado pelos estrangeiros em Samaria (interesseiro e utilitário), mas o temor que norteia nossa vida nas questões espirituais e morais. Não o medo aterrorizante e paralisador, mas que nos move a um relacionamento saudável com Deus (Rm 8.5), influenciando nossas atitudes e conduzindo-nos à plena confiança em Deus (Sl 115.11). Justamente por termos um relacionamento com Deus como Nosso Pai, devemos temê-Lo (1Pe 1.17), durante o tempo da nossa caminhada nesta terra como discípulos de Cristo.

 

3.3. Cornélio, homem temente a Deus.

Acredita-se que Cornélio, o oficial romano, tinha algum conhecimento das Escrituras, conhecia o Deus de Israel e, assim, orava, jejuava, fazia esmolas, tinha bom testemunho dos judeus e era “temente a Deus” (At 10.1-2, 22). O próprio apóstolo Pedro disse que Deus se agrada daquele que, em qualquer nação, O teme (At 10.35). Ele temia, contudo ainda não era salvo (At 11.14). No entanto, Cornélio demonstrou a sinceridade de seu temor a Deus ao se submeter á Palavra de Deus anunciada por Pedro (At 10.33). Temor que resultou em ação, pois proporcionou oportunidade para crer em Jesus Cristo.

 

Conclusão.

Precisamos, com urgência, reafirmar a doutrina do temor a Deus, pois como vimos, faz a diferença no viver do discípulo de Cristo em sua jornada na terra. Conforme o exposto na Bíblia, o temor a Deus conduz a relacionamento, comprometimento e obediência a Deus (Sl 128.1).

 

Questionário.

  1. Qual texto bíblico registra pela primeira vez a expressão “temor; medo”?

R: Gênesis 3.10.

 

  1. O que os habitantes de Samaria procuraram conhecer?

R: O costume religioso de adoração (2Rs 17.32-34).

 

  1. O que estava escrito no altar erguido pelos atenienses?

R: AO DEUS DESCONHECIDO (At 17.22-23).

 

  1. O que as parteiras no Egito, movidas pelo temor a Deus, fizeram?

R: Conservaram os meninos com vida (Êx 1.17, 20-21).

 

  1. O que o temor de Cornélio lhe proporcionou?

R: Oportunidade para crer em Jesus Cristo (At 10.33).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 7

Deus espera de nós uma resposta

13 de maio de 2018

Texto Áureo

“Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram”. Hb 4.2

 

 

Verdade Aplicada

Nossas respostas e atitudes para com Deus precisam estar de acordo com a Sua Palavra, que nos revela o que Ele espera de nós.

 

Glossário

Autossuficiência: Autonomia, independência;

Pagão: Que não é cristão;

Transcender: Ser superior a; ir além de.

 

Textos de Referência.

Gênesis 3.8-9 Isaías 5.1-2

Gênesis 3.8-9

8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.

9 E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?

Isaías 5.1-2

1 Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha em um outeiro fértil.

2 E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas.

 

Hinos sugeridos.

166, 303, 419

 

Introdução

Fomos criados para vivermos em comunhão com Deus. Porém o pecado distanciou o homem do Seu Criador. Então, o Senhor tomou a iniciativa para restaurar esta comunhão. Como o ser humano tem reagido a esta ação divina?

 

  1. Por Deus e para Deus.

Deus é o Criador de todas as coisas (Gn 1.1). Ele é o Princípio, a Causa, a Fonte de tudo o que existe. Contudo, no momento da criação do ser humano, Deus o distingue de todos os demais seres criados (Gn 1.26; 2.7). O homem foi criado à imagem de Deus, com capacidade de relacionamento com o Senhor e constituído como mordomo da criação de Deus (Sl 8). “Porque dele, e por ele, e para ele...” (Rm 11.36).

 

1.1. A revelação de Deus.

O Senhor Deus sempre transcenderá a capacidade intelectual do ser humano. Só é possível conhecermos Deus porque Ele decidiu Se revelar. Ao criar o homem e a mulher. Ele falou com eles, os abençoou e lhe deu instruções (Gn 1.28; 2.8, 25-17). É nítido na Bíblia o interesse de Deus em ser conhecido pela humanidade. O apóstolo Paulo fala sobre o perigo de se ter pensamentos equivocados a respeito de Deus (Rm 1.18-21). Por que razão surgiram tantas ideias erradas sobre Deus? Porque os homens rejeitaram o conhecimento acerca de Deus, que Ele próprio tornou acessível, fechando suas mentes.

 

1.2. Fomos criados para Deus.

Desde o livro de Gênesis é nítida a ênfase do persistente interesse de Deus em se relacionar com os seres humanos. Mesmo após colocar o homem no jardim do Éden e lhe dar instruções, o texto sagrado indica que o relacionamento do Criador com o ser humano permanecia por intermédio de contatos e observações divinas (Gn 2.18-21). No relato da queda do primeiro casal, a iniciativa de aproximação foi de Deus (Gn 3.8).

 

1.3. O exemplo das diferentes gerações de Israel.

Como estamos reagindo à iniciativa de Deus em conduzir-nos conforme Seus propósitos para nossa vida? Infelizmente, nem todos reagem ou respondem favoravelmente. Um exemplo bíblico dessa realidade são diferentes gerações de Israel: a que saiu do Egito, a que entrou e conquistou a Terra Prometida e a que se levantou após a geração de Josué e dos anciãos. As duas primeiras tinham promessas de Deus; testemunharam os milagres do Senhor; tinham líderes que viviam em profunda comunhão com Deus. O que as diferenciava foi a reação ao agir de Deus.

 

  1. A importância da atitude humana.

É necessário que a atitude ou resposta humana esteja de acordo com a revelação de Deus, como se encontra na Bíblia, nossa regra de fé e conduta. Por isso o princípio bíblico, visto no tópico anterior, nos mostra que a iniciativa é de Deus e que Ele estabeleceu condições e instruções quanto ao relacionamento do ser humano com Ele (Êx 8.27).

 

2.1. Não é qualquer atitude que Deus aceita.

Não é de qualquer maneira ou baseados tão somente no nosso conhecimento e criatividade que nossas atitudes ou respostas para Deus serão aceitas por Ele. Vide o exemplo de Caim, considerado o primeiro ato de adoração registrado na história humana, pois, antes de Abel, foi ele que teve a iniciativa de apresentar uma oferta ao Senhor. Contudo, Deus não atentou para ele e para sua oferta (Gn 4.3-5). A reação de Caim demonstrou desinteresse em conhecer os motivos de Deus para não o aceitar, mesmo depois de o Senhor ter falado com ele (Gn 4.5-7).

 

2.2. O fracasso das tentativas humanas.

Encontramos, ainda, em Gênesis, o relato da construção de uma torre com os seguintes objetivos: tocar no céu; fazer um nome; e não ser espalhado (Gn 11.1-9). Um exemplo de seres humanos conscientes de suas próprias capacidades, dominados pelo orgulho e pela autossuficiência. Este acontecimento ilustra bem o pensamento de chegar ao céu pelos próprios esforços e recursos (Sl 49.6-8 – “seus recursos se esgotariam antes”); a busca pela glória humana (Ef 2.8-9); e a insubmissão aos planos de Deus (“para que não sejamos espalhados” – Gn 9.1-7; 11.4).

 

2.3. A importância de seguir as instruções divinas.

Deus não apenas chamou Abraão, lhe fez promessas e o abençoou, más, também lhe deu mandamentos, estatutos, preceitos e leis (Gn 18.19; 26.5). Quando Deus enviou Moisés para libertar o povo de Israel do Egito, Faraó propôs a Moisés que o povo sacrificasse e adorasse a Deus na própria terra do Egito. A resposta de Moisés foi: “Deixa-nos ir...para que sacrifiquemos ao Senhor, nosso Deus, como ele nos dirá” (Êx 8.27). Por isso o povo teve que parar no Sinai e esperar até que as instruções divinas chegassem. A impaciência e rebeldia do povo levaram-no a adorar segundo padrões das outras nações (Êx 32.1-8).

 

  1. Respostas ou atitudes do ser humano.

Neste último tópico refletiremos sobre três respostas ou atitudes que Deus espera de todos que têm conhecido as boas novas de salvação. Evidentemente não se esgota o assunto, uma vez que o espaço não permite abordar outros aspectos. Que o Espírito Santo nos ajude a desfrutarmos de todas as bênçãos que o Senhor Deus tem para nós.

 

3.1. Fé como resposta para Deus.

A Bíblia registra que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Não é crer apenas no início do relacionamento com Deus, mas até a nossa partida para a eternidade. Não é crer apenas em algumas circunstâncias, mas continuar crendo em qualquer situação. Foi o que faltou aos israelitas que pereceram no deserto e não entraram na Terra Prometida. O texto sagrado diz que a “pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.” (Hb 4.2). Viram as manifestações sobrenaturais na terra do Egito, testemunharam os acontecimentos no Sinai, desfrutaram da providência divina no deserto, porém não creram que o Altíssimo era poderoso para lhes dar vitória sobre os povos que habitavam em Canaã (Nm 13.31-33; 14.11).

 

3.2. Obediência como resposta para Deus.

O texto bíblico de Romanos 10.16 enfatiza mais uma resposta necessária da parte humana: obediência. Na resposta humana a Deus, mais importante do que o ato de sacrificar em si, está a obediência (1Sm 15.22). A genuína fé conduz à obediência. A Bíblia relata: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu...” (Hb 11.8). O povo de Israel, que no Egito e no deserto testemunhou a glória de Deus e os Seus sinais, deveria ter respondido a Deus com obediência, porém, disse o Senhor: “não obedeceram à minha voz” (Nm 14.22).

 

3.3. Frutos como resposta para Deus.

Jesus Cristo disse: “vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15.16). Estamos frutificando? É interessante atentar para o texto bíblico de Isaías 5.1-7, que compara Israel a uma vinha que pertence a Deus e o cuidado e providência do Senhor para com Sua vinha. A seguir, o texto diz que Deus, o Senhor da vinha, “esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas.” (Is 5.1-7) Ao contar a parábola da figueira estéril (Lc 13.6-9), Jesus mencionou que, apesar de todo o cuidado, o proprietário da figueira procurava fruto e não achava.

 

Conclusão.

Quais têm sido nossas respostas e atitudes diante da ação e da Palavra do Senhor em nossa direção? Deus espera de nós uma resposta. Quanto mais reagimos positivamente ao agir de Deus em nós, mais recebemos dEle e prosseguimos no processo de aperfeiçoamento (Rm 8.29).

 

Questionário.

 

  1. No relato da queda do primeiro casal, de quem foi a iniciativa de aproximação?

R: De Deus (Gn 3.8).

 

  1. O que a reação de Caim demonstrou?

R: Desinteresse em conhecer os motivos de Deus para não o aceitar (Gn 4.5-7).

 

  1. O que a Bíblia registra em Hebreus 11.6?

R: Que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).

 

  1. Qual a resposta necessária da parte humana Romanos 10.16 enfatiza?

R: Obediência (Rm 10.16).

 

  1. Ao contar a parábola da figueira estéril, o que Jesus mencionou?

R: Que, apesar de todo o cuidado, o proprietário da figueira procurava o fruto e não achava (Lc 13.6-9).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 8

Os propósitos de Deus nos milagres

20 de Maio de 2018

Texto Áureo

“Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes”. Jo 6.26

 

Verdade Aplicada

Precisamos perceber nos milagres, à luz da Palavra de Deus, além dos benefícios imediatos e temporais, pois há sinal no milagre.

 

Glossário

Ascensão: Elevação de Jesus ao céu, quarenta dias depois de ressuscitado;

Concepção: Ato de conceber ou gerar um ser vivo; fecundação;

Vindouro: Que há de vir ou acontecer; que está por vir.

 

Textos de Referência.

Marcos 16.2020 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

Atos 4.1414 E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário.

Atos 8.66 E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia.

Atos 9.41-4241 E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.

42 E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.

 

Hinos sugeridos.6, 7, 577

 

Introdução

Reduzir o significado e o propósito dos muitos milagres operados por Deus no passado, e também no presente, é não refletir sobre as consequências e a influência dos mesmos em outras áreas da vida.

 

  1. Deus, o Operador de milagres.

Iniciaremos o estudo deste tema lembrando que o Senhor Deus operou milagres e os realiza ainda hoje, pois o Seu poder não diminuiu, Ele é o mesmo (Tg 1.17; Hb 13.8). Para Deus nada é impossível (Lc 1.37). Uma prova disso é que encontramos na Bíblia o registro de centenas de milagres.

 

1.1. O que é um milagre?

Segundo o dicionário, “milagre” é definido como “feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis da natureza”. Biblicamente a ênfase recai sobre os atos maravilhosos de Deus, que retratam Sua atividade na criação e na história. Estamos usando a expressão “ênfase”, pois a Bíblia também registra sinais e prodígios operados por espíritos enganadores (2Ts 2.9-10; Ap 13.3-4, 12-15). No Antigo Testamento o termo em hebraico “´ôt” em várias passagens se refere a “sinais miraculosos”, como as pragas que vieram sobre os egípcios. Também há o termo “môpet”, no sentido de “maravilhas” ou “milagre”.

 

1.2. Os milagres de Cristo.

No novo testamento a expressão grega “semeion” indica “sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48). Também é utilizado, dentre outros, o termo “dunamis”, ou seja, “poder”, para indicar ações sobrenaturais (At 2.22; 8.13; entre outros). A passagem de Jesus Cristo aqui na terra, desde a concepção até a Sua ascenção, foi marcada por milagres e maravilhas. Gerado no ventre de Maria pela ação do Espírito Santo, efetuou curas, ressurreições e expulsão de demônios, ressuscitou ao terceiro dia e foi elevado aos céus à vista de Seus discípulos (Mt 1.20; 4.23-24; 28.1-6; At 1.9-10; 2.22).

 

1.3. Milagres após a ascenção de Cristo.

A continuidade dos milagres tem sido uma realidade ao longo da história da Igreja. O próprio Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17). A Bíblia registra que, após a ascensão, o Senhor cooperava com os discípulos confirmando a Palavra pregada com sinais (Mc 16.20). Alguns dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja são os dons de curar e a operação de maravilhas (1Co 12.9-10).

 

  1. A relação entre milagres e sinais.

Neste tópico vamos considerar a palavra “sinal” de acordo com os significados que encontramos no dicionário da língua portuguesa, entre outros: “aquilo que serve de advertência; que possibilita conhecer; demonstração exterior duma intenção; aceno”.

 

2.1. A importância de perceber os sinais.

Devemos refletir na importância de enxergarmos nos milagres, maravilhas e prodígios do Senhor, sinais de Deus para nós. Ou seja, olhar além do milagre em si. O próprio Cristo lançou em rosto da multidão que o buscava o fato de que O procuravam “não pelos sinais”, mas porque haviam desfrutado do milagre da multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.26). Não haviam enxergado no milagre o sinal de Deus: Jesus Cristo é o verdadeiro pão do céu. Ele é o pão da vida (Jo 6.32, 35).

 

2.2. Milagres e relacionamento com Deus.

É muito comum a associação entre a operação de maravilhas e milagres com a aprovação divina. Contudo, Jesus operou muitos prodígios em Cafarnaum, mas disse que no juízo vindouro aquela geração sofreria mais rigor do que os de Sodoma, pois, apesar de tantos milagres, não se arrependeram (Mt 11.20-24). O Senhor estava dizendo que os habitantes daquela cidade deveriam ter se voltado para Deus, pois ele estava se manifestando de maneira tão poderosa. Porém, eles demonstraram que estavam interessados tão somente em desfrutar dos milagres produzidos pelo poder de Jesus. Eles não queriam relacionamento ou compromisso. Queriam continuar vivendo suas vidas do mesmo jeito.

 

2.3. Lições a partir dos milagres.

Considerando três expressões do significado da palavra “sinal”, conforme exposto no início do tópico, podemos extrair preciosas lições sobre como lidar com os milagres e maravilhas de Deus: advertência, conhecimento e aceno. Deus tem utilizado meios para advertir, se revelar e acenar para o ser humano acerca da Sua existência, do Seu interesse por nós, da Sua providência, do Seu plano de salvação e de Seus propósitos. Precisamos procurar conhecer os caminhos do Senhor (Sl 103.7) e não apenas desfrutar dos Seus feitos. Apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, toda uma geração pereceu no deserto, porque não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

 

  1. Os milagres e a Palavra de Deus.

Antes de Deus falar com Moisés no monte Horebe, primeiro lhe mostrou uma sarça que ardia e não se consumia. Moisés ficou maravilhado com o que via e decidiu chegar mais perto para ver. Então, quando o Senhor viu que ele estava chegando mais perto, o chamou e começou a falar com ele sobre Seus planos e propósitos (Êx 3.1-4).

 

3.1. Impactados pela ação divina.

A sarça que ardia e não se consumia era tão somente um sinal para despertar a atenção de Moisés sobre o que Deus queria falar com ele. Podemos observar, novamente, o impacto da ação divina nos dois relatos encontrados no Evangelho de João sobre os samaritanos (Jo 4.39-42) e os galileus (Jo 4.43-45). Ambos os povos receberam e tiveram um encontro com Jesus. A diferença é a ênfase que o apóstolo João dá sobre os samaritanos. Considerando os quatro versículos citados acima, as expressões que se destacam para descrever este encontro são que eles creram pela palavra, primeiro do testemunho da mulher e depois do próprio Cristo, a tal ponto que testemunharam que haviam crido em Jesus porque ouviram e, assim, passaram a conhecer que Ele verdadeiramente era o Salvador do mundo.

 

3.2. A relevância da Palavra.

Tendo em vista as palavras de Jesus para o oficial do rei que foi procurá-Lo (Jo 4.48), podemos extrair uma importante lição: o milagre e os sinais podem despertar a atenção e o interesse das pessoas, mas somente a Palavra de Deus produz a fé e o conhecimento necessários para a salvação (Jo 17.3; 20.30-31). Por isso, Jesus não atendeu o pedido do homem para acompanhá-lo, mas o estimulou e desafiou a crer em Sua Palavra: “Vai, o teu filho vive” (Jo 4.50). E aquele servo do rei creu na Palavra de Jesus e testemunhou o milagre. Ou seja, o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem a Palavra de Deus. A Bíblia diz que a fé é pelo ouvir (Rm 10.17).

 

3.3. Analisar o milagre a luz da Palavra.

Deuteronômio 4.34-40 é outro texto que demonstra a relação entre sinais e Palavra de Deus. O Senhor Deus revela que mostrou ao povo sinais e milagres para que soubesse que não há outro Deus, para ensinar e para que guardasse os estatutos e mandamentos. O inimigo sabe da tendência do ser humano de supervalorizar um milagre e interpretá-lo somente à luz dos acontecimentos imediatos e dos benefícios recebidos. Mas Deus deixou revelado em Sua Palavra, a Bíblia, sobre o perigo de se desprezar a Palavra. A Bíblia diz que, aos que não receberam a Palavra, será enviada a operação do erro, com poder, sinais e prodígios de mentira (2Ts 2.9-12).

 

Conclusão.

Os milagres, prodígios e as maravilhas de Deus são ações de socorro e providência, bem como sinais de advertência e acenos do Senhor para nós. Ainda não terminou o período da Igreja na terra, portanto precisamos permanecer crendo, proclamando e esperando o agir sobrenatural de Deus.

 

Questionário.

  1. O que a expressão grega “semeion” indica?

R: “Sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48).

 

  1. O que Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos?

R: Que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17).

 

  1. Por que toda uma geração pereceu no deserto?

R: Porque, apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

 

  1. O que o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem?

R: A Palavra de Deus (Rm 10.17).

 

  1. O que o texto de Deuteronômio 4.34-40 demonstra?

R: A relação entre sinais e palavra de Deus.

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 9

É preciso buscar crescimento espiritual

27 de Maio de 2018

Texto Áureo

“Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém”. 2 Pedro 3.18

 

Verdade Aplicada

O novo nascimento é o início do processo de crescimento espiritual, que deve ser contínuo e progressivo.

 

Glossário

Hipófise: Glândula endócrina, cujas perturbações de desenvolvimento ou funcionamento resultam em alterações no crescimento;

Indolente: Apático; descuidado;

Metáfora: Figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.

 

Textos de Referência.

1 Pedro 1.23-25; 2.1-2

23 Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre.

24 Porque: Toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;

25 Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.

 

1 Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,

2 Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo,

 

Hinos sugeridos.

69, 299, 519

 

Motivo de Oração

Ore, para que os jovens cresçam com Cristo em meio à oposição da sociedade em que vivem.

 

Introdução

É certo que o ambiente e as circunstâncias influenciam, porém as atitudes e escolhas do discípulo de Cristo podem determinar o seu crescimento espiritual. Nesta lição, veremos que é essencial o crescimento espiritual do povo de Deus.

 

  1. O que se espera do nascido de novo?

Os especialistas afirmam que o desenvolvimento do corpo está ligado à uma vida saudável. A glândula hipófise, localizada na base do crânio, produz o GH, que se refere ao hormônio do crescimento. Alguns fatores muito contribuem no processo de crescimento, entre outros: sono, alimentação, exercícios físicos.

 

1.1. Jesus Cristo experimentou o crescimento.

Ao se fazer carne (Jo 1.14), o próprio Senhor Jesus passou pelo processo de crescimento (Lc 2.40, 52). Ele não nasceu adulto. Somente iniciou Seu ministério na terra com cerca de trinta anos de idade (Lc 3.23). Do mesmo modo, o discípulo de Cristo inicia a nova vida com o novo nascimento (1Pe 1.23). Antes estávamos mortos em nossos pecados, ou seja, separados de Deus, mas Ele nos vivificou pelo poder da Sua Palavra e pela ação do Seu Espírito DM nós. Assim, nascemos de novo (Jo 3.5; Ef 2.1, 5; Tt 3.5). Porém, também é certo que, no aspecto espiritual da vida, quando alguém nasce de novo, não nasce adulto, crescido e amadurecido na fé e no conhecimento.

 

1.2. Metáforas que indicam crescimento.

Encontramos na Bíblia que aquele que vive em comunhão com Deus é comparado a uma planta, ou árvore, ou ramo (Sl 1.3; 92.12-13; Jr 17.7-8; Jo 15.1-8). A mensagem apontando para o crescimento também é encontrada em Efésios 2.21, expressando a ideia de construção com o sentido espiritual de “edificação”. A Palavra de Deus também nos compara a “pedras vivas” (1Pe 2.5). O Senhor Jesus é a pedra principal, o firme fundamento (Ef 2.20). É nEle que somos edificados e crescemos. Já em Efésios 4.15-16 encontramos a ideia do discípulo de Cristo como membro do Corpo de Cristo, no processo de crescimento orgânico. Cada membro do Corpo de cristo, a Igreja, crescendo, “faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.16).

 

1.3. A necessidade do crescimento.

O novo nascimento, os vários outros aspectos da salvação (libertação, adoção, justificação, perdão, entre outros), o recebimento do Espírito Santo, o batismo em águas e a participação na Ceia do Senhor podem dar a impressão de que já estamos prontos e completos, porém, se estivermos atentos às Sagradas Escrituras, veremos que ainda precisamos aprender muito.

 

  1. O processo do crescimento espiritual.

Quanto ao desenvolvimento do corpo físico, vários fatores influenciam para o adequado crescimento. Ocorre o mesmo com o processo de crescimento do discípulo de Cristo no aspecto espiritual. Importante lembrar que não se trata de algo opcional, mas uma determinação divina, como se encontra em 1 Pedro 2.2 e 2 Pedro 3.18.

 

2.1. A participação humana.

Precisamos obedecer, desejar e buscar, pois no processo do crescimento espiritual existe a participação humana, como veremos no presente tópico. Estejamos certos de que a participação humana nunca será dissociada da ação divina por intermédio da Palavra e do Espírito Santo. Logo, de acordo com o ensino do apóstolo Paulo expresso em Colossenses 1.6, o crescimento espiritual ocorre a partir do Evangelho, ou seja, “a graça de Deus em verdade”. Quando o discípulo de Jesus é movido pelo Evangelho, há crescimento no conhecimento de Deus (Cl 1.10) e na graça (2Pe 3.18).

 

2.2. A Palavra de Deus gera crescimento.

Pedro escreve que o discípulo de Cristo deve “desejar afetuosamente” a Palavra de Deus (1Pe 2.2). A versão NTLH diz: “como criancinhas recém-nascidas”. Ou seja, faz menção ao novo nascimento descrito em 1 Pedro 1.23. Assim como o Bebê depende de leite puro (não misturado com nenhuma outra substância) para a nutrição, o discípulo de Jesus depende do “leite racional”, ou seja, “o leite não adulterado da palavra” (BJ), mencionado em 1 Pedro 1.25. Desejar denota interesse, busca e esforço. Portanto, por intermédio do alimento da Palavra é que há crescimento.

 

2.3. Crescimento processo contínuo.

Na dinâmica do crescimento espiritual há a participação de Deus e do discípulo de Cristo. É um processo contínuo. H. Schlier, teólogo alemão, em seu comentário sobre a carta aos Efésios, sobre a expressão grega “auxein” (uma das derivações da expressão mencionada no tópico anterior, usada em vários textos no Novo Testamento, traduzida como “crescimento”), comentou o seguinte: “O crescimento da igreja na santidade pessoal em Cristo é um processo contínuo...tempo presente de auxein (“cresce” – Ef 2.21) torna claro este fato... “crescer” é o modo de ser igreja”.

 

  1. A importância do crescimento.

Há a tendência em muitos de justificar o não crescimento espiritual usando as circunstâncias contrárias como causa. Contudo, ao observarmos o contexto histórico dos primeiros destinatários das epístolas do apóstolo Pedro, verificamos que as circunstâncias eram bastante desafiadoras: perseguição, tribulações, sofrimento, falsos mestres, entre outros. Porém, ambas as epístolas fazem um chamado ao crescimento espiritual (1Pe 2.2; 2Pe 3.18).

 

3.1. Crescer enquanto caminha.

Com o crescimento, aprendemos que há uma ação pedagógica no sofrimento e nas adversidades, visando o nosso amadurecimento (1Pe 5.9-10; Hb 12.5, 10). O apóstolo Pedro identifica os discípulos de cristo como “peregrinos e forasteiros” (1Pe 2.11) e que a vinda do Senhor se aproxima (2Pe 3.9). Estamos aqui só de passagem, como peregrinos neste mundo. Portanto, ainda não chegamos ao destino. Não podemos parar. É perigoso.

 

3.2. Os perigos do não crescimento.

São muitos os “ventos de doutrina” e os modismos teológicos que têm causado grandes prejuízos na vida dos que “se estavam afastando dos que andam em erro” (2Pe 2.18). Paulo, em 1 Coríntios 3.1, lembra o início da instrução aos discípulos naquela cidade. É evidente que aquele que acaba de passar pela experiência do novo nascimento é como um “menino em Cristo”; ainda não está amadurecido. A alimentação pela Palavra era adaptada à capacidade dos alunos. Por isso era baseada no leite. A dificuldade é que os discípulos de Corinto ainda não podiam receber o alimento mais sólido (1Co 3.2).

 

3.3. Não sejamos negligentes.

O fator tempo (no que se refere ao início do novo nascimento até um determinado momento), como em 1 Coríntios, também é mencionado na epístola aos Hebreus. O escritor aos hebreus menciona que alguns discípulos de Cristo “pelo tempo” (de conversão, de nascido de novo) já deveriam estar ensinado outros, ajudando os novos convertidos, porém ainda estavam necessitando que alguém lhes ensinasse as doutrinas básicas (Hb 5.12). No lugar de alimento sólido, ainda precisavam de leite (Hb 5.12-14). Mas, no versículo 11 de Hebreus 5, o escritor identifica o problema como resultado de negligência “para ouvir”, por parte daqueles discípulos de Cristo. Ou seja, eram indolentes, preguiçosos e lentos. Não queriam se esforçar para aprender.

 

Conclusão.

Precisamos diariamente ir abandonando as práticas da velha maneira de viver a fim de que o nosso desenvolvimento não seja impedido (Ef 4.13). Como no tempo da Igreja Primitiva, as circunstâncias contrárias não impedem o crescimento para salvação (1Pe 2.2).

 

Questionário.

  1. Como o discípulo de Cristo inicia a nova vida?

R: Com o novo nascimento (1Pe 1.23).

 

  1. O que Paulo ensina em Colossenses 1.6?

R: Que o crescimento espiritual ocorre a partir do Evangelho, ou seja, “a graça de Deus em verdade” (Cl 1.6).

 

  1. O que o discípulo de cristo deve “desejar afetuosamente”?

R: A Palavra de Deus (1Pe 2.2).

 

  1. Qual chamado as epístolas de Pedro fazem?

R: Ao crescimento espiritual (1Pe 2.2; 2Pe 3.18).

 

  1. Como o apóstolo Pedro identifica os discípulos de Cristo?

R: Como “peregrinos e forasteiros” (1Pe 2.11).

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 10

Vivendo neste presente século

3 de junho de 2018

Texto Áureo

“Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”. Tito 2.12

 

Verdade Aplicada

O referencial, em todas as áreas da vida, para o discípulo de Jesus viver neste mundo é a Palavra de Deus e a capacitação é dada pelo Espírito Santo.

 

Glossário

Derredor: Ao redor, em torno, em volta;

Diretrizes: conjunto de instruções;

Modus vivendi: Modo de viver.

 

Textos de Referência.

Efésios 4.17-21

17 E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido,

18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração,

19 Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza.

20 Mas vós não aprendestes assim a Cristo,

21 Se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus,

 

Hinos sugeridos.

15, 111, 456

 

Introdução

Fomos libertos da escravidão do pecado, salvos pela maravilhosa graça de Deus, mas continuamos a viver neste mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14, 16).

 

  1. Algumas marcas do presente século.

Vivemos num mundo que nos desafia a todo o tempo. Esta é uma era de grandes transformações. Mudanças estão ocorrendo em todos os aspectos da vida. Alguns estudiosos afirmam que vivemos um período de “explosão do conhecimento”.

 

1.1. Influências do presente século.

Uma das marcas do final do século XX e início do XXI é o papel central da informação e do conhecimento aliado à globalização. A rapidez e a superficialidade dos relacionamentos, tanto entre os seres humanos, como também entre a pessoa e Deus, são outras características marcantes dos dias de hoje. Tais ocorrências têm influenciado profundamente o ser humano de forma integral: relacionamentos (social e familiar), psicológico, físico, espiritual, entre outros.

 

1.2. Desafios do discípulo de Cristo.

Contudo, mesmo após a sobrenatural experiência, tão radical, grandiosa e transformadora, ao ponto de a Bíblia designá-la de “novo nascimento” ou “ressurreição” (1Pe 1.23; Cl 3.1), continuamos no mundo. Isto é, morando no mesmo endereço, em contato com as mesmas pessoas, trabalhando na mesma empresa, estudando na mesma escola, comprando, vendendo, negociando, votando, passeando, brincando, passando por alguns momentos difíceis.

 

1.3. Mundo: estamos, mas não somos.

Alguns textos bíblicos descrevem o mundo, no sentido espiritual, como um sistema que está em competição com Deus, pois adota um “modus vivendi” sem considerar a vontade de Deus e o relacionamento do discípulo de Cristo com o mesmo. Lembremo-nos de que o “espiritual” influencia todas as áreas da vida humana: Jesus disse que os Seus discípulos estão no mundo, mas não são do mundo (Jo 17.14, 16); pois o mundo aborrece os que são discípulos de Jesus (Jo 15.18).

 

  1. Vivendo como uma nova criatura.

Após uma breve constatação sobre algumas marcas do “presente século”, precisamos prosseguir na reflexão, pois não basta apenas conhecer as características deste mundo (no presente estudo, sempre no sentido enfatizado no tópico anterior), mas, sim, viver no presente século como uma nova criatura.

 

2.1. Luz e sal no mundo.

A Bíblia não apenas identifica as características do presente século e registra alertas de Deus, como também ressalta que o discípulo de Cristo permanece um tempo neste contexto e dá diretrizes de como viver. A vida do discípulo de Cristo não resume apenas em uma experiência pessoal, que se restringe somente à vida privada do ser humano. O poeta e pastor inglês John Donne escreveu: “Nenhum homem é uma ilha”, O próprio Jesus, ao orar pelos discípulos, pediu ao Pai não para tirá-los do mundo, mas para que os livrasse do mal e fossem santificados, pois estavam sendo enviados ao mundo para anunciar o Evangelho, enquanto aqui permanecessem (Jo 17.15-18).

 

2.2. Diferentes para fazer a diferença.

O chamado de Deus para que o Seu povo seja diferente vem desde o Antigo Testamento. Quando libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, antes de introduzi-lo na Terra Prometida, Deus os levou ao Monte Sinai. Ali, deu orientações e ordenanças que deveriam nortear a vida do Seu povo durante o restante da peregrinação no deserto e quando se estabelecessem em Canaã. Deus disse que o Seu povo não deveria viver segundo os costumes do povo do Egito, onde haviam vivido tantos séculos, nem conforme os costumes do povo de Canaã, para onde o Senhor os estava levando (Lv 18.1-5)

 

2.3. Relacionamentos com Deus e a Sua Palavra.

Considerando as marcas do presente século mencionadas anteriormente e o fato de “Não sermos uma ilha”, a tendência é o conformismo, é sermos absorvidos pela cultura do mundo em que vivemos, é deixar-nos sermos conduzidos pela “moda”, é sermos envolvidos. Porém, assim como Deus falou para Israel, continua alertando o Seu povo neste tempo para não nos moldarmos ao sistema deste mundo (Rm 12.1-2). Desse modo, é preciso estarmos alertas, pois a mistura enfraquece, como aconteceu com Efraim (Os 7.8-9).

 

  1. Despojar, renovar e revestir.

As três expressões que intitulam este tópico foram extraídas de Efésios 4. É interessante notar que as cartas paulinas são compostas de ensino e prática. Primeiro, é feita a exposição doutrinária; as verdades que norteiam a vida cristã; a ação divina para nos resgatar (Ef 1 a 3; Rm 1 a 11; Cl 1 e2; 1Ts 1 a 3; etc.). A seguir a ênfase é a conduta, o comportamento daquele que segue a doutrina exposta.

 

3.1. Doutrina e prática.

Nos três primeiros capítulos da epístola aos Efésios encontramos doutrina, princípios, plano de Deus; nos últimos três capítulos (4 a 6) a ênfase é o dia a dia, a prática da vida cristã, o viver do discípulo de Jesus Cristo em cada área da vida. Ser discípulo de Cristo é mais do que conhecimento e profissão de fé; é um novo viver. Antes da conversão, do novo nascimento, o discípulo de Jesus vivia segundo a natureza pecaminosa. Mas, depois da conversão, ainda que outros ao derredor continuem vivendo assim, o discípulo vive segundo novos padrões, pois tem um novo estilo de vida.

 

3.2. A importância da mente.

Interessante a ênfase do apóstolo Paulo quanto à importância da mente para um viver coerente com a fé que professamos em Cristo (Rm 12.2; Ef 4.17-21; Cl 3.2). Nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16). Em Efésios 4.17-21, primeiro Paulo diz que viver dos que não nasceram de novo é resultado do entendimento obscurecido, da mente vazia, ignorância e teimosia. Em seu comentário sobre este texto, A. Barry escreveu acerca da sociedade pagã: “Ao perder a concepção viva de um Deus vivo, também perdeu a concepção do alvo e da perfeição da vida humana; e, assim sendo, passou a vagar sem alvo, sem esperança, sem cuidado”. Então, antes de falar das atitudes do discípulo de Cristo, Paulo diz que o mesmo aprendeu, ouviu e foi instruído acerca do novo viver.

 

3.3. Atitudes que fazem a diferença.

A seguir o texto de Efésios 4.22-24 destaca que é fundamental um contínuo despojar-se (v. 22), uma contínua renovação (v. 23) e um contínuo revestimento (v. 24). É preciso despojar-se das práticas da natureza pecaminosa do “velho homem”, com suas paixões descontroladas, engano e uma vida alheia em relação a Deus. É mais do que necessário cultivar a mente em constante renovação por intermédio da Palavra de Deus e uma contínua busca em oração sobre a vontade de Deus. É importante também vestir-se “com a nova natureza”, retratada por um viver correto e dedicado a Deus.

 

Conclusão.

Como discípulos de Jesus Cristo, devemos viver no presente século com atitudes pessoais e diárias de devoção, adoração e serviço a Deus e aos semelhantes (Rm 12). É o nosso culto “espiritual e autêntico”, enquanto estivermos neste mundo.

 

Questionário.

 

  1. Desde quando vem o chamado de Deus para que o Seu povo seja diferente?

R: Desde o Antigo Testamento (Lv 18.1-5).

 

  1. Qual a tendência do presente século?

R: O conformismo (Rm 12.1-2).

 

  1. Por que é preciso estarmos alertas?

R: Porque a mistura enfraquece (Os 7.8-9).

 

  1. Quais as três expressões extraídas de Efésios 4?

R: Despojar, renovar e revestir (Ef 4).

 

  1. O que Efésios 4.22-24 destaca?

R: Que é fundamental um contínuo despojar-se, uma contínua renovação e um contínuo revestimento (Ef 4.22-24).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 11

O discípulo de Jesus e o serviço cristão.

10 de Junho de 2018

Texto Áureo

“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivermos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro.” 1Ts 1.9

 

Verdade Aplicada

Todo membro do Corpo de Cristo é responsável pelo desenvolvimento das diversas atividades da igreja local, visando edificação e a glória de Deus.

 

Glossário

Erudito: Que tem instrução vasta e variada, que revela muito saber;

Secular: Próprio do século ou do mundo profano;

Senso: Rumo, sentido; cautela.

 

Textos de Referência.

 

Neemias 2.18; 4.6; 6.3

2.18 Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele tinha dito. Então disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.

 

4.6 Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até a sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.

 

6.3 E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

 

Hinos sugeridos.

63, 93, 115

 

Introdução

Nesta lição, refletiremos sobre um dos aspectos da vida do discípulo de Cristo que tem sido bastante afetado pela geração “sem tempo”: o comprometimento no serviço cristão, inclusive na igreja local.

 

  1. Honrar a Deus por meio do trabalho.

O trabalho está presente na realidade humana antes mesmo do pecado. Quando Deus formou o homem, o abençoou com a capacidade de se relacionar com Ele e o nomeou como mordomo e gerente de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.5-8).

 

1.1. A importância do trabalho.

Ao colocar o homem no jardim do Éden, o Criador lhe designou um trabalho próprio, para o corpo e a mente, isto é, lavrar e guardar o jardim que Deus havia preparado (Gn 2.15). Portanto, o trabalho desenvolvido pelo ser humano era feito para Deus. Era um serviço divino. Assim, já em Gênesis, o livro dos princípios, encontramos a semente do ensino de Paulo em suas epístolas acerca de como o discípulo de Cristo deveria encarar a atividade profissional e a relação entre patrão e empregado.

 

1.2. Trabalhar com excelência.

Encontramos na Bíblia que, enquanto estivermos trabalhando, devemos obedecer ao chefe ou supervisor como a Cristo, trabalhar como servos de Cristo, prestando serviço como ao Senhor e sabendo que seremos recompensados pelo Senhor (Ef 6.5-8). Note que nos quatro versículos há menção a Cristo ou Senhor. Isso nos lembra que o trabalho feito sob a orientação ou supervisão de alguém em posição hierárquica acima da nossa (num contexto terreno) deve ser feito como sendo oferecido ao Senhor. O que quer que o discípulo de Jesus faça, deve ser feito como ao Senhor (Rm 14.7-9).

 

1.3. Servindo a Deus.

No período da Reforma Protestante (século XVI), tanto Lutero como Calvino sustentaram que o ser humano também cumpria sua vocação e chamado de Deus sendo útil à sociedade por meio de seu trabalho, desfazendo, assim, a ideia em distinguir entre o sagrado e o secular. Em seu comentário sobre a epístola de Efésios, John Stott escreveu: “É possível uma dona de casa cozinhar uma refeição como se Jesus Cristo fosse comê-la, ou fazer a limpeza geral da casa como se Jesus Cristo viesse a ser hospede de honra. É possível para professores educar crianças, para médicos tratar pacientes, e para enfermeiras cuidar deles, para advogados ajudar clientes, para balconistas atender fregueses... como se em cada caso servissem a Jesus Cristo”.

 

  1. Serviço visando a edificação da Igreja.

Neste tópico refletiremos sobre a importância da participação de cada membro do Corpo de Cristo na edificação da Igreja. Como no tópico anterior, também encontramos fundamentação bíblica no Antigo testamento para nos guiar neste estudo.

 

2.1. Ainda há serviço a ser feito.

No tempo da reconstrução dos muros de Jerusalém, após o retorno dos judeus do cativeiro, a partir do reinado de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1), foi fundamental a participação de todos os que estavam em Jerusalém, na época de Neemias (Ne 2.11). O templo já havia sido reedificado (Ed 6.14-16), porém os muros da cidade estavam derrubados e os portões destruídos pelo fogo (Ne 2.13). Enquanto estivermos debaixo do sol sempre haverá trabalho a ser feito. Os capítulos 3 a 6 de Neemias detalham a reconstrução dos muros e das portas num contexto de: dedicação, participação, oração, vigilância, palavras de encorajamento, união, ameaças, empenho, liderança, entre outros aspectos.

 

2.2. Aperfeiçoamento para serviço.

Interessante relacionar o texto de Neemias (citado anteriormente), que junta o trabalho dos homens com a constatação de que Deus fez a obra e a edificação da Igreja, com o trabalho dos discípulos de Cristo. Assim, vemos que há uma ação divina e humana. Jesus Cristo dá dons à Igreja visando o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11-12). J. Armitage Roinson, reitor de Westminster e erudito, escreveu que este texto dá a ideia de “levar os santos a tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no Corpo”. Desse modo, se verifica que o aperfeiçoamento não é um fim, mas tem o propósito de habilitar cada um para o desempenho do seu serviço.

 

2.3. Todos devem participar.

Cada um de nós pode participar, pois a nossa capacidade vem de Deus (2Co 3.5). Deus opera (como constatado em Neemias 6.16), mas nós somos cooperadores de Deus (1Co 3.9). Interessante a postura exemplar dos membros das igrejas da Macedônia, pois, primeiro, se colocaram à disposição do Senhor e depois à disposição da liderança da igreja local (2Co 8.5). Na parábola dos talentos, assim que o Senhor partiu, logo alguns servos já começaram a agir. Indica prontidão e senso de urgência.

 

  1. Princípios bíblicos do serviço cristão.

Como em todo os aspectos da vida do discípulo de Cristo, também no serviço cristão precisamos agir de acordo com os princípios bíblicos. Não basta boa vontade ou recursos materiais e financeiros. São importantes, porém não subsistem os princípios da Palavra de Deus. Afinal, é necessário que seja feito com ordem e decência (1Co 14.40), com reverência e piedade (Hb 12.28).

 

3.1. Servir de acordo com a Palavra.

Neste tópico, destacaremos alguns princípios bíblicos: 1) Nossa atuação não deve ser um esforço para salvação (Ef 2.8-9); 2) O serviço cristão não deve ser isolado, independente ou incoerente com o meu relacionamento com Deus (Ap 3.1-2); 3) Não deve me impedir de desfrutar a melhor parte (Lc 10.41-42); 4) Deve ser um serviço como consequência de pertencer ao Senhor (At 27.23 – Não sirvo para pertencer. Sirvo porque pertenço – 1Co 6.19-20) e de seguir ao Senhor (Lc 8.1-3); 5) Precisa ser conforme a Palavra de Deus (1Cr 15.13-15). Nada substitui as orientações bíblicas, mesmo que se tenha em vista um fim proveitoso.

 

3.2. Exemplo dos tessalonicenses.

O texto bíblico de 1 Tessalonicenses 1.9 diz que os discípulos da cidade de Tessalônica se converteram a Deus para servir a Deus. Eles serviram a Deus, mesmo num contexto de “muita tribulação” (1Ts 1.6). As circunstâncias ao nosso redor não nos impedem de realizar o serviço cristão. Atos 8.4 nos mostra a conduta dos que andavam dispersos por causa da perseguição: eles não deixavam de anunciar a Palavra. Assim, enquanto aguardo a segunda vinda de Jesus, devo servi-Lo (1Ts 1.10). A esperança do salvo na realidade da ressurreição e do arrebatamento deve motivá-lo a se dedicar ao serviço cristão. Estamos na expectativa da volta de Jesus? Então devemos aproveitar e nos envolvermos na obra do Senhor (1Co 15.58).

 

3.3. Aproveitando as oportunidades.

Encontramos na Palavra de Deus exortações para não desprezarmos o dom e para despertarmos o dom de Deus em nós (1Tm 4.14; 2Tm 1.6). É como se Paulo estivesse dizendo para Timóteo manter viva a chama do dom de Deus. O Senhor concede o dom, porém nós precisamos usá-lo e desenvolvê-lo. Aproveitemos as oportunidades que Deus tem nos proporcionado enquanto há tempo (Ef 5.15-16). Quando a noite chegar, não será mais possível trabalhar (Jo 9.4). Há tantas atividades numa igreja local a serem executadas. Onde estão os trabalhadores?

 

Conclusão.

O serviço cristão é oportunidade para o discípulo de Cristo expressar gratidão a Deus por ter sido alcançado pela obra divina da redenção (Sl 116.12). Não é pagamento ou compensação, mas atitude de amor, reconhecimento, consagração e gratidão por tudo que Deus tem feito e concedido aos Seus.

 

Questionário.

 

  1. O que Jesus Cristo visa ao dar dons à Igreja?

R: O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11-12).

 

  1. O que os recursos materiais e financeiros não substituem?

R: Os princípios da Palavra de Deus (1Co 14.40; Hb 12.28).

 

  1. O que 1 Tessalonicenses 1.9 diz?

R: Que os tessalonicenses se converteram a Deus para servir a Deus (1Ts 1.9).

 

  1. O que as circunstâncias ao nosso redor não nos impedem?

R: De realizar o serviço cristão (1Ts 1.6).

 

  1. O que devemos fazer enquanto há tempo?

R: Aproveitar as oportunidades que Deus tem nos proporcionado (Ef 5.15-16).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 12

Nossas atitudes diante da Palavra de Deus

17 de junho de 2018

Texto Áureo

"E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos”. Tg 1.22

 

Verdade Aplicada

Não é suficiente ouvir e conhecer a Palavra de Deus, é preciso praticá-la em todas as áreas da vida.

 

Glossário

Infalível: Impecável, perfeito;

Interpolações: Introduzir palavras ou frases em texto, a fim de alterar, completar ou esclarecer seu sentido;

Relevância: De grande importância e interesse num contexto; pertinente; que se destaca ou se sobressai.

 

Textos de Referência.

Tiago 1.21-25

21 Pelo que, rejeitando toda imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas.

22 E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.

23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural;

24 Porque se contempla a si mesmo, e se foi, e logo se esqueceu de como era.

25 Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.

 

Hinos sugeridos.

306, 322, 505

 

Introdução

A Bíblia é a Palavra de Deus, única regra de fé para a vida e o caráter do discípulo de Cristo. Como temos nos relacionado com a Palavra de Deus? Somos ouvintes e leitores esquecidos ou praticantes?

 

  1. Deus se comunica com a humanidade.

Desde o princípio, o Senhor Deus decidiu falar com o ser humano, instruindo-o sobre como deveria viver no mundo criado por Ele e estabelecendo limites (Gn 1.26, 28; 2.16-17). É nítido na Bíblia que o Deus que criou continuou se comunicando com as pessoas, mesmo depois do pecado (Gn 3.8-9; 4.5-7).

 

1.1. O Deus criador se revelou.

Nesta lição nos deteremos na comunicação de Deus por intermédio de palavras, sejam orais ou escritas, considerando que, ao longo da história da humanidade, o Criador tem falado em várias ocasiões e de muitas maneiras (Hb 1.1). As obras da criação revelam a existência, a glória e o poder de Deus (Sl 19.1-40). A importância de refletirmos na comunicação de Deus conosco fica clara quando meditamos em alguns textos bíblicos acerca de Deus: Ele é Espírito (Jo 4.24); ninguém jamais viu a Deus (Jo 1.18); Ele é totalmente distinto de Sua criação (Is 40.18-23, 25-26) e diferente do homem (Sl 50.21).

 

1.2. A necessidade da revelação.

Por causa da realidade da natureza humana pecaminosa, todo o nosso ser é afetado (inclusive mente e coração), porém Deus, por Seu grande amor, age para que sejamos restaurados e possamos conhecer o que Ele tem revelado (Jr 24.7; 1Co 2.10-16). No entanto, há mistérios de Deus que estão além da capacidade humana de entender (Rm 11.33-36). Contudo, o que nos foi revelado, podemos e devemos ter interesse em conhecer e atentar (Dt 29.29). Interessante notar que este texto enfatiza a revelação e o propósito: “para cumprirmos”.

 

1.3. A relevância da revelação.

Os professores e escritores Gordon D. Fee e Douglas Stuart assim escreveram sobre a natureza da Escritura: “Porque a Bíblia é a Palavra de Deus, tem relevância eterna; fala para toda a humanidade em todas as eras e em todas as culturas. Porque é a Palavra de Deus, devemos escutar – e obedecer”. O próprio Senhor Jesus autenticou a revelação escrita de Deus, constante no Antigo Testamento, como Palavra de Deus (Mt 22.31-32; Mc 10.6; Lc21.22; 24-27, 32), indicando, assim, que era referencial para o Seu ministério e em assuntos de fé e conduta de Seus discípulos.

 

  1. A medida da nossa relação com Deus.

A relevância da Palavra de Deus como medida da nossa comunhão com Deus pode ser atestada em dois textos da Bíblia bastante significativos, por encontrarem-se nos extremos do Livro Sagrado: Gênesis e Apocalipse.

 

2.1. A Palavra de Deus é completa.

Em Gênesis 3 encontramos a investida do inimigo para levar o primeiro casal a pecar. Ele iniciou justamente com um comentário, tentando distorcer e levantar dúvidas na mente da mulher quanto ao que Deus disse (Gn 3.1). O tentador, assim, procurou semear a falsa ideia de que a Palavra de Deus está sujeita ao julgamento humano. Interessante, agora, notarmos que a última exortação bíblica se refere à nossa relação com a Palavra de Deus (Ap 22.18-19). Em nossa relação com a Palavra de Deus não há espaço para produzirmos alterações ou edições, para inserirmos interpolações das nossas próprias ideias (Dt 4.2; 12.32). Em Gênesis, Eva acrescentou (3.3) e a serpente removeu (3.4).

 

2.2. Jesus Cristo é a Palavra.

A Palavra de Deus precisa fazer parte da nossa relação com Deus. Certa ocasião muitos judeus creram em Jesus. Então, quando manifestaram esta crença, o Senhor Jesus falou sobre a necessidade de eles permanecerem na Palavra de Jesus e de serem libertos (Jo 8.30-32). Porém, apesar de anteriormente terem crido nEle, não aceitaram a Palavra dEle. Jesus disse que a Palavra tinha que entrar neles (Jo 8.37). O Senhor Jesus falou que eles examinavam as Escrituras porque criam que nelas teriam a vida eterna, no entanto continuavam sem vida por terem rejeitado Aquele do qual as Escrituras testificavam (Jo 5.38-40).

 

2.3. A ação da Palavra no discípulo.

Jesus Cristo afirmou que aquele que tem comunhão com Deus escuta (ouve com atenção; valoriza; procura obedecer) as palavras de Deus (Jo 8.47). O apóstolo Paulo atestou que os efésios estavam em Cristo, pois antes eles tinham conhecido a palavra da verdade, ou seja, o Evangelho da salvação que lhes foi anunciado (Ef 1.13). A própria fé em Cristo para salvação é produzida a partir da Palavra de Deus (Rm 10.14-17). Interessante que Paulo cita uma profecia de Isaías para argumentar que alguns não são salvos não por desconhecerem a Palavra de Deus, mas por não acolherem a Palavra (Rm 10.16-19).

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  1. Atitudes para com a Palavra de Deus.

Jesus Cristo, em seus últimos momentos com Seus discípulos, antes da crucificação, já preparando os Seus discípulos quanto ao Seu retorno ao céu, admoesta-os quanto à necessidade de integrar conhecimento e prática (Jo 13.17). Não é apenas conhecimento. Não é apenas ouvir (Tg 1.22). Interessante neste texto da epístola de Tiago que o praticante e o não praticante ouviram a Palavra de Deus. No entanto, o que ouve e não pratica está enganando e iludindo a si próprio.

 

3.1. Conhecer e praticar.

Jesus relatou acerca de dois homens que ouviram as Suas palavras. Cada um construiu uma casa, sendo que um edificou sobre a rocha e outro edificou sobre a areia. Vindo a chuva, os ventos e o combate das águas contra as casas, a que estava sobre a rocha permaneceu e a que estava sobre a areia caiu. O Senhor fez então a comparação: quem ouve e pratica, edifica sobre a rocha; aquele que ouve e não pratica, edifica sobre a areia (Mt 7.24-25). O Pr Emerson da Silva, comentando acerca da obediência proposital à Palavra de Deus, escreveu: “Todo obediente ouve a Palavra, mas nem todo ouvinte obedece”.

 

3.2. Disposição em praticar.

Se declaramos e cremos que a Palavra de Deus é a verdade e a revelação da vontade de Deus para nós, então a disposição em praticá-la deve preceder o conhecimento da mesma. Ou seja, o discípulo de Cristo precisa ir à Palavra com fé e disposição de obedecê-la. Encontramos esse princípio no Antigo Testamento, quando Deus falou por intermédio do profeta Isaías que o povo se aproximava dEle apenas com palavras, mas sem atitude e com o coração distante (Is 29.10-13). No Novo Testamento, quando estava falando com os judeus que questionavam a validade de Seus ensinamentos, Jesus respondeu dizendo que aquele que estivesse disposto a cumprir a vontade de Deus, iria saber ou conhecer acerca da doutrina de Deus (Jo 7.17).

 

3.3. Conhecimento, decisão e atitude.

O apóstolo Paulo afirma que “vira tempo” em que as pessoas não valorizar o verdadeiro ensinamento da Palavra de Deus, mas procurarão ouvir aquilo que está de acordo com seus pensamentos, suas vontades e conclusões pessoais (2Tm 4.3-4). Será que estamos vivendo este tempo? O discípulo de Cristo não deve buscar nas Escrituras apoio para sua decisão, mas busca-la para decidir e agir a partir do que Deus revelou em Sua Palavra (Sl 119.9, 11, 105). Também é possível decidir e agir, e, somente depois, procurar conhecer a vontade de Deus (1Cr 13.12).

 

Conclusão.

Que Deus nos conceda a bênção de sermos cheios do conhecimento da Sua vontade, com sabedoria e inteligência espiritual, a fim de que tenhamos um viver digno, agradando ao Senhor, sendo frutíferos e crescendo no conhecimento do Senhor, conforme exposto em Jeremias 9.24.

 

Questionário.

  1. O que as obras da criação revelam?

R: A existência, a glória e o poder de Deus (Sl 19.1-4).

 

  1. O que encontramos em Gênesis 3?

R: A investida do inimigo para levar o primeiro casal a pecar (Gn3).

 

  1. O que precisa fazer parte da nossa relação com Deus?

R: A Palavra de Deus (Jo 8.30-32).

 

  1. O que faz aquele que tem comunhão com Deus?

R: Escuta as palavras de Deus (Jo 8.47).

 

  1. O que está fazendo aquele que ouve e não pratica a Palavra de Deus?

R: Está enganando e iludindo a si próprio (Tg 1.22).

 

ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 13

Em Cristo somos mais do que vencedores

24 de junho de 2018

Texto Áureo

“Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Coríntios 15.57

 

Verdade Aplicada

Enquanto estamos no mundo, vivenciamos um conflito espiritual, mas, em Cristo, somos mais do que vencedores.

 

Glossário

Hostilidade: Atitude agressiva;

Martírio: Morte como castigo, em decorrência da devoção a uma causa ou fé;

Vislumbre: Clarão de fraca intensidade; indício de uma ocorrência.

 

Textos de Referência.

 

Romanos 8.37

37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

1 João 4.4

4 Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.

Apocalipse 1.8; 17-18

8 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso.

 

17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o primeiro e o último

18 E o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

 

Hinos sugeridos.

108, 212, 225

 

Introdução

Enquanto aguardamos a bem-aventurada esperança (Tt 2.13), é certo que vivenciamos momentos difíceis e travamos ferrenhas lutas espirituais para permanecermos na fé em Cristo Jesus.

 

  1. A realidade da batalha espiritual.

Nesta lição não focaremos nos detalhes dos diferentes tempos do povo de Deus na história bíblica (sejam as lutas espirituais travadas no tempo do início da igreja ou a batalha dos dias de hoje ou aquelas retratadas nos diversos capítulos do Apocalipse). No entanto, ressaltaremos a realidade da batalha espiritual, os princípios bíblicos a serem observados (pois são válidos para qualquer tempo), a certeza e as promessas de vitória.

 

1.1. O início da batalha espiritual.

Encontramos em Gênesis 3.15: a origem e realidade da batalha, o grande vencedor (Jesus Cristo), a promessa e a garantia da vitória. É relevante notar como esse versículo já ressalta, antes de promessas e condições ao ser humano, a vinda de jesus Cristo, a derrota do inimigo (Cl 2.15; Hb 2.14) e a vitória garantida. Todo o restante da Bíblia é o registro progressivo do cumprimento desse versículo. Ao longo do Antigo Testamento há relatos de constante oposição e tentativas de exterminar o povo judeu, de onde veio Jesus, o grande vencedor.

 

1.2. Deus revela como terminará.

A realidade da batalha, os princípios e a certeza da vitória são relevantes em todos os períodos vivenciados pelo povo de Deus, até que chegue o glorioso dia, quando, então, não haverá mais lágrima, morte, dor ou maldição (Ap 21.4-5; 22.3). A Bíblia afirma que aquele que vencer irá vivenciar o novo céu, a nova terra e todas as coisas novas que Deus fará (Ap 21.7). Interessante que logo no início da história da humanidade, quando Deus anunciou a sentença ao inimigo (Gn 3.15), a perspectiva de batalha, sofrimento e vitória é evidente.

 

1.3. Vivendo na esperança da vitória.

No final, a vitória (como anunciada no início da peleja) é de Cristo e Seu povo (Mt 16.18). No Comentário Bíblico Moody, encontramos: “Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de Deus como uma bendita esperança de redenção”. Pelo fato da revelação divina ter um aspecto progressivo, somente no Novo Testamento há mais ênfase quanto ao aspecto espiritual desta batalha. Contudo, há vislumbres deste aspecto já no Antigo Testamento, como nos textos a seguir, entre outros: Gênesis 32.22-32; Daniel 10.10-21.

 

  1. Princípios bíblicos da batalha espiritual.

Princípios bíblicos são verdades encontradas nos textos bíblicos acerca de determinado assunto, que devem nortear o entendimento e a conduta do discípulo de Cristo. No que se refere à batalha espiritual, não é diferente.

 

2.1. Discernindo a natureza da batalha.

Num primeiro momento é importante lembrar que o Novo Testamento enfatiza o caráter espiritual da batalha (2Co 10.3-4; Ef 6.12). O termo “andando na carne”, descrito em 2 Coríntios 10.3, se refere à nossa participação na existência humana normal nesta terra (“vasos de barro” – 2Co 4.7) e não à questão de viver movido pela natureza pecaminosa. Contudo, mesmo na terra, não guerreamos segundo os padrões deste mundo, confiando nos recursos humanos, mas usando armas espirituais (Ef 6.10-18). O texto de Efésios nos adverte quanto a hostilidade das forças demoníacas e nos instrui sobre como vencê-las. Nossa luta não é contra seres humanos, mas contra as “hostes espirituais da maldade”.

 

2.2. Na força e no poder do Senhor.

De nós mesmos somos fracos e ingênuos. Por isso dependemos do Senhor, da força do Seu poder e de toda a armadura de Deus (Ef 6.10-11). Encontramos no Senhor a força e o poder para resistirmos. No último livro da Bíblia, antes da revelação sobre o estado espiritual de muitas igrejas e do relato sobre as manifestações do juízo divino e ações de Satanás e seus anjos fazendo guerra contra Deus e o Seu povo, primeiro é apresentado Jesus Cristo: quem Ele é, o que fez por nós e quem somos para Deus (Ap 1.4-8). Na batalha contra o mal tenhamos sempre em mente essas três revelações.

 

2.3. Deus estabelece limites.

Todas as manifestações estrondosas relatadas a partir do capítulo 6 de Apocalipse estão em no pleno controle do que está assentado sobre o trono: 1) Ap 7.3 – “Não danifiqueis...até que...” – Indica controle; 2) Ap 11.7 – A besta só poderá fazer guerra e matar as duas testemunhas, “quando acabarem o seu testemunho”. Ou seja, nada pode frustrar os planos de Deus na vida daqueles que permanecem em Cristo e fiéis no cumprimento da missão que receberam do Senhor – indica que a ação maligna está debaixo de controle, limite e permissão; 3) Ap 12.12; 13.7 – O diabo sabe que tem pouco tempo; ele não atuará para sempre. Breve não mais terá permissão para guerrear; 4) Ap 20.10 – O destino do inimigo já está determinado.

 

  1. Princípios e promessas aos vencedores.

Em Gênesis há o registro de uma contínua luta, mas em Apocalipse há a consumação e a vitória de Jesus Cristo e Seu povo. Em diversos textos no Apocalipse encontramos a expressão vencer (Ap 2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21; 21.7; entre outros).

 

3.1. É possível vencer.

A palavra vencer tem alguns sentidos, são eles: superar; prevalecer; obter a vitória. Portanto, podemos afirmar, fundamentados na Palavra de Deus, que é possível o discípulo de Cristo ser um vencedor. Em Cristo somos “mais do que vencedores” (Rm 8.37). Craig S. Keener, em seu Comentário Bíblico, escreveu: “Os estoicos valorizavam a capacidade de não se deixar abater pelo sofrimento. Os judeus louvavam esse tipo de coragem em suas narrativas sobre os mártires. Os israelitas acreditavam que triunfariam no dia do juízo porque Deus era por eles. Paulo garante aos cristãos que eles vencem as provações atuais por aquilo que Deus já realizou em favor deles (Rm 8.31-34)”.

 

3.2. As causas da vitória.

Em Apocalipse 12.11 são identificadas três causas para a vitória do cristão. A primeira é que os discípulos de Cristo, na batalha contra o inimigo; vencem pelo sangue do Cordeiro (Ap 12.11). Por Sua morte, Cristo aniquilou o que tinha o império da morte, isto é, o diabo (Hb 2.14-15). Apocalipse 7.14 menciona vestes que foram branqueadas, não pelo sangue dos mártires, por mais cruel que tenha sido o martírio, mas unicamente pelo sangue do Cordeiro. As outras duas causas são: testemunho sobre a obra completa de Cristo e amar a Cristo mais do que a própria vida.

 

3.3. Promessas e recompensas.

A Palavra de Deus nos revela não somente a realidade do conflito espiritual e os princípios que devem nos nortear nesta batalha, como, também, promessas e recompensas aos vencedores. A Bíblia é repleta de promessas divinas. E os discípulos de Cristo podem confiar que Deus as cumprirá, pois Ele é fiel e não mente (Hb 10.23; Tt 1.2). Digno de nota de que em todas as cartas endereçadas às igrejas na Ásia há a expressão: “Ao que vencer”. O verbo expressa uma ação continuada. Envolve perseverança diante do conflito e da dificuldade.

 

Conclusão.

Aproveitemos o estudo desta lição para equilibrar a atual tendência com o resgate do ensino de que este mundo não é um parque de diversões para os discípulos de Cristo, mas um campo de batalha. Há lutas, mas é possível vencê-las em Cristo e há promessas aos vencedores.

 

Questionário.

  1. O que encontramos em Gênesis 3.15?

R: A origem e realidade da batalha, o grande vencedor (Jesus Cristo), a promessa e a garantia da vitória (Gn 3.15).

 

  1. O que o texto de Efésios 6.10-18 nos adverte e nos instrui?

R: O texto nos adverte quanto à hostilidade das forças demoníacas e nos instrui sobre como vencê-las (Ef 6.10-18)..

 

  1. O que somos em Cristo?

R: “Mais do que vencedores” (Rm 8.37).

 

  1. Em qual texto são identificadas três causas para a vitória do cristão?

R: Apocalipse 12.11.

 

  1. A Bíblia é repleta de quê?