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Onde está o avivamento aviva Senhor sua obra
Onde está o avivamento aviva Senhor sua obra

                          Onde esta o AVIVAMENTO ?

                         

Fora um dia extremamente exaustivo. O sol quente castigava impiedosamente a terra árida e endurecida. A multidão, que parecia ter ficado sob esse céu sem nuvens por uma eternidade, continuava assistindo em silêncio ao confronto decisivo entre Baal e Jeová. O time de Jeová estava em absurda desvantagem: 850 a 1, em favor de Baal.

Parecia que nem uma folha se mexia enquanto todos observavam e esperavam em suspense. Os profetas de Baal tentavam uma tática após outra para persuadir o deus do relâmpago e do fogo a se manifestar, provar sua existência e mandar fogo do céu. Suplicavam e clamavam. Como nada aconteceu, clamaram com mais insistência, fizeram propostas, exigiram que Baal lhes atendesse e mandasse fogo. Ainda assim, não veio resposta alguma. Nada de fogo do céu.

Contudo, não se intimidaram. Com persistência admirável, saltaram em cima do altar e cortaram-se até escorrer o sangue – em tentativas desesperadas e inúteis de demonstrar a Baal sua sinceridade e de conseguir alguma evidência, qualquer coisa que pudesse provar a realidade espiritual. Porém, não veio sinal algum de fogo do céu – nem sequer uma faísca.

Para dizer a verdade, há mais de três anos, não havia qualquer movimento dos céus, qualquer sinal de vida, de espécie alguma – nada de fogo, de chuva, de mensagem, de realidade. Esgotados com os exercícios fúteis, os representantes de Baal viram seu desejo transformar-se em desapontamento e, finalmente, em derrota.

Nesse ponto do relato de 1 Reis 18, é impossível deixar de observar algumas semelhanças muito evidentes com o tempo atual. O grande problema na igreja contemporânea é que, apesar de seu tamanho e da quantidade de atividades, não há uma verdadeira manifestação da glória da presença de Deus.

De modo geral, não nos faltam atividade, fervor e tentativas sinceras de obter poder espiritual. Pelo contrário, as agendas das igrejas estão inchadas de cultos, retiros, conferências e programas. Fazemos muito barulho. Estamos ocupados, intensos e, talvez, sinceros, mas o céu continua mantendo um silêncio ensurdecedor. Não há sinal de fogo.

Não é que não estejamos tentando. Estamos tentando e como! Aparentemente, porém, todos os nossos programas, promoções, reuniões, caravanas, orçamentos, batismos, comitês e convenções fracassaram. Não conseguiram produzir aquilo de que precisamos com mais urgência: fogo do céu.

Enquanto os líderes espirituais e ativistas correm para cá e para lá, tentando produzir faíscas, o membro normal de igreja continua agindo como espectador, esperando ao lado do restante do mundo e perguntando onde está o fogo.

 

Chamando fogo do céu

 

Entra em cena, neste instante, uma figura solitária. Três anos atrás, havia despertado a ira do rei e, desde então, tornara-se fugitivo. Seria de se imaginar que se intimidasse ao se apresentar diante do monarca ofendido. Afinal, corria grande risco de vir a perder a vida. No entanto, não foi isso que aconteceu; apresentou-se com segurança, confiança e ousadia.

Chamou a atenção do povo, que começou a aproximar-se lentamente, sem saber o que esperar. Esse homem sempre fora meio estranho – totalmente oposto aos demais líderes religiosos da época. Quando falava, encontrava pouca ressonância entre os ouvintes.

Sua mensagem contradizia tudo o que era tradicional e popular. O desafio de sair de cima do muro e definir-se por um ou por outro, ou por Baal, ou por Jeová, deixava quase todos desconfortáveis – preferiam não se comprometer.

Porém, não era um discurso que pretendia fazer. Ele os conduziu a um velho altar, o altar de Jeová. Abandonado há muitos anos, estava em ruínas. Uma por uma, selecionou doze pedras grandes e reedificou o altar caído. Preparou o sacrifício e colocou-o sobre o altar.

De repente, fez algo totalmente inesperado e sem sentido lógico. Ordenou que enchessem quatro tambores de água e a despejassem sobre o sacrifício.

O quê? Ele enlouqueceu? Qualquer um sabe que lenha molhada não pega fogo! Além disso, esse homem estranho não sabia que estavam há três anos sem chuva? Que desperdício insensato desse recurso precioso!

Para piorar, depois de seguirem suas ordens, ele ainda pediu que o fizessem novamente – e, depois, uma terceira vez!

Quando tudo estava pronto, ele fez uma oração simples e curta – mas com resultados imediatos: fogo!

Não havia fósforos nem querosene. Nada de truques mágicos, giros ou fingimentos. Somente fogo. Fogo genuíno. Fogo que lambeu a água e consumiu inteiramente o sacrifício, a lenha, as pedras – até o pó no chão. Fogo do céu. Fogo de Deus.

 

O que é o fogo de Deus?

 

Não existe na Igreja hoje uma necessidade maior do que a necessidade que ela tem do fogo de Deus. Quando falamos sobre o fogo de Deus, estamos nos referindo à manifesta presença de Deus e à sua glória. Estamos falando sobre o poder sobrenatural de Deus.

Estamos falando sobre reuniões que não são apenas reuniões “boas” com boa música e boas pregações. Estamos falando sobre resultados que não podem ser explicados em termos de esforço humano. Estamos falando sobre aquilo que o homem não consegue programar, manipular, planejar ou fazer acontecer.

Estamos falando sobre algo que vai além da ação normal do Espírito Santo no meio do seu povo. Estamos falando sobre o derramamento extraordinário do Espírito que revela a glória de Deus nas vidas individuais e na igreja.

O que o fogo faz?

Quando o fogo cai, vemos Deus como ele realmente é. Tanto no Velho quanto no Novo Testamento, Deus é revelado como um Deus de fogo.

No Monte Sinai, onde foi dada a lei, Deus se revelou com relâmpagos, trovões e vozes. No último livro da Bíblia, o apóstolo João recebeu um vislumbre da sala do trono, no céu. Do meio do trono, saíam “relâmpagos, vozes e trovões” (Ap 4.5).

Quando o fogo cai, Deus assume o controle da Igreja. Quando Deus aparece, as pessoas se sentem melhor prostradas no chão do que sentadas nos bancos. Quando o fogo cai, ele consome tudo que não é santo, tudo que é terreno e humano.

O fogo de Deus purifica, separa, derrete e devora, “porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.29). Deus é como o fogo do ourives (Ml 3.2) que traz impurezas à superfície, expondo-as e consumindo-as.

Quando o fogo cai, o pecado é julgado e tratado de forma meticulosa e radical – não apenas os pecados óbvios da carne, mas os pecados sutis e ocultos do espírito também. As máscaras da respeitabilidade são removidas, os disfarces rasgados e os corações dos homens expostos diante do olhar de um Deus que tudo vê, tudo sabe.

Quando o fogo cai, há profunda convicção e tristeza pelo pecado. O intenso holofote da santidade de Deus faz com que aquilo que antes era aceitável torna-se, de repente, abominável. A indiferença transforma-se em lamentação. A atitude casual para com o pecado é substituída por quebrantamento e arrependimento genuínos.

Quando o fogo cai, os esforços e as obras dos cristãos são provados. Grande parte daquilo que parecia atividade espiritual é revelada como nada mais do que esforço carnal a ser consumido como madeira, feno e palha.

Quando o fogo cai, nossos métodos e programas tradicionais rendem-se ao senhorio de Jesus, e o Espírito Santo começa a presidir as ações e o funcionamento de sua Igreja.

Quando o fogo cai, há poder. Há vida. Há pureza. Há espontaneidade. Há realidade.

Onde está o fogo de Deus hoje? Onde está a evidência de sua presença e poder? Onde está o senso de reverência, de admiração, de assombro e temor na sua presença?

Onde estão as lágrimas de quebrantamento e contrição? Onde se vê pessoas perdidas caindo prostradas, dominadas pela realidade da presença de Deus no meio do seu povo?

Que igreja em sua comunidade é conhecida por ter manifestações do fogo de Deus? Em qual classe de Escola Dominical, em qual família, em qual pai, mãe ou jovem você tem visto o fogo de Deus?

 

Por que não temos o fogo?

 

Na maioria dos casos, não temos o fogo de Deus porque não achamos que precisamos dele. Estamos contentes em viver sem a sua glória.

De maneira geral, nosso país, nossas igrejas, lares e vidas estão destituídos da glória e do poder de Deus. Se alguém pergunta sobre nossas necessidades, falamos que precisamos de maiores prédios, mais dinheiro, mais voluntários, uma equipe melhor ou mais equipamentos. Por que não conseguimos enxergar que nossa maior necessidade é do próprio Deus?

Temos pecado contra Deus, e ele retirou sua presença manifesta de nós; no entanto, nossos olhos acostumaram-se com a penumbra. Estamos habituados a funcionar com o próprio esforço. Quando ninguém questiona a autenticidade dos resultados.

Ficamos cegos à nossa verdadeira condição e necessidade espiritual. Como a igreja de Laodiceia, achamos que somos ricos e abastados, que não precisamos de coisa alguma (Ap 3.17).

Ouço líderes cristãos falando que a Igreja está prosperando. Outros insistem que estamos experimentando sucessivas ondas de avivamento.

Se é assim, então por que toda forma de impureza moral continua alastrando-se livremente em nossas igrejas evangélicas, fundamentadas na pregação da Palavra? Por que a taxa de divórcio está tão alta na Igreja quanto no mundo?

Por que a vasta maioria dos cristãos nunca apresenta Cristo a ninguém? Por que as pessoas desejam uma experiência cristã de tempo parcial, de final de semana, que lhes seja conveniente, sem custo real? Por que os pastores precisam usar força e coação para conseguir levar as pessoas a realmente servirem ao Senhor?

Por que divisão nas igrejas é tão comum? Por que tantos que se chamam cristãos são estéreis, vazios, feridos e incapazes de se livraram da escravidão espiritual? Por que o mundo está tão pouco interessado naquilo que temos a oferecer?

Enquanto pensarmos que estamos fazendo tudo certo, nunca clamaremos a Deus para enviar fogo do céu.

Outra razão de não termos o fogo de Deus é que, na verdade, não o queremos. Oh sim, dizemos que queremos, mas geralmente queremos o tipo de fogo que atrai atenção à nossa igreja, que lota os auditórios, aumenta as ofertas e soluciona todos os nossos problemas.

Não queremos o tipo de fogo que consome, destrói, expõe, queima e machuca. Temos medo do que poderia acontecer se Deus aparecesse entre nós. Queremos uma experiência religiosa bem domesticada, fácil de se controlar.

Além disso, não queremos o tipo de pregação que vem antes do avivamento. Tenho observado que as pessoas só querem encorajamento e amor do púlpito. Não querem a verdade!

Pregar sobre pecado, arrependimento, santidade, quebrantamento ou confissão é considerado muito negativo. “Você está colocando uma carga de culpa no povo. Vai destruir sua autoestima”.

Quisera que nos preocupássemos menos com o que as pessoas pensam de si mesmas e mais com o que pensam de Deus! Enganados pelo mundo, seguimos uma teologia egocêntrica muito mais voltada à nossa autoimagem do que à imagem de Deus.

Não temos o fogo de Deus porque não acreditamos que ainda existe esse tipo de coisa hoje. Para justificar nossa impotência, temos usado a interpretação de dispensações para tirar o efeito de grande parte da Palavra de Deus. “Isso é Velho Testamento!” “Deus não age mais dessa forma hoje.”

Um estudo sério da história de avivamentos mostra que todo avivamento é, de certa forma, uma repetição do que aconteceu no dia de Pentecostes. O Espírito é derramado sobre seu povo de maneira extraordinária, e a manifesta presença e poder de Deus são liberados.

Entretanto, no nosso afã de evitar os excessos e abusos de certos movimentos, temos negado totalmente a possibilidade de um derramamento sobrenatural do Espírito Santo. Não oramos por milagres porque acreditamos que Deus não opera mais como no passado!

Finalmente, não temos o fogo de Deus porque não estamos dispostos a pagar o preço para recebê-lo. Queremos um avivamento instantâneo, sem custo e sem dor. Queremos todos os resultados e benefícios positivos do avivamento com pouco ou nenhum custo para nós.

Queremos lucro sem dor. Queremos a alegria do nascimento de nova vida sem passar pelas dores de parto. Queremos cura sem cirurgia. Queremos alegria sem choro.

Queremos entrar no poder da ressurreição sem antes passar pela agonia da cruz. Queremos manter nossos cronogramas e programas e instituições, exatamente como estão. Queremos o mínimo de interferência com nossos planos ou tradições.

O avivamento envolve um processo – primeiro para arar o terreno endurecido e abandonado do coração, depois plantar a semente e, finalmente, fazer a colheita. Arar é um processo doloroso, mas não pode ser ignorado, e exige bastante tempo.

Sim, o tempo é uma parte inevitável do preço. Mini-avivamentos de final de semana podem ser mais convenientes para caber na agenda, mas dificilmente resultarão em avivamentos genuínos.

Elias passou por um processo de preparação e purificação durante três anos e meio antes de Deus enviar o fogo. E o povo de Israel precisou sofrer as consequências de seus pecados durante esse mesmo período, até ficar desesperado o suficiente para Deus enviar o fogo.

Estamos todos ocupados demais para ouvir Deus. Deus se encontra com aqueles que esperam por ele (Is 64.4), mas preferimos que ele envie o fogo dentro do nosso cronograma. E é melhor que consiga concluir tudo antes do meio-dia!

Querido amigo, Deus simplesmente não aceitará ser encaixado em nossos planos, nossa agenda ou nosso cronograma. Ele é Deus! Precisamos dar a ele a liberdade de agir conforme deseja, de acordo com seu próprio cronograma.

Se Deus vai enviar fogo, precisamos estar dispostos, se necessário, a descartar nossas tradições humanas, nossos métodos, estruturas e programas e dar espaço para ele. Não é que tais coisas são erradas em si mesmas, mas tornaram-se ídolos para a maioria de nós. Qualquer coisa que é mais importante para nós do que a presença de Deus faz parte do preço que certamente nos será exigido.

Com certeza, não haverá fogo até que o sacrifício seja oferecido. Para o povo de Israel, significava colocar sua reserva de água no altar. Deus não precisava de água, mas quando lhe deram a reserva de água, deram suas próprias vidas. Era isso que ele queria desde o princípio.

Não sei que tipo de sacrifício Deus poderá pedir de você ou da sua igreja. Pode ser que ele peça que entregue a sua reputação. Pode ser que peça que suporte crítica, desentendimento e rejeição da parte de pessoas que são muito importantes para você.

Ele pode pedir que você deixe seu emprego. Pode pedir que coloque as economias de toda sua vida ou o fundo de aposentadoria no altar.

Em última análise, o que Deus realmente quer é nossa vida inteira. Quando Deus a recebe no altar, então, e só então é que ele enviará fogo do céu para revelar seu poder a um mundo que está esperando e duvidando.

 

 

 

                       A Glória do Avivamento

                           

Nunca é tarde para Deus enviar um avivamento e reverter o seu juízo – até que tal juízo se torne definitivo. Mesmo quando a nação de Israel enfrentava juízo máximo por meio de iminente invasão, guerra e cativeiro, Deus ainda procurava alguém que ficasse diante dele na brecha (Ez 22.30).

Por causa de sua compaixão, Deus não queria trazer juízo. Tudo o que ele queria era um homem, ao menos um homem que fizesse a diferença.

Mais tarde, em sua profecia dos ossos secos (Ez 37), Ezequiel previu que Deus enviaria um avivamento para seu povo. Em visão, o profeta foi levado pelo Espírito a um vale deserto cheio de ossos secos espalhados por toda parte.

“Estes ossos são toda a casa de Israel”, disse Deus ao profeta (v.11). Então o Senhor prometeu enviar o seu Espírito sobre eles para que pudessem viver e ser restituídos à sua terra (v.14). Ezequiel profetizou, e os ossos se juntaram; pelo poder do Espírito de Deus, eles reviveram.

Avivamento é uma ação sobrenatural que flui soberanamente da mão de Deus. É o próprio Vivificador agindo na vida íntima de sua igreja. Ninguém pode produzir avivamento ou fabricar seus resultados. Podemos orar por ele, chorar por ele, arrepender-nos dos nossos pecados e esperar pelo mover de Deus, mas não podemos fazer o avivamento acontecer.

Esforços humanos por meio de propaganda e estratégias promocionais, música eletrônica, listas de visita computadorizadas ou simples empenho e dedicação, em si mesmos, não produzirão avivamento. Tudo isso pode ser bom em seu devido contexto, mas não é suficiente para produzir uma visitação de Deus na igreja.

Avivamento genuíno é o mover extraordinário do Espírito Santo que traz profunda convicção de pecado e uma obra muito mais ampla de purificação espiritual em nossa vida. No avivamento, a glória de Deus é manifesta e sua presença é evidente. A igreja inteira fica incendiada!

Avivamento restaura o primeiro amor por Cristo. Repõe o foco exclusivamente nele, e só nele. Redireciona as energias para servir somente a ele. Reorganiza as prioridades para obedecer somente a ele. Avivamento genuíno traz de volta a glória de Deus que tantas vezes tem-se afastado de nós. Restaura a alegria do nosso relacionamento com Deus e uns com os outros.

Avivamento também resolve o conflito na igreja. Quando nosso coração está quebrantado, o amor de Deus flui para todos ao redor. O verdadeiro sinal de que uma igreja precisa de avivamento é quando prevalecem o ciúme e o conflito. O avivamento altera tudo isso porque remove a amargura, renova a mente, refresca o espírito e redireciona as energias para servir a Deus.

 

Senhor, Faze-o de Novo

 

Aparentemente foi a lembrança de um derramar do Espírito de Deus que instigou o salmista a escrever as palavras do Salmo 85. Nos três primeiros versículos, sua oração pode ser resumida mais ou menos assim: “Senhor, tu já fizeste isso antes”. Ele reflete sobre a liberdade (v.1), o perdão (v.2) e a comunhão restaurada (v.3) que Deus havia propiciado ao seu povo em épocas passadas.

A lembrança de manifestações do poder de Deus no passado motiva-nos a buscá-lo por um novo mover em nosso meio. Por isso, o salmista clama nos versículos 4-7: “Faze-o de novo, Senhor!”.

Esse é o brado do coração de um homem que não está contente com essa versão acomodada, racionalizada e subnormal do cristianismo. Ele fala em nome daqueles de nós que anelam ver a expressão mais completa possível do poder e da pureza de Deus manifestada por meio de seu povo.

O salmista clamou: “Não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (v.6). Observe que é o povo de Deus, não os perdidos, que necessita de avivamento.

Reavivar significa trazer de volta à vida. Os perdidos nunca tiveram vida espiritual, portanto precisam ser regenerados. Antes que a igreja possa, efetivamente, atingir um mundo perdido e necessitado, ela precisa ser reavivada, purificada e esvaziada do pecado e do ego e cheia do Santo Espírito. Em nosso atual estado esmorecido, não temos nada para atrair pecadores perdidos a Jesus.

A Palavra de Deus adverte-nos que o juízo deve começar na casa de Deus (l Pe 4.17). No Velho Testamento, quando Deus deu a Ezequiel uma visão do iminente juízo a ser enviado por causa do pecado, ele deu ordens para começar “pelo meu santuário” (Ez 9.6).

O avivamento não é somente para o povo de Deus em geral, mas, mais especificamente, devo reconhecer que eu mesmo preciso dele. Como diz a letra de velho spiritual: “Não é meu irmão, não é minha irmã, mas sou eu, Senhor, que preciso de oração”.

Temos uma sensibilidade aguda às limitações e falhas das pessoas ao nosso redor, ao mesmo tempo em que ficamos cegos com a maior facilidade às nossas próprias necessidades. Embora Deus possa graciosamente derramar sua presença e poder sobre a coletividade de crentes em determinada região, é impossível participar de um avivamento como espectador. É algo intensamente pessoal. Alguém já observou sabiamente: “Avivamento é o dedo de Deus apontado para mim!”.

Nas conferências que organizamos, temos costume de pedir às pessoas que preencham cartões com pedidos de oração para serem levados à equipe de oração. Invariavelmente, durante os primeiros dias da conferência, as pessoas pedem oração para que o marido ou a esposa, os filhos ou amigos que estão longe de Deus, ou os diáconos e oficiais da igreja experimentem avivamento.

Mas, quando o Espírito de Deus começa a atingir os corações, aqueles cartões começam a trazer pedidos mais parecidos com este: “Eu pensava que era meu cônjuge que precisava de avivamento – mas Deus me mostrou que sou eu quem precisa”. Quando começamos a perceber as próprias necessidades, então podemos crer que Deus logo virá e se encontrará conosco num avivamento genuíno!

As melhores evidências do verdadeiro avivamento são os resultados que ele provoca na vida do povo de Deus.

 

Novo Amor por Deus

 

O avivamento produz, em primeiro lugar, um novo amor por Deus. Quando um judeu, perito na lei, perguntou a Jesus qual seria o maior de todos os mandamentos, ele respondeu sem hesitação: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37). Se o maior dos mandamentos é amar a Deus com todo o coração, então o maior pecado deve ser amar a Deus com qualquer coisa menos do que isso!

Jesus elogiou a igreja de Éfeso por sua atividade diligente, sua doutrina equilibrada, sua separação do mundo e sua perseverança. Mas lamentou que tivessem deixado o primeiro amor (Ap 2.4). E advertiu-lhes que se não se lembrassem de onde caíram, se não se arrependessem e voltassem à devoção original, ele os tornaria inúteis, fazendo com que seu castiçal não brilhasse mais.

 

Nova Aversão pelo Pecado

 

Diante da manifesta presença de um Deus santo, começamos a nos enxergar da maneira que realmente somos e a detestar todo e qualquer desvio do seu caráter de justiça na nossa vida. Vez após vez, lemos na Palavra de Deus como pessoas que eram consideradas espirituais ficaram chocadas pela falsidade e maldade da própria carne quando se encontraram face a face com Deus

Isaías foi um homem escolhido por Deus para comunicar sua verdade para uma geração ímpia. No começo do ministério, ele recebeu uma visão do Senhor dos Exércitos – exaltado, reinando sobre tudo e três vezes santo. Em contraste, quando olhou para si mesmo, ele se viu totalmente impuro, indigno e desesperadamente necessitado de purificação no altar.

Jó era um homem justo que honrava e adorava a Deus. Por meio de intenso sofrimento, uma raiz de justiça própria e orgulho em sua visão de si mesmo foi revelada. Depois de ouvir em silêncio as longas defesas que Jó apresentou de si mesmo e de sua justiça, Deus falou com ele para parar de falar e ouvir a revelação do caráter e dos caminhos de Deus.

A partir daquele terrível e ofuscante encontro com Deus, Jó emergiu com uma visão radicalmente alterada de si mesmo. “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5-6).

A igreja hoje em dia parece ter muito pouco temor de Deus. Poucos de nós podemos honestamente dizer que odiamos o mal e apegamo-nos ao bem (Rm 12.9).

Em congresso após congresso, aconselhamos crentes professos que estão se entregando a estilos de vida carnais, apegando-se com tenacidade a pecados de estimação, ignorando as ordens explícitas da Palavra de Deus. Tenho observado entre os cristãos uma tendência crescente de tratar pecados conhecidos em sua vida de maneira casual.

O avivamento exige que vejamos a nós mesmos e aos nossos pecados como Deus os vê e que cooperemos com ele desarraigando da nossa vida tudo o que é impuro. Uma igreja avivada é uma igreja pura.

 

Nova Alegria na Jornada

 

O salmista lembra que Deus aviva para podermos nos alegrar nele (Sl 85.6). Na condição esmorecida da igreja, geralmente encontramos alegria em circunstâncias, programas, entretenimento e elementos que apelam à carne.

Contudo, alegria verdadeira e permanente é encontrada somente na presença de Deus por meio de Jesus, que está sentado à direita do Pai (Sl 16.11). Vemos em Neemias 8.17 que um dos subprodutos do grande avivamento que aconteceu diante da Porta das Águas foi “mui grande alegria”.

Alegria, risos e cânticos são sinais de um povo avivado. Não é de se admirar que o salmista tenha exclamado: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo” (Sl 126.1-2).

Geralmente, na primeira semana dos nossos congressos, as pessoas relutam em exteriorizar-se em cânticos – o que não é surpreendente, considerando quão vazia e infeliz parece ser a média dos cristãos.

Mas à medida que elas começam a esvaziar-se do pecado e encher-se do Espírito, a nova plenitude interior começa a expressar-se em cânticos. A partir daí, não há mais necessidade da equipe de louvor. As pessoas não conseguem se conter e entoam a própria música para o Senhor.

Nada pode apagar a alegria transbordante que se manifesta quando o coração das pessoas é purificado, a consciência é limpa e o mais profundo do ser está cheio do Espírito Santo.

 

Novo Amor pelos Outros

 

Amam muito aqueles que foram muito perdoados (Lc 7.47). Crentes que enfrentaram, face a face, a própria pecaminosidade e foram perdoados pela graça de Deus não sentem mais dificuldade em amar os outros.

O amor pelo povo de Deus é a consequência natural do amor por Deus. Numa igreja avivada, a amargura, o ressentimento, o espírito crítico, a ira e o conflito são substituídos por genuíno amor, perdão, humildade e unidade.

Em nenhum outro lugar esse resultado de avivamento pode ser visto com mais clareza do que no lar. Malaquias profetizou que na preparação para a vinda de Jesus o coração dos pais se converteria aos filhos e o coração dos filhos se converteria aos pais (Ml 4.6). O avivamento, como o enchimento do Espírito, é conhecido por meio de esposas submissas, maridos amorosos e filhos obedientes.

 

Nova Liberdade

 

O Velho Testamento descreve, muitas vezes, o avivamento como o retorno do cativeiro (Sl 85.1; 126.1; Is 61.1-3).

A narrativa da ressurreição de Lázaro em João 11 ilustra a liberdade que vem junto com verdadeiro avivamento. Lázaro passou por três etapas distintas. Primeiro, quando Jesus chegou em Betânia, Lázaro estava morto.

Em seguida, Jesus ordenou: “Lázaro, vem para fora!”. E ele veio mesmo, mas a Escritura relata que ainda estava amarrado com ataduras e envolto com várias camadas de panos e especiarias usados para o sepultamento. Ele voltou a viver, mas estava amarrado.

Que quadro descritivo da maioria dos cristãos – vivos, mas amarrados! Para qualquer efeito prático, há muito pouca diferença entre o cristão não avivado e o não crente.

Mas Jesus não deixou Lázaro nessa condição. Ele deu a ordem: “Desatai-o, e deixai-o ir!” E é exatamente isso que Deus faz conosco em tempos de avivamento – ele tira aquilo que prende e nos liberta!

Numa manhã cedinho, durante um congresso, ouvi uma batida na porta do meu trailer. Quando abri a porta, o homem que estava lá fora prorrompeu em lágrimas e disse: “Estou livre! Estou livre!”.

Com frequência, são essas as primeiras palavras que saem da boca daqueles que foram avivados. O que significam?

Significam que antes de serem avivados, eles eram prisioneiros. Estavam escravizados ao pecado, à culpa, à amargura, à impureza moral ou a hábitos que não conseguiam eliminar. Mas Jesus veio para libertar os cativos e desamarrar os laços do pecado.

Por meio da morte e ressurreição de Jesus e do poder da vida dele que habita em nós, as portas da prisão foram escancaradas, e ficamos eternamente livres! Palavras não podem descrever a sensação de alívio que acontece quando os cristãos descobrem e apropriam-se da verdade que os liberta.

 

Novo Poder   

                                                              

A igreja não avivada é uma igreja sem poder. Todos os resultados que ela consegue produzir podem ser. expressos em termos de habilidade, esforço e energia naturais. O falecido dr. J. Edwin Orr, um historiador de avivamentos, ressaltou: “Quando a igreja não está avivada, os cristãos correm para encontrar pecadores. Mas, na igreja avivada, os pecadores vêm correndo para se encontrarem com o Salvador!”

Um mundo perdido não consegue fugir do impacto de avivamento genuíno na igreja. Na verdade, virtualmente todo movimento de reforma social, todo impulso evangelístico e todo movimento missionário na história nasceram de avivamentos.

Na esteira de verdadeiro avivamento, cristãos tímidos, que nunca ousaram falar de sua fé para os perdidos, descobrem unção e poder para testemunhar. Repetidamente, tenho visto Deus liberando a língua de jovens, donas de casa, homens de negócios e, sim, até de pregadores, com liberdade e ousadia.

A igreja avivada é uma igreja dotada de poder sobrenatural do alto. É por isso que o clamor ouvido com freqüência no Avivamento do País de Gales era: “Dobra a igreja para salvar o mundo”.

A igreja primitiva era conhecida pelos sinais e maravilhas de Deus em operação no meio deles. Cheios de poder e energizados pelo Espírito Santo, diante de imensa oposição e enormes obstáculos, em pouco tempo eles alcançaram todo o mundo conhecido com o Evangelho de Jesus. A igreja avivada é uma igreja em que Deus libera continuamente seu poder sobrenatural.

fonte jornal o arauto da sua vinda 

www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

 

 

 

Postado por mauricio berwald 

 

 

 

 

 

Os intercessores "aviva tua obra Senhor"

                                    

 

                               Deus Precisa de Intercessores

 

 

 

 

 

 

O texto a seguir foi extraído e editado de uma mensagem ministrada numa conferência do Comitê Nacional de Oração da América em janeiro de 2007 no Texas, EUA.

Há diversas passagens na Bíblia – em Jeremias, Ezequiel e Isaías – nas quais Deus diz que precisa de um homem. Em Jeremias 5.1, ele diz que se tivesse achado um homem que amasse a verdade e praticasse a justiça, ele teria perdoado toda a cidade de Jerusalém dos seus pecados. A história de Abraão se encaixa aqui. Em Gênesis 18, Deus é o Salvador no começo do capítulo e é Juiz no final. Na parte intermediária está Abraão, entre o Deus Juiz e o Deus Salvador. Por alguns instantes, o destino de duas cidades significativas, Sodoma e Gomorra, repousava sobre uma pessoa. Deus estava dizendo: “Se eu puder encontrar uma única pessoa…”

Em Ezequiel 22.30, Deus estava procurando por uma pessoa que se colocasse na brecha e restaurasse o muro de tal modo que não fosse preciso destruir a cidade de Jerusalém. Uma só pessoa pode fazer uma diferença para Deus. Você não precisa ter uma mega-igreja. Neste capítulo, o profeta estava falando sobre a cidade santa, onde o rei se valia de sua posição para vantagem pessoal e para tratar seus súditos com crueldade. Os governantes usavam sua posição para obter ganhos pessoais. Os sacerdotes não faziam mais distinção entre o sagrado e o profano. Isso não se parece com a nossa situação atual?

Todos nós conhecemos o começo de Isaías 59: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir”. Não há nenhum problema com Deus; ele está perfeitamente apto. O problema está conosco.

“As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós… porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniqüidade; os vossos lábios falam a mentira, a vossa língua pronuncia perversidade.”

Do que ele está falando? Sobre o povo de Deus, sobre a cidade santa e a nação escolhida, o povo eleito. Isso é alarmante, não é?

Mas, graças a Deus, há uma esperança um pouco adiante: “Olhou o Senhor [para Jerusalém] e indignou-se com a falta de justiça. Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu…” Ele não encontrou um homem sequer, portanto “seu braço lhe trouxe livramento e a sua justiça deu-lhe apoio” (Is 59.15,16, NVI).

Observe mais uma vez estas palavras: “Ele viu que não havia ninguém, admirou-se [ou “ficou estarrecido”] porque ninguém intercedeu”. Há dois fatos chocantes nessa passagem. Um é que a onipotência está buscando ajuda. O outro é que o onisciente está estarrecido. Eu creio que ele sabia dessa situação de antemão, mas ainda assim ficou estarrecido.

Será que uma só pessoa pode fazer uma diferença? De que tipo de pessoa Deus precisa? Ele estava buscando um intercessor, alguém que pudesse intervir. A raiz da palavra usada aqui no hebraico é “encontrar”. Em outras palavras, Deus procura por uma pessoa que provoque o encontro de duas pessoas que estejam separadas.

O que podemos fazer para levar Deus e a sua solução ao encontro dessa enorme necessidade na Igreja? Ele procura por alguém que possa provocar o encontro dele e da sua suficiência com a necessidade da Igreja – ou seja, por um intercessor.

 

Cristo, Nosso Intercessor

 

Isaías 53.6 diz: “Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho…”. Está aí a essência do pecado. Temos a tendência de pensar do pecado como uma violação da lei (o que realmente é), mas antes de violarmos a lei, tomamos uma decisão dentro de nós para nos desviarmos para o nosso próprio caminho. Em qual caminho você está andando? Está olhando para Jesus e para o seu rosto ou está decidindo seguir o seu próprio caminho?

A essência do pecado e da pecaminosidade do homem é de ficar centrado em si mesmo. A verdade é que nós não somos o centro; o ego é um centro falso. Isso me ajuda a entender o que é expiação. É uma purificação dessa estrutura de referência voltada para nós mesmos. Nós somos tão pecaminosos e tão centrados em nós que Deus não tem como nos alcançar a não ser apelando para nosso egocentrismo. Ele diz: “Você quer ir para o inferno?”. Se eu digo: “Não!”, então ele diz: “Você precisa de mim”.

Quando eu começo a voltar do meu caminho e me abro, ele, a única pessoa que não é egocêntrica, entra e começa a fazer uma reviravolta dentro de mim. A redenção de alguém sempre começa dentro de uma outra pessoa. É assim que se passou a história de Isaías 53.6: “Todos nós nos voltamos para o nosso próprio caminho, e o Senhor colocou sobre ele [Jesus] a iniqüidade de todos nós”. No hebraico, literalmente, seria assim: “Deus fez convergir sobre ele [Jesus] a iniqüidade de todos nós”.

Em 1950, a revista Time publicou uma reportagem sobre um caso médico na Califórnia. Um menino de 9 ou 10 anos havia apresentado um problema grave nos rins. O seu corpo ficou infeccionado por causa de um rim doente. Quando o segundo rim ficou infeccionado, as condições de saúde do menino se deterioraram rapidamente. A equipe médica chamou o pai e a mãe e lhes disseram: “Não há nada que possamos fazer com os recursos da medicina atual para salvá-lo”.

 

Os pais perguntaram: “Não há nada que possamos fazer?”

 

Os médicos responderam: “Bem, tivemos uma idéia absurda – algo que nunca foi tentado antes. Teoricamente deve funcionar, mas como nunca foi feito até agora, não sabemos se vai dar certo ou não. Pensamos que se pudéssemos encontrar alguém cujo tipo sanguíneo combinasse com o dele, e se pudéssemos ligar os dois corpos de tal modo que o sangue do menino doente pudesse fluir dentro da pessoa sadia e passar pelos rins dela, voltando depois para o corpo do garoto doente, pode ser que os rins do seu filho obtenham alívio suficiente para se recuperarem por si mesmos.”

Ambos os pais disseram instantaneamente: “Examinem o nosso tipo sanguíneo”. O tipo de sangue da mãe não combinava, mas o do pai, sim. Então o pai disse: “Vamos em frente”. Os médicos o colocaram na mesa de cirurgia ao lado do filho e ligaram os dois corpos. Para seu espanto e alegria, a temperatura do menino começou a cair e a do pai, a subir; depois que as duas temperaturas se encontraram, nivelaram-se e, em seguida, começaram a cair.

Depois de o pai e o filho ficarem com temperatura normal por algum tempo, os médicos desligaram os dois corpos. Passados cerca de nove dias, eles liberaram o garoto, que voltou para casa e, provavelmente, ainda está vivo. Já o pai foi mantido sob observação por mais uns dois dias. No décimo primeiro dia, sua pressão arterial subiu de repente, a temperatura disparou – e ele morreu.

Desde que tomei conhecimento dessa história, a cruz e a expiação assumiram novo significado para mim. Todos nós, como ovelhas, nos desgarramos. Cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho, e Jeová fez com que se encontrassem em Cristo as iniqüidades de todos nós. Cristo tomou o meu pecado. Ele, que não conheceu pecado, se tornou pecado no meu lugar. Ele o tomou sobre si mesmo. A origem da salvação está nele, não em você nem em mim.

Em Isaías 59, o texto diz que Deus procurou um homem e não encontrou um sequer; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação. Eu tinha um conceito errado a respeito do braço do Senhor. Quando lia em Isaías 59.1: “…a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar….”, eu pensava: “Deus pode cuidar disso com o seu poder; ele pode impor a solução”. Mas qual foi minha surpresa quando vi a solução de Deus em Isaías 53: uma pessoa frágil, sem aparência ou poder, sofredora.

O braço do Senhor é a pessoa pendurada na cruz. Eu achava que o braço do Senhor era a pessoa no trono. Se você ler cuidadosamente de Isaías 40 a 66, verá que o braço do Senhor é o Salvador sofredor. A solução não é Deus trazer a salvação como imposição sobre a humanidade. A solução é nós lançarmos o nosso problema sobre ele, e o poder de Deus, suportá-lo. Ao tomar o problema sobre si mesmo, Jesus inverte a situação completamente, e a salvação acontece a partir dele exatamente como ocorreu no corpo daquele pai em favor do filho. Só que naquele caso o pai morreu. Já na intervenção divina, houve uma ressurreição. O que significa isso? Que a vida que está no Pai está fluindo perpetuamente para o Filho, assim como a vida do Filho está fluindo perpetuamente para o Pai.

Por isso Jesus podia dizer aos doze, quando os enviou: “Quem recebe a mim recebe meu Pai, e quem recebe vocês recebe a mim. Se rejeitarem vocês, vão deixar de me receber, e se deixarem de me receber, perderão igualmente a oportunidade de receber o Pai” (veja Mt 10.40). Quando percebi as implicações disso pela primeira vez, eu não queria tamanha responsabilidade. Eu queria dizer: “Isto é o que vocês devem fazer”, e não: “Eu estou identificado com esta mensagem, e o que você faz comigo é o que está fazendo com a mensagem”.

Isso quer dizer que precisa haver uma similaridade e uma identificação entre mim e a mensagem. Se houver um grande contraste entre a mensagem e a minha vida, então onde está Cristo? O Pai habita no Filho e, agora que Deus se tornou um homem, ele pode viver numa pessoa. Conseqüentemente, a nossa função é ser um canal aberto para a passagem do Espírito.

O Pai vem através do Filho. O Filho vem através de pessoas como eu e você. Jesus disse para os onze, para seus amigos e para as mulheres e crianças, em João 20.21: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. E “se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados” (v.23). Em outras palavras: “Vocês são a chave para fazer a ligação entre mim e o mundo, assim como eu sou a chave entre o Pai e vocês”. O que torna tudo isso possível? O Espírito Santo. O Espírito Santo que está no Pai e no Filho entra em mim e compartilha o fluir da vida de Deus, que é a única vida que produz resultados.

 

Suportando a Carga de Deus Junto com Ele

 

Há uma história muito comovente sobre Amy Carmichael, uma missionária britânica que foi para a Índia por volta de 1895. Lá conheceu a situação das meninas do templo. Quando um pai morria, queimavam o corpo da esposa também porque acreditavam que o homem precisaria dos serviços dela na outra vida. Com isso, as crianças ficavam órfãs. Os meninos não eram problema porque logo produziam renda, mas quem queria as meninas? Por isso davam as meninas para os deuses e as colocavam nos templos onde se tornavam prostitutas.

O coração de Amy Carmichael ficava angustiado ao ver essas meninas de doze ou treze anos servindo como prostitutas nos templos. Ela começou a lutar para tirá-las de lá. Conseguiu realmente tirar algumas de lá, e estava tão determinada no seu intento que o sacerdote do templo ficou preocupado e foi procurar os homens de negócio indianos. Estes foram falar com comerciantes ingleses influentes, que, por sua vez, procuraram os missionários ingleses e lhes disseram que uma pessoa do seu grupo estava criando problemas. Os missionários ingleses procuraram Amy e disseram: “Você terá de parar com isso”. Ela perguntou: “E as meninas?”, e eles disseram: “É verdade, isso é trágico, mas você está criando problemas e vai acabar nos prejudicando”.

Naquela ocasião, ela estava lutando para tirar uma garota dessa vida no templo. Ela achava que o sacerdote principal do templo, sendo um homem religioso, certamente teria decência e compaixão; aos poucos, porém, foi entendendo através da expressão implacável nos seus olhos e das linhas inflexíveis do seu rosto que, para ele, a menina era um meio de ganhar dinheiro e que não abriria mão dela.

Sentindo que todos estavam contra ela, Amy foi para seu quarto, uma simples moça missionária solteira, pôs-se de joelhos e disse: “Deus, esse problema não é meu. Já fiz tudo que pude e não está dando certo. Não é mais o meu problema”.

Imediatamente ela viu o Senhor. Ele não estava ajoelhado debaixo de uma oliveira no Oriente Médio. Ele estava ajoelhado debaixo de uma árvore indiana, enquanto dois rios de lágrimas escorriam pela sua face. De repente, fixou o seu olhar penetrante em Amy e disse: “Amy, o problema não é seu. É meu. Só estou procurando alguém que me ajude a suportá-lo”.

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades [angústias], e as nossas dores [tristezas] levou sobre si” (Is 53.4). Jesus as suportou – tomou-as para si mesmo. Lembre-se da história de Abraão, antes de Deus destruir Sodoma e Gomorra, como ele disse: “Esconderei de Abraão o que estou para fazer?” (Gn 18.17). Foi assim que Abraão foi levado a interceder.

Esse entendimento mudou a minha vida. A única esperança para alguém que está sob minha responsabilidade é que o seu problema se torne o meu problema, de tal forma que eu o carregue dentro de mim. Quando isso acontece, não é meu problema realmente, é problema de Deus. Você recebe uma carga que pesa no seu coração. Você não consegue dormir tão bem como antes, começa a acordar várias vezes durante a noite. É uma profunda preocupação com um filho, uma criança, uma igreja, um membro da igreja, um amigo, um país. É uma carga, um peso no coração.

Uma voz interior diz: “Eu lhe dei o privilégio de compartilhar o fardo que está no meu coração por um mundo perdido”. É a isso que a epístola de Romanos se refere quando fala a respeito do Espírito Santo (Rm 8.26-27) que  entra no indescritível sofrimento do coração de Deus e gera em nós um fardo que se expressa por gemidos inexprimíveis. Ele permite que entremos nisso. Tenho o privilégio de compartilhar a dor do seu coração. Há tremendo potencial nisso.

Deus disse para Amy Carmichael: “O fardo realmente é meu, e estou procurando alguém que queria compartilhá-lo comigo”. Percebeu a conexão? Se você cortar um fio elétrico, as luzes se apagam. É preciso estabelecer a conexão. De alguma forma, os relacionamentos interpessoais formam a conexão; quando ela não existe, acontece Sodoma e Gomorra. Eu preciso começar a minha oração dizendo: “Deus, onde é que me queres neste cenário? Onde é que me encaixo?” Não sou responsável por todos. Sou responsável por aqueles que Deus colocou sob meu encargo.

 

O Amor Divino Capacita a Suportar

 

Voltando a Isaías 59, vimos que quando Deus não encontrou um intercessor, quando não achou um homem, ele mesmo se tornou um. Foi assim que “seu próprio braço lhe trouxe a salvação” (v.16). Será que eu também quero fazer parte da resposta? A única maneira em que posso fazer parte da resposta é participando do problema. “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: …ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.14-15). Este é o amor de Cristo, não amor humano.

Lemos em Romanos 5.5: “Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo…”. Observe as quatro palavras “o amor de Deus”. Quem está amando quem? Não podemos dizer. Pode ser Deus amando a mim, ou pode ser o meu amor por Deus. Há um mundo de diferença entre os dois. Há uma diferença entre a maneira de Deus amar e a nossa maneira de amar? Quanta diferença? O amor de Deus só é maior do que o meu? É diferente na quantidade ou na qualidade?

A palavra comum no grego para “amor” não foi usada uma vez no Novo Testamento. Eros era o termo mais comumente usado para incluir qualquer coisa que fosse bonita, boa e verdadeira, além de ser utilizado para o amor entre um homem e uma mulher. Aristóteles chegou a dizer que é o amor que mantém os planetas nas suas órbitas.

Quando estavam escrevendo o Novo Testamento, os autores usaram uma palavra muito difícil de ser encontrada no grego clássico. Usaram essa palavra porque não tinha nenhum significado especial. O substantivo ágape e o verbo agapao descrevem o amor de Deus, o sujeito, a origem do amor. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira…” (Jo 3.16). Qual é a natureza do mundo para que Deus o amasse? O amor de Deus não é baseado na natureza do mundo; é baseado na natureza de Deus. É quem ele é, alguém que emana amor continuamente. Ele não ama por aquilo que nós somos, mas por causa de quem ele é. Não é que ele não nos valoriza. Ele aprecia o que somos. Porém amor ágape é o que você recebe na cruz: “Pai, perdoa-lhes…” Amor ágape é o que Estevão demonstrou.

O amor de Deus deve nos encher com sua plenitude. É por isso que Paulo fala tantas vezes sobre plenitude. O plano de Deus é que sejamos cheios dele. Quando somos cheios da natureza de Deus, isso nos faz perder nossa liberdade? Não, é justamente lá que está a liberdade. A pessoa mais livre que já viveu nesta terra foi Jesus. Ele dizia: “Não faço nada por mim mesmo. Só posso fazer aquilo que vejo meu Pai fazer. Não vim para fazer a minha vontade; vim para fazer a vontade do meu Pai”. Ele sentia pleno prazer e alegria nisso. É lá que encontro minha liberdade, minha plenitude, minha realização – a plenitude de Deus preenchendo todo o meu ser.

1 Coríntios 13 é chamado o capítulo do amor. Sempre pensei que esse capítulo me ordenava a amar. No entanto, não há nele uma ordem para amar. O texto só descreve como é o amor. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver…” Observe: “se não tiver”, não “se não fizer”. Ágape não é uma coisa que você faz. É algo que você recebe. Conforme minha percepção, esse é o significado da graça. O que Jesus disse no último dia da grande festa em João 7 foi: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba… do seu interior fluirão…” O verbo é fluir. Quando esse amor flui para dentro de uma pessoa, logo vai romper para fora; quando isso acontecer, o rio de amor vai fluir para outra pessoa, que, então, vai ter de se abrir ou se fechar para o rio.

De um modo ou de outro, a intercessão ajuda a abrir o caminho para o amor fluir de Deus, através de nós, para uma outra pessoa. Isso acontece mesmo que a outra pessoa não saiba nada a respeito daquele que está intercedendo nem da oração que ele fez. Observe as conversões e verá que em algum lugar alguém se ofereceu como um ponto de contato. Ninguém chega sozinho ao Reino. Todos nós entramos por meio de redes de relacionamentos. Eu gosto disso! Faz com que pertençamos um ao outro. É uma teologia maravilhosa, que se encaixa perfeitamente com a vida prática. Somos interligados uns com os outros.   

 

 

     

 

                      Aviva a Tua Obra, ó Senhor

 

Eis uma oração que precisa ser feita por todos os santos: “Aviva a tua obra, ó Senhor!” (Hc 3.2).

Há ocasiões em que a necessidade de um avivamento é visível. Em outras, é conhecida somente por Deus. Pode não haver nenhum lapso aparente, nenhuma incoerência clara, nenhuma falha flagrante. A conduta e o caráter podem parecer irrepreensíveis como sempre. Mesmo assim, é possível que haja uma deficiência de apetite espiritual, uma ausência de comunhão com o Bem-Amado, uma negligência na oração pessoal, um desleixo no estudo da Palavra de Deus, um descuido no cultivo pessoal da alma. Em tais casos, embora não se perceba qualquer sintoma externo de falha, é só uma questão de tempo e virá à tona, a menos que haja um avivamento interno.

Se faz tempo que você não vê a face do Senhor, se perdeu de vista seu Amado, se não tem conversado com ele, se percebeu que ele já se retirou e foi embora (Ct 5.6), comece agora mesmo a buscar, do fundo do coração, e clame com intensidade: “Aviva a tua obra, ó Senhor! Traze de volta meu apetite espiritual, minha paixão por Cristo, meu amor pelas pessoas perdidas, meu anseio pela glória de Deus, minha fome e minha sede de justiça. Traze-os de volta! Aviva a tua obra, ó Senhor!”.

 

A Importância Desta Oração

 

Se houver consciência de que há, em sua vida, uma necessidade de avivamento espiritual, se seu coração estiver indagando: “Como posso orar? O que devo orar? Como posso retornar ao Senhor?”, então ouça esta oração do profeta: “Aviva a tua obra, ó Senhor!”. Habacuque não está pedindo “Senhor, ajuda-me a fazer a obra”, mas está orando para que o próprio Deus comece a agir novamente.

Se você é cristão, Deus já começou a trabalhar no seu coração, porque “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). E se você realmente nasceu de novo, se é de fato um filho de Deus, então Deus, que é o criador de todos os mundos, já começou a agir no seu coração e na sua vida.

A oração aqui é que Deus avive a obra dele, que volte a trabalhar no seu interior. Se seu amor ficou estagnado e paralisado, se você parou de crescer em Cristo em todas as áreas, se desistiu de correr com paciência a carreira que lhe foi proposta, se sua vida cristã estacionou, se o único progresso que experimenta é mera profissão exterior dos lábios, se não existe verdadeira comunhão com Deus, um andar sincero com ele, um intercâmbio com os céus –, então é porque o Espírito de Deus ficou entristecido e foi embora.

O muro ficou inacabado? O templo está incompleto? O Espírito Santo não está disciplinando e ensinando você, sondando-o e ardendo no seu interior com a preciosa Palavra, levando-o a paragens mais altas e sublimes? Se a situação for essa, é porque, de algum modo e por alguma razão, o Espírito Santo entristeceu-se a ponto de deixar de operar em sua vida; assim, a obra de Deus em seu coração está estacionada, enfraquecida, mirrada, uma desonra a Deus, porque seu Espírito não está ativo em sua vida. Oh, se estivermos nessa condição, não podemos fazer esta simples oração: “Volta para o teu templo, ó Espírito de Deus! Aviva a tua obra!”?

 

Deus Opera Através de Sua Palavra

 

Como é que Deus opera? Ele sempre opera através da Palavra, que é a espada do Espírito, de fato “mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12).

A obra de avivamento é sempre obra de Deus. Se quisermos ser aquilo que devemos ser, se desejarmos que o amor seja reaceso no coração, que o poder para o serviço nos seja concedido, se quisermos prosseguir em conhecer o Senhor e que a graça e a paz nos sejam multiplicadas por meio do conhecimento de Deus e de Cristo Jesus nosso Senhor –, então o próprio Deus terá de agir em nossas vidas. Ele é quem efetua em nós “tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).

Salvação é dom gratuito de Deus. A Palavra de Deus não nos dá direito de propriedade a coisa alguma, senão somente a isto: à salvação. Só há uma coisa que você pode legalmente afirmar que é sua. Você pode ter propriedade de uma casa, de acordo com as leis do país; no entanto, a morte poderá tirá-la de suas mãos. Sua esposa, seus filhos podem ser seus; porém Deus tem direito prioritário sobre eles. Você pode ter outras posses e dizer: “Isto é meu”; mesmo assim, é verdade que nada trouxemos para este mundo – e certamente nada tiraremos dele. Viemos para cá sem propriedades e sairemos da mesma forma – com esta exceção: a nossa salvação. É nossa herança, garantida a nós no último testamento do nosso gracioso Salvador. É uma propriedade de dimensões imensas, e o título será nosso para sempre. Entretanto, precisamos desenvolvê-la, cultivá-la, trabalhar nela. Por quê? Porque é Deus quem “efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.

Alguns deixaram de desenvolver a própria salvação porque Deus cessou de operar neles. O Espírito entristeceu-se, e agora precisam fazer esta oração: “Ó Senhor, aviva a tua obra; volta para o jardim que está tomado de espinhos e ervas daninhas; volta para os campos que estão estéreis, para a vida que está infrutífera. Ó Senhor, aviva a tua obra!”. Ele é o grande Mestre, e somente enquanto habita continuamente dentro de nós é que podemos dar frutos para o louvor e a honra do seu nome.

 

Avivamento Sempre Começa com Oração

 

O texto de Habacuque é uma oração por avivamento. Você pode dizer: “Não sei por onde começar”. Comece aqui: “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Habacuque disse: “Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado” (3.2). Que o Senhor nos ajude a ouvir sua voz e a temer! E, se isso acontecer, o primeiro instinto do nosso coração deve ser clamar: “Aviva a tua obra, ó Senhor” – só isso. Você não precisa inventar uma oração. Temos aqui uma oração pronta, e, se fizermos dela a oração do nosso coração, orando essas palavras com toda sinceridade, Deus nos ajudará.

“Mas eu não sinto vontade de orar.” É por isso mesmo que você deve orar!

“Eu não orei esta manhã. Faz muito tempo que não oro.” Muito bem, comece agora.

“Mas”, você pode dizer, “eu tenho que fazer tanta coisa para estar preparado para orar.” Você não tem nada a fazer antes de orar. Você precisa orar para que Deus comece a agir; à medida que Deus age, ele vai avivar a obra do Espírito no seu interior e ativar sua memória. Você se lembrará de deveres negligenciados, de pecados cometidos. Uma sucessão de coisas passará por sua mente, suficientes para mantê-lo ocupado por semanas e meses a seguir. Ele trará convicção de pecados à sua consciência, purificará seu coração, fortalecerá sua vontade; em pouco tempo, enfim, sentirá que todo o seu ser palpita com energia divina, se tão-somente fizer esta oração: “Aviva a tua obra, ó Senhor”.

Algumas pessoas imaginam que Deus se atém à terminologia de nossas orações. Não, meu amigo, nosso Deus compreende a nossa necessidade, e se você tão-somente orar, não importará muito como ora, contanto que deixe seu coração clamar a Deus “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Eu não sei como o avivamento virá. Não sei onde vai começar, mas você pode se apegar completamente à sabedoria, à graça de Deus. Basta deixar Deus voltar e recomeçar agora a obra dele em sua vida!

Você não quer fazer essa oração hoje, caro leitor? Há alguém que possa dizer: “Eu não preciso orar assim”? Se houver, oremos por ele, porque está precisando de muita gente para orar por ele! Quão pouco temos servido ao Senhor – com quanta imperfeição, quanta desonra temos fracassado em todas as oportunidades! Não necessitamos todos de orar “Aviva a tua obra, ó Senhor”?

Esta é uma oração perfeitamente apropriada para toda igreja cristã – CADA UMA DELAS: “Aviva a tua obra, ó Senhor”. Fixe no seu coração, mais uma vez, que a nossa tarefa principal é a tarefa da oração. Pregar é inútil se não for acompanhada do poder divino. Não está no poder do homem avivar a obra de Deus: só Deus pode fazer isso. Só ele pode reavivar almas mortas e gerar daquele vale cheio de ossos um exército ativo e poderoso. Essa é obra de Deus, e somos tolos se supomos que qualquer outro além dele possa realizá-la, ou que alguém que esteja vivendo separado de Deus possa ser usado para fazê-la.

A oração é nossa atividade principal. Não é do nosso conhecimento que Deus tem necessidade, não é da nossa lógica, não é das nossas capacidades intelectuais, com toda certeza não é da nossa eloquência. A única coisa de que ele realmente precisa é do nosso coração, e se pudéssemos simplesmente nos tornar, num sentido muito mais profundo do que jamais fomos anteriormente, uma igreja que ora e que não cessa de clamar, dia e noite, diante de Deus por um grande avivamento espiritual – não haveria coisa alguma que não pudéssemos realizar!

A voz da oração não se extinguiu na igreja hoje – mas será que você tem sentido menos prazer no seu tempo de oração? Tem participado com menos frequência das reuniões de oração?

“Aviva a tua obra, ó Senhor.” E qual é a obra dele? A obra de Deus é convencer pecadores. Alguém pode dizer que poucas pessoas atualmente sentem convicção de pecado. Bem, meu irmão, dobre os seus joelhos e peça a Deus, porque ninguém mais é capaz de fazer tal obra. Não é tarefa sua, nem minha, nem dos diáconos. É obra de Deus, e se quisermos que seja feita, temos de nos aproximar de Deus e dizer-lhe: “Aviva a tua obra”. Só Deus pode fazer novas todas as coisas.

Essa é uma oração apropriada para a Igreja de Cristo em geral – em toda a parte. Deveríamos orar pelas outras igrejas. Estamos vivendo em dias maus. Conheço igrejas que não têm reunião de oração – pense nisso, uma igreja sem oração! São exatamente como aquele grupo que Ezequiel viu (Ez 37.1-10) em que cada osso veio para o seu osso, e cresceu carne e se estendeu a pele sobre eles, e, mesmo assim, ele disse: “não havia neles o espírito”. Eles continuavam mortos depois de toda a pregação, e foi somente quando o profeta clamou: “Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam” (v. 9), que eles se levantaram para formar um grande exército.

Não importa com que eloquência você tenha pregado no púlpito, que tipo de riqueza ou influência social os membros de sua igreja ostentem – a igreja que não ora é apenas um poluidor da área. Não tem o direito de reunir-se em nome do Senhor. Nossa tarefa é chamar o poder do Céu para entrar em vidas humanas. Entretanto, há igrejas por toda parte que não oram de jeito nenhum; outras, quando muito, têm uma meia dúzia de gatos pingados quando se faz uma reunião de oração. Não temos motivos de sobra para orar “Aviva a tua obra, ó Senhor”?

E quando os homens usam o púlpito para negar ou desacreditar a santa Palavra, quando as doutrinas do Evangelho são desprezadas e Jesus Cristo é ferido na casa de seus amigos, não há razão para pedir com fervor que Deus avive a sua obra? Portanto, querido amigo, diante de uma tarefa tão grande, eu o convido a reconhecer o imenso Poder que é mais do que capaz de realizar a obra. Enquanto nos apegarmos a Deus, ele pode reverter a maré de incredulidade.

Tenho lido a respeito das condições da sociedade norte-americana no início do século 19. Eram tão perversas quanto o são hoje – ou até piores (se possível). Contudo, depois de algum tempo, pela graça de Deus, o avivamento veio.

Concordo com o meu amigo, dr. Riley, quando diz que temos a vitória garantida em qualquer hipótese. Se estivermos no tempo da grande apostasia final, então o Senhor está às portas e logo virá; nesse caso, não vai demorar e logo compartilharemos do seu glorioso triunfo. Por outro lado, se ainda não estivermos na apostasia final, podemos ainda esperar um grande e glorioso avivamento que abrangerá o mundo inteiro. Aleluia! Não vejo por que não. Você já viu Deus salvar uma pessoa? Eu já o presenciei muitas e muitas vezes. Se ele pode salvar uma pessoa, pode também salvar cem; se pode salvar cem, pode também salvar milhares; e se milhares, pode também alcançar milhões.

Deus pode avivar sua obra no nosso coração e em todas as igrejas, até que mais uma vez vejamos multidões no vale da decisão, perguntando pelo caminho para Sião e voltando seus rostos para lá.

Este artigo foi originalmente publicado no The Gospel Witness (A Testemunha do Evangelho), em 25 de agosto de 1983, e foi reeditado com permissão.

Dr. T.T. Shields foi o editor fundador do The Gospel Witness, um ministério da Igreja Batista da Rua Jarvis em Toronto, Ontário, Canadá.(jornal o arauto da sua vinda)

www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

 

 

 

Postado por mauricio berwald

 

 

 

 

 

O Caminho Para o Avivamento

 

 

 

 

 

O versículo mais lembrado em relação ao avivamento provavelmente seja 2 Crônicas 7.14: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.

Meu Povo

Observe, em primeiro lugar, a quem estas palavras foram dirigidas: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome…” Nós, cristãos, somos as pessoas que temos o nome de Cristo sobre nós. Essa não é uma palavra dirigida para o mundo. É para o povo de Deus, para aqueles que se identificam com o seu nome. Precisa haver uma consonância entre o nome que trazemos e o que somos. Se não houver essa consonância, o mundo não terá como descobrir o caminho para fora de suas próprias trevas.

Humilhar-se

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar…” A palavra no hebraico usada aqui para humilhar-se significa contrair-se, pegar algo que é grande e abaixá-lo, reduzir o seu tamanho. Não é uma palavra comum. É usada para descrever a águia que, planando lá no alto, resolve dobrar suas asas e voltar à realidade da terra, aqui embaixo.

Eu gostaria de tirar uma lição dessa figura. Humilhar-se é desinflar a si mesmo. Precisamos chegar a um ponto de realismo sobre o que é necessário para que Deus mostre a sua mão. Posso estar inchado com vaidade, achando que sou responsável pela obra de Deus ou que sou capaz de produzir alguma coisa. As Escrituras mostram claramente que nunca somos causa; somos meras ocasiões para que a obra de Deus aconteça.

É muito fácil começarmos a pensar que somos causa e assumir uma parte do crédito. Quando fazemos isso, Deus começa a se afastar, pois ao deixarmos a impressão que somos capazes sozinhos, estamos enganando os outros. Só existe uma esperança para o coração humano, e essa vem do próprio Deus em Cristo Jesus.

Portanto, a idéia de humilhar-se é desinflar a si mesmo ao ponto de saber muito bem que nossa única esperança está em Deus: se ele não agir, tudo será em vão, tudo será inútil.

 

Orar

 

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar…”  Verifiquei a palavra no hebraico usada aqui para orar. Não é a palavra que significa adorar, que implica inclinar-se diante do Senhor. Significa basicamente “interpor-se”. Pode ser traduzida como “interceder”, mas nem sempre tem este sentido. É interessante que tanto o verbo “humilhar-se” como “orar” são verbos reflexivos no hebraico. São ações que voltam ao próprio sujeito: as pessoas vão humilhar a si mesmas e vão orar, ou seja, vão se interpor entre o Deus que pode responder e o povo que precisa de Deus.

Mas o que significa interpor-se dessa forma? Significa que o problema da outra pessoa torna-se o seu. Você se compromete com o problema dela. Você o assume. Tenho ficado cada vez mais cativado com o modo com que o Velho Testamento usa a palavra “carregar”. O que aconteceu na cruz foi que Jesus carregou os nossos pecados. Ele carregou a nossa maldade e as nossas transgressões. Ele se interpôs e tomou os nossos problemas como se fossem os seus.

Da mesma forma, devemos nos interpor também: tomando a perdição, a enfermidade – ou qualquer outra carga que esteja sobre os outros – e carregando-a diante de Deus até que ele comece a agir para solucioná-la.

Orar, neste sentido, é mais do que seguir uma lista de pedidos. É assumir o problema de alguém como se fosse o meu, de tal forma que me preocupo com ele mais do que comigo mesmo. Estou pronto para tomar o seu lugar, por assim dizer, a fim de que ele seja redimido.

 

E me buscar e se converter dos seus maus caminhos

 

“Se o meu povo … se humilhar, e orar, e me buscar…” O que devemos buscar? Não a bênção de Deus. Nem mesmo devemos buscar avivamento. Devemos buscar a Deus e a sua face, porque é dele que precisamos.

“…e se converter dos seus maus caminhos”. Fiquei um tanto surpreso quando pesquisei o significado dessas palavras no hebraico. Embora haja uma outra palavra bem forte para o pecado, que faz contraste com a justiça, essa não foi a palavra empregada aqui. Foi usada uma palavra que significa algo ofensivo, desagradável, algo que incomoda o relacionamento. Ele está se referindo aqui aos caminhos que entristecem o Senhor e que são ofensivos a ele.

Para uma pessoa ser usada por Deus e ter a unção que vem da intimidade, ela precisa ser mais do que uma pessoa meramente moral. É claro que não pode ser imoral, mas terá de ir além da moralidade. É necessário ter aquele relacionamento pessoal com Deus que lhe permite dizer: “Não gosto disso, portanto quero que você o abandone e que acerte a sua vida nessa área”. Talvez você diga: “Mas todo o mundo está fazendo. Os outros cristãos não se incomodam nem um pouco com isso”. E o Senhor lhe responderá: “Eu sei. Isso é problema deles. No seu caso, é um problema meu. Não o quero na sua vida!”

Tive o privilégio de ser casado durante 59 anos com uma mulher extraordinária. Ela me ensinou muito mais do que eu ensinei para ela. Era uma mulher de oração. Por causa do meu ministério, eu viajava muito. Às vezes, ficava semanas ou até meses fora de casa. Quando eu chegava em casa, ela estava me esperando. Sabe qual era a primeira coisa que eu fazia? Antes de perguntar como ela estava, eu olhava para o seu rosto, porque ali eu via em que pé estava o nosso relacionamento.

Num relacionamento de intimidade, as expressões na face podem ser muito reveladoras. Quando havia uma expressão perturbada no rosto dela, não era porque eu havia quebrado um dos dez mandamentos. Não era por falta de fidelidade da minha parte. Havia algo no nosso relacionamento que não lhe agradava e com o qual eu precisava tratar se quisesse restaurar aquilo que me era precioso.

 

Não Entristeçais o Espírito

 

Tenho conhecido pessoas consagradas durante os anos, pessoas que tinham a unção que vem de um relacionamento pessoal e íntimo com Jesus. O texto de Efésios 4.30 (Não entristeçais o Espírito) era uma realidade em suas vidas. As pessoas que mais me marcaram foram aquelas que encontrei, muitas vezes, nos lugares mais inesperados, e que não queriam nada em suas vidas que pudesse desagradar ao Senhor. E viviam suficientemente próximos a ele para saberem quando havia algo que o entristecia.

Às vezes, depois de ministrar, Deus nos diz algo mais ou menos assim: “Havia um pouco demais de você mesmo ali, não havia?” E você diz: “Senhor, perdoa-me”.

Quando olho para o passado, dou graças a Deus por certas pessoas que tiveram a coragem de me dizer a verdade. Havia uma senhora viúva que me disse certa vez, de forma bem direta: “Dennis, quando você é muito habilidoso é mais difícil ver Jesus!”

Quando eu era um jovem evangelista, recém-formado do seminário, cheio de zelo, eu achava que minha reputação dependia da minha eficácia nas pregações. Certa noite, depois da mensagem, o pastor me disse: “Dennis, havia mais de você do que do Espírito Santo naquele apelo, você não acha?” Eu sabia que tinha razão. Dou graças a Deus por ele ter dito isso para mim, porque quando injetamos a carne nas coisas de Deus, nós as contaminamos e dificultamos a operação do Espírito.

Não estou me referindo a grandes pecados. Estou falando das coisas que afetam um relacionamento aberto com o Espírito Santo, que permite que ele nos dê a sua unção e que nos use como canais limpos.

Com efeito, Deus está dizendo nesta passagem de 2 Crônicas 7.14: “Busque a minha face e livre-se das coisas que me ofendem e desagradam”. Se assim fizermos, ele promete que vai ouvir e perdoar e que vai curar a nossa terra. Não há nada que nossa nação mais precise hoje do que a cura – a cura de Deus. Não há sentido algum em criticar ou reclamar das pessoas que aparecem nas notícias. O lugar em que devemos começar é exatamente aqui, aqui onde nós estamos como seu povo. Quando ele começa a agir conosco, o fato maravilhoso é que isso afeta muitas outras pessoas, pessoas que estão interligadas conosco nas nossas redes de influência.

Havia um certo bispo idoso na Igreja Metodista no início do século XX. Era um ex-ferroviário, sem formação acadêmica. Enquanto pastoreava no estado do Texas (EUA), durante muito tempo não se passava um domingo sequer sem que alguém se convertesse. Alguém lhe perguntou qual era o seu segredo. Ele respondeu: “Tenho sessenta homens que se reúnem antes do culto de domingo. Oram até aquecerem os seus corações. Depois se espalham no auditório. Eles têm um princípio de ninguém se sentar perto de outro integrante do grupo no culto. Assim todos estarão sentados perto de outras pessoas. Qualquer pecador ou cristão frio que ficar perto de um deles acaba se descongelando e derretendo, de tal forma que antes do final do culto já foi alcançado.”

Será que não é essa a esperança para nossas sociedades atuais? Deus nos visitará quando nessas pequenas redes de relacionamento tivermos uma chama ardendo de tal forma que as pessoas ao nosso redor serão afetadas. Precisamos começar.

 

Algo lhe Aconteceu!

 

Um dia eu estava com um amigo de outra parte do país e ele me contou a sua história, que ilustra perfeitamente o que estou querendo mostrar.

Depois de sua conversão ainda como adolescente, recebeu um chamado de Deus e entrou no ministério. Logo experimentou sucesso na igreja onde estava atuando. Com vinte e nove anos de idade, tinha cinco pessoas na sua equipe e sentia muito bem com o que estava fazendo. Aos poucos, porém, foi percebendo um grande vazio em sua vida. Chegou ao ponto de pensar: “Se não tem mais nada além disso, não vale a pena”.

Certa noite, entrou no seu escritório, trancou a porta e apagou as luzes. Prostrou-se no chão e começou a orar.

“Dennis”, ele me contou, “tive uma experiência muito incomum. É difícil descrever. Era como se eu fosse uma maleta e Deus me pegasse e me virasse para baixo e começasse a me sacudir. Enquanto me sacudia, fiquei horrorizado com o que saía do interior. Ele sacudiu e sacudiu e continuou sacudindo até que pensei que nunca mais iria parar. Finalmente, parou e virou a maleta para cima outra vez. Então, em toda sua glória, ele veio e encheu a ‘maleta’ com sua presença. Pode não ter acontecido fisicamente, mas eu poderia jurar que a sala ficou toda iluminada. E senti-me totalmente transformado. ‘Purificai-vos, os que levais os utensílios do Senhor’ (Is 52.11). Senti que fui purificado e estava limpo.”

Ele resolveu não contar sua experiência para ninguém. Poucos dias depois, numa reunião de equipe, terminaram de tratar dos assuntos do dia, porém ninguém quis se mexer. Todo o mundo ficou quieto, olhando para ele. “Aí vem coisa”, pensou meu amigo. Um deles se levantou e disse: “Pastor, estivemos comentando um com o outro e temos uma pergunta a lhe fazer, mas é uma pergunta pessoal. Achamos que algo lhe aconteceu e estamos gostando. Não sabemos se gostaria de falar a respeito ou não, mas se puder, para nós seria de grande valor”. Assim, ele compartilhou com o grupo como o Espírito Santo viera, purificando seu coração e enchendo-o com sua presença.

A mesma coisa se repetiu pouco depois numa reunião de diáconos. Estes também queriam saber o que acontecera para mudar a sua vida. Sem falar nada, viram uma grande diferença e isso os despertou.Um relacionamento totalmente novo foi estabelecido com Deus e, conseqüentemente, com o povo.

Vamos dar ao Espírito Santo uma chance para falar. Vamos olhar para ele, para o seu rosto, e perguntar: “Existe alguma coisa em mim que te entristece? Será que podemos falar sobre isso, só eu e o Senhor? Há alguma coisa em mim que impede, que entristece a ti? Se houver, é melhor que tratemos com isso agora.” Vamos dar a ele uma chance de nos purificar.

Dennis Kinlaw é o fundador da “Francis Asbury Society”, sediada em Kentucky, nos EUA. Participou de um avivamento na Faculdade Teológica de Asbury em 1970, da qual era presidente na época. Mais informações sobre o seu ministério no site: www.francisasburysociety.com/kinlaw.htm. Este artigo foi adaptado de uma mensagem dada na Conferência “Heart Cry for Revival” (Clamor de Coração por Avivamento), em abril de 2004, na Carolina do Norte, EUA.      

 

             

 

                                    Oração e Avivamento

 

                                                    

 

O artigo a seguir foi adaptado de uma mensagem dada na conferência “Heart-Cry for Revival” (Clamor do Coração por Avivamento), em abril de 2004, em Asheville, Carolina do Norte, EUA.

Em 1980, fui para a Romênia pela primeira vez. Lá pude ver coisas a respeito das quais, até então, só havia lido em livros de histórias dos grandes avivamentos do passado: igrejas lotadas e pessoas tão famintas pela Palavra de Deus que decoravam não somente versículos mas capítulos e livros inteiros da Bíblia. Não houve um único culto nessa ocasião em que havia lugar suficiente para todas as pessoas que vieram. E isso não era por minha causa, pois naqueles dias não se podia anunciar a vinda de um pregador. Uma igreja lotada era a freqüência normal desses lugares em que Deus estava trabalhando de uma maneira maravilhosa.

No sudeste da Romênia, porém, as igrejas eram pequenas e não haviam experimentado o avivamento. Era muito perigoso entrar nessa região. Numa visita a Romênia, encontrei um homem que me desafiou dizendo: “Há algumas áreas no nosso país que nunca foram alcançadas e as igrejas de lá são muito pequenas e fracas. Você iria até lá para pregar o Evangelho?”

“Sim”, eu disse, “irei lá. O anseio do meu coração é ir até as pessoas não alcançadas em todo o mundo.”

A partir daí começamos a ir para esses lugares. Logo Deus falou ao meu coração que antes que pudéssemos realizar a obra de evangelização, tínhamos de cuidar da obra de intercessão. Deus estabeleceu isso como padrão no meu ministério. O meu primeiro chamado não era para pregar o Evangelho, mas levar o povo a orar. Assim, quando vamos a regiões difíceis e escuras, a primeira coisa que fazemos é convocar o povo à oração.

A característica mais maravilhosa dos cristãos romenos, pelo menos naqueles dias, é que quando se comunicava uma chamada da Palavra, eles a obedeciam prontamente. Nós enchemos as nossas mentes com o conhecimento da Palavra de Deus, mas eles enchiam os corações. Eles obedeciam à Palavra de Deus e a aplicavam. Aceitavam o desafio à oração, e nós voltávamos um ano depois para realizar reuniões evangelísticas. Vimos Deus operar de maneira tremenda.

De acordo com o que leio nas Escrituras e nas histórias dos grandes avivamentos, normalmente o Espírito de Deus toca o coração de alguém ou os corações de um pequeno grupo de pessoas, chamando-as à oração e à busca da sua face. Segue-se um mover do Espírito de Deus no meio do seu povo, trazendo quebrantamento, confissão, arrependimento, perdão e purificação. Depois vem uma forte proclamação da Palavra de Deus que resulta em abundante colheita evangelística. As maiores colheitas evangelísticas sempre ocorreram durante os períodos de avivamento. É por isso que, como evangelista, o meu coração queima para ver um avivamento entre o povo de Deus. O avivamento sempre vem logo após um mover de oração.

 

Oração Bíblica

 

Há muitos movimentos de oração que estão acontecendo hoje. O movimento de oração mais eficaz e poderoso é aquele que pratica o que chamo de oração bíblica. Quando oramos de acordo com a Palavra de Deus, podemos ter certeza que Deus vai fazer alguma coisa, porque a Escritura diz: “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (1 Jo 5.14-15).

A chave para ver Deus agir é orar de acordo com a sua vontade. Como podemos conhecer a sua vontade? A sua Palavra nos mostra o que é. Se orarmos de acordo com a Palavra de Deus, Deus fará coisas extraordinárias. Quando nos alinhamos com a sua Palavra, quando nossos corações entram em acordo com o seu coração – e a Escritura é simplesmente uma revelação do seu coração – ele faz coisas extraordinárias.

Em Mateus 6, a partir do versículo 5, temos o ensinamento de Jesus sobre a oração. Na passagem paralela de Lucas 11, está escrito que os discípulos vieram pedir: “Senhor, ensina-nos a orar”. No que concerne à oração, não há nada melhor a fazer do que orar como Jesus nos ensinou. Quando fizermos assim, podemos ficar certos de que ele nos responderá.

 

O Lugar da Oração

 

Quero que você observe três coisas no ensinamento de Jesus neste texto. A primeira é o lugar da oração. “Não sejas como os hipócritas”, Jesus disse, como os escribas e fariseus que gostavam de ser vistos dos homens. Eles iam para as esquinas para fazer uma exibição de sua espiritualidade. Não compreendiam o que era a oração. Jesus instruiu os discípulos a irem orar nos seus quartos, com a porta fechada, a fim de achar um lugar secreto com Deus Pai e encontrar-se com ele. O Pai que vê em secreto os recompensaria publicamente.

Nos dois últimos anos, Deus fez muito além do que eu poderia imaginar ou sonhar no meu ministério. Nessas horas, é uma grande tentação ocupar-me tanto do trabalho de avivamento e evangelismo, ao qual o Senhor me chamou, que eu acabo negligenciando o lugar secreto com Deus.

Em qualquer relacionamento humano, quer seja um relacionamento marido/mulher, quer seja um relacionamento pais/filhos, quer seja o nosso relacionamento com Deus –, a chave para a eficácia e a intimidade é basicamente a comunicação de dois corações. Na oração, é o coração de Deus com o nosso coração. Ele quer muito mais passar tempo conosco do que realizar algo através de nós. Ele quer que tenhamos um lugar no qual deixemos do lado de fora tudo que está ao nosso redor – até mesmo o ministério – a fim de nos encontrarmos com ele.

Ron, meu cooperador, e eu fizemos uma caminhada de oração no Afeganistão no ano passado. Passamos uma semana mais ou menos caminhando pelos campos e cidades do país e orando. Durante aquele tempo, ficamos na casa de hóspedes do ministério Shelter Now (Abrigo Já). Pouco antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, o grupo radical Taliban, que governava o país na época, aprisionou várias pessoas desse ministério por terem feito um trabalho de evangelização. Oito pessoas, incluindo duas moças americanas, que trabalhavam no Shelter Now, foram mantidas em cativeiro por algum tempo.

Creio que a maior bênção que recebi nesse tempo no Afeganistão foi o privilégio de ser hospedado no Shelter Now. Todas as manhãs, antes de começarem o seu dia de trabalho, por cerca de duas horas, eles se reúnem e se encontram com Deus, orando e buscando a sua face. Todas as sextas-feiras, fazem uma vigília de oração de noite inteira. Isso vem acontecendo há anos, muito antes do Taliban os ter aprisionado. Quando foram jogados na prisão, simplesmente continuaram o que vinham fazendo há tempos, buscando a Deus, louvando e adorando-o.

Foi ali que compreendi o que Jesus disse em Mateus 6: se estivermos com ele no lugar secreto, Deus nos recompensará publicamente. O Taliban é um dos mais terríveis e sinistros grupos em todo o mundo, que procura manter uma fortaleza de domínio sobre a vida das pessoas, matando cristãos, destruindo a dignidade das mulheres e muitas outras coisas. Quando Deus quis acabar com esse domínio maligno, quem foi que ele escolheu para usar? Um grupo de pessoas que, todos os dias, antes de começarem o seu trabalho de servir e prover abrigo para as pessoas, gastam duas horas sozinhas com Deus como grupo.

A obra que estamos fazendo é obra de Deus. Nós não podemos fazê-la, quer seja uma função de secretariado, quer seja uma função de pregação, quer seja outra qualquer. Não podemos fazer o trabalho de Deus sem o próprio Deus.

Se quisermos ver avivamento entre nós, teremos de estar comprometidos em manter um lugar de oração. Precisamos ter um lugar e um tempo para nos encontrarmos secretamente com Deus, onde não estejamos tentando impressionar alguém nem fazer qualquer outra coisa a não ser simplesmente estar com ele.

 

O Poder da Oração

 

A segunda coisa que quero que veja é o poder da oração. Quero mencionar cinco princípios que Jesus ensinou a esse respeito.

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” Este é o princípio da adoração. O primeiro foco da oração, de acordo com este ensinamento de Jesus, não é na necessidade pessoal. O foco está em quem Deus é. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” O foco é para cima, não para dentro. À medida que mantemos o nosso foco nele, à medida que chegamos à sua presença, contemplando-o, adorando-o, dando-lhe louvor e gratidão –, todo o resto flui a partir disso. Quando vemos o seu coração e quem ele é, logo começamos a orar de acordo com o que está no seu coração e não com o que está no nosso coração. Orar com poder é orar de acordo com o que está no coração de Deus.

Temos muitas reuniões de oração por toda parte, mas a maioria gira em torno do que está no nosso coração. Tem muito mais a ver com as nossas preocupações pessoais do que com aquilo que está no coração de Deus. Quando começamos a orar sobre o que está no coração de Deus, ele faz coisas extraordinárias.

Jesus nos dá quatro princípios para seguir depois que fixamos o nosso foco em quem ele é, no que tem feito, na sua magnificência, grandeza, bondade, paternidade e santidade.

“Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade…” Este é o princípio da intercessão. Se virmos o que está no coração de Deus, passaremos a orar sobre isso. E o que é que está no seu coração? O mundo. Se você orar para que venha o Reino de Deus e seja feita a sua vontade; se orar para que o governo e reinado de Cristo alcancem os corações e as vidas de homens e mulheres; se suplicar para que as pessoas venham a se arrepender e a ter fé em Jesus Cristo –, Deus vai ouvir e responder a essas orações porque é o que está no seu coração.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3.16). Ore por pessoas e grupos de pessoas. Percebo que uma das coisas mais difíceis é fazer com que os cristãos orem por pessoas que nunca conhecerão ou por coisas que não os afetem diretamente. Nós oramos pelo pequeno círculo das nossas vidas, mas deixamos de orar por coisas que estejam além de nós, por pessoas e regiões que nunca veremos. Ore para que o reino de Deus venha e que a vontade de Deus seja feita no mundo.

O princípio seguinte é a respeito da provisão de Deus, o princípio da súplica: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” Significa chegar diante de Deus e dizer: “Ó Deus, sem ti eu não posso existir. Preciso de ti! Preciso do sustento que vem de ti. Preciso da tua provisão!” Veja-o como seu provedor.

Depois vem o princípio do perdão: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Quando chegamos diante de Deus e vemos a sua santidade e grandeza, somos quebrados diante dele. A visão de Deus expõe as pequenas coisas: como eu falo com a minha esposa, como trato a minha equipe de trabalho, como interajo com os outros… As pequenas agendas escondidas no meu coração se tornam manifestas. Preciso chegar diante dele e dizer: “Ó Deus, não se trata do meu irmão ou da minha irmã, o problema sou eu mesmo. Como preciso de ti para me purificar e me perdoar…” Aí vem quebrantamento e purificação. O perdão começa a fluir, não somente em nós, mas através de nós aos outros, à medida que perdoamos aqueles que pecaram contra nós.

Finalmente, o princípio da libertação: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal…” Deus se torna o nosso libertador. Ele se torna aquele que nos dirige e nos conduz até chegar à vitória. Ele nos dá a vitória sobre as coisas que Satanás lança contra nós. Estamos numa batalha espiritual. Deus será o nosso campeão. Ele é quem nos defenderá.

Estes princípios podem ser resumidos numa só coisa – o poder de Deus. É o poder de Deus mudando as vidas de homens e mulheres, o poder de Deus nos capacitando a fazer a sua vontade, o poder de Deus purificando-nos de qualquer coisa que o desagrade, o poder de Deus nos libertando do poder do maligno. Por isso, precisamos entender que o avivamento desce nas asas daqueles que oram porque, ao orarmos de acordo com a Palavra de Deus, o poder de Deus é liberado para completar a sua vontade.

 

O Poder da Oração Abrindo Portas no Irã

 

Conheci Ron, meu cooperador atual, por volta do final de 1997. Eu estava pregando numa conferência de pastores na Califórnia. Ron fora o Diretor de Marketing do Projeto Jesus durante muitos anos e estava nessa conferência para falar a respeito do filme Jesus. Embora não o conhecesse até então, eu estava ansioso por ouvi-lo porque sabia um pouco sobre como Deus vinha usando o filme Jesus em todo o mundo. Pessoas que nunca tinham ouvido falar de Jesus, pessoas analfabetas que não conseguiam ler a Bíblia eram capazes de ver e ouvir a história da vida de Jesus. Os filmes são exibidos em lugares que não se pode nem imaginar. É uma coisa fantástica.

Naquela manhã, enquanto Ron estava fazendo a sua apresentação – contando inúmeras histórias sobre as coisas que estavam acontecendo com o projeto do filme Jesus –, ele disse: “Eu quero desafiar Sammy Tippit a ir para o Irã”. Eu olhei para ele admirado, porque nem conhecia Ron. Ele disse: “Eu ouvi dizer que Sammy vai para países difíceis e quero desafiá-lo a ir para o Irã e a orar para Deus abrir as portas lá”.

Naquela época, pastores e líderes cristãos estavam sendo martirizados no Irã. Ron e a sua família haviam feito um propósito para orar por uma obra soberana de Deus nesse país. O problema é que norte-americanos não podiam entrar no Irã. Assim, antes de ir lá para orar, tivemos de orar para poder entrar lá. Oramos durante vários meses. Finalmente, um dia, Ron me chamou e me disse: “Sammy, Deus abriu as portas. Podemos conseguir vistos”.

Fomos num grupo de mais ou menos dez pessoas. Andamos pelas ruas de Teerã e pelas ruas de outras cidades do Irã, e oramos por oito ou nove dias: “Deus, faze a tua vontade neste país”. À medida que eu andava, observei algumas coisas. A primeira era a boa recepção que os iranianos nos davam. Eles diziam: “Estamos tão contentes que vocês estão aqui”. Era o contrário do que eu esperava. A segunda é que havia antenas parabólicas de televisão por satélite por toda parte. Era ilegal ter uma antena parabólica, mas quase todo o mundo tinha.

O Senhor começou a falar ao meu coração a respeito de transmitir o Evangelho por televisão para este país. À medida que andávamos e orávamos, começamos a clamar: “Ó Deus, abre uma porta para podermos introduzir o Evangelho aqui. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto no Irã como no céu”. Era um pedido próximo ao coração de Deus. Deus amou de tal maneira cada muçulmano fundamentalista radical que enviou o seu filho Jesus para morrer na cruz por ele.

Foi em novembro de 1998 que começamos a orar para que Deus abrisse aquelas portas. Depois de voltarmos para casa, nós nos reunimos com um grupo de pastores iranianos do sul da Califórnia e os consultamos a respeito do que deveríamos fazer. Começamos a nos reunir regularmente com um grupo de líderes e a ensiná-lo sobre oração, avivamento e princípios de liderança espiritual. Depois começamos a filmar as reuniões.

Em fevereiro de 2004, fizemos uma transmissão teste para ver que tipo de resposta nós obteríamos, porque nunca antes um americano compartilhou o Evangelho na televisão dentro do Irã. Eu fiquei maravilhado com o que aconteceu. Fui para o estúdio em San José, na Califórnia, de onde o programa seria transmitido por satélite para o Irã. Quando a transmissão começou, eu fui apresentado e compartilhei o meu testemunho e uma exposição do Evangelho das Escrituras. Antes de terminar a apresentação, todos os telefones estavam tocando! Pessoas estavam ligando de dentro do Irã e de toda a Europa Ocidental, querendo oração. Passamos o resto do programa orando com pessoas “ao vivo”, pedindo a Deus para fazer uma obra nos seus corações, para que o seu reino viesse e a sua vontade fosse feita nas suas vidas, para que viessem a Cristo, para que Deus agisse e trabalhasse poderosamente nas suas vidas.

Quando terminamos o programa depois de uma hora, os telefones continuaram a tocar naquele estúdio secular. Ficamos ainda mais uma hora lá respondendo as chamadas de longa distância que vinham do Irã, de Londres, da Alemanha e de todo o Oriente Médio. Quando voltamos para a igreja iraniana em San Jose, descobrimos que eles tinham recebido dezessete chamadas.

Há três semanas [março de 2004], começamos a transmitir regularmente um programa de televisão de uma hora por semana com o Evangelho de Jesus Cristo à nação iraniana.

Ron esteve no Irã, na semana passada, nos lares de pessoas iranianas que estavam assistindo ao programa.

Deus fará coisas extraordinárias que nenhum governo nem grupo religioso poderá impedir quando começarmos a orar a Palavra de Deus – “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade na terra” (neste lugar… nesta situação…).” O poder de Deus é liberado porque isso é o que está no coração de Deus.

 

O Propósito da Oração

 

A terceira coisa a ser notada é o propósito da oração. O propósito de tudo que Jesus ensinou estava no final da oração: “Porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre.” Este é o propósito da oração. É por isso que a oração e o avivamento andam de mãos dadas. O propósito final da oração não inclui nada além da glória de Deus. Toda oração por avivamento aponta para esta finalidade – a glória de Deus. O que é avivamento? Avivamento é simplesmente a manifestação da glória de Deus no meio do seu povo. É quando Deus vem e visita o seu povo com a sua presença. Isso é avivamento.

Quando você ora de acordo com a Palavra de Deus, você está orando a oração do avivamento. Você está orando em favor da glória e da honra de Jesus Cristo. Quando você orar assim, Deus fará coisas extraordinárias. Ele moverá céus e terra para poder manifestar a sua glória. Nossos corações precisam ter um só pulsar, um propósito, um desejo, – pela glória de Deus –, e não pelo tamanho da nossa igreja, pela grandeza do nosso ministério, pelo número de pessoas que vêm à minha campanha. Quando a nossa paixão, o nosso desejo e o nosso coração forem: “Ó, que Deus seja glorificado!”, então Deus fará coisas extraordinárias!

 

A Glória de Deus numa Nação

 

Na Romênia, as pessoas oraram durante anos, mais de vinte anos, pela glória de Deus. Quanto mais oravam, mais escuro ficava naquele país, mais difícil ainda se tornava. Ao invés de ficar mais fácil, ficou pior. Mas quanto mais escuro o céu, mais brilhante é a luz da estrela.

Em 1988 eu fui preso e expulso da Romênia e me foi dito que nunca mais me seria permitido voltar ao país. A última coisa que me disseram foi: “Você nunca mais porá os seus pés no solo romeno. Enquanto você viver, nunca terá permissão de voltar a este país”. Havia uma coisa que eles não compreendiam: que Deus está no seu trono e ele responde as orações do seu povo!

Em 1989, ficamos sabendo que o pastor romeno no noroeste da Romênia, na região em que o avivamento estava acontecendo, ia ser preso. Os cristãos foram até o prédio de apartamentos no qual morava e fizeram um círculo ao redor do edifício, juntando os braços, tentando protegê-lo. A polícia secreta veio e começou a atirar na multidão, matando homens, mulheres e crianças inocentes. Quando o sangue dos mártires cristãos começou a correr nas ruas de Timisoara, houve dos céus uma liberação da glória de Deus.

Duzentos mil ateus – pessoas que tinham sofrido lavagem cerebral desde o jardim da infância até ao nível de pós-graduação na Universidade, que tinham sido ensinadas durante toda a sua vida que Deus não existia – se reuniram na praça principal para protestar contra o que estava acontecendo. O pastor da Igreja Batista se levantou e começou a pregar, e à medida que pregava, veio uma liberação da glória de Deus. Duzentas mil pessoas se derreteram e caíram de joelhos e começaram a orar em voz alta. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu…” Levantaram-se e começaram a gritar – 200 mil ateus – “Existe Dumnezue! Existe Dumnezue! Existe Dumnezue!”, que traduzido significa: “Existe um Deus! Existe um Deus! Existe um Deus!” Essa cena espalhou-se para cada um dos maiores centros metropolitanos do país. A canção tema da revolução era uma canção a respeito da segunda vinda de Jesus Cristo!

Um amigo me telefonou no Texas e disse: “Sammy, você precisa vir para a Romênia agora! Aquilo pelo qual oramos por tantos anos aconteceu finalmente. A glória de Deus está no meio do nosso povo! Você precisa vir e ver!”

Deixei tudo que estava fazendo e voei para Viena, Áustria. Atravessamos a Hungria de carro até a fronteira da Romênia. Oramos pelo caminho inteiro porque eu sabia que o meu nome estava no computador como persona non grata no país. Chegamos na fronteira romena, e os guardas da fronteira se aproximaram do carro. Antes da revolução, a primeira pergunta que sempre faziam era: “Você tem Bíblias?” Se você tivesse Bíblias, estava em apuros. Mas agora, no mesmo lugar em que haviam dito para mim: “Você nunca mais terá permissão de entrar neste país”, disseram: “Saia do carro”. A primeira pergunta desta vez foi: “Vocês são cristãos?”

Meu coração começou a bater mais forte; engoli em seco e disse: “Sim, somos cristãos”. Nunca esquecerei o que aconteceu a seguir. Aqueles soldados abriram os seus braços e disseram: “Bem-vindo a uma nova Romênia!” E exatamente no mesmo lugar em que me haviam dito: “Você nunca mais terá permissão de entrar neste país”, nós nos ajoelhamos e demos glória, e honra, e louvor a Jesus Cristo!

Quando oramos pelo nosso país, pode ficar mais escuro antes de ficar bem mais claro. Precisamos orar, não por uma libertação dos nossos problemas, nossas dificuldades e nossa economia; precisamos orar, isso sim, pela glória de Deus nesta nação: por um só anseio, um só propósito, um só desejo na oração – a glória de Deus!

Sammy Tippit é evangelista e dirige um ministério chamado “Sammy Tippit Ministries”. (jornal o arauto da sua vinda)

www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com

 Postado por mauricio berwald