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DICERNINDO O FALSO E VERDADEIRO PROFETA
DICERNINDO O FALSO E VERDADEIRO PROFETA

III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO

  1. Simplicidade x arrogância.

CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PROFETA

 

Deus vale-se de homens ou mulheres, para usá-los em mensagens proféticas. No Antigo ou em o Novo Testamento, através de profetas ministros, ou do dom de profecia, a mensagem de Deus é transmitida para sua igreja, com fins proveitosos.

1) Ele só diz o que ouve da parte de Deus. O verdadeiro profeta fala a verdade de Deus, na mensagem que transmite. O profeta verdadeiro não transmite mensagem de sua mente, para agradar ou desagradar, propositadamente. Ele fala a Palavra de Deus “com verdade”.

O rei de Israel, mais prudente, procurou saber se não haveria ali um profeta do Senhor. “Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda algum profeta do SENHOR, ao qual possamos consultar?” (1 Rs 22.7). Certamente, o rei de Israel percebeu que aqueles profetas não mereciam confiança. O rei de Judá respondeu que havia um profeta, Micaías, mas o aborrecia, pois suas profecias sempre o desagradavam. Por sugestão do rei de Israel, o rei de Judá mandou chamar o profeta Micaías. Os mensageiros lhe advertiram que todos os profetas já haviam dado uma mensagem unânime em favor do rei, e que ele deveria fazer o mesmo. A resposta de Micaías define a postura de um verdadeiro profeta de Deus:

 “Porém Micaías disse: Vive o Senhor, que o que o Senhor me disser isso falarei” (1 Rs 22.14 — grifo nosso). E, contrariando todos os profetas do rei de Judá, Micaías predisse que Israel seria derrotado. Foi malvisto, preso, mas Deus cumpriu a palavra do profeta. O rei de Judá foi morto, e o exército sofreu pesada derrota.

2) Há evidências da confirmação de Deus. O verdadeiro profeta é confirmado por Deus. Sua mensagem é autenticada pelo Espírito Santo, e merece credibilidade. “E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do Senhor” (1 Sm 3.20). Samuel era um jovem profeta, no tempo de Eli. E foi confirmado por Deus perante toda a nação de Israel.

3) Tem revelação e discernimento de Deus. O rei Jeroboão estava em pecado, e mandou sua mulher disfarçar-se e consultar o profeta Aias, diante da grave doença de um filho seu. A mulher disfarçou-se e foi ao profeta. Antes que chegasse à sua casa, Deus falou ao profeta, alertando-o pela chegada da mulher do rei. Quando ela pôs os pés na porta da casa, o homem de Deus a surpreendeu: “E sucedeu que, ouvindo Aias o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão! Por que te disfarças assim? Pois eu sou enviado a ti com duras novas” (1 Rs 14.6). E falou do mal que viria sobre o reinado do seu esposo, e da morte da criança, o que de fato aconteceu (1 Rs 14.17). O verdadeiro profeta de Deus não se deixa levar pelas aparências e muito menos pela bajulação de quem quer que seja.

4) O profeta não é insubstituível. O profeta Elias, fugindo de Jezabel, a ímpia mulher do rei Acabe, refugiou-se no deserto de Berseba. Recebeu ordem de Deus para levantar-se, pois ainda tinha muito a fazer. Quando pensava que só havia ele para ser usado, Deus lhe disse: “Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (1 Rs 19.18; Rm 11.4). Sete mil é a “média” que Deus tem de homens para substituir quem quer que seja. No tempo de Deus, Elias passou o cajado para Eliseu, após cumprir sua missão (2 Rs 2.9-14).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 89-90.

I Da insolência daquele falso profeta. Para completar a afronta que Hananias fez a Jeremias, ele tirou o jugo que estava no pescoço de Jeremias, que ele levava como um memorial do que ele havia profetizado a respeito da escravização das nações a Nabucodonosor, e o quebrou, para que pudesse dar um sinal do cumprimento desta profecia, como Jeremias havia dado da sua, e para mostrar que ele o havia derrotado, e vencido a intenção da sua profecia. Veja como o espírito de mentira, na boca deste falso profeta, imita a linguagem do Espírito da verdade: “Assim diz o Senhor... quebrarei o jugo [do] rei da Babilônia”, não só do pescoço desta nação, mas do pescoço de todas as nações, “depois de passados dois anos completos”. Não é revelado se Hananias convenceu-se a crer nisto pela força de uma imaginação acalorada, ou se ele sabia que isto era falso, e somente os convenceu a acreditar. Mas fica evidente que ele fala com muita certeza. Os homens ímpios tentam fazer com que as mentiras sejam atribuídas ao Deus da verdade. Isto não é algo novo.

II Da paciência do profeta verdadeiro. Jeremias silenciosamente se foi, tomando o seu caminho, não devolvendo o insulto quando foi insultado. Não queria discutir com alguém que estava no auge de sua fúria e no meio dos sacerdotes e do povo, que havia sido violentamente incitado contra ele. O motivo de ter tomado o seu caminho não se deveu ao fato de não ter nada a responder, mas porque estava disposto a esperar até que Deus lhe desse uma resposta direta e imediata, que ele ainda não havia recebido. Ele esperava que Deus enviasse uma mensagem especial para Hananias, e não queria dizer nada até recebê-la. Eu, como surdo, não ouvia. Mas pelo fato de ouvires, certamente responderás por mim, Senhor. As vezes é mais sábio se retirar do que discutir. Currenti cede furori - Dai lugar à ira.

III Da justiça de Deus, ao julgar entre Jeremias e o seu adversário. “Jeremias... se foi, tomando o seu caminho”, como um homem em cuja boca não havia repreensão, mas Deus logo pôs uma palavra em sua boca. Porque Ele se manifesta àqueles que silenciosamente entregam sua causa a Ele. 1. A palavra de Deus, na boca de Jeremias, é ratificada e confirmada. Que devido ao fato de ter enfrentado uma oposição e contestação ousadas Jeremias não perca a confiança na verdade que havia entregado em nome de Deus. Se o que dissermos for a verdade de Deus, não deveremos retirar o que dissermos por causa da contestação dos homens. Porque grande é a verdade e ela prevalecerá. Ela permanecerá firme. Portanto, permaneçamos firmes nela, e não temamos que a incredulidade e a blasfêmia dos homens a invalidem. Hananias havia quebrado os jugos de madeira, mas Jeremias deveria fazer para eles jugos de ferro, que não poderiam ser quebrados (v. 13). Porque (diz Deus): “Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações”, que será mais pesado. Estes jugos ficam mais apertados sobre elas (v. 14), “para servirem... [ao] rei da Babilônia”, e para que, por mais que lutem, não possam tirar o jugo, porque, querendo ou não, eles o servirão. E quem é que pode contender com o conselho de Deus? O que foi dito antes é repetido novamente: “Até os animais do campo lhe dei”, como se houvesse algo significativo nisto. Os homens haviam se tornado, por sua maldade, como os animais que perecem. Portanto, deveriam ser governados por um poder arbitrário, como os animais são governados, e com esse poder Nabucodonosor os governou. Porque “a quem queria matava e a quem queria dava a vida”. 2. Hananias é sentenciado à morte por contradizer a verdade. E Jeremias, ao receber a ordem de Deus, corajosamente lhe diz isto em sua face, embora antes de receber a ordem tenha ido embora e não tenha dito nada. (1) Os crimes pelos quais Hananias é condenado consistiram em enganar o povo e afrontar a Deus: “Tu fizeste que este povo confiasse em mentiras, encorajando os homens a esperar ter paz, o que tornará a destruição ainda mais terrível para eles quando vier”. No entanto, isto não era o pior: “Pregaste rebeldia contra o Senhor” (versão RA). Ensinaste o povo a desprezar todo

o bom conselho que lhes foi dado em nome de Deus pelos verdadeiros profetas, e o tornaste ineficaz. Terão muito que responder aqueles que, dizendo aos pecadores que eles terão paz apesar de continuarem em seus pecados, endurecem os seus corações em desprezo às repreensões e admoestações da Palavra e dos meios e métodos que Deus usa para levá-los ao arrependimento. (2) O juízo dado contra ele é o seguinte: “Eis que te lançarei de sobre a face da terra”, como indigno de viver sobre ela. Tu serás enterrado nela. “Este ano, morrerás”, e morrerás como um rebelde contra o Senhor, a quem a morte virá com um aguilhão e uma maldição. Esta sentença foi executada (v. 17). Hananias morreu naquele mesmo ano, depois de dois meses. Porque a profecia que fala dele é datada no quinto mês (v. 1), e a sua morte no sétimo. Homens de bem podem ser repentinamente arrebatados pela morte no meio dos seus dias, e esta é uma misericórdia para eles, como foi para Josias. Mas a morte de Hananias, sendo predita como um castigo, e vindo a acontecer conforme fora profetizada, pode ser explicada, seguramente, como um testemunho do céu contra ele, e como uma confirmação da missão de Jeremias. E, se o coração do povo não tivesse sido miseravelmente endurecido pelo engano do pecado, teria impedido que fossem ainda mais endurecidos pelo engano dos seus profetas.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 485-486.

Os falsos profetas (28.1-17). Neste capítulo, Hananias representa todo o grupo de profetas profissionais. O incidente foi incluído aqui para realçar o erro desses homens, e para mostrar que o que eles faziam estava prejudicando a nação. Eles podem ter sido sinceros, mas estavam tremendamente errados.

No mesmo ano (1), i.e., no ano em que os acontecimentos do capítulo 27 ocorreram. No princípio do reinado de Zedequias significa “nos anos iniciais do seu reinado”, porque ele diz que foi no ano quarto. Os eventos nos capítulos 27 e 28 provavelmente ocorreram no mesmo tempo. Na verdade, o capítulo 28 pode ter precedido 27.16-22.

Jeremias parece ter profetizado nas ruas de Jerusalém durante vários anos, dramatizando sua mensagem ao levar um jugo sobre o pescoço. Ele foi subitamente confrontado na Casa do Senhor por um dos profetas profissionais. Hananias [...] de Gibeão (veja Gibeá, mapa 2), com um grande show de fervor religioso, contradisse a pregação de Jeremias diante de um grande ajuntamento dos sacerdotes e do povo. Ele clamou: Assim fala o Senhor dos Exércitos [...] Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer [...] os utensílios da Casa do Senhor que deste lugar tomou Nabucodonosor [...] levando-os para a Babilônia. Também a Jeconias [Joaquim; veja Quadro A] [...] e a todos os do cativeiro de Judá (2-4).

A resposta de Jeremias foi um fervoroso Amém (6). Ele ardentemente desejava que a mensagem anunciada por Hananias pudesse ser verdade, porque Jeremias amava sua nação e seu povo. Mas ouve (7), disse Jeremias, essas palavras não estão de acordo com os profetas que profetizaram antes de mim e antes de ti (8). No passado, o verdadeiro profeta de Deus não profetizava coisas tranqüilas, sem ressaltar a responsabilidade do povo. Hananias e seus amigos estavam falhando nesse aspecto. O verdadeiro profeta falava da conduta ética e de verdades eternas. Ele sabia que Deus lidava com as pessoas numa base moral, não com o que parecia meramente agradável aos olhos humanos. E, visto que o coração do homem era “desesperadamente perverso” (cf. 17.9), os profetas da antiguidade falavam de guerra, e mal, e peste (8). A palavra do verdadeiro profeta deve apresentar uma combinação de predição negativa e positiva, porque somente então a palavra do Senhor é apresentada de maneira equilibrada. Consequentemente, um homem que falava somente coisas lisonjeiras era suspeito até que suas palavras provassem ser verdadeiras.

Sem aviso, Hananias arrancou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou (10). Ele repetiu ainda com mais veemência sua profecia anterior, declarando que o jugo [...] da Babilônia seria quebrado do pescoço de todas as nações num prazo de dois anos (11). Com isso, Jeremias se foi, tomando o seu caminho. Seu silêncio era mais eloquente do que qualquer coisa que pudesse ter dito. Ele poderia ter argumentado, mas com o ânimo da multidão e o estado agitado de Hananias, suas palavras se tornariam inúteis.

A última palavra, no entanto, não tinha sido pronunciada. Certo tempo depois, Deus deu uma mensagem a Jeremias para esse falso profeta: “Você quebrou jugos de madeira, mas em seu lugar você fará jugos de ferro” (13, lit.). O versículo 14 explica: Porque assim diz o Senhor [...]: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, [...] e servi-lo-ão. A última frase ressalta como Hananias estava errado e como é definitiva a decisão de Deus.

O Senhor também tinha uma palavra pessoal para Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras (15). Este ano, morrerás (16). E morreu Hananias [...] no sétimo mês (17). Kuist comenta: ‘ “Dois anos [...] dois meses...’ Fim cruel!”.

O pecado de Hananias foi que ele “com um coração despreocupado fez, em nome de Javé, promessas inconsistentes com a condição moral do povo, [que] portanto, não podiam ser cumpridas”. Hananias era um fanático. Ele esperava resultados sem colocar os devidos alicerces para alcançar esses resultados. “Com grande segurança ele estabelece um limite de dois anos na sua profecia: fanáticos sempre estão com pressa”.

  1. Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 329-330.

Jr 28.9 O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra será conhecido como profeta. Um profeta de paz (ver Jer. 6.14; 8.11 e 28.9) só será reconhecido como verdadeiro profeta quando aquilo que ele tiver dito realmente suceder. Portanto, os eventos testarão a validade tanto de sua pessoa como de suas profecias. Jeremias falava caridosamente, pois ele sabia que aqueles “profetas de paz” eram mentirosos, e nada aconteceria para alterar essa avaliação. Os testes padronizados acerca dos profetas e suas profecias eram três: 1. O evento predito teria de ocorrer (ver Deu. 18.2). 2. As profecias e os profetas deveriam estar em acordo com a Palavra (lei) de Deus (ver Isa. 8.20). Os profetas falsos do tempo de Jeremias não se qualificavam em nenhum desses pontos. Devemos lembrar que o profeta não era mero previsor de acontecimentos. Era, igualmente, mestre do povo, e a lei mosaica era seu manual. A lei guiava a conduta do povo (ver Deu. 6.5 ss.). 3. O profeta era alguém enviado por Yahweh. Aqueles que tivessem inventado alguma forma de sincretismo, misturando o yahwismo com o paganismo, ou aqueles que tivessem caído no paganismo puro (ver Jer. 3.1-2,12-13), estavam desqualificados como profetas de Yahweh. Hananias clamava profetizar em nome de Yahweh, por ter sido comissionado por Ele; mas em breve tornar-se-ia evidente que ele estava mentindo, provavelmente auto-iludido sobre a questão inteira. Ver a reivindicação dele no vs. 2.

Jr 28.10 Então o profeta Hananias tomou os canzis do pescoço de Jeremias, o profeta, e os quebrou. Hananias mostrou-se muito atrevido e sórdido. Ele humilhou Jeremias defronte daquela gente, quebrando o jugo que este tinha feito (ver Jer. 27.2) e estava conspicuamente amarrado em torno do seu pescoço. Yahweh observava a cena desgraçada e continuava a falar com Jeremias. Jeremias estabeleceu também uma data: dentro de um ano, Hananias estaria morto (vs. 17). Ele não sobreviveria por muito tempo à sua insolência, nem suas profecias otimistas se cumpririam. Haveria um jugo de ferro, posto em volta do pescoço de Judá, que ninguém seria capaz de quebrar. Esse jugo substituiria o jugo de madeira. Ver os vss. 13-14. Hananias não conseguiu escapar com sua audácia ímpia, que, podemos ter certeza, estava plena de ódio contra Jeremias.

Jr 28.11 Deste modo dentro de dois anos quebrarei o jugo de Nabucodonosor. O ridículo Hananias explicou por que tinha quebrado o jugo de madeira que estava amarrado ao pescoço de Jeremias com tiras de couro. Ele continuava afirmando possuir a autoridade de Yahweh. Contudo, note o leitor: Hananias nada disse sobre o arrependimento, sobre a mudança de vida e sobre a fé sentida no coração. Tudo quanto ele conhecia era paz e prosperidade, segundo os termos do próprio povo de Judá. Ele vociferava palavras em voz alta contra Jeremias e contra Nabucodonosor, como se seus gritos estabelecessem alguma diferença nos acontecimentos mundiais. Ele era tão tolo que chegava a acreditar ter uma posição especial na presença de Yahweh, a ponto de dizer alguma coisa, e essa coisa acontecer. Na oportunidade, Jeremias não respondeu ao fanático barulhento, mas em breve o profeta do Senhor estava de volta com uma diatribe que fez seus ouvidos soar. O tribunal soaria com a voz de Yahweh (por meio de Seu profeta), cortando o ar com mais predições de condenação. Não haveria paz alguma. O poder incansável da Babilônia faria o que bem entendesse naquela parte do mundo, e nenhum Hananias, em Jerusalém, teria o menor poder para alterar o curso dos eventos.

Hananias queria a coroa sem a cruz. Declarou Tomás a Kempis: “O homem que carregar a sua cruz, será carregado por ela”. Jeremias carregou sua cruz, a missão de anunciar a condenação, e escapou ao cativeiro babilônico e desceu em segurança ao Egito, onde viveu o resto de sua vida. Hananias não quis carregar nenhuma cruz e terminou morto no decurso daquele mesmo ano. Jeremias foi o instrumento de Yahweh. Hananias era o autoproclamado instrumento de suas próprias ambições. Alguns grandes pregadores são homens espirituais minúsculos. Compare-se a mensagem de Hananias com a declaração de Jer. 27.7.

Resposta da Palavra de Deus (28.12-17)

Jr. 28.12 Mas depois que Hananias... quebrou os canzis de sobre o pescoço do profeta Jeremias. Não muito depois do ato insolente de Hananias, que quebrou o jugo de madeira que Jeremias tinha feito (ver os vss. 10-11), Yahweh comunicou a Jeremias uma severa palavra de julgamento contra o falso profeta e contra o povo de Judá.

Jr 28.13 Canzis de madeira quebraste, mas em vez deles farás canzis de ferro.

Hananias foi chamado por nome, e a profecia dirigiu-se primeiramente a ele, e em segundo lugar contra as profecias mentirosas que ele estivera espalhando. Esse homem havia quebrado o jugo de madeira, porquanto estava irado e porque isso lhe era possível fazer. Mas um jugo de ferro substituiria o jugo de madeira, e esse ninguém era capaz de quebrar. A condenação atingiria tanto Hananias quanto Judá, a despeito do otimismo mentiroso que estava sendo espalhado pelos falsos profetas. Hananias, com sua falsa profecia, forçaria a criação de um jugo de ferro. Mas a Septuaginta diz que “eu” (Yahweh) seria Quem faria o jugo de ferro, e alguns adotam isso como o texto original. O cativeiro babilônico seria o jugo de ferro, e isso faria, tanto de Judá quanto de todas as nações daquela região do mundo, escravos da Babilônia, conforme o versículo seguinte apressa-se em informar. Yahweh era o poder por trás da questão, o Deus de quem os falsos profetas tinham abusado com suas palavras. Hananias não foi o real artífice do jugo de ferro, mas o texto hebraico mostra que suas profecias mentirosas é que estavam provocando Yahweh a agir dessa maneira. Naturalmente, esse jugo de ferro é o que acabaria acontecendo, sem importar as ações dos falsos profetas.

Jr 28.14 Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações. Note o leitor o título divino de poder usado aqui, o mesmo que Hananias tinha empregado no vs. 2 e provavelmente era o título usualmente usado quando os profetas entregavam seus oráculos e profecias. Isso enfatiza o Poder do Céu, que faz as coisas da maneira como elas são entre os homens (cf. Isa. 13.6). O vs. 2 ilustra uma lista de referências desse título em Jeremias. Agora Yahweh é visto como o poder que aplica o jugo de ferro ao pescoço de Judá e das nações circunvizinhas. Era o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Todas as na- pões daquela região do mundo haveriam de servi-lo como escravas. Ele exerceria poder até sobre os animais dos campos. Ver Jer. 27.6 quanto à mesma declaração. A menção aos animais pretende dizer-nos quão completo e universal seria o governo de Nabucodonosor. Assim seria porque assim tinha sido decretado pelo Poder do Alto, e não porque Nabucodonosor fosse algo em si mesmo. Ver no Dicionário o verbete denominado Soberania de Deus. Todas as nações que contribuíram em sua conspiração para desfazer-se do jugo da Babilônia seriam presas pelo jugo de ferro. Ver Jer. 27.3.

Jr 28.15 Ouve agora, Hananias: O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Jeremias estava mais convencido do que nunca de que Yahweh não havia comissionado Hananias, dando-lhe uma mensagem profética. Hananias enviara a si mesmo, longe de ser enviado por Deus. Ele era porta-voz de seus próprios desejos e esperanças, e não do que Yahweh estava dizendo. Era um profeta mentiroso que tinha convencido muita gente a confiar em seu otimismo enganador. Isso impedia o povo de arrepender-se e mudar espiritualmente, o que teria detido a invasão babilônica e o cativeiro conseqüente. Hananias não tinha nenhuma autoridade ou credencial espiritual. Era um falso embaixador. Suas palavras fracassariam, e em breve tempo ele estaria morto. Cf. o versículo a algo similar em Jer. 29.31 e Eze. 13.22.

Jr 28.16 Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, O falso profeta Hananias perdeu o direito de viver. Ele sofreria morte prematura, algo que a mentalidade dos hebreus tanto temia. Sua morte seria um “lançamento fora” da parte de Yahweh, e não um acontecimento natural. Ele não morreria em paz, como um homem velho que tivesse cumprido sua missão. Em breve, uma enfermidade ou um acidente lhe arrebataria a vida, demonstrando assim o desprazer divino. Quando essas palavras foram ditas por Jeremias, o impotente Hananias tinha menos de dois meses de vida, conforme deixa claro o vs. 17. “Seria lançado sobre a face da terra em indignação e aborrecimento, por causa de suas ofensas hediondas. Ele não morreria uma morte natural, mas uma morte violenta, atingido pela mão de Deus” (John GUI, in loc.).

Jr 28.17 Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano, no sétimo mês.

Hananias havia predito que, dentro de dois anos, o jugo de Babilônia seria retirado, os vasos do templo seriam devolvidos, e os cativos judeus voltariam da Babilônia. Em vez disso, em dois meses o profeta mentiroso estava morto. Eie disse sua profecia no quinto mês (vs. 1) e morreu no sétimo mês (vs. 17). Foi

assim que a retribuição divina de forma significativa, que muitos observariam, mas poucos devem ter temido. A providência divina continuou a trabalhar em um sentido tanto negativo quanto positivo, tocando em todos os eventos de qualquer importância na nação de Judá da época. Ver no Dicionário o artigo chamado Providência de Deus. Embora possa ter sido sincero em suas crenças, Hananias ensinou a rebelião (vs. 16) e foi removido da terra como uma lição objetiva de como não se deve agir. Essa morte por certo foi uma prova de que Jeremias era um verdadeiro profeta do Senhor, o que deveria ter feito os judeus dar atenção às suas profecias. O resultado disso tudo deveria ter sido o arrependimento, mas Judá era por demais pervertido para deixar-se influenciar por qualquer coisa, exceto por maiores males. “Deus vindicou seu verdadeiro profeta e julgou o profeta falso” (Charles H. Dyer, in loc.).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3078-3079.

  1. Pelos frutos os conhecereis.

CARACTERÍSTICA DO FALSO PROFETA

1) Ele não tem mensagem de Deus. No Antigo Testamento, o falso profeta era aquele que entregava mensagem do seu coração, para agradar a alguém, ou para fazer oposição. No primeiro caso, temos os profetas do rei Acabe. Todos profetizaram o que o rei gostaria de ouvir, que iria à guerra e seria vitorioso. Contrariando um profeta de Deus, o rei foi à guerra, foi derrotado e morreu (2 Cr 18.4,5; 27-34); no segundo caso, há o exemplo da falsa profetisa Noadias e outros profetas, que foram subornados para atemorizar Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.13,14).

2) Ele desvia o povo dos caminhos do Senhor. O falso profeta desenvolve capacidade carnal ou diabólica para enganar os servos de Deus. Consegue até fazer sinais e prodígios, para impressionar a mente dos incautos. Deus condenou tais mensageiros do Diabo e disse para seu povo não os ouvir, pois seriam condenados à morte (Dt 13.1-5). O falso profeta procura reunir simpatizantes e partidários, que lhe seguem as orientações muitas vezes carnais e interesseiras. Julga-se na condição de manipular a vida das pessoas e até da igreja local.

3) O falso profeta é soberbo. Sua palavra, “em nome do Senhor”, não se cumpre. (Dt 18.21, 22). A experiência mostra, ao longo do tempo, quantos profetas e profetisas orgulhosos se levantam, no meio da igreja local. Eles desprezam o pastor ou o dirigente, e costumam ter seus discípulos, que formam “grupinhos” de oração em torno dele (ou dela). Isso é pernicioso e não tem aprovação na Palavra de Deus. Deus não dá respaldo para isso. Pelo contrário, manda que os crentes honrem e respeitem seus pastores (1 Ts 5.13; Hb 13.17).

4) Os falsos profetas são como “lobos devoradores Jesus Cristo, no Sermão do Monte, fez um alerta de grande significado para sua Igreja. Ele advertiu seus seguidores contra os falsos profetas. “Acautelai- vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus” (Ver Mt 7.15-19).

5) Os falsos profetas vivem na iniquidade. Em seu Sermão, Jesus disse que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). É preciso ter cuidado com pregadores, que dizem eu “sou profeta de Deus”.

Por isso, Jesus disse: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?” (Mt 7.22). E alegarão que expulsaram demônios e fizeram “muitas maravilhas”. Mas ouvirão de Jesus: “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 91-92.

JESUS ENSINA SOBRE OS FRUTOS NA VIDA DAS PESSOAS

Jesus advertiu os seus seguidores contra os falsos mestres. Muitos oradores eloquentes afirmam ter importantes ideias para os ouvidos dos cristãos. Existem, literalmente, centenas de seitas competindo para recrutar novos membros. Podemos acrescentar à lista aqueles que apresentam aspectos sociais sobre a doutrina da igreja, e que surgiram de pequenas e grandes denominações — existe uma fascinante exibição de escolhas. Jesus queria que seus seguidores fossem capazes de separar os bons (ensinos que levam a Cristo), dos maus (ideias paralelas, aparentemente saudáveis, que alguns tentam incluir no Evangelho), e daquilo que é pernicioso (os falsos ensinos).

Mt 7.15 O Antigo Testamento menciona frequentemente os falsos profetas (veja 2 Rs 3.13; Is 44.25; Jr 23.16; Ez 13.2,3; Mq 3.5; Zc 13.2). Os falsos profetas afirmavam receber mensagens de Deus, mas só profetizavam o que o rei e as pessoas queriam ouvir. Os falsos mestres também são tão comuns atualmente, quanto o foram naquela época. Jesus disse que devemos ter cuidado com aqueles cujas palavras podem parecer religiosas, mas que estão motivados pelo dinheiro, pela fama ou pelo poder.

Esses falsos profetas se introduzirão entre os crentes como lobos vestidos de inocentes ovelhas. Jesus preveniu seus seguidores de que os falsos profetas viriam (veja também 24.11; Mc 13.22,23). E, muito breve, essas palavras se tornaram realidade. Os falsos mestres se infiltraram na igreja primitiva, exatamente no momento em que o Evangelho estava sendo propagado (veja At 20.29; 2 Co 11.11-15; 2 Tm 2.14-19; 2 Pe 2.1-3, 17-22; 1 Jo 2.18,22; 4.1-6). Embora Jesus não tenha dado tantos detalhes sobre a forma desses falsos ensinos, podemos perceber através do contexto que eles iriam ensinar um caminho para a salvação que não incluía a porta estreita e um caminho difícil (7-13,14). Na verdade, muitos desses falsos mestres sobre os quais Pedro, João e Paulo preveniram mais tarde, estavam ensinando uma mensagem como esta. Os seguidores de Jesus precisariam de muita habilidade para discernir as verdadeiras ovelhas dos lobos vestidos de ovelhas. Como poderiam fazer isso? Jesus explicou nos versículos seguintes.

Mt 7.20 Mencionando 7.16, isto é, o método para discernir os falsos profetas, Jesus explicou que a maneira de identificar uma árvore ou uma pessoa é o tipo de fruto que ela produz. Os bons mestres exibem consistentemente um bom comportamento e um elevado caráter moral quando procuram praticar as verdades das Escrituras. Isso não quer dizer que devamos jogar fora os mestres da escola dominical, os pastores e outros que não forem perfeitos. Todos nós estamos sujeitos ao pecado, e devemos mostrar aos outros a mesma misericórdia que desejamos para nós. Quando Jesus falou sobre as árvores más, Ele estava se referindo aos mestres que deliberadamente ensinam uma falsa doutrina. Devemos analisar os motivos dos mestres, a direção que estão tomando, e os resultados que estão procurando. Aqueles que não deveriam estar ensinando, são facilmente reconhecidos pelos seus frutos.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 53-54.

Mt 7:15-20 Durante alguns séculos, antes da vinda de Cristo, acreditava-se de modo geral que a profecia havia cessado. O período entre os dois testamentos às vezes é chamado de período de silêncio. Vindo João Batista, retornou a voz profética, e no início do cristianismo a profecia floresceu. A multidão reunida no dia de pentecoste, Pedro explicou que o fenômeno das línguas era o cumprimento da promessa feita por Joel segundo a qual nos últimos dias Deus derramaria seu Espírito em todos, de tal modo que os moços teriam visões, os velhos teriam sonhos, e homens e mulheres proclamariam a mensagem (Atos 2:17-18; cp. 1 Coríntios 14:29-31).

A medida que a igreja crescia, o problema dos falsos profetas ia-se tomando agudo. Jesus havia-nos advertido contra o surgimento de falsos profetas que enganariam o povo (Mateus 24:11, 24). João também advertiu os crentes (1 João 4:1-3; Apocalipse 2:20). De que maneira os cristãos poderiam reconhecer um falso profeta? Nos tempos antigos o profeta ficava desacreditado se aquilo que ele houvesse proclamado em nome de Deus não se cumprisse (Deuteronômio 18:20-22). O didache apresenta alguns testes simples para identificar o falso profeta (se ele permanecer mais de dois dias ou se pedir dinheiro, 11:5-6). É “pelo comportamento dele, portanto, [que] o falso profeta é distinguido do verdadeiro” (didache 11:8).

Jesus nos adverte contra os falsos profetas. Eles chegam disfarçados em ovelhas (isto é, parecem pertencer ao rebanho de crentes; cp. Números 27:17 e Salmo 100:3, quanto afigura de linguagem; além disso, os profetas usavam roupas feitas de peles de animais, Zacarias 13:4; Mateus 3:4), mas interiormente são lobos devoradores (todas as atividades deles são motivadas pela ambição pessoal; matarão e destruirão os outros se isso for para seu lucro egoísta). Apresentar-se com vestes de profeta era o mesmo que vindicar essa posição. De início parecia que o ensino deles era verdadeiro, mas, quando se examinou o modo como viviam, descobriu-se que eram lobos (falsos profetas; cp. Ezequiel 22:27; Zacarias 3:3).

Os falsos profetas são conhecidos pelos seus frutos. Numa época em que Deus ainda estava revelando sua vontade mediante o ofício profético, era mais difícil dar validade a uma mensagem com base em seu conteúdo teológico, que deveria ser aceitável. Os falsos profetas podiam ser identificados de modo mais simples mediante o modo de vida deles. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Se não houver uvas é que não há videira. Se os frutos são maus, é que você não tem uma árvore boa. De modo semelhante, se a vida do profeta não se nivela à sua pregação, você estará diante de um falso profeta. “Tal pai, tal filho; o fruto se parece com a árvore” eram os ditados dos antigos. A boa teologia deve produzir retidão ética. A conduta revela o caráter.

ROBERT H. MOUNCE. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo Mateus. Editora Vida. pag. 76-77.

As duas árvores (vv. 15-20). Esta ilustração mostra que a verdadeira fé em Cristo transforma a vida e produz frutos para a glória de Deus. Tudo na natureza se reproduz segundo sua espécie, e o mesmo princípio também vale para o reino espiritual. O bom fruto vem de uma boa árvore, enquanto o fruto ruim vem de uma árvore ruim. A árvore que produz frutos podres será cortada e lançada no fogo. "Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7:20).

Eis o segundo teste: Minha decisão por Cristo mudou minha vida? Os falsos profetas que ensinam doutrinas falsas só podem produzir falsa justiça (ver At 20:29). Seus frutos (o resultado de seu ministério) são falsos e não duram. Eles mesmos são falsos; quanto mais perto chegamos, mais vemos a falsidade de sua vida e de suas doutrinas. Exaltam a si mesmos, não a Jesus Cristo, e em vez de edificar as pessoas, procuram explorá-las. O que acredita em falsas doutrinas ou segue um falso profeta nunca experimentará mudança de vida. Infelizmente, alguns só percebem isso quando é tarde demais.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 36.

  1. Ainda sobre o falso profeta.

O CASTIGO DOS FALSOS PROFETAS

A responsabilidade do profeta, no Antigo Testamento, era primordial e de grande valor para o direcionamento da vida espiritual, social e moral do povo. Assim, um profeta era um homem de grande responsabilidade diante de Deus e do povo. Quando, aproveitando-se de sua condição de profeta, manipulava o povo, induzindo-o ao desvio dos caminhos do Senhor, recebia a condenação veemente da parte de Deus. Na Igreja cristã, a responsabilidade do profeta não é menor, seja ele pastor, evangelista, ou obreiro de outra ordem. Deus não muda em relação ao pecado e aos desvios de conduta de quem quer que seja.

1) Advertência contra o falso profeta. Diz o livro sagrado: “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma. Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis (Dt 13.1-4).

2) Pena capital ao falso profeta. Era assim, no Antigo Testamento: “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti (Dt 13.5)”. A responsabilidade e o prestígio de um profeta, no Antigo Testamento, era muito grande. O povo o respeitava como sendo um verdadeiro arauto, que falava em nome de Deus. Sua palavra profética era considerada Palavra de Deus. No Novo Testamento, não é diferente. Daí, porque o castigo era severo contra os falsos profetas.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 92-93.

FALSOS PROFETAS.

Essas palavras nos mostram que a atividade demoníaca se faz presente em indivíduos que a si mesmos se elevaram à posição de «profetas», dentro e fora da igreja cristã, apresentando a si mesmos como líderes espirituais, muitos deles supostamente «cristãos». Esses proferem «asseverações inspiradas» e entram em estados de êxtase. E algumas pessoas simples acreditam que quando algo místico se verifica na igreja, automaticamente, procede do Espírito Santo. O autor sagrado adverte que isso não é necessariamente a verdade. O trecho de Mat. 7:22 mostra que a igreja primitiva possuía exorcistas e operadores de milagres, como também «profetas», que eram indivíduos não «reconhecidos» pelo Senhor, a quem professavam servir.

PROVAI OS ESPÍRITOS.

Consideremos os pontos seguintes a esse respeito: 1. Cumpre-nos atender a essa ordem mediante o dom espiritual do «discernimento de espíritos», a maneira principal de detectar os espíritos; a igreja evangélica deveria orar, pedindo esse dom tão necessário. 2. Também podemos apelar para o raciocínio inteligente, inspirado pela maturidade espiritual. 3. O exame das doutrinas dos homens também é excelente método. A doutrina deles exalta à pessoa de Jesus Cristo ou se assemelha à doutrina dos gnósticos, que somente o degradava? No último caso, dificilmente as «declarações proféticas» de tais individuas podem proceder do Espírito de Deus, cuja finalidade é a de exaltar a Cristo (ver João 16:14). 4. Pelos seus frutos haveremos de conhecê-los (Mat. 7:20). Os gnósticos tinham vidas imorais, fazendo da imoralidade parte de seu sistema ético. Não criam que é errôneo o abuso do corpo. Supunham que o espírito humano não pode ser prejudicado pelo pecado, tal como o ouro, mergulhado na lama, não adquire nada da natureza da lama. Chegavam mesmo a imaginar-se impecáveis (porque seu espirito estaria livre do pecado, embora o corpo pudesse corromper-se). Ver I João 8:10.

Os profetas do N.T. eram homens que falavam por impulso imediato do Espirito de Deus, pela «inspiração». Não eram, essencialmente, homens que «prediziam» o futuro, embora isso também ocasionalmente ocorresse. (Ver Atos 21:10 e ss). Também eram mestres inspirados. Não dependiam do corpo de mestres reconhecidos, exclusivamente. Mas podemos supor que suas profecias concordavam, de modo geral, com os ensinamentos cristãos revelados e escritos, pois, do contrário, suas profecias seriam reputadas falsas.

MUITOS FALSOS PROFETAS

O movimento gnóstico era uma real ameaça à igreja cristã na Ásia Menor, e conseguia convertidos à sua causa dentro do próprio cristianismo. O N.T. conta com oito livros escritos para combater essa heresia, a saber, a epistola aos Colossenses, as três epístolas pastorais, as três epístolas de João e a epístola de Judas. Há outros livros do N. T. que refletem isso em parte, como a epístola aos Efésios, o evangelho de João e porções do livro de Apocalipse. O fato de que tanta literatura foi escrita contra esse sistema falso ê prova da seriedade da ameaça gnóstica. Se o gnosticismo tivesse ganho a batalha, o cristianismo ter-se-ia tornado apenas outra religião misteriosa greco-romana. (Ver o artigo sobre Gnosticismo). Naturalmente, também houve outros tipos de falsos mestres e hereges.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5.. Editora Hagnos. pag. 437-438.

Profetas falsos e verdadeiros. Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Jeová. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28). Para distinguir o verdadeiro profeta do falso, que declarava falar em nome de Deus, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 19.37). Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir (por exemplo, Is 28.7; Mq 3.5-11).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1608-1609.

OS FALSOS PROFETAS. Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel. No NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja. Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do NT.

STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. 

ELABORADO: Pb Alessandro Silva./WWW.MAURICIOBERWALD.COMUNIDADES.NT