TODAS LIÇÕES 3 TRIMESTRE 2018 JOVENS CPAD A FÉ
REALIZA O IMPOSSIVEL
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2018
Título: Milagres de Jesus — A Fé realizando o Impossível.
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 1: O que é milagre
Data: 01 de Julho 2018
TEXTO DO DIA
“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
SÍNTESE
O milagre acontece de acordo com a vontade e a permissão de Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Dt 13.1-5
A permissão divina para provar
TERÇA — Dt 18.21,22
Identificando um falso profeta
QUARTA — Mc 6.5,6
A incredulidade atrapalha o milagre
QUINTA — Mc 6.7-13
Jesus outorga poder aos seus discípulos
SEXTA — Tg 5.14-20
A oração que salva o doente
SÁBADO — Mc 16.15-20
A ordem suprema e sua confirmação
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
DESTACAR as definições de milagre, sua função e sua imprevisibilidade;
ELENCAR alguns dos principais perigos do milagre;
CONTRASTAR a religiosidade com a palavra do Evangelho.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor(a), já chegamos na metade de 2018 e estamos iniciando mais um trimestre com a graça de Deus. Nesta ocasião o tema a ser estudado é bastante sugestivo, pois trata dos Milagres de Jesus. Em uma época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as pessoas continuam carentes da intervenção divina.
O comentário foi escrito pelo pastor César Moisés, que além de exercer a chefia do Setor de Educação Cristã da Casa Publicadora das Assembleias de Deus e lecionar por muitos anos disciplinas ligadas às ciências da religião, educação e teologia, atua como palestrante nos eventos de Educação Cristã da Casa (Capeds, Congressos e Conferências) é pedagogo, pós-graduado em Teologia pela PUC-Rio, articulista, e possui várias obras lançadas pela CPAD.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A temática do trimestre é uma excelente oportunidade para se resgatar, desenvolver ou manter a tradição da intercessão. Para tanto, convide a classe a interceder pelas pessoas necessitadas. Peça que cada aluno dedique-se a apresentar alguém durante o período do trimestre. Separe um período de cinco minutos para que cada um interceda, em classe, pela pessoa que será objeto da oração intercessória durante os quatorze domingos deste trimestre. Se o aluno não faltar, ao final, serão cerca de uma hora e dez minutos de intercessão em classe. Não pelo tempo, mas pela dedicação, o quanto o Senhor não poderá realizar se o povo de Deus colocar-se de joelhos e interceder! Pode-se apresentar como sugestão a oportunidade de o aluno que intercedeu relatar o testemunho ao final do trimestre (ou quando a bênção já tiver sido alcançada), ou quem sabe até mesmo a própria pessoa objeto da intercessão.
TEXTO BÍBLICO
Atos 3.1-10.
1 — Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.
2 — E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
3 — Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.
4 — E Pedro, com João, fi tando os olhos nele, disse: Olha para nós.
5 — E olhou para eles, esperando receber alguma coisa.
6 — E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
7 — E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram.
8 — E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
9 — E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;
10 — e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos um tema oportuno — Os Milagres de Jesus. Excetuando as primeiras duas lições que têm como objetivo introduzir o assunto, e a última que conclui a revista, todas as demais lições tratarão de um dos muitos milagres realizados por nosso Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno do Mestre foi marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não mudou, certamente este trimestre será pontuado pela manifestação divina e muitas curas e milagres acontecerão. No ensejo deste estudo lembremos que o Senhor é o mesmo e, por isso, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com toda a sorte de bênçãos celestiais. Aproveitemos esse período para receber o milagre que tanto precisamos e, posteriormente, testemunhemos para a glória do nome do Senhor.
Pense!
Se a função do milagre é socorrer ao aflito no momento de dificuldade, por que não podemos decretá-lo?
Ponto Importante
A imprevisibilidade é uma das características do milagre.
Pense!
É possível fazer as coisas em nome de Deus e ainda assim viver longe dEle?
Ponto Importante
O perigo de se viver à cata de milagres ou de desprezá-los, é que ambas as posturas banalizam o sagrado.
III. O CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO
Pense!
A religiosidade vivida de maneira mecânica e costumeira pode levar-nos à insensibilidade?
Ponto Importante
A palavra do Evangelho contrasta com a religiosidade porque ela prioriza a salvação e não o ritual.
CONCLUSÃO
Os milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de aflição. Eles, sob hipótese alguma, devem ser usados como forma de autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a glória ao Pai (Jo 11.41,42), Que possamos ser canais de Deus para que milagres aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos esquecer que a glória pertence ao Senhor.
ESTANTE DO PROFESSOR
FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORA DA REVISÃO
Trata-se de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito a algo extraordinário (Jo 4.46-54; 6.1-14; At 4.22).
Apesar de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é prudente “agendá-lo”, decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus “o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
É preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a tentação de sentir-se idolatrado é grande.
Como verdadeiros servos do Deus Altíssimo, comportaram-se humildemente tributando ao Senhor toda honra e toda glória peio grande milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12).
O evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc 16.15-20).
SUBSÍDIO
“A publicidade desencorajadora
Um dos grandes perigos da ênfase excessiva na cura é que ela pode eclipsar o evangelho no evangelismo. Esse perigo também pode ter influenciado a ordem de Jesus para que as pessoas curadas mantivessem segredo. Como Stephen Short coloca: ‘Jesus não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber benefícios físicos’. Muitos não cristãos vão as reuniões cristãs principalmente a fim de satisfazer alguma necessidade física ou material. Uma vez que eles vêm, partilhamos o evangelho com eles. Mas descobri que é muito difícil eles fazerem, em seu pensamento, a transição das necessidades sentidas para o evangelho. Ouvem nossa explicação do evangelho e talvez até mesmo a aceitem, mas, em seu íntimo, quando pensam no cristianismo e nos cristãos, imaginam o seguinte: Esse é um lugar no qual minhas necessidades físicas e materiais são satisfeitas. Por isso, eles têm dificuldade em realmente ouvir o evangelho, embora ele seja transmitido claramente a eles. Por isso, o evangelho tem sempre de ser predominante em nosso programa. A compaixão é um aspecto do evangelho. Portanto, a compaixão sempre é um aspecto do nosso ministério no mundo, Mas se os atos de compaixão são feitos principalmente para ‘ganhar pessoas para o nosso lado’ e crescermos como igreja, podemos terminar com um monte de problemas” (FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2013, pp.212,213).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2018
Título: Milagres de Jesus — A Fé realizando o Impossível.
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 2: O propósito dos milagres no ministério de Jesus
Data: 08 de Julho de 2018
TEXTO DO DIA
“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).
SÍNTESE
Os milagres realizados por Jesus manifestavam a chegada do Reino de Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Lc 11.20
O sinal da chegada do Reino de Deus
TERÇA — Lc 4.18,19
A missão de Jesus
QUARTA — Mc 1.14,15
O anúncio do Reino de Deus
QUINTA — Lc 10.9
Milagres e anúncio do Reino de Deus
SEXTA — Mc 16.15-20
O Evangelho completo
SÁBADO — At 28.31
A igreja do primeiro século anunciava o Reino de Deus
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
HISTORIAR a expectativa judaica em relação à questão messiânica;
RESSALTAR os paradoxos da vinda do Reino de Deus;
EXPLICAR a conexão do ministério de Jesus com o Reino de Deus.
INTERAÇÃO
Querido(a) professor(a), como foi a primeira aula? Qual foi sua impressão? Pela reação dos alunos é possível ter uma ideia de como será o trimestre. Se eles se mostraram interessados, parabéns. Caso isso não tenha acontecido, que tal incentivá-los? O tema é pertinente se se pensar na questão estritamente espiritual. Como tudo na vida, a espiritualidade tende a arrefecer. E tal pode acontecer não apenas na vida dos alunos, mas inclusive na nossa que ensinamos! Podemos “acostumar-nos” ao exercício do ensino, apaixonarmo-nos pela técnica, mas tornarmo-nos impermeáveis ao que ensinamos. Lamentavelmente, tal perigo não é incomum. Por isso, a sugestão da primeira aula — de instituir um período de cinco minutos de oração em cada domingo durante este trimestre — deve ser vista como uma oportunidade valiosa de resgatar uma espiritualidade aliada ao conhecimento bíblico-teológico.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Com a crescente institucionalização os testemunhos foram desaparecendo das liturgias, de forma que muitos jovens sequer alcançaram essa época em que alguém se levantava para contar uma bênção que recebera da parte de Deus. Que tal organizar uma pequena exposição? Certamente você conhece o jornal Mensageiro da Paz, órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil, editado pela CPAD. Esse jornal mantém, desde a sua criação em 1930, uma página destinada a testemunhos. Pergunte aos alunos se eles conhecem o jornal. Proponha que eles pesquisem entre os irmãos se há alguém que já compartilhou seu testemunho. Mesmo que não haja, peça a eles que consigam edições antigas do jornal e tragam a parte do testemunho para expor em classe. Aproveite o momento e reflita com eles acerca da importância de se dividir com os demais o recebimento de uma cura, a abertura de uma porta de emprego ou mesmo a resolução de um grande problema.
TEXTO BÍBLICO
Lucas 4.14-24.
14 — Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15 — E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.
16 — E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17 — E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18 — O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19 — a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 — E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21 — Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22 — E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?
23 — E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.
24 — E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Sem dúvida alguma os milagres realizados por Jesus visavam socorrer as pessoas (Lc 13.16). Com seu poder, o Mestre usava de extrema sensibilidade e então toda dor e todo sofrimento cessavam. Mas será que além de socorrer aos que sofriam, havia mais algum propósito na realização dos milagres? Tal pergunta só pode ser respondida se entendermos a missão do Senhor Jesus Cristo, pois todas as ações do Mestre convergiam para o propósito final de sua missão. Nada que Ele fazia era sem objetivo ou a esmo. Na verdade, como o próprio povo reconhecia, Jesus fazia bem todas as coisas, inclusive quando curava surdos e mudos (Mc 7.37). Apesar disso, seu ministério não se deu sem oposições e enfrentamentos, pois os fariseus chegaram a acusá-lo de operar sinais, não pelo Espírito de Deus, mas por Belzebu, príncipe dos demônios (Mt 12.24).
Pense!
Você crê que, assim como Deus tinha um propósito para a vida de Abraão, e para com o povo de Israel, há um propósito dEle para sua vida?
Ponto Importante
Quando Deus chamou Abraão, Ele o fez não apenas para que o patriarca fosse abençoado, mas para ser uma fonte de “bênção”.
Pense!
Por que os judeus se decepcionaram com Jesus? Alguém já decepcionou você? Como reagiu?
Ponto Importante
João Batista nunca pensou em colocar-se em uma posição de Messias, pois tinha consciência de seu ministério.
III. O MINISTÉRIO DE JESUS SÓ PODE SER ENTENDIDO EM CONEXÃO COM O REINO DE DEUS
Pense!
Se o ministério do próprio Senhor Jesus tinha necessidade da direção do Espírito, será que nós podemos prescindir de tal orientação?
Ponto Importante
Os milagres e sinais realizados por Jesus Cristo revelavam seu compromisso com Deus e com as pessoas necessitadas.
CONCLUSÃO
Além de servir de alívio para a dor e o sofrimento das pessoas, os milagres e sinais realizados por Jesus manifestavam o Reino de Deus. Ocorre, porém, que tal Reino nenhuma semelhança tem com os impérios deste mundo, seja os da antiguidade ou atuais. Isso, porém, faz com que as pessoas se frustrem em suas expectativas e acabem não aceitando a mensagem do Reino de Deus. Todavia, os que o aceitam, desfrutam, desde já, do privilégio de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11-13).
ESTANTE DO PROFESSOR
CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte. A justiça sob a ótica de Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017.
HORA DA REVISÃO
Sendo justo, Deus aguardava que “a medida da injustiça dos amorreus” se completasse para só então desapropriá-los e dar a terra à descendência de Abrão (Gn 15.16).
Como povo sacerdotal a tarefa de Israel era clara: servir de modelo aos demais povos, levando-os a querer ser como o Povo da Promessa (Dt 4.5-8). A ideia não era que Israel dominasse os outros povos, mas que exercesse um papel sacerdotal em relação às demais nações (Êx 23.9).
Jesus quis dizer que expulsava os demônios pelo poder de Deus, e que, por conseguinte, isto era uma evidência concreta de que o Reino de Deus havia chegado (Lc 11.20).
Anunciar o Evangelho de que o Reino de Deus havia chegado.
A derrota de Satanás (Lc 4.31-36).
SUBSÍDIO
“O Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5.13-16)
Comparando a proposta de Jesus aos modelos de sedição política que haviam, Ele ‘não era um separatista, tampouco se comprometia com sistemas’ e, de igual forma, ‘também não era um zelote’. Distintamente de tais ‘modelos, Jesus voltou-se para as Escrituras e resgatou um modelo único de reinado na terra, muito mais judaico do que os três implementados pelo seu próprio povo’. Mais ‘judaico’ porque resgatava justamente o sentido original do que pretendia o Criador ao dizer, através de Moisés, que o povo de Israel seria um ‘reino sacerdotal’ (Êx 19.6). Isso porque, conforme Wright, os ‘judeus dos dias de Jesus não esperavam que o universo fosse parar de funcionar’. Na verdade, eles aguardavam ‘que Deus fosse agir de forma dramática no universo, como havia feito em momentos extremos — como o episódio do êxodo, no qual a única linguagem apropriada era a de um mundo abatido e, então, recriado’. Assim, quando Cristo anuncia que o ‘Reino de Deus, o retorno do exílio, o clímax da história de Israel está entre vós, Jesus está a dizer [que], embora não se pareça com o que [eles] esperavam ver’, o reinado de Deus finalmente havia iniciado” (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte. A justiça sob a ótica de Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, pp.57,58).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2018
Título: Milagres de Jesus — A Fé realizando o Impossível.
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 3: O milagre nas Bodas de Caná
Data: 15 de Julho de 2018
TEXTO DO DIA
“Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2.11).
SÍNTESE
O primeiro milagre realizado por Jesus evidencia todo o programa de seu ministério.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Jo 2.1,2
Jesus tinha vida social
TERÇA — Lc 7.33,34
Jesus é acusado por ter vida social
QUARTA — Lc 7.36-39
Jesus ia à casa dos seus acusadores
QUINTA — Lc 19.1-10
Jesus foi à casa de um famoso publicano
SEXTA — Mc 2.1,2
Jesus recebia as pessoas em casa
SÁBADO — Mc 5.21-43
Jesus vai à casa de Jairo
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
ANALISAR os objetivos dos milagres no Evangelho de João;
DESTACAR o fato de Jesus ter uma vida social ativa;
DETALHAR o significado do milagre nas bodas de Caná.
INTERAÇÃO
Apesar de estar lecionando a pessoas que, em sua maioria, ainda são solteiras, sabemos que a família tem sido alvo constante de ataque. Muitos alunos podem até mesmo ser provenientes de famílias que estão vivendo conflitos terríveis. Interceda por eles e, se julgar oportuno e estiver preparado, aproxime-se e ofereça auxílio. Traumas vividos no âmbito da família de origem podem bloquear a pessoa na formação de um novo lar. Outro problema bastante comum é a reprodução daquilo que antes foi traumático. Interromper tal ciclo destrutivo é um grande desafio. Aproveite a temática transversal da lição — casamento, família — para destacar a importância de um lar harmonioso e com a presença constante de Jesus. Quem sabe você mesmo esteja enfrentando dificuldades no lar. Assim como Jesus interveio nas bodas de Caná, Ele pode entrar com providência hoje mesmo em sua casa e realizar um grande milagre.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A lição de hoje inicia os onze milagres que serão estudados neste trimestre. A peculiaridade desta é que o milagre objeto de estudo, bem como os próximos seis, são todos do Evangelho de João. Esta seção do quarto Evangelho é conhecida como “livro dos sete sinais” (2.1-11; 4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46). Além desses sete sinais, há outros números “sete” no Evangelho joanino. Ele contém, por exemplo, sete sermões do Mestre (3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21), e a importantíssima pronúncia e/ou declaração “Eu sou” também figura sete vezes no texto (6.35; 8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1). Uma vez que quanto mais familiaridade com o material, mais lições e conteúdo dele é possível extrair. Que tal incentivar os alunos a ler o Evangelho de João e assim descobrir outras curiosidades que, conforme será visto ao longo do estudo da revista, longe de serem acidentais, possuem um propósito muito bem delineado?
TEXTO BÍBLICO
João 2.1-11.
1 — E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus.
2 — E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas.
3 — E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
4 — Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 — Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 — E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas.
7 — Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
8 — E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre sala. E levaram.
9 — E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo.
10 — E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 — Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Os Evangelhos, tanto os sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — quanto o de João, são textos basilares para a fé cristã, pois apresentam o Senhor Jesus Cristo, sua concepção miraculosa, seu nascimento, sua mensagem, seu ministério, sua paixão e ressurreição (Mc 1.1; Lc 1.1-4 cf. At 1.1-3). Mesmo assim, conforme João deixa bem claro, tais textos não são exaustivos, visto que o Mestre “fez muitas outras coisas” e, continua o apóstolo do amor, “se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (Jo 21.25). Portanto, a série de sete milagres do Evangelho de João que se inicia hoje não significa que o Filho de Deus tenha realizado “apenas” estes, pois como o escritor sagrado afirma, “Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro” (Jo 20.30).
III. O SIGNIFICADO DO MILAGRE DA TRANSFORMAÇÃO DA ÁGUA EM VINHO
CONCLUSÃO
O primeiro milagre de Jesus é um resumo de todo o seu ministério, pois denota seu propósito — a transformação da realidade, seja ela pessoal ou ambiental — resultando na glória de Deus (Mc 7.37; Jo 9.1-4). Foi exatamente isto que ocorreu com a realização deste primeiro milagre do Senhor, ou seja, através dele o Mestre “manifestou a sua glória” e, como resultado, “os seus discípulos creram nele” (v.11).
ESTANTE DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
HORA DA REVISÃO
Na tipologia bíblica, e para os judeus, o número sete transmite a ideia de completude e totalidade.
Não obstante, ir a tais lugares, o Senhor não se contaminava com nada e nem praticava o que tais pessoas faziam, pois sua visita tinha objetivo (Hb 4.15 cf. Lc 19.9,10).
Ao dizer “Fazei tudo quanto ele vos disser”, Maria tinha certeza que o Mestre interviria mudando aquela situação, bastava apenas os empregados, por mais que não compreendessem, obedecerem ao que Ele dissesse (v.5).
Jesus declara que no âmbito do Reino de Deus nada é sem importância, e que a verdadeira purificação não é exterior, mas interior, posto que a água servia para lavar “por fora” e o vinho deveria ser ingerido pelos convidados.
Com este ato de transformar a água em vinho, o Mestre demonstra que o seu ministério envolve o cotidiano e que a transformação se dá em todos os âmbitos e dimensões, sendo a intervenção do Senhor a melhor parte, ainda que mude costumes religiosos e sociais, como as talhas religiosas usadas para a festa e o vinho bom distribuído por último (vv.6-10).
SUBSÍDIO
“Jesus transforma a água em vinho (2.1-11)
O fato de que as grandes talhas que João menciona fossem de pedra (2.6) é significativo e indica que a água que eles continham era provavelmente usada para a purificação ritual, pois recipientes de pedra, ao contrário dos de barro ou metal, não contraem ‘impurezas’. Assim, a transformação desta água em vinho tem significado simbólico: a água que representava a religião do Antigo Testamento foi transmutada por Jesus em um vinho que representava a abundante bênção de Deus. A validade deste símbolo está estabelecida nas Escrituras, que frequentemente retratam o reino escatológico de Deus como um banquete (Mt 5.6; 8.11,12; Mc 2.19; Lc 22.15-18), do qual uma característica básica era a profusão de vinho (cf. Is 25.6). Simbolismo semelhante é encontrado nos comentários que Filo, o filósofo judeu do século I, faz sobre Melquisedeque. Em Leg. Alleg. 3.79, Filo escreve que Melquisedeque ‘trará vinho em lugar de água e dará às nossas almas uma bebida pura, para que elas possam tornar-se possuídas por aquela divina intoxicação que é mais sóbria que a própria sobriedade’.
Ao transformar a água que representa a antiga economia em vinho que representa a vinda do reino de Deus, Jesus ‘manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.204).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2018
Título: Milagres de Jesus — A Fé realizando o Impossível.
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 4: Curando o filho de um oficial
TEXTO DO DIA
“Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (Jo 4.48).
SÍNTESE
Jesus socorre o oficial e cura o seu filho, gerando fé salvadora não apenas para o pai, mas para toda a família.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Mt 15.21-28
Jesus socorre a filha da mulher cananeia
TERÇA — Mc 9.14-27
Jesus atende o filho de um homem desesperado
QUARTA — Mc 5.21-43
Jesus traz à vida a filha de Jairo
QUINTA — Lc 7.11-17
Jesus devolve a vida ao filho da viúva de Naim
SEXTA — Mt 24.43
Jesus fala sobre o cuidado do pai de família
SÁBADO — Lc 18.15-17
Jesus abençoa as crianças
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
SUBLINHAR a mobilidade ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia;
ALERTAR quanto aos perigos da fé baseada em sinais;
REAFIRMAR o importante resultado do milagre da cura do filho do oficial.
INTERAÇÃO
O costume de se fazer algo por muito tempo tem a rara capacidade de nos dar habilidade para realizá-la melhor ou, paradoxalmente, comodismo para fazer sempre da mesma maneira o que certamente poderíamos executar de forma mais excelente. Sua experiência docente pode ser uma grande aliada ou um enorme empecilho no desempenho de sua atividade como educador, tudo dependerá de como você a encara. Muito embora o campo da educação sofra com os modismos, rejeitar novidades que são práticas sem fundamento não pode afetar a capacidade de o educador adaptar-se a novas situações e conhecer diferentes técnicas que contribuirão com o seu trabalho docente. Esteja pronto a aprender e aperfeiçoar seu ministério de ensino. Deus quer fazer coisas grandiosas através de seu trabalho, mas para isso você deve colocar-se à disposição a fim de realizar o melhor na obra dEle.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Apesar de desenvolvido num curto período de tempo, foi intenso o ministério terreno do Senhor Jesus, tal como podemos ver pelas sucessivas viagens e incursões do Mestre nas regiões da Judeia e da Galileia. A fim de melhor exemplificar tal fato, com a ajuda do Pequeno Atlas Bíblico (CPAD), reproduza o mapa, conforme suas possibilidades, e para se ter uma ideia da intensa movimentação ministerial do Senhor verifique com os alunos a configuração da Palestina do primeiro século.
TEXTO BÍBLICO
João 4.46-54.
46 — Segunda vez foi Jesus a Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum.
47 — Ouvindo este que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte.
48 — Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.
49 — Disse-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra.
50 — Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se.
51 — E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive.
52 — Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às sete horas, a febre o deixou.
53 — Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
54 — Jesus fez este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Após o milagre nas bodas de Caná, Jesus, juntamente com sua mãe, irmãos e discípulos, se estabeleceram por alguns dias em Cafarnaum, importante cidade da Galileia (Jo 2.12). Na sequência, devido à proximidade da Páscoa, uma das três mais importantes festas judaicas, o Mestre parte para Jerusalém (Jo 2.13) e, conforme registra João, “durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome” (Jo 2.23). Contudo, o apóstolo do amor observa que, mesmo assim, “Jesus não confiava neles, por que a todos conhecia e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.24,25). A missão do Senhor não estava baseada na aceitação popular, e sim no fazer a vontade do Pai (Jo 6.38-40).
Pense!
Seria uma regra inflexível a ideia de que não somos bem aceitos no local onde nascemos e fomos criados?
Ponto Importante
Até mesmo Jesus Cristo sofreu preconceito por conta do local onde fora criado.
Pense!
Você sabe diferençar a “fé” que se baseia em sinais da fé que se fundamenta na Palavra?
Ponto Importante
O problema de se ter uma “fé” baseada em sinais é que acabamos valorizando mais os milagres do que o Deus dos milagres.
III. O MILAGRE QUE GEROU SALVAÇÃO
Pense!
Os que possuem uma fé genuína podem passar por dificuldades semelhantes aos que possuem uma fé equivocada?
Ponto Importante
O oficial do rei revelou-se um homem de fé e não apenas alguém que buscava um sinal para crer.
CONCLUSÃO
O apóstolo do amor encerra a seção objeto da presente lição dizendo que “Jesus fez este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia” (v.54), ou seja, no “caminho”. Acostumados à ideia de “esperar”, muitas vezes a confundimos com comodismo. O oficial do rei, como pai responsável não esperou acomodado, mas correu em direção a Jesus para que o Mestre atendesse ao seu filho. O resultado de tal busca não poderia ser melhor — além da cura, toda a sua casa foi salva. Que possamos ser igualmente dispostos e termos a mesma fé do oficial.
ESTANTE DO PROFESSOR
Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
HORA DA REVISÃO
Para cumprir a Palavra de Deus (Mt 4.12-25).
Apesar de o texto não relatar a ocorrência de absolutamente milagre algum realizado por Jesus em Samaria naquela ocasião, a narrativa joanina revela que após a conversa com o Mestre, a mulher samaritana anunciou aos habitantes daquela cidade que conhecera um homem que relatara tudo quanto ela havia feito e seria interessante verificar se porventura não era Ele o Cristo (Jo 4.28-30). O apóstolo do amor diz que somente pelo testemunho da mulher “muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele” (Jo 4.39).
Os galileus receberam Jesus “porque viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da festa; porque também eles tinham ido à festa” (Jo 4.45). Em termos diretos, sua ampla aceitação não se dava por conta da Palavra, mas por causa dos sinais.
O Mestre tinha plena consciência de estar diante de um homem que, embora necessitado, era diferente dos galileus buscadores de sinais. O oficial creu sem precisar ver e obedeceu à ordem do Senhor, revelando-se um homem de fé.
Não apenas o oficial do rei, mas toda a sua família passou a crer em Jesus, pois o milagre fora notório e somente Deus poderia operá-lo. Uma vez mais o milagre cumpriu seu propósito principal: socorrer ao aflito e manifestar a glória de Deus trazendo salvação.
SUBSÍDIO
“E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum (46) Segundo Arndt e Gingrich, a palavra traduzida como oficial poderia se referir a ‘um parente da família real (de Herodes)’, mas provavelmente se refere a ‘um oficial real’. As narrativas dos milagres de Jesus em Jerusalém (2.23) tinham evidentemente chegado antes dele à Galileia, e o primeiro milagre em Caná sem dúvida fora o assunto de muitas conversas em Cafarnaum, que ficava a somente 24 quilômetros ([...]). Assim, este oficial, ouvindo... que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte (47). A palavra traduzida como foi significa literalmente ‘ele se foi’, indicando que o pai deixou o filho, doente como estava, para ir fazer o seu pedido a Jesus. O verbo rogou está no imperfeito no texto grego, indicando um pedido repetido e continuado. A resposta de Jesus, embora aparentemente uma recusa, na realidade era um teste para a fé do oficial. Se não virdes sinais e milagres, não crereis (48). Esta é uma questão inquisitiva. Os sinais e milagres são o motivo ou o resultado da fé? Este acontecimento espetacular, o milagre, é a experiência estática de uma coisa a ser buscada por si mesma? É o produto de uma fé dinâmica e devidamente embasada, ou é a porta aberta para ela?” (Comentário Bíblico Beacon. João a Atos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, pp.61,62).
Lição 5 - A Cura do paralítico de Betesda
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 29/07/2018
TEXTO DO DIA
“E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?” (Jo 5.6).
SÍNTESE
O Mestre curou o paralítico, libertando-o igualmente das amarras religiosas da tradição dos judeus.
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AGENDA DE LEITURA
OBJETIVOS
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INTERAÇÃO
É grande o desafio de ensinar. Apenas os que acreditam que tal exercício seja simplesmente transferir informações de uma mente para a outra pensam o contrário. Todavia, os educadores conscientes de sua real tarefa sabem que pesam sobre eles uma grande responsabilidade. A partir dessa consciência, é comum que os verdadeiros educadores se preocupem e pensem acerca do que devem fazer a fim de cumprir da melhor maneira possível sua missão. Felizmente, os vocacionados ao ensino que não possuem uma formação técnica e específica na ciência da educação — a pedagogia — contam hoje com uma diversidade de recursos literários que podem subsidiá-los no desempenho de seu ministério.
Não apenas isso, atualmente não é incomum a realização de eventos de formação, aperfeiçoamento e capacitação de educadores cristãos. Portanto, lance mão de todas as oportunidades disponíveis para cumprir com eficácia seu ministério.
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ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Certamente você está lecionando a pessoas que têm bem menos idade que o tempo em que o homem que fora curado por Jesus permanecera enfermo. O texto afirma que o paralítico estava naquela condição há 38 anos. Depreende-se, pela palavra de Jesus a ele quando o encontrou no Templo (v.14), que o homem ficara naquela situação devido a alguma atitude errada e pecaminosa do passado. Aproveite o tema transversal dessa lição e reflita com a classe acerca das consequências. Apesar de sabermos que o pecado traz como resultado desastroso a perdição eterna, não raras vezes ele também produz consequências imediatas e terrenais que são extremamente danosas. Algumas atitudes podem produzir consequências que nos acompanharão por toda a vida. Considerando o fato de que a falta de experiência e maturidade pode nos conduzir a agir de maneira intempestiva, medite também com a classe a respeito do valor de uma vida pautada na oração, reflexão e orientação do Espírito Santo de Deus.
TEXTO BÍBLICO
João 5.1-15
1 Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
2 Ora, em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
3 Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas.
4 Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
5 E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
6 E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda.
9 Logo, aquele homem ficou são, e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado.
10 Então, os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a cama.
11 Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda.
12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama e anda?
13 E o que fora curado não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão.
14 Depois, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior.
15 E aquele homem foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara.
INTRODUÇÃO
Seguindo sua trajetória ministerial, João informa que Jesus agora deixa a Galileia e “sobe” a Jerusalém (Jo 5.1). O evangelista ainda diz que havia uma “festa entre os judeus”. Apesar de o texto não informar a qual festa específica se faz referência, o fato relevante a ser destacado é que o Mestre não se isolava, antes, como já foi dito, ficava entre as pessoas, pois seu objetivo era libertar as pessoas, daí a necessidade de estar em contato com elas (Mc 3.7-12). Ele se retirava para períodos de oração e relacionamento particular com o Pai (Mc 1.35), mas sua prioridade era cumprir a missão que Deus o destinara (Jo 3.16,17; 9.4; 12.46,47). Além de ir à festa em Jerusalém, Jesus também foi a um local na cidade onde se concentrava uma grande multidão (Jo 5.3). E é justamente neste lugar que se passou o assunto da lição de hoje.
I - UM LOCAL DE SOFRIMENTO
Muito provavelmente a primeira alusão à “Porta das Ovelhas” encontra-se no livro de Neemias, onde se lê “Porta do Gado” no texto da versão Corrigida e “Ovelhas” na versão Atualizada (Ne 3.1). Na realidade, as doze portas da cidade de Jerusalém possuíam nomes que as identificavam (Ne 3.1,3,6,13-15,26,28,29,31). O texto de Neemias informa que Eliasibe, sumo sacerdote, e seus irmãos, foram responsáveis quando da reedificação dos muros da cidade, por assentar e consagrar a Porta das Ovelhas. Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.
O quarto Evangelho informa que próximo a Porta das Ovelhas havia um tanque chamado Betesda que, em hebraico, significa “casa de misericórdia”. Neste local havia cinco pavilhões onde se encontrava uma multidão de pessoas enfermas (vv.2,3). Tal multidão aguardava o movimento das águas do referido tanque por um anjo que, acreditava-se, descia em determinado tempo e o primeiro que submergisse ficava curado de qualquer enfermidade (v.4). É óbvio que o processo de exclusão era imenso, aumentando o sofrimento deste local, pois certamente chegavam a cada dia mais e mais pessoas doentes, tornando a situação absurdamente crítica.
A prova de que o sofrimento se prolongava neste local é o fato de Jesus ter, em meio à multidão de enfermos, se dirigido a um homem em particular e por um motivo específico — ele sofria há trinta e oito anos (vv.5,6). Certamente não havia apenas ele com necessidade, mas devido ao tempo de seu padecimento o Mestre o notou, destacando-o dentre a multidão.
Pense!
Teria Jesus escolhido o paralítico do Tanque de Betesda como uma forma de incentivar os que sofrem a crer que a situação pode mudar a qualquer momento?
Ponto Importante
Se no Tanque de Betesda, local de sofrimento, apenas o primeiro era agraciado, no Reino de Deus todos são abençoados pelo Senhor.
II – A CURA DO PARALÍTICO
Ao abordar o homem que padecia há trinta e oito anos, o Mestre o indagou acerca do seu interesse em ser curado (v.6). A pergunta pode parecer despropositada, mas revela o caráter didático não apenas da cura física, mas também psicológica, pois uma pessoa que padece há quase quatro décadas certamente “acostuma-se” ao sofrimento. Outro aspecto a ser destacado neste episódio é que conforme a própria Bíblia diz, a “esperança demorada enfraquece o coração” (Pv 13.12), e este homem provavelmente sentia-se, de forma justificável, desmotivado e deprimido.
Alheio a quem era Jesus, a resposta do homem demonstra sua desesperança em relação à possibilidade de ele chegar ao Tanque ou de alguém ajudá-lo (v.7). Assim, a pergunta do Senhor não surpreende o homem, antes lhe oportuniza a possibilidade de exteriorizar seus sentimentos em relação ao seu estado. Na resposta é possível identificar que ele sente-se abandonado e, ao mesmo tempo, revela também o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.
Não obstante o homem estar alheio, naquele dia sua história seria radicalmente mudada, pois “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda” (v.8). Isso sim lhe causou surpresa, pois o desconhecido, sem rodeios, interjeições ou qualquer cerimônia, simplesmente ordenou que o paralítico levantasse, tomasse a sua cama e andasse! Numa fração de segundos o homem ficou completamente curado. Trinta e oito anos de sofrimento findaram em um instante, sem intervenção angelical alguma e sem sequer aproximar-se da água.
Pense!
Onde predomina o individualismo e o egoísmo é possível as pessoas ajudarem umas às outras?
Ponto Importante
Talvez por conta dos trinta e oito anos de sofrimento o homem já tivesse perdido a esperança, entretanto, quando Jesus entra em cena, muda toda a situação.
III – A CONTROVÉRSIA POR CAUSA DO SÁBADO
Como todos os demais preceitos da Lei, o do sábado tinha um objetivo definido (Êx 20.8-11). O quarto mandamento do Decálogo visava preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão. Aliado a isso, Deus também consagrou esse dia como um período especial de adoração a Ele. Tomando o exemplo do próprio Criador, que realizou a obra da criação em seis dias e no sétimo “descansou” (Gn 2.2,3), o mandamento da guarda do sábado tinha o claro propósito de preservar a liberdade intrínseca do ser humano. A prova de que o sábado não era um “dia” específico e sim um princípio, pode ser vista em textos como de Levítico, por exemplo, quando Deus orientou aos israelitas que semeassem e colhessem durante seis anos, mas no sétimo, obrigatoriamente a terra deveria ter um “sábado de descanso” (25.2-5).
Lamentavelmente, assim como todas as demais coisas que o ser humano desajusta, com o sábado não foi diferente. De necessidade imprescindível e princípio de descanso, o sábado foi transformado em uma poderosa arma de opressão religiosa que intensificava ainda mais a aflição das pessoas que, além de sofrer com a carga de impostos que tinham de pagar ao império, ainda padeciam com o aprisionamento religioso (Mt 23.1-4,13-35). Não poucas vezes Jesus esteve às voltas com a questão do sábado (Mt 12.11,12; Mc 2.27,28; Lc 14.3-6; Jo 5.16,17; 7.21-24).
O homem que padecera há trinta e oito anos obedecendo à ordem de Jesus levantou-se, tomou a sua cama e imediatamente partiu (v.9). Contudo, João observa que a cura deu-se num sábado. Tal observação se dá justamente para preparar os destinatários para a cena seguinte — o milagre completamente ignorado e a expressão fria da religiosidade representada pelos “judeus” que censuraram o homem por estar carregando sua cama em pleno sábado (v.10). A resposta do agora ex-paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus: “Aquele que me curou, ele próprio termos simples, o que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo para carregar sua cama no dia de sábado. Evidentemente que, devido ao uso que os líderes religiosos faziam do preceito do sábado, alguém que ousasse desafiá-lo deveria ser identificado e, consequentemente, punido, daí a curiosidade em saber quem havia dito a ele para tomar a sua cama e andar (v.12). Todavia, a espontaneidade e a forma célere com que se dera a cura, bem como a rápida saída de Jesus do local, não proporcionaram ao homem saber quem era o Mestre (v.13).
Pense!
O que leva as pessoas a ignorarem um milagre, que liberta alguém do sofrimento, em nome da observância de uma regra religiosa?
Ponto Importante
O modo como o preceito do quarto mandamento foi distorcido revela o quanto os homens podem perverter algo que foi criado para o seu próprio bem.
SUBSÍDIO
Jesus cura um homem paralítico perto de um tanque / 5.1-15
5.1 Todos os homens judeus eram solicitados a ir até Jerusalém para participar de três festas:
(1) a Festa da Páscoa e dos Pães Asmos,
(2) a Festa das Semanas (também chamada de Pentecostes), e
(3) a Festa dos Tabernáculos. Embora este dia santo em particular não seja especificado, a frase explica por que Jesus estava em Jerusalém.
5.2-4 Os leitores familiarizados com Jerusalém teriam conhecimento da Porta das Ovelhas (ela é mencionada em Neemias 12.39). Escavações recentes mostram que este local tinha dois tanques com cinco pórticos cobertos. Estes eram estruturas abertas com telhados que permitiam alguma proteção das intempéries. Uma multidão de enfermos ficava nos pórticos. As pessoas faziam peregrinações ao tanque de Betesda para receberem o benefício de cura das águas.
O versículo 4 não está incluído nos melhores manuscritos. Onde ele ocorre nos manuscritos posteriores, é frequentemente marcado de tal forma a mostrar que é uma adição. A passagem foi provavelmente inserida pelos escribas que acharam necessário fornecer uma explicação para o ajuntamento de pessoas deficientes e da agitação da água mencionada no versículo 7. A água se agitava e cria-se que um anjo a revolvia. A crença era de que a primeira pessoa que entrasse na água, depois que ela fosse agitada, seria curada.
5.10 Não há nada na lei de Deus que torne ilícito levar a cama no sábado. Mas o homem violou a aplicação legalista dos fariseus do mandamento de Deus para se honrar o sábado. A ordenança contra carregar algo no sábado era a última de trinta e nove regras na ‘tradição dos anciãos’ que estipulavam os tipos de trabalho que eram proibidos no sábado. Esta era apenas uma das centenas de regras que os líderes judeus haviam acrescentado à lei do Antigo Testamento” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal.
Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 514,515).
CONCLUSÃO
João finaliza a narrativa da cura do paralítico do Tanque de Betesda falando de um encontro de Jesus com ele no Templo, quando então o Mestre disse-lhe: “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior” (v.14). Tal recomendação demonstra que Jesus conhecia aquele homem de forma sobrenatural, pois não apenas sabia que o paralítico padecera trinta e oito anos com aquela enfermidade, mas também conhecia a causa que o deixara naquele estado. Assim, Jesus o adverte a não mais incorrer nas mesmas práticas anteriores para que não acabasse ficando em uma situação pior que a que o deixara acamado por trinta e oito anos! Aparentemente o homem nada responde ao Mestre, mas finalmente descobre quem era Jesus e vai até aos judeus anunciar (v.15).
HORA DA REVISÃO
Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.
Física e psicológica.
Revela o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.
O quarto mandamento do Decálogo visava preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão.
A resposta do agora ex-paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus:
“Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda” (v.11). Em termos simples, o que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo a carregar sua cama no dia de sábado.
Lição 6 - O Milagre da Multiplicação
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 05/08/2018
TEXTO DO DIA
“E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.” (Jo 6.11)
SÍNTESE
O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes evidencia o compromisso do Evangelho em alcançar o ser humano de forma completa.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Êx 16.1-36: O alimento que vinha do “céu”
TERÇA – 1 Rs 17.4-6: Os corvos alimentam Elias
QUARTA – 1 Rs 17.10-16: A multiplicação da farinha e do azeite
QUINTA – 2 Rs 4.1-7: O azeite multiplicado
SEXTA – 2 Rs 4.38-41: O veneno foi milagrosamente retirado do alimento
SÁBADO – Mt 15.29-39: A segunda multiplicação dos pães
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Invariavelmente tendemos à polarização. Tal postura parece ser inerente à nossa humanidade e, de tal forma, que dela não conseguimos escapar. Se formos bons técnicos e eficientes comunicadores, significa que não podemos igualmente ser fervorosos no Espírito. A reprodução acrítica desse pensamento reforça estereótipos e retroalimenta práticas que devem ser corrigidas. Em qualquer labor o profissional sabe que a ferramenta que estiver devidamente azeitada com certeza será mais bem aproveitada e melhor desempenho proporcionará. De forma análoga, o educador que mais dedicado se encontrar, tanto técnica quanto espiritualmente falando, será ainda mais instrumentalizado pelo Espírito Santo de Deus. Rompamos com a errônea, e até mesmo diabólica concepção de que quem se prepara tecnicamente não pode ser um instrumento poderoso nas mãos do Espírito Santo, pois se trata justamente do contrário.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A fim de melhor traduzir a ideia de comunhão proporcionada pelo milagre objeto desta lição, que tal promover um café colonial na classe? Em muitas Escolas Dominicais a realização de um café da manhã já é tradição, porém, pense em algo mais intimista e específico. Tal momento deve ser organizado com, ao menos, uma semana de antecedência (daí a importância do planejamento, quando todas as lições são estudadas assim que você tem acesso à revista). Para melhor exemplificar os pontos que serão estudados, é imprescindível que todos participem trazendo alguma coisa para o cardápio (frutas, cereais, pães, bolos, frios, sucos, leite, café, chá etc.).
Havendo possibilidade e espaço adequado, o momento não precisa ser “estanque”, ou seja, antes ou depois da aula, mas pode ser degustado durante a aula, de forma ordeira e organizada, não podendo, sob hipótese alguma, prejudicar a exposição e a interação.
TEXTO BÍBLICO
João 6.1-15
1 Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades.
2 E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.
3 E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos.
4 E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.
5 Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
6 Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.
7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.
8 E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
9 Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?
10 E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.
11 E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes, quanto eles queriam.
12 E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
13 Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
14 Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo.
15 Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.
INTRODUÇÃO
A continuidade do capítulo cinco do quarto Evangelho revela que os judeus passaram a perseguir Jesus e queriam matá-lo, pois Ele realizava prodígios no sábado. O Mestre ia ainda mais longe, pois justificava sua postura dizendo que o Criador ainda estava em atividade de trabalho e que Ele, justamente por isso, também trabalhava. Tal pronunciamento enchia os judeus ainda mais de ira, pois Jesus “não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.16-18). Dessa maneira Jesus consolida seu ministério como Messias enquanto João, por sua vez, vai evidenciando a messianidade do Senhor. Dos versículos 19 a 47 o Mestre faz um de seus discursos, intercalando sinais e palavra, como é característico do estilo do Evangelho joanino. Na sequência, Jesus realiza o grande milagre da lição que será estudada hoje.
I – O CENÁRIO E AS CIRCUNSTÂNCIAS DA NARRATIVA
Como já foi mencionado, Jesus desenvolve o seu ministério entre a Judeia e a Galileia. Assim, depois de curar o paralítico no Tanque de Betesda, reencontrá-lo no Templo em Jerusalém, confrontar os religiosos com a questão do sábado e de pronunciar seu discurso (Jo 5.1-47), o Mestre dirigi-se novamente à Galileia, especificamente, diz João, “para o outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades” (Jo 6.1).
João observa que uma grande multidão seguia o Senhor, pois via os sinais que Ele realizava (v.2). A observação é oportuna, pois evidencia que a multidão continua ávida pelo extraordinário, não tendo ainda maturidade para desenvolver uma fé solidificada na Palavra do Evangelho anunciado por Jesus Cristo, conforme pode ser visto logo mais no próprio capítulo seis do texto joanino (Jo 6.22-26). Na verdade, conforme o Senhor deixa claro, até mesmo os sinais são desprezados diante de outras necessidades priorizadas pelo povo.
Jesus e os seus discípulos, os doze, sobem a um “monte” não especificado (v.3). João acrescenta um detalhe que também aparece no versículo 13 do capítulo 2, demarcando um período de aproximadamente um ano, pois ele diz que se aproximava mais uma Páscoa (v.4). Têm-se então a passagem do primeiro ano do ministério terreno do Senhor.
Pense!
O que demonstramos quando decidimos procurar Deus apenas por interesses particulares?
Ponto Importante
Mesmo tendo necessidades, é preciso desenvolver uma fé madura e fundamentada no Evangelho e não na resolução dos nossos problemas.
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II – JESUS E O SEU COMPROMISSO COM AS PESSOAS
Ao contemplar a multidão, Jesus demonstra preocupação e comprometimento (v.5). Sua pergunta a Filipe — “Onde compraremos pão, para estes comerem?” — deixa isso muito claro. Na realidade, como João revela, o Mestre experimentava Filipe, ou seja, testava o seu discípulo com o objetivo de ver sua reação, pois o Senhor sabia perfeitamente como deveria proceder (v.6). O discípulo, visivelmente abismado, responde ao Mestre que duzentos dinheiros não seriam suficientes para que cada um pudesse comer um pedaço de pão (v.7).
O “dinheiro” ou denário era uma moeda romana de prata, sendo mais ou menos a média do salário de um dia de trabalho de um operário. Por isso, a sugestão de Filipe mostra-se “lógica”, pois deixa transparecer que eles não têm tal dinheiro e nem condição de alimentar tanta gente. À parte disso, é interessante pensar no fato de que mesmo Jesus, sabendo das reais intenções da multidão (Jo 6.22-26), ainda assim não deixou de ser solidário, cordato e educado, atendendo as pessoas em suas necessidades.
O que acontece na sequência demonstra que o problema havia extrapolado o círculo dos discípulos e chegado ao povo, pois um rapaz anônimo avisa André, irmão de Simão Pedro, ao Senhor Jesus, oferecera seu lanche — “cinco pães de cevada e dois peixinhos” — para que pudesse ser repartido pela multidão (vv.8,9). A pergunta retórica de André deixa explícita sua completa descrença em relação ao gesto do rapaz: “mas o que é isso para tantos?”. Tal atitude, porém, revela que o rapaz tinha mais fé que os discípulos, pois ofereceu seu lanche por saber que aquela pequena quantidade de alimento, nas mãos de Jesus, certamente poderia ser transformada em muito.
Uma vez que havia muita relva no local, isto é, planta rasteira apropriada para descanso, o Mestre então orienta os seus discípulos para que organizem a multidão, mandando que o povo se assente (v.10). Neste momento o texto joanino informa que o número de homens era de quase cinco mil. É importante dizer que tal contagem não considerava mulheres e crianças (Mt 14.21), portanto, a quantidade de pessoas alimentadas, provavelmente, deve ter sido bem superior a cinco mil. Certamente por isso André desprezou o gesto do anônimo que ofereceu seu lanche. Deus, todavia, não age de acordo com a lógica humana (1 Co 1.25).
Pense!
A admiração e a incredulidade de André, características da lógica humana, diante do gesto do rapaz anônimo, eram corretas?
Ponto Importante
A lógica humana é diametralmente oposta à divina, por isso, quem serve a Deus não pode orientar-se exclusivamente pelo entendimento humano.
III – O MILAGRE EVIDENCIA A COMPLETUDE DO EVANGELHO
O Mestre toma os cinco pães e os dois peixinhos do moço anônimo e dá graças; a seguir passa aos discípulos, e estes ao povo que anteriormente fora organizado. O texto diz que o alimento era dado “quanto eles queriam” (v.11), ou seja, não era regulado, mas distribuído em abundância e com fartura. Tal ação, demonstra a grandeza do milagre, pois os pães eram poucos e os peixes estão no diminutivo, “peixinhos”, mas estes nas mãos de Jesus foram suficientes. O milagre também aponta para a completude do Evangelho, pois era anunciado pelo Senhor a todos, mas primordialmente aos pobres, pois estes não tinham esperança e muito menos condições de subsistência. No entanto, o Senhor era sensível às necessidades dos menos favorecidos, sinalizando o compromisso do Reino de Deus (Mt 11.5; 25.35; Tg 2.14-17).
Depois de saciada a multidão, o Senhor orientou os discípulos a que recolhessem o que sobrou para que nada se perdesse (v.12). A sobra foi tão grande que os discípulos “encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido” (v.13). Tal ação demonstra o cuidado do Mestre com o desperdício, pois se antes não havia o que comer, agora já tinha
até mesmo de sobra. Isso, porém, não justificava o desperdício.
Com a realização do milagre, e devido sua especificidade, a multidão concluiu que Jesus era “verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (v.14). Contudo, o Mestre sabia que tal pensamento não se dava por uma motivação correta, mas sim por um interesse político. E era justamente por saber disso, isto é, que “haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei”, que Ele “tornou a retirar-se, [...] só, para o monte” (v.15). Jesus tinha uma missão e sua consciência acerca desse fato levou-o a não se empolgar com o pensamento da sociedade a seu respeito, daí o porquê de Ele retirar-se (Jo 6.38).
Pense!
O milagre que produziu a sobra justifica o desperdício?
Ponto Importante
A consciência da missão faz com que não nos desviemos do alvo
estabelecido por Deus.
SUBSÍDIO 1
“Jesus... vendo que uma grande multidão vinha ter com Ele (v.5)
Os discípulos também viram a multidão, mas não com a mesma visão do Mestre. Alguns enumeram as multidões como se enumera gado, tantas cabeças. Outros, em termos de trabalho, contam as mãos. Ainda outros, o tamanho da multidão indica o grau de popularidade. Mas Jesus vê a necessidade, o anelo da alma, os sofrimentos da multidão. Aquele que percebeu a fome de Nicodemos, que sentiu a sede da mulher samaritana, que compartilhou da miséria do paralítico em Betesda, que compreendeu o anelo de Zaqueu ― Ele teve a verdadeira visão da multidão com Ele no deserto. Spurgeon teve a mesma visão quando chorou perante os trinta mil que se congregaram para ouvi-lo pregar no Great Crystal Palace. A ternura infinita de Jesus O constrangeu
a alimentar a multidão. No Seu ministério compadecia-se tanto do estado físico do povo como do espiritual. Esforçava-se para ministrar tanto ao corpo como à alma dos homens.
A multidão achava o pão espiritual tão bom que se esquecera de comer.
Compare cap. 4.31-34.
Ele bem sabia o que havia de fazer (v.6):
Nos problemas e dificuldades não sabemos avançar; mas Ele bem sabe, nunca está perplexo para nos dirigir (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 265).
SUBSÍDIO 2
“Repartiu-os pelos discípulos (v.11) Lembremo-nos de que foi somente quando o menino entregou seus pães a Jesus que eles foram multiplicados para alimentar toda a multidão. É somente quando entregamos a Jesus o pouco que temos que Ele pode multiplicá-lo. Foi só quando a pobre viúva de Zarefate cedeu ao pedido estranho de Elias, Faze disso primeiro para mim um bolo, que o punhado de farinha e o pouco de azeite se tornaram provisão inesgotável para ela, 1 Rs 17.13.
Foi nas mãos de Cristo que os pães se multiplicavam. Os discípulos não podiam multiplicar a comida, mas tinham de voltar constantemente a Ele para receber mais para distribuir. Tudo é uma figura do que nos acontece: não podemos, nem com os maiores esforços e com estudos esmerados, alimentarmos as multidões sem recorrermos, constantemente, a Jesus.
Quando estavam saciados (v.12): Não comeram só um pouco, mas fartaram-se. Uma professora da Escola Dominical, bastante incrédula, disse aos meninos: É claro que Jesus não alimentou toda a multidão apenas com cinco pães e dois peixes. Isto seria impossível. Jesus ensinava de tal forma que a multidão perdia todo
o sentido da fome física e voltava à casa satisfeita” (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 266).
CONCLUSÃO
O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes evidencia a completude do Evangelho e sua relação com o Reino de Deus que, apesar de não ser “comida nem bebida; mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17), deve contemplar o ser humano em sua totalidade. O Mestre demonstrou isso com sua preocupação em deixar a multidão com fome. Ele não se preocupava apenas com as almas das pessoas, mas as via de forma global e completa. Da mesma forma, Tiago instrui que não podemos, tendo condições, ver o nosso irmão padecendo necessidades, dizer para ele ir em “paz”, pois “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.15-17).
HORA DA REVISÃO
Evidencia que a multidão continua ávida pelo extraordinário, não tendo ainda maturidade para desenvolver uma fé solidificada na Palavra do Evangelho.
Demonstra preocupação e comprometimento (v.5).
Tal atitude revela que o rapaz tinha mais fé que os discípulos, pois ofereceu seu lanche por saber que aquela pequena quantidade de alimento, nas mãos de Jesus, certamente poderia ser transformada em muito.
Demonstra a grandeza do milagre, pois os pães eram poucos e os peixes estão no diminutivo, “peixinhos”, mas estes nas mãos de Jesus foram sufi cientes. O milagre também aponta para a completude do Evangelho, pois era anunciado pelo Senhor a todos, mas primordialmente aos pobres, pois estes não tinham esperança e muito menos condições de subsistência, no entanto, o Senhor era sensível às necessidades dos menos favorecidos, sinalizando o compromisso do Reino de Deus.
Jesus tinha uma missão e sua consciência acerca desse fato levou-o a não se empolgar com o pensamento da sociedade a seu respeito, daí o porquê de Ele retirar-se (Jo 6.38).
Lição 7- O Milagre de Andar por sobre o Mar
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 12/08/2018
TEXTO DO DIA
“Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais.”(Mt 14.27)
SÍNTESE
O fato de Jesus andar sobre o mar consolidou seu senhorio sobre a natureza, evidenciando sua divindade.
SAIBA MAIS:
Lição 1- O que é Milagre
Lição 2- O propósito dos milagres no ministério de Jesus
Lição 3- O milagre nas bodas de Caná
Lição 4- Curando o filho de um Oficial
Lição 5- A cura do paralítico de Betesda
Lição 6- O milagre da Multiplicação
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Êx 14.15-31: O mar se abriu para o povo passar
TERÇA – Js 4.14-18: O rio se abriu para o povo passar
QUARTA – 2 Rs 2.8,9: O rio se abriu para os profetas passarem
QUINTA – 2 Rs 2.13,14: O rio se abriu para o profeta passar
SEXTA – Jó 9.8: Deus anda sobre os altos do mar
SÁBADO – Sl 77.19: O caminho de Deus pelo mar
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Quantas vezes já nos decepcionamos? E o quanto ainda iremos nos decepcionar? Ao pensar a respeito disso, é bom lembrar que muito de nossas decepções é resultado das próprias expectativas que alimentamos em relação às coisas e ao outro. Essas expectativas, que posteriormente se revelam equivocadas, podem ser formadas pelas pessoas ou por nós mesmos. Contudo, raramente pensamos o quanto já decepcionamos também. Será que já não criamos expectativas irreais — para impressionar alguém — e depois nos tornamos reféns da própria personagem que criamos? A lição de hoje mostra que os discípulos do Mestre estavam “chateados” por conta da expectativa que eles nutriam e não por alguma promessa feita por Jesus. Se seguíssemos o conselho do apóstolo Paulo em Romanos 12.16 certamente evitaríamos muito do nosso sofrimento neste aspecto.
TEXTO BÍBLICO
João 6.1-15
16 E, quando veio a tarde, os seus discípulos desceram para o mar.
17 E, entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles.
18 E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava.
19 E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e temeram.
20 Porém ele lhes disse: Sou eu; não temais.
21 Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.
INTRODUÇÃO
Seguindo seu propósito de demonstrar que Jesus é o Cristo, o Ungido (Jo 20.30,31), João relata o “quinto sinal”. Cotejado com as narrativas de dois dos Sinóticos — Mateus (14.23-36) e Marcos (6.45-56) — o material joanino parece estar incompleto. Todavia, como já foi dito, cada Evangelho possui suas peculiaridades e o de João não é diferente. Como poderá ser visto, para os propósitos do quarto Evangelho, as informações constantes nesta pequena porção bíblica são sufi cientes.
I – OS DISCÍPULOS E A PERSPECTIVA DO REINO
O texto estudado anteriormente termina com duas informações, sendo que a ênfase da lição passada recaiu apenas sobre a primeira delas. Neste tópico, a segunda será mais bem explorada para se entender o contexto do quinto sinal. João diz que Jesus “tornou a retirar-se, ele só, para o monte” (Jo 6.15). Não poucas vezes o Mestre retirou-se para períodos a sós com o Pai (Mc 1.35; Lc 5.16; 6.12).
No texto paralelo de Marcos para essa narrativa, o evangelista observa que os discípulos “não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.52). Acostumados à ideia de que um grande feito como aquele deveria culminar com nada menos que o coroamento e a ascensão definitiva do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram decepcionados e, por isso mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de Jesus.
O texto joanino diz que no período da tarde os discípulos desceram para o mar (v.16). Eles então embarcaram “em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado perto deles” (v.17). Esse tempo que Jesus se deteve em oração talvez tenha sido oportuno para que os discípulos refletissem melhor e, quem sabe, entendessem a diferença entre a perspectiva humana e a do Reino.
Pense!
Onde adquirimos o costume de achar que todo grande feito, em prol das pessoas, precisa redundar em benefício para nós?
Ponto Importante
Ao permitir que, em alguns momentos, fiquemos sozinhos, Deus certamente dá-nos grandes lições espirituais.
II – O MAR E O MILAGRE
Os discípulos haviam descido para o mar e já era noite quando zarparam rumo a Cafarnaum. Devido à topografia da região, cercada por montes, onde está situado o “mar”
da Galileia ― trata-se na verdade de um imenso lago de água doce cuja superfície encontra-se 210 metros abaixo do nível do mar. Ventos originados no mar Mediterrâneo sopram pelo vale do grande lago, fazendo com que as águas deste se agitem tornando-se perigosas (Mc 4.35-41). É exatamente isso que o texto informa ao dizer que “o mar se levantou, porque um grande vento assoprava” (v.18).
Os discípulos haviam remado por muitas horas, praticamente a noite inteira, e não conseguiram navegar mais que cinco ou seis quilômetros, pois o grande vento que assoprava não permitira o progresso da viagem (vv.18,19). Isso aconteceu a despeito de alguns deles serem pescadores e, consequentemente, experientes na arte da navegação.
Foi em meio a este momento difícil que os discípulos avistaram algo inusitado, que os fez temer mais ainda: ― uma pessoa andando sobre o mar (v.19). Se dentro de um barco a situação era desesperadora, o que dizer daquela experiência? Felizmente, não se tratava de nada do imaginário que povoava o folclore judaico (Mt 14.25,26; Mc 6.48,49), mas era o Mestre que, de forma sobrenatural e milagrosa, andava sobre as águas tempestuosas e revoltas do mar da Galileia.
Pense!
A longa experiência, em uma determinada área, garante que sempre teremos sucesso?
Ponto Importante
O inusitado pode não ser necessariamente o que imaginamos, por isso, é importante estar atento para novas experiências.
III – “O EU SOU”
Com a resposta do Senhor aos discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele estar andando sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de João, não resta nenhuma dúvida: ― Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o Antigo Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
Do primeiro momento em que estavam endurecidos, e posteriormente espantados, os discípulos passaram então à esperança, pois receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”, conseguindo chegar, em segurança, à outra margem, para o local onde tinham por destino (v.21).
Pense!
Quantos de nós, em meio ao desespero, conseguimos reconhecer ao Senhor Jesus?
Ponto Importante
Em meio às dificuldades Deus pode revelar grandes coisas, basta apenas prestar a atenção.
SUBSÍDIO
“Jesus anda sobre o mar, 6.16-21. Este é um dos grandes ‘sinais’ narrados por João para que crêssemos que Jesus é o Cristo , o Filho de Deus, e para que crendo, tenhamos vida em Seu nome, cap. 20.31. Os judeus, considerando-O o grande Líder político, designado para salvar a pátria, tinham o intuito de arrebatá-lo e proclamá-lo Rei.
Jesus, porém, ao andar sobre o mar, manifestou-se, não como um mero político em uma esfera limitada, mas como o divino Criador com supremo poder sobre o universo. O mar da Galileia, apesar de não ser mais que um lago, sofre grandes temporais. Turistas testificam que se desencadeiam lá tempestades repentinas e tão violentas que a superfície do lago parece como as águas fervendo de um gigantesco caldeirão. Logo o barco chegou à terra para onde iam (v.21).
É uma figura expressiva e palpitante do Cristo atual:
1) Já subiu para orar noutro alto, Mt 14.23; Hb 7.26; 9.24.
2) O mar deste mundo é muito tempestuoso, Lc 21.25-28.
3) A quarta vigília (Mt 14.25), Jesus está para voltar, Rm 13.11-14.
4) Com a vinda de Jesus cessa o vento. Ele não deixa a tempestade aumentar demasiado; antes de chegar ao extremo, Ele aparecerá sobre as ondas mais elevadas, Lc 21.28.
5) Com a chegada de Jesus, o barco já estava no porto, não se tinha desviado um metro da rota, durante o temporal. Com a Sua chegada findarão todos os problemas e logo entraremos no porto onde jamais baterão ventos nem tormenta (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 267,268).
CONCLUSÃO
O grande ensinamento desta lição é justamente o fato de Jesus ter “deixado” seus discípulos por um período de tempo, permitindo que estes refletissem e enfrentassem as dificuldades de uma viagem corriqueira. Isso fez com que eles experimentassem a verdade de que se o Senhor estiver no barco tudo vai bem.
Vídeo aula
HORA DA REVISÃO
Acostumados à ideia de que um grande feito como aquele deveria culminar com nada menos que o coroamento e a ascensão definitiva do seu Mestre, os discípulos certamente ficaram decepcionados e, por isso mesmo, com o coração “endurecido” pela atitude de Jesus.
Esse tempo que Jesus se deteve em oração talvez tenha sido oportuno para que os discípulos refletissem melhor e, quem sabe, entendessem a diferença entre a perspectiva humana e a do Reino.
Jesus alude a um dos mais conhecidos nomes divinos do Antigo Testamento (Êx 3.14; Is 43.10,25).
Com a resposta do Senhor aos discípulos, identificando-se com Deus, somado ao fato de Ele estar andando sobre as águas, ao colégio apostólico, bem como aos leitores de João, não resta nenhuma dúvida. Jesus é Deus, pois somente o Criador, desde o Antigo Testamento, tem tal poder (Jó 9.8; Sl 77.19).
Do primeiro momento em que estavam endurecidos, e posteriormente espantados, os discípulos passaram então à esperança, pois receberam o Mestre, diz João, “de boa mente”, conseguindo chegar, em segurança, à outra margem, para o local onde tinham por destino (v.21).
Lição 8- A Cura do Cego de Nascença
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 19/08/2018
TEXTO DO DIA
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (Jo 9.5)
SÍNTESE
Ao dar vista ao cego, Jesus devolveu-lhe também a dignidade, tirando-o da mendicância, e o libertou da opressão religiosa.
SAIBA MAIS:
Lição 4- Curando o filho de um Oficial
Lição 5- A cura do paralítico de Betesda
Lição 6- O milagre da Multiplicação
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Mt 20.29-34: Os dois cegos de Jericó
TERÇA – Mc 10.46-52: O cego Bartimeu
QUARTA – Mc 8.22-26: O cego de Betsaida
QUINTA – Lc 18.35-43: O cego de Jericó
SEXTA – Mt 9.27-31: Os dois cegos na Galileia
SÁBADO – Mt 15.14: O perigo de seguir condutores cegos
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
O ritmo frenético imposto pela vida moderna priva-nos de ver outras dimensões da realidade. Somos condicionados a enxergar apenas àquilo que está imediatamente relacionado aos nossos afazeres. Se por um lado este ritmo de vida certamente já é desgastante e prejudicial à saúde, por outro, tal corre-corre torna-nos muitas vezes insensíveis diante das necessidades das pessoas. Automatizados por tantas obrigações, acabamos sobrecarregados e sem tempo para coisas simples. Quando encontramos textos como o da lição de hoje, vemos um nítido contraste entre a postura de Jesus, Filho de Deus, e muitos de nós cujas atribuições humanas servem como abismos que nos separam da dura realidade de milhões de pessoas necessitadas. Que com o estudo da lição de hoje possamos aprender com Jesus e assim passarmos a olhar para além dos nossos interesses pessoais.
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ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para essa aula, em vez de promover a conhecida dinâmica dos “olhos vendados”, que tal promover um “treinamento da visão”? Treinar a visão, de acordo com o que a lição de hoje mostra da postura de Jesus, significa ver além do que comumente vemos. Desafiar nosso condicionamento habitual e promover uma nova forma de ver as coisas. Peça que os alunos observem durante a semana o trajeto por onde eles passam todos os dias indo para o colégio, faculdade ou trabalho (pode ser o caminho para o templo também). Oriente-os a que memorizem o que eles nunca observaram antes. Solicite que eles prestem atenção, sobretudo, às pessoas. Não aquelas que já fazem parte do seu círculo de amizade, mas principalmente as que são muito diferentes, “esquisitas” e improváveis de serem suas amigas. Promova, após a exposição do primeiro ponto, um momento em que eles possam relatar o que notaram de diferente e o que aprenderam nessa semana de observação. Finalize com o exemplo de Jesus que “notou” o cego e que, de igual forma, devemos enxergar as pessoas.
TEXTO BÍBLICO
João 9.1-9
1 E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
2 E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3 Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
4 Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
5 Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
6 Tendo dito isso, cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
7 E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
8 Então, os vizinhos e aqueles que dantes tinham visto que era cego diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
9 Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu.
INTRODUÇÃO
O sexto milagre relatado por João encontra-se em uma narrativa dividida em cinco partes (9.1-41), sempre seguindo a divisão do apóstolo do amor, que intercala sinais e palavra, ou seja, milagres seguidos por discursos de Jesus. O texto bíblico da presente lição traz apenas a primeira dessas cinco divisões e relata o milagre em si. No entanto, a continuidade da narrativa contém profundas lições, não apenas espirituais, mas também teológicas, que servem como formas de identificar as diferenças entre os princípios doutrinários da religiosidade judaica em relação ao Evangelho de Jesus Cristo cujo fim é levar à “cegueira” os que pensam ver e dar vista aos que são conscientes de que não “enxergam” (Jo 9.39).
I – A LUZ DO MUNDO
A observação de que “passando Jesus, viu um homem cego de nascença” (v.1), não é fortuita e nem mera praxe para introduzir o assunto. Trata-se de um detalhe importantíssimo, pois revela, como em outras ocasiões (Mt 5.1; Jo 5.5,6; 6.5), a atenção do Mestre para os excluídos, desprezados e esquecidos pela sociedade. Em meio a um cenário tumultuado, de grande concentração de pessoas e onde cada um busca apenas os seus próprios interesses, Jesus vê e contempla aqueles que não têm visibilidade alguma, ou quando são vistos, tal não ocorre de forma correta, como se poderá ver adiante.
Ao perceber que o Mestre fita alguém de forma particular, os discípulos, certamente desconhecendo as reais intenções do Senhor, dirigem-lhe uma pergunta que reflete uma antiga e errônea crença que já existia naquela época: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (v.2). Em vez de enxergarem um ser humano carente de cuidados e atenção, o colégio apostólico aproveita para tomar o cego como ponto de partida para uma discussão teológica, típica da vaidade religiosa. Na verdade, a associação de sofrimento com pecado é algo bastante recorrente na Bíblia, podendo ser visto ainda no alvorecer de Israel (Êx 20.5). Mesmo tendo o Senhor Deus desconstruído tal pensamento, através de profetas como Ezequiel e Jeremias, por exemplo (Jr 31.29,30; Ez 18.1-32), nos dias do ministério de Jesus alguns setores da sociedade mantinham tal crença, ensejando a bela resposta do Mestre aos discípulos: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (v.3).
Em consonância com o prólogo do quarto Evangelho, onde se encontra o texto que diz, do Filho de Deus, que Ele é “a luz verdadeira” (Jo 1.9), o Mestre, em demonstração de profundo compromisso com seu ministério e chamado, afirma então que está incumbido de realizar, enquanto é “dia”, as obras daquEle que o enviara, pois “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (v.4). O Senhor falava da atenção que Ele deveria dispensar a pessoas como a do cego que, anônimo, encontrava-se na mendicância e sem
esperança alguma. E tal trabalho, de iluminar — de todas as formas — deveria ser feito, pois enquanto estava no mundo, disse o Senhor, “sou a luz do mundo” (v.5). E onde é que a luz torna-se mais necessária? Evidentemente que é onde há trevas (Mt 4.16).
II – UMA CURA DIFERENTE
Após declarar- se como a luz do mundo, num gesto como se estivesse com “pressa” (Ele havia dito que tinha de fazer as obras de Deus enquanto era dia, pois a noite vinha, “quando ninguém pode trabalhar”), Jesus imediatamente cuspiu no chão e, “com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego” (v.6). Esta não foi a única vez que o Mestre agiu dessa maneira. Em outras duas ocasiões, de forma inexplicável, Ele também fez uso da saliva para realizar milagres (Mc 7.33; 8.23).
Por definição o milagre contraria a lógica humana. Não obstante, neste caso específico, “untar”, isto é, besuntar ou aplicar sobre o olho de alguém cego uma espessa camada de lama, parece não ser algo sensato, segundo o raciocínio lógico humano. Contudo, tal ato indica que os métodos divinos não precisam ser repetitivos ou iguais. O Senhor age da forma que lhe apraz e no momento que lhe convém (2 Rs 4.32-37; 5.8-14).
Por mais inconcebível que possa parecer à mentalidade moderna, o cego obedeceu e foi ao tanque de Siloé lavar os seus olhos, voltando então completamente curado (v.7). É no mínimo curioso que o significado do nome Siloé seja justamente “o Enviado”. Contudo, a observação joanina figura no texto para destacar a pessoa de Jesus, que fora enviado pelo Pai para cumprir a missão de dar vista aos cegos (Jo 5.36-38; 8.16; 9.39). O texto não informa a distância que eles se encontravam do tanque e nem se alguém auxiliou o cego para que pudesse chegar até lá, todavia, diz apenas que ele “Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo” (v.7b). Há na Bíblia, outros exemplos de pessoas cuja cura aconteceu após obedecerem (2 Rs 5.8-14; Is 38.21), mostrando uma íntima relação entre obediência e cura.
III – A INCREDULIDADE PERANTE A CURA
Ao retornar ao convívio da sociedade e da vizinhança, o agora ex-cego ouviu as pessoas perguntarem: “Não é este aquele que estava assentado e mendigava?” (v.8b). A dúvida surge pelo fato de que a aparência do cego, ao locomover-se e transitar de forma autônoma, leva as pessoas a questionar, pois ele agora estava “diferente”. Não apenas isso, mas também o fato de ele agora não mais ficar na mendicância e ter sua dignidade restituída. Isso fez com que a dúvida se instaurasse. Era a mesma pessoa ou não?
Como tudo na vida, as opiniões se dividiram e muitas pessoas passaram a achar que se tratava de alguém parecido com o cego, isto é, não era ele (v.9). É incrível a capacidade humana em achar que tudo aquilo que não possui uma explicação lógica deve ser desacreditado. As pessoas achavam mais fácil pensar que estavam diante de um “sósia”, alguém muito parecido, do que do antigo cego que eles costumavam ver mendigando na região. Isso a despeito de o ex-cego dizer com sua própria boca que era ele mesmo.
Superados os estágios da dúvida e da desconfiança, depois de se certificarem de que se tratava realmente do cego em questão, as pessoas agora queriam saber como ele passara a enxergar (v.10). Tal não deve ter sido a surpresa delas ao ouvi-lo responder: “O homem chamado Jesus fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, e lavei-me, e vi” (v.11). À mentalidade incrédula, tal resposta é um insulto, pois ela nada explica. E como tais pessoas não creem em milagres, o fato inexplicável do agora ex-cego estar ali como um testemunho vivo, faz com que elas sintam-se curiosas não apenas a respeito do milagre, mas também do realizador do feito miraculoso (v.12). No entanto, Jesus que nada exigiu do cego para curá-lo, nem mesmo que este o seguisse, encontra-se em um local ignorado pelo ex-cego que se limita a responder aos inquiridores que não sabe onde o Mestre encontra-se.
SUBSÍDIO 1
Jesus viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? (9.1,2) A cura milagrosa é uma evidência vívida das verdades que Jesus afirmou. Ele é a Luz do mundo, capaz de trazer a visão ao cego. Aqueles como o homem cego, cuja visão foi restaurada, reconhecem Jesus e caminham na luz. Mas aqueles que afirmam ver, porém não conseguem reconhecer a confirmação de Deus em relação aos Salvador nos seus milagres, provam que estão espiritualmente cegos, e morrerão nos seus próprios pecados.
Aqui também há algo especial para nós. Os discípulos, depois de verem o homem nascido cego, foram levados a fazer uma interessante pergunta teológica. A crença popular sugeria que a deficiência deste homem era devida ao pecado em sua vida. Mas, como ele nasceu cego, como poderia ter merecido esta punição? Ele foi punido por algum pecado dos seus pais? Ou quem sabe algum pecado que Deus sabia de antemão que o homem iria cometer? O que é importante aqui não é a resposta que Jesus deu — de que a cegueira não era punição por nenhum pecado, mas que servia como oportunidade para glorificar a Deus. O que é importante é o fato de que quando os discípulos viram o sofrimento — sua curiosidade, e não sua compaixão, foi despertada (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 218,219).
SUBSÍDIO 2
Jesus cura um homem cego de nascença / 9.1-12 9.6,7 Isto não é típico da maneira como Jesus operava milagres, de acordo com João. Mas Marcos registra dois incidentes de cura miraculosa em que Jesus usou a saliva — para curar um homem surdo e mudo e para curar um homem cego (Marcos 7.33; 8.23).
O relato de João, porém, fornece o único registro de Jesus cuspindo na terra e formando lodo. Desde a antiguidade, pensava-se que o cuspe ou saliva possuía algum poder medicinal. Mas os judeus desconfiavam de qualquer pessoa que usasse saliva para curar, porque tal atitude estava associada com artes mágicas. Vale a pena notar, porém, que o papel da saliva de Jesus na cura era principalmente o de fazer lodo. Como já foi salientado anteriormente ([...]),
Jesus não usava objetos aleatórios sem um propósito específico. Primeiro, Jesus usou o lodo para ajudar a desenvolver a fé do homem (ele tinha que fazer o que Jesus lhe disse: ir e se lavar em um certo tanque). Segundo, Jesus amassou o lodo com suas mãos a fim de colocá-lo sobre os olhos do homem. Isto constituía ‘trabalho’ em um dia de sábado e iria perturbar os fariseus. Jesus tinha muito que lhes ensinar sobre Deus e o seu sábado” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 544).
CONCLUSÃO
A cura do cego evidencia a mentalidade prevalente de uma sociedade preconceituosa. Era mais fácil acreditar que se tratava de outra pessoa do que dobrar-se à realidade — Deus curara e restituíra uma pessoa de forma sobrenatural! Lamentavelmente, tal postura não ficou no passado, pois ainda hoje, até mesmo nos círculos religiosos, pessoas demonstram incredulidade diante de transformações radicais operadas pelo Senhor em alguém. Que tal atitude desapareça entre nós.
HORA DA REVISÃO
1 O que João quer expressar ao dizer que Jesus “viu” um homem cego de nascença?
Trata-se de um detalhe importantíssimo, pois revela, como em outras ocasiões (Mt 5.1; Jo 5.5,6; 6.5), a atenção do Mestre para os excluídos, desprezados e esquecidos pela sociedade.
Ezequiel 18.1-32, Jeremias 31.29,30 e João 9.3.
Siloé significa “o Enviado”. A observação joanina figura no texto para destacar a pessoa de Jesus que fora enviado pelo Pai para cumprir a missão de dar vista aos cegos (Jo 5.36-38; 8.16; 9.39).
A dúvida surge pelo fato de que a aparência do cego, ao locomover-se e transitar de forma autônoma, leva as pessoas a questionar, pois ele agora estava “diferente”. Não apenas isso, mas também o fato de ele agora não mais ficar na mendicância e ter sua dignidade restituída. Isso fez com que a dúvida se instaurasse. Era a mesma pessoa ou não?
Porque Jesus nada exigiu do cego para curá-lo, nem mesmo que este o seguisse.
Lição 9 - O Milagre da Ressurreição de Lázaro
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 26/08/2018
TEXTO DO DIA
“Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele.” (Jo 11.45)
SÍNTESE
O sétimo e último sinal do quarto Evangelho é o mais significativo de todos, pois devolveu a vida a Lázaro, mostrando todo o poder do
Filho de Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Rs 17.17-24: Elias e o filho da viúva de Sarepta
TERÇA – 2 Rs 4.32-37: Eliseu e o filho da sunamita
QUARTA – 2 Rs 13.21: Uma volta inusitada à vida
QUINTA – Lc 7.11-17: O filho da viúva de Naim
SEXTA – Lc 8.41,42,49-55: A filha de Jairo
SÁBADO – At 9.36-43: A mulher que tinha bom testemunho
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Acostumados com a importante e necessária prática do planejamento, vez por outra somos surpreendidos por algum acontecimento que nos desperta para o inegável fato de que, na realidade, não temos controle algum, não apenas sobre o futuro, mas também sobre o que quer que seja. Sem conhecer os contornos da estrada da existência que vai se delineando conforme os dias vão passando, muitas vezes nos pegamos absortos com os acontecimentos. Para o bem ou para o mal, quantas vezes já não exclamamos: “Nunca pensei que isto fosse acontecer comigo”. Se os que não conhecem a Deus atribuem os acontecimentos ao “acaso”, aos que creem tal maneira de pensar não faz sentido, pois acreditam na providência divina. Não obstante, uma vez que são insondáveis as formas de Deus agir, até mesmo o crente, vez por outra, incorre no erro de falar daquilo que escapa ao seu conhecimento.
O último sinal do quarto Evangelho ensina-nos que Deus, muitas vezes, age de maneira contrária à lógica, mas que ao final tudo concorre para a glória do nome dEle.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Como Jesus teve acesso tão rápido ao sepulcro onde jazia Lázaro? A maioria dos estudiosos defende que havia no próprio terreno das casas, sobretudo das pessoas de posse, esculpido em rochas o túmulo dos entes queridos. Reproduza, conforme suas possibilidades, a imagem do “túmulo do Jardim” e apresente-a a classe durante a exposição do tópico III da lição.
TEXTO BÍBLICO
João 11.28-40,43,44
28 E, dito isso, partiu e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está aqui e chama-te.
29 Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele.
30 (Ainda Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.)
31 Vendo, pois, os judeus que estavam com ela em casa e a consolavam que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali.
32 Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
33 Jesus, pois, quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se.
34 E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem e vê.
35 Jesus chorou.
36 Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.
37 E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?
38 Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela.
39 Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias.
40 Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de
Deus?
43 E, tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora.
44 E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.
INTRODUÇÃO
O sétimo milagre do Evangelho de João coroa de forma magistral os relatos dos sinais do texto joanino, culminando com o maior deles, pois devolveu a vida a alguém que havia morrido há quatro dias (Jo 11.39).
I – A ENFERMIDADE PARA A GLÓRIA DE DEUS
A cada sinal realizado, Jesus se indispunha ainda mais com as classes religiosas que, temendo perder seu domínio, depois deste grande feito, acabaram reunindo-se numa coalizão de forças entre sacerdotes e fariseus, formaram um conselho e reconheceram o que não dava mais para esconder — o que poderia ser feito para barrar o Senhor visto que Ele fazia “muitos sinais” (Jo 11.47)? Apesar de os milagres beneficiarem o povo, sobretudo os mais necessitados (At 10.34-38), o medo dos religiosos era que todos passassem a crer em Jesus e isso fizesse com que o poder imperial os achassem dispensáveis e não mais necessários para os interesses e acordos políticos (Jo 11.48). Foi nessa infame reunião que, diz o apóstolo do amor, depois de afirmar que convinha que um homem morresse pelo povo, o “sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação” (Jo 11.51), selando de vez o destino entre eles, pois “Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem” (Jo 11.53).
Dividido em duas partes, o relato do sétimo sinal tem longos 44 versículos (Jo 11.1-44). A despeito de o texto bíblico da lição conter apenas a segunda parte do relato, o contexto exposto na primeira é de primordial importância para se valorizar ainda mais a narrativa. João informa que se encontrava doente um homem chamado “Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta” (Jo 11.1). Estas, conhecidas e amadas do Senhor, mandaram-lhe avisar que Lázaro, a quem Jesus igualmente amava, estava enfermo (Jo 11.3,5). Isso indica que o Senhor já conhecia essa família. Todavia, mesmo após ser notificado, Jesus “ficou ainda dois dias no lugar onde estava” (Jo 11.6).
Felizmente, a demora de Jesus em ir até Betânia não se trata de insensibilidade, antes tem uma razão de ser, isto é, como o próprio Mestre disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11.4b). Na verdade, conforme o Senhor revela, o real motivo de Ele não se apressar em ir ao povoado e curar Lázaro antes que este viesse a falecer, foi o amor que Ele tinha pelos seus discípulos, pois estes teriam a oportunidade ímpar de assistir um portentoso milagre e assim poderiam acreditar definitivamente que o Senhor era o Filho de Deus (Jo 11.15).
É natural que haja algum estranhamento no fato de Jesus ter dito que a doença não era para “morte” e Lázaro ter vindo a óbito. Vale perceber que, particularmente, neste texto, a “morte” possui dois sentidos e não significa simplesmente a cessação da vida biológica, mas tem um significado bem mais profundo, conforme se depreende da resposta do Senhor a Marta (Jo 11.25b,26). Falando, entretanto, especificamente da morte de Lázaro, o Mestre disse que aquele apenas “dormia”, algo que levou os discípulos a não entenderem a expressão, achando que o doente estivesse se recuperando (Jo 11.11-13). Para desfazer o equívoco “Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto” (Jo 11.14). Portanto, vê-se que há dois sentidos para a expressão “morte” na narrativa: morte natural e morte eterna.
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Pense!
Qual deve ser a nossa reação quando Deus parece tardar, ou não ouvir, as nossas orações?
Ponto Importante
Alguém já disse, com muita propriedade, que um dos momentos mais perigosos para o crente é quando Deus fica em “silêncio”.
II – A RESSURREIÇÃO E A VIDA
Quando o “tempo de Deus” se completou, Jesus então convidou os seus discípulos a retornarem à Judeia e eles, completamente confusos, tentaram dissuadir o Senhor “lembrando-lhe” que há pouco quiseram apedrejá-lo naquela localidade (Jo 10.31,39 cf. 11.7,8). A preocupação dos discípulos se dava pelo fato de Betânia distar de Jerusalém cerca de dois a três quilômetros (Jo 11.18). O Mestre então lhes esclarece por meio da metáfora do dia, já anteriormente utilizada (Jo 9.4,5), que há necessidade de se fazer o que Ele fora designado para executar (Jo 11.9-11). A resposta de Tomé, discípulo lembrado pela dúvida (Jo 20.24- 29) — “Vamos nós também, para morrermos com ele” (Jo 11.16) — que figura para muitos como uma incógnita, na verdade, trata-se de uma expressão de coragem, e resignação e não uma ironia.
É curioso notar que em Lucas 10.38-42, Marta encontra-se excessivamente ocupada com as coisas corriqueiras da vida e até solicita ao Mestre que diga a Maria para esta vir lhe auxiliar. Neste episódio, entretanto, ela vai ao encontro do Senhor mesmo antes dEle chegar na aldeia, “Maria, porém, ficou assentada em casa” (Jo 11.20). Ambas, todavia, lamentam-se da mesma forma a respeito de Jesus não ter chegado a tempo de impedir que Lázaro viesse a óbito (Jo 11.21,32). Se na ocasião da narrativa de Lucas, Maria dispôs-se a estar aos pés do Mestre para aprender, nesta oportunidade é Marta quem nos oportuniza um importante e instrutivo diálogo (Jo 11.21-27). É perigoso formar uma visão de alguém, ou ainda pior, uma caricatura, por um único lance da vida da pessoa.
O fato de Maria ter ficado “assentada em casa”, certamente está relacionado com a recepção dos judeus que tinham ido a Betânia consolar a ambas (Jo 11.19,31).
O que acontece na sequência após Marta ter ido se encontrar com o Senhor é um diálogo de teor altamente teológico.
Apesar de ter dito que sabia que tudo quanto Jesus pedisse a Deus, o Pai lhe concederia, no momento decisivo, tal crença parece não ter se mostrado tão segura (Jo 11.22,39). O Mestre então diz que trará Lázaro novamente à vida e Marta responde que sabe que o seu irmão “há de ressuscitar na ressurreição do último Dia” (Jo 11.23,24). A crença na ressurreição não era novidade para os judeus (Is 26.19; Dn 12.2), porém, por entender a morte apenas no sentido natural, este evento era exclusivamente situado no futuro. Jesus revela uma verdade completamente distinta: Ele mesmo é a ressurreição e a vida e quem nEle crê, “ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê [...] nunca morrerá” (Jo 11.25,26). Portanto, morte e vida, nas palavras do Senhor a Marta, revestem-se de um significado bem mais profundo, pois indicam que, como já foi dito, existem dois tipos de morte e também de vida: naturais e eternas. O Mestre falava, obviamente, da vida eterna que era uma realidade para os que nEle criam (Jo 3.16,36). À pergunta do Senhor se Marta cria no que Ele acabara de pronunciar, ela respondeu não apenas de forma afirmativa, mas com uma confissão: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo” (Jo 11.27).
Pense!
Podemos definir o perfil de uma pessoa por uma única atitude dela?
Ponto Importante
Se por um lado uma única atitude não é suficiente para definir uma pessoa, por outro, ela pode trazer consequências — boas ou más — irreversíveis.
III – “PARA QUE CREIAM QUE TU ME ENVIASTE”
Após fazer tal confissão, Marta então se dirige a casa e avisa a Maria que o Mestre desejava vê-la. Maria, sem demora alguma, corre ao encontro do Senhor, que ainda nem havia chegado à aldeia (vv.28-30). Os judeus que a consolavam seguiram-na pensando que ela fosse ao sepulcro chorar, e acabaram encontrando-se também com o Senhor Jesus que, observa João, “quando a viu chorar e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se” (v.33). Se essa observação parece “subjetiva”, o que acontece na sequência não deixa dúvida quanto ao fato de Jesus ser um homem sensível.
Após inquirir acerca do local onde sepultaram Lázaro, o apóstolo do amor registra que “Jesus chorou” (v.35), daí a afirmação dos judeus: “Vede como o amava” (v.36b). Diferentemente dos mestres da antiguidade que se esforçavam para passar uma imagem de impassibilidade, o Senhor não teve receio algum em chorar e comover-se por ver Maria e os judeus chorando.
Vendo que Jesus chorava, alguns dos judeus questionaram: “Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?” (v.37b). Eles até levantam a hipótese de o Senhor, por ter dado vista ao cego, caso tivesse chegado a tempo, também ter curado a Lázaro; mas trazê-lo de volta parece estar completamente fora de cogitação. Neste momento, ao chegar ao sepulcro havia uma pedra na entrada e uma vez mais o Mestre se comoveu (v.38). Sem titubear, Jesus ordenou que removessem a pedra do sepulcro, mas Marta então protestou que já fazia quatro dias que Lázaro morrera e que por isso já cheirava mal (v.39), o Mestre, todavia, respondeu-lhe: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” (v.40b).
Após removerem a pedra, Jesus faz uma breve oração, onde deixa claro sua intimidade com o Pai (vv.41,42). Na prece, o Senhor revela que a oração não fora feita por uma necessidade de comunicação entre ambos Ele e o Pai, e sim por causa da “multidão ao redor”, ou seja, para que as pessoas creiam que Deus o enviara. Logo depois de orar, o Mestre grita: “Lázaro, vem para fora” (v.43b). No mesmo instante, Lázaro despertou e “saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço” (v.44). O Senhor então mandou que o soltassem e o deixassem ir. Se o povo já admirara o milagre de dar vista ao cego realizado por Jesus, este agora era sobrenaturalmente superior, pois devolvera a vida a um morto, não de poucas horas, mas alguém que já havia morrido há quatro dias, isto é, não havia dúvida alguma acerca da impossibilidade de este voltar à vida a não ser por um milagre divino.
Pense!
Você teria problema em acreditar que alguém pudesse ser usado por Deus caso esta pessoa fosse emotiva e sensível?
Ponto Importante
O fato de uma pessoa não se envergonhar por suas demonstrações emotivas em público deve ser visto como uma virtude.
SUBSÍDIO 1
“Quando Jesus declarou: ‘Teu irmão há de ressuscitar’, Marta recitou: de modo muito triste, um artigo do credo judaico: ‘Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia’. O único alívio que sentia era uma esperança para o futuro distante, baseada numa doutrina. Jesus, no entanto, fez com que ela desviasse sua atenção do artigo do credo para fixá-la nEle: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’, o que nos faz entender que o Cristianismo consiste mais em confiar numa Pessoa divina do que assentir a proposições teológicas. Não há proveito em procurar assenhorear-se da teologia sem primeiro aceitar Cristo como Senhor. Podemos crer numa doutrina sem entregar nossa vida a ela em plena confiança; podemos entendê-la sem que ela nos transforme o coração; como Marta, podemos crer na ressurreição sem ter verdadeira fé naquele que é a Ressurreição e a Vida. A causa das lágrimas de Jesus. Tais lágrimas fazem parte da humanidade de Jesus. Apesar de ser Filho de Deus, Ele sofreu todas as aflições dos homens, embora sem a prática do pecado. ‘E o Verbo se fez carne’. Sua humanidade não era fictícia; participou realmente da nossa natureza. As lágrimas brotaram de real compaixão, foram a resposta do coração de Jesus ao apelo da tristeza. Suas lágrimas também foram causadas pela tristeza — tristeza pelos danos causados pelo pecado e pela morte” (PEARLMAN, Myer. João. O Evangelho do Filho de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.138-140).
SUBSÍDIO 2
“Pergunta-se: Por que os outros três evangelhos não relatam o grande milagre da ressurreição de Lázaro? Uma das respostas é: porque o Espírito Santo levou João a registrar esse milagre, que preenche sua parte no propósito do livro. O milagre da ressurreição de Lázaro não tinha lugar no plano dos outros três escritores. Lembremo-nos que há cinco outros milagres relatados por João, que não se mencionam nos outros Evangelhos. E há trinta e três milagres nos outros Evangelhos, não registrados por João.
[...] Tirai a pedra (v.39): Era proibido, pelo Talmude, abrir um túmulo, depois de fechá-lo com a pedra. E isso para se evitar contaminar-se cerimonialmente. Mas Aquele que tocou o esquife do filho da viúva de Naim (Lc 7.14), e que tocou o leproso (Mt 8.3), mandou que retirassem a pedra do túmulo de Lázaro — anulando o formalismo dos judeus. Jesus, levantando os olhos para o céu, disse... (vv.41, 42): Isto não é uma oração mas ação de graças a Deus, pela resposta à oração, resposta já recebida. Vd. Mc 11.24 (Vers. Bras e Vers. Ver. Autor.): Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim. Recebestes é no tempo passado. Recebemos enquanto oramos e o vemos depois com os olhos. Cristo, diante do túmulo de Lázaro, orara até receber e só restava agradecer a Deus a resposta que ia ver logo com os próprios olhos” (BOYER, Orlando. Espada Cortante. Lucas, João e Atos. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 311,312).
CONCLUSÃO
A lição de hoje encerra o ciclo dos sete sinais elencados pelo apóstolo do amor. Não apenas aos seus destinatários originais, mas também a nós, nos dias de hoje, tais sinais trazem edificação e fazem com que creiamos no Senhor como o Filho de Deus, e assim tenhamos vida em seu nome (Jo 20.31).
HORA DA REVISÃO
Na verdade, conforme o Senhor revela, o real motivo de Ele não se apressar em ir ao povoado e curar Lázaro antes que este viesse a falecer, foi o amor que Ele tinha pelos seus discípulos, pois estes teriam a oportunidade ímpar de assistir um portentoso milagre e assim poderiam acreditar definitivamente que o Senhor era o Filho de Deus (Jo 11.15).
Morte natural e morte eterna.
Jesus revela uma verdade completamente distinta Ele mesmo é a ressurreição e a vida e quem nEle crê, “ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê [...] nunca morrerá”. Portanto, morte e vida, nas palavras do Senhor a Marta, revestem-se de um significado bem mais profundo, pois indicam que, como já foi dito, existem dois tipos de morte e também de vida naturais e eternas. O Mestre falava, obviamente, da vida eterna que era uma realidade para os que nEle criam.
“Jesus chorou” (v.35).
Resposta pessoal.
Lição 10 - A Cura do Paralítico de Cafarnaum
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 02/09/2018
TEXTO DO DIA
“E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados
estão os teus pecados.” (Mc 2.5)
SÍNTESE
Ao tratar primeiramente da questão do pecado na vida do paralítico de Cafarnaum, Jesus demonstra que este, na verdade, é o grande problema do ser humano.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Is 43.25: Por amor a si Deus apaga as transgressões
TERÇA – Is 55.7: Deus perdoa com generosidade
QUARTA – Cl 3.13: Perdoar como o Senhor nos perdoou
QUINTA – 1 Jo 1.9: Se confessarmos os pecados, Ele nos perdoa
SEXTA – Ef 1.7: Em Jesus temos o perdão dos pecados
SÁBADO – Cl 1.13,14: Em Jesus temos a remissão dos pecados
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OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Que somos seres gregários ninguém tem dúvida. A Bíblia fala, por diversas vezes, acerca da amizade (1 Sm18.1-3; Rt 1.16,17; Pv 17.17; 18.24; 27.9,10; Ec 4.9,10). O seu valor é inegável. Até mesmo o nosso querido Mestre falou a respeito do fato de que Ele não considerava os seus discípulos como servos, mas sim como amigos (Jo 15.15). Assim, além do milagre objeto desta lição, o tema transversal — a amizade —, leva-nos a refletir sobre a importância dos relacionamentos. Não apenas do fato de tê-los, mas também da qualidade de tais relacionamentos (Pv 13.20; 22.24,25; 1 Co 15.33). É gratificante saber que temos amigos e que podemos contar com eles. Contudo, dificilmente pensamos e refletimos acerca de que tipo de amizade oferecemos às pessoas ou que tipo de amigo temos sido. Sim, em vez de cobrar, que tal fazer um autoexame e pensar no quanto temos sido amigos das pessoas?
TEXTO BÍBLICO
Marcos 2.1-8
1 E, alguns dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.
2 E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava-lhes a palavra.
3 E vieram ter com ele, conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
4 E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
5 E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
6 E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seu coração, dizendo:
7 Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?
8 E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?
INTRODUÇÃO
Apesar de menor entre os quatro Evangelhos, o de Marcos tem sido
tradicionalmente apresentado como o mais antigo deles e também
fonte dos sinóticos (Mateus e Lucas). Trata-se, portanto, de um texto muito importante, cuja narrativa simples e direta destina-se a falar do essencial — o Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1.1) — isto é, o novo tempo trazido pelo Senhor, cuja condição para dele fazer parte é o arrependimento e a fé (Mc 1.14,15). Assim como esta lição, deste Evangelho serão extraídas as narrativas de milagres para as demais lições que ainda restam ser comentadas. A de hoje contém grandes valores.
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I – O MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO
O texto bíblico da lição inicia informando que Jesus “entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa” (v.1). Situada às margens do mar da Galileia, Cafarnaum tornou-se a cidade escolhida por Jesus para fixar residência após Ele deixar Nazaré (Mt 4.12,13; 9.1). Tal iniciativa se deu de acordo com o texto bíblico e como já foi comentado, para que se cumprisse o que fora
predito pelo profeta Isaías (9.1,2 cf. Mt 4.14-16), isto é, que para um povo sem esperança, uma grande oportunidade chegara, pois desde que João Batista fora preso, “veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14,15).
Apesar de a questão cronológica não ser unanimidade em qualquer texto bíblico, é possível verificar no arranjo do texto de Marcos uma atividade intensa do Senhor Jesus na região da Galileia, ainda no início deste Evangelho (Mc 1―2). Jesus surge pregando a mensagem da chegada do Reino de Deus e convoca os primeiros discípulos, vai a sinagoga ensinar e al liberta um homem que tinha um espírito imundo; dirige-se à casa de Pedro e cura a sogra deste, levanta-se de madrugada para orar e depois convida seus discípulos a ir às aldeias pregar e, nestes locais, Ele comparece nas sinagogas; por toda a região da Galileia e expulsa demônios, além de curar um leproso (Mc 1.14-45). Portanto, o fato de o Senhor estar em “casa” certamente significava uma pausa necessária para um descanso, mas isso não foi possível, pois quando souberam,
“logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam” [...] (v.2a).
Longe de irritar-se ou fugir, Marcos informa que diante da aglomeração que se formou, o Mestre fez o que lhe competia — “anunciava-lhes a palavra” (v.2b). O texto lembra outras ocasiões em que Jesus deixava de fazer outras coisas necessárias à vida para cumprir sua missão, pois tinha consciência de que o tempo de seu ministério terreno seria breve (Jo 4.31-34).
II – UMA GRANDE DEMONSTRAÇÃO DE FÉ
O versículo 45 do capítulo primeiro de Marcos informa que, após curar um leproso, “Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele”. Tal informação indica que o fato de Ele aguardar alguns dias para entrar em Cafarnaum tem uma razão de ser: provavelmente despistar a multidão para que pudesse estar em casa. Todavia, souberam que Ele “estava em casa” e então a aglomeração de pessoas foi inevitável (vv.1,2). Sabendo que o Senhor estava em casa, quatro amigos resolveram conduzir, em uma maca, um companheiro paralítico (v.3). Não é possível saber a distância que eles percorreram conduzindo aquele homem nas estradas poeirentas da Galileia, sob o sol escaldante, e nem se este era magro ou obeso. O certo é que aquele homem tinha quatro amigos e, como diz Provérbios, o “homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (18.24).
Ao chegar a casa, “por causa da multidão”, os quatro amigos foram impedidos de aproximar-se de Jesus. Contudo, pela atitude dos quatro homens é possível verificar que sequer passou pela cabeça deles desistir. Marcos diz que eles descobriram o telhado da casa onde o Senhor “estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico” (v.4). As casas simples daquela época possuíam uma escada lateral que permitia fácil acesso ao telhado que, muitas vezes, era utilizado como caixa d’água. A cobertura era basicamente feita de madeira, com uma camada de areia e basalto, que servia como material impermeabilizante. Portanto, não deve ter sido muito fácil “cavar” o telhado, fazer um buraco e baixar o homem paralítico até Jesus.
Para alguém que estava pregando, tal movimentação certamente interrompeu o ato, não obstante, Jesus não se mostrou incomodado, antes, diz o texto, “vendo-lhes a fé”. (v.5). A ousada atitude daqueles homens revelou uma fé quase “palpável”, pois o fato de trazer o amigo até ali e por causa da multidão não poderem
ter acesso ao Mestre não os impediu de fazer algo inusitado e que poderia gerar um efeito contrário do que eles esperavam. No entanto, foi justamente essa ação, nada convencional, que fez com que o Senhor os atendesse.
III – UMA RESTAURAÇÃO COMPLETA
Após ser interrompido pelos quatro amigos resignados que baixaram o homem diante de Jesus, o Mestre “vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (v.5). Uma vez que, como já foi dito, havia uma associação muito grande entre sofrimento e pecado (Jo 9.1,2), o Senhor tratou primeiramente da questão que aflige a todos, trazendo restauração espiritual ao paralítico. Contudo, havia entre a multidão um grupo numeroso de escribas (v.6 cf. Lc 5.17), o qual seguia os passos de Jesus com intenções muito distintas das do povo (Lc 20.19,26). Estando ali assentados, começaram a questionar, argumentando em pensamento: “Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (v.7). O Mestre, entretanto, “conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si”, os inquiriu acerca do porquê de estarem questionando (v.8).
Se a primeira pergunta feita pelo Senhor já parecia surpreendente (como Ele sabia o que os escribas estavam pensando?), as próximas indagações vão muito além: “Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?” (v.9). É preciso notar que o Mestre não pergunta sobre o que é mais “difícil”, e sim o que é mais “fácil”. Denotando que não há nada que lhe seja impossível, pois Ele é Deus (Lc 1.37). Digno de nota é também o fato de que “dizer” que os pecados de alguém estão perdoados é algo subjetivo, mas ordenar a alguém, paralítico, que se levante, tome sua maca e ande, é algo completamente objetivo e verificável. E foi exatamente isso que Jesus fez. Utilizando um de seus títulos para referir-se a si, Filho do Homem―, o Mestre então prova que tem poder para perdoar pecados, ordenando que o paralítico se levante, tome seu leito e dirija-se para sua casa (vv.10,11). Os que antes não queriam abrir espaço para os seus amigos que o trouxeram, tiveram agora que dar lugar para que ele mesmo passasse.
SUBSÍDIO 1
“A cura e o perdão (2.1-12). Este capítulo abre uma seção que descreve o desenvolvimento da oposição a Jesus. No início, o antagonismo permanecia em silêncio, na mente dos escribas (2.6); mas logo encontrou expressão nos ataques contra os discípulos (2.16) e depois nas tramas contra o próprio Senhor (3.6). Como
Mateus indica (9.1), Cafarnaum ([...]) agora havia se tornado a ‘cidade’ do Senhor, e seria a sua base de operações durante todo o seu ministério na Galileia. Quando Jesus voltou, soube-se na comunidade que Ele estava em casa, possivelmente a casa de Pedro. Ele ‘não pôde esconder-se’ (7.24). O significado exato da indicação de tempo de Marcos, alguns dias depois, continua um mistério e parece indicar que alguns dias depois que Jesus entrou
em Cafarnaum, circularam as notícias da sua presença. Então logo se ajuntaram tantos (2) que a casa não comportava tanta gente, nem havia espaço junto à porta. Era uma casa humilde, sem um
pórtico ou vestíbulo. Apesar da multidão comprimida, Jesus anunciava-lhes (ou proclamava) a palavra, ‘a mensagem’.
Quatro homens trouxeram até esta casa cheia de gente um paralítico, com a fé de que Jesus poderia curá-lo. Subindo a escada exterior até o teto daquela casa térrea, os homens descobriram o telhado (4), e rompendo a argila (ou as telhas, Lc 5.19), assim como os galhos e ramos abaixo dessa superfície, baixaram o leito. A cooperação e o trabalho árduo deles haviam aberto o caminho” (EARLE, Ralph.; MAYFIELD, Joseph H.; SANNER, A. Elwood. Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 236).
SUBSÍDIO 2
Os quatro homens entraram pelo telhado, porque as portas da casa achavam-se bloqueadas. Temos aí um exemplo dos que, apesar
de buscarem a Deus, não podem achegar-se a Cristo, pois as portas da Casa de Deus encontram-se bloqueadas por teólogos profissionais e sem vida espiritual. João Wesley viu que o caminho da evangelização estava bloqueado pela igreja estabelecida. Por isso saiu aos campos abertos para pregar às massas. Tal
método horrorizou os eclesiásticos da época, mas a obra foi feita. George Fox, fundador dos ‘Quacres’, percebeu estar a formalidade da igreja inglesa servindo de empecilho Na uma experiência íntima com Cristo. Eis porque deixou-se impulsionar pelo Espírito. Embora parecesse excêntrico e extremado, seu método de trabalho conduziu milhares de almas ao Senhor Jesus. Como o cristianismo nominal não satisfaz a fome espiritual do homem, o coração busca um meio de irromper as barreiras até chegar a Cristo. Haja embora murmuração dos escribas, o telhado do eclesiasticismo é rompido.
O importante é que todos ouçam a voz do Mestre. Causas invisíveis e efeitos visíveis. Como o perdão do pecado é uma bênção espiritual, e só se evidencia na consciência do homem perdoado, o Senhor Jesus produziu um efeito físico para deixar a bênção bem patente (PEARLMAN, Myer. Marcos. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 36,37).
CONCLUSÃO
A grande mensagem desta lição é que Deus vê a nossa fé através de nossas atitudes e não simplesmente das nossas palavras e crenças. Outra mensagem é que muito mais importante do que se ter amigos, devemos ser amigos a ponto de fazer coisas que talvez até fuja daquilo que, religiosamente falando, é convencional e protocolar.
HORA DA REVISÃO
Em vista disso, o que Ele fez? Longe de irritar-se ou fugir, Marcos informa que diante da aglomeração que se formou, o Mestre fez o que lhe competia: “anunciava-lhes a palavra” (v.2b).
Jesus viu nesta ação?
A fé daqueles quatro homens (v.5).
Após ser interrompido pelos quatro amigos resignados que baixaram o homem diante de Jesus, o Mestre “vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (v.5). Uma vez que havia uma associação muito grande entre sofrimento e pecado, o Senhor tratou primeiramente da questão que aflige a todos, trazendo restauração espiritual ao paralítico.
Denotando que não há nada que lhe seja impossível, pois Ele é Deus (Lc 1.37).
A restauração foi total e completa, pois ele foi curado fisicamente e restaurado espiritualmente.
Lição 11 - A Cura do Homem que Tinha uma das Mãos Mirrada
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 09/09/2018
TEXTO DO DIA
“E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles calaram-se.” (Mc 3.4)
SÍNTESE
A cura do homem que tinha uma mão atrofiada foi uma restauração que contemplou não apenas o aspecto físico, mas também a dimensão social e emocional.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Mt 15.30,31: Uma abundância de milagres
TERÇA – Mc 1.21-28: O endemoninhado que foi liberto no sábado
QUARTA – Mc 1.29-31: Jesus curou a sogra de Pedro no sábado
QUINTA – Lc 13.10-17: Jesus curou, no sábado, a mulher que andava encurvada
SEXTA – Lc 14.1-6: Jesus curou um homem hidrópico no sábado
SÁBADO – Mc 1.38,39: Jesus expulsava demônios aos sábados
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Quantas vezes já não nos sentimos tristes por sermos ignorados. É horrível a sensação de ser “invisível” — entrar e sair de um ambiente sem sequer ser cumprimentado.
No entanto, será que não reproduzimos essa postura, mesmo sem perceber, e nos fechamos em nossos círculos de amizade, ignorando completamente as pessoas que não fazem parte do nosso grupo? Não é incomum acabarmos reproduzindo algo de que fomos vítimas em algum momento da vida. Quando isto se dá de forma inconsciente, tudo bem. No entanto, é urgente investigar se o comportamento reproduzido não ocorre como uma forma de “vingar-se” do que aconteceu no passado. O desejo de vingança é contrário ao que apregoa o Evangelho, portanto, é preciso libertar-se de tal sentimento. Que possamos ser verdadeiros integradores de pessoas invisíveis, promovendo sua inclusão nos locais onde o Senhor permitir que estejamos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
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Que tal aproveitar a temática transversal — inclusão — e promover
a integração de novos alunos à classe? Se a sua classe não for algo excepcional, certamente ela encontra-se dentro dos padrões de “normalidade” em termos de frequência, ou seja, cerca de setenta por cento dos matriculados encontra-se presente. Contudo, o número de matriculados está longe de ser o ideal pois certamente há muito mais jovens na igreja.
Os jovens geralmente gostam de desafios e tarefas, por isso, aproveite a temática deste domingo para convidá-los à prática de engajar-se a fim de promover a Escola Dominical. Visando estimulá-los você pode oferecer um singelo prêmio (uma lição para o próximo trimestre a ser sorteada entre aqueles que trouxerem ao menos um visitante para a próxima aula, e uma revista garantida para os que trouxerem alguém que se torne efetivamente aluno). Quem sabe desse trabalho não surja até mesmo a necessidade de se criar uma nova classe de jovens?
TEXTO BÍBLICO
Marcos 3.1-6
1 E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada.
2 E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem.
3 E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.
4 E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles calaram-se.
5 E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra.
6 E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.
INTRODUÇÃO
A lição de hoje fecha um ciclo de cinco episódios relatado por Marcos que envolvem controvérsias entre Jesus e os líderes religiosos, escribas e fariseus, de seu tempo (Mc 2.1—3.6). Tais controvérsias se davam pelo fato de que o Mestre não seguia a agenda religiosa e legalista deles. A primeira destas controvérsias foi abordada na lição anterior. As outras três dizem respeito ao fato de Jesus chamar um coletor de impostos para compor seu colégio apostólico e, por conseguinte, sentar-se na casa deste com muitos “publicanos e pecadores” (Mc 2.13-17); a não prática do jejum pelos discípulos do Senhor (Mc 2.18-22); e a quarta diz respeito ao ato de os seguidores do Mestre colherem espigas, e as comerem, em pleno sábado (Mc 2.23-28). Finalmente, a quinta controvérsia será estudada na presente lição.
I – OS FARISEUS À ESPREITA DE JESUS
Marcos, como os outros evangelistas, informa, uma vez mais, que Jesus foi a uma sinagoga (v.1). Na verdade, esta é a terceira vez, ainda no início de seu Evangelho, que Marcos diz que o Senhor esteve em uma sinagoga (Mc 1.21,29,39). Como centros de ensinamento da Lei, oração pública e onde a participação leiga era possível, a sinagoga tornou-se um dos locais preferidos por Jesus para proferir grandes ensinamentos (Mt 4.23; Lc 4.15-36).
A observação do texto de que “estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada” (v.1), não é sem razão. Paradoxalmente, o homem que deveria passar completamente despercebido torna-se o centro da sinagoga naquele sábado e, consequentemente, da passagem bíblica.
No plano literário do texto de Marcos, é possível ver claramente o deslocamento dos adversários religiosos espreitando o Senhor e sondando-o a fim de julgar seus ensinamentos e atitudes (Mc 2.6,7,16,18,24). O versículo dois informa que, novamente, eles estavam ali observando se o Senhor curaria o homem no sábado, para o “acusarem”. O curioso é que enquanto muitos não confessavam acreditar no Mestre como Messias, ou Cristo, com medo de serem expulsos da sinagoga (Jo 9.22; 12.42,43), Jesus sequer se importava em desafiar os pretensos ensinadores de Israel (Mt 15.14).
Pense!
Será que diante da hostilidade pública temos coragem de sustentar nossa fé e nossas convicções?
Ponto Importante
O testemunho tem um custo para todos os que creem.
II – O QUE SE DEVE FAZER NO SÁBADO?
Como local de ensinamento da Lei, textos como o de Levítico 21.17-24, por exemplo, certamente era conhecido na sinagoga. Portanto, sem dúvida alguma, este homem vivia à margem da sociedade e a sinagoga não era uma exceção. No entanto, ao ordenar que ele se “levante” e, não apenas isso, mas também venha para o centro do recinto (v.3), Jesus faz com que este homem seja novamente visto pelas pessoas. Ao levantar-se sua presença foi notada por todos. Ao vir para o centro da sinagoga, o Mestre então o reintegra ao local.
Diversamente das controvérsias anteriores quando quem indaga o Senhor são os adversários religiosos — escribas e fariseus — (Mc 2.7,16,18,24), nesta ocasião é o Mestre quem os questiona, inquirindo-os acerca do que deveria ser feito (v.4). Eles, porém, ficaram calados, pois até mesmo nisto havia divergência entre si, pois alguns rabinos concordavam que, no sábado, um médico cuidasse de alguém que estivesse correndo algum risco, enquanto outros achavam que tal ação era errada.
Não obstante o homem não estar sob nenhum risco, as perguntas de Jesus colocam a questão em um patamar que transcende tal discussão. Seu motivo para agir não é a emergência, ou o sufoco, mas o amor. Sendo o sábado um dia santo, certamente as poucas ações que podem ser realizadas nele devem ser boas. Tal discussão pode ser vista no texto paralelo (Mt 12.11,12). Se um animal, neste caso tido como um bem material, sem titubear era salvo no sábado, quanto mais uma pessoa cuja deficiência física necessitava de uma intervenção!
Pense!
Quando uma vida está em jogo e sua salvação depende da transgressão de uma regra religiosa, qual deve ser a nossa decisão?
Ponto Importante
Ao curar o homem em pleno sábado, Jesus demonstra que a restituição de uma vida é mais importante que a observância de regras religiosas.
III – O MILAGRE E A DECISÃO DOS ADVERSÁRIOS DO SENHOR
O silêncio dos fariseus, isto é, sua omissão diante da dor daquele homem outrora “invisível” provoca, inicialmente, a indignação do Mestre (v.5a). O emudecimento tem um motivo muito claro, ou seja, eles não podem responder “não”, pois isso seria um absurdo, mas também não podem concordar com o Senhor, pois tal posição lhes seria constrangedora. Assim, tais motivações injustificáveis, e com certeza conhecidas por Jesus, provocam indignação no Mestre, mas ao mesmo tempo leva o Senhor a ter pena da “dureza” do coração deles, posto que deve ser muito difícil existir de forma tão desumana, sem sensibilizar-se com a dor das pessoas. É interessante notar que o evangelista pontua de forma bastante explícita os sentimentos do Senhor, evidenciando sua humanidade.
Falando da mesma narrativa, Lucas informa claramente que a mão atrofiada era a direita (6.6). Como se sabe, a mão destra era de suma importância na cultura judaica (Mc 16.19; Cl 3.1; 1 Pe 3.22). Por isso, quando o Senhor, depois de mandar que ficasse em pé e viesse para o meio, também ordena ao homem que estenda a mão (v.5b), Ele não apenas lhe dá visibilidade e restituição social na sinagoga, mas também lhe proporciona, além da cura física, cura emocional, pois a mão que antes não podia ser mostrada nem estendida para cumprimentar alguém, agora está completamente sã. Na verdade, a cura emocional iniciou-se antes da física, pois a mão que certamente ficava escondida sob a roupa, desde o momento em que Jesus ordenou-lhe que fosse mostrada, quebrou uma grande barreira (v.5).
Do emudecimento e paralisação, após constatar o milagre, os fariseus saíram imediatamente da sinagoga e “tomaram logo conselho com os herodianos” (v.6). Os herodianos eram um grupo político-partidário simpatizante de Herodes Antipas, que lutavam para que este governasse a Judeia (à época governada por Pilatos). Apesar de o foco de interesse de ambos os grupos ser completamente distinto, eles ocasionalmente poderiam unir-se havia um interesse comum (Mc 12.13). Neste caso, uma vez que Jesus era alguém cuja popularidade poderia converter-se em uma ameaça política pior que a de Pilatos para os interesses dos herodianos, os fariseus então os procuraram formando uma coalizão para “ver como o matariam” (v.6).
Pense!
O que é necessário quando, além da cura física, existe também a doença de ordem emocional?
Ponto Importante
Quando uma doença física vem acompanhada de trauma, a cura precisa ser bem mais profunda.
SUBSÍDIO 1
“Jesus cura a mão de um homem no sábado / 3.1-6. Esse episódio completa uma série de cinco comparações crescentes entre Jesus e os líderes religiosos. Em conjunto, elas fazem um resumo dos pontos de atrito que levaram à rejeição de Jesus. Os fariseus tinham estado observando os atos de Jesus num sábado, esperando que Ele pudesse fazer alguma coisa que lhes permitisse condená-lo. Jesus frustrou seus planos envolvendo os fariseus na decisão de curar um homem. A reputação de Jesus de ser capaz de curar (mesmo no sábado, veja 1.21-26) já era conhecida, mas será que Ele ousaria curar no sábado, debaixo dos olhos dos fariseus? De acordo com a lei de Deus era proibido trabalhar no sétimo dia da semana (Êx 31.14-17), portanto os líderes religiosos não permitiam que fosse realizada qualquer cura nesse dia, a não ser que a vida da pessoa estivesse em perigo. A cura, afirmavam eles, representava a prática da medicina e a pessoa não podia exercer sua profissão num sábado.
3.3 Jesus não evitou uma confrontação com seus adversários, pois precisava estabelecer o importante ponto de que não estava disposto a ficar preso às opressivas leis dos fariseus e que, sendo Deus, iria realizar um ato de caridade e curar mesmo num sábado. Portanto, mandou que o homem com a mão mirrada viesse ao centro da multidão para que todos pudessem ver sua deficiência. Os fariseus não deixariam escapar qualquer coisa que Jesus fizesse” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 200,201).
SUBSÍDIO 2
“3.4 Para Jesus não importava que a vida desse homem não estivesse ameaçada pelas condições da sua mão e nem o fato de poder esperar até o dia seguinte para praticar a cura legalmente. Se Jesus tivesse esperado até o dia seguinte, estaria se submetendo à autoridade dos fariseus e mostrando que suas regras mesquinhas eram iguais à lei de Deus. Deus é Deus de pessoas, não de regras. Portanto, Jesus fez uma pergunta retórica: ‘É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?’ Mas os fariseus não lhe responderam, pois a resposta iria privá-los da acusação que queriam lançar sobre Jesus. Suas próprias leis permitiam que o povo fizesse o bem e salvasse vidas no sábado — o fazendeiro que podia resgatar sua única ovelha de um poço num sábado sabia disso (veja Mt 12.11,12).
Era, então, um absurdo proibir que uma pessoa fizesse o bem para outra num sábado. 3.5 Os líderes religiosos, os guardiães da fé judaica, os mestres do povo — aqueles homens de coração duro estavam tão moral e espiritualmente cegos e empedernidos que não conseguiam ver quem Jesus realmente era, nem reconhecer as necessidades de um homem e se rejubilar com a sua cura.” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 201).
CONCLUSÃO
A grande ironia desta narrativa é que quando Jesus questiona os fariseus acerca de se fazer bem ou mal no sábado, Ele também acrescenta uma segunda pergunta: “Salvar a vida ou matar?” (v.4). A princípio tal indagação parece despropositada ou, no mínimo, fora de contexto. Porém, no versículo seis o evangelista revela que a questão faz todo o sentido. Os fariseus que ignoraram o Senhor ter curado o homem da mão atrofiada no sábado, não hesitaram em formar conselho com os herodianos para ver como poderiam matar Jesus. Havia uma indisposição para fazer o bem, mas uma grande disponibilidade para executar o mal.
HORA DA REVISÃO
O versículo dois informa que, novamente, eles estavam ali observando se o Senhor curaria o homem no sábado, para o “acusarem”.
Jesus faz com que este homem seja novamente visto pelas pessoas. Ao levantar-se sua presença foi notada por todas. Ao vir para o centro da sinagoga, o Mestre então o reintegra ao local.
Seu motivo para agir não é a emergência, ou o sufoco, mas o amor.
É interessante notar que o evangelista pontue de forma bastante explícita os sentimentos do Senhor, evidenciando sua humanidade.
Cura emocional, pois a mão que antes não podia ser mostrada nem estendida para cumprimentar alguém, agora está completamente sã. Na verdade, a cura emocional iniciou-se antes da física, pois a mão que certamente ficava escondida sob a roupa, desde o momento em que Jesus ordenou-lhe que fosse mostrada, quebrou uma grande barreira (v.5).
Lição 12 - A Cura da Mulher que Tinha um Fluxo de Sangue
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 16/09/2018
TEXTO DO DIA
E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. (Lc 8.46)
SÍNTESE
A atitude ousada da mulher que tocou na orla das vestes de Jesus em circunstâncias extremamente desfavoráveis ensina-nos que devemos crer que Ele conhece nossas intenções.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Nm 15.38-40: As bordas das vestes serviam para lembrar o povo da Lei
TERÇA – Nm 21.8,9: A serpente de bronze de Moisés
QUARTA – Js 2.12-21: O fio de escarlate no muro de Jericó
QUINTA – At 5.14-16: A sombra de Pedro
SEXTA – Mt 14.35,36: Pessoas eram curadas ao tocar na orla das vestes de Jesus
SÁBADO – At 19.11,12: Lenços e aventais de Paulo
Lições Bíblicas da Escola Dominical:
- Lições Bíblicas de Jovens – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
- Lições Bíblicas de Adultos – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
- Sala do Professor – Acesse Aqui
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Somente quem já experimentou alguma forma de preconceito sabe quão sofrido é viver sob a égide de algo que o marca, aos olhos dos outros, negativamente. Ser olhado não como um ser humano, digno de respeito, mas ser visto sempre a partir de alguma coisa que o rotula. Se você nunca enfrentou tal situação, talvez tenha dificuldade de entender como é terrível viver dessa forma. Talvez você tenha preconceitos e mesmo antes de entender de algo, sinta-se bloqueado e não queira se inteirar do tema. Tal postura não combina com quem ensina. Mesmo porque, há que se distinguir “aceitação” de “aprovação” (vide Orientação Pedagógica a seguir). Portanto, o educador deve entender de todas as coisas para que possa orientar aqueles que o Senhor lhe confiou para ensinar.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
O preconceito, tema transversal dessa lição, está muito em voga nos dias atuais. Inicie um bate-papo com a classe acerca do tema e verifique o que os alunos entendem por preconceito. Trata-se de um conceito que todos temos formado de algo antes mesmo de saber o que àquilo, de fato, significa. Analisando por esse aspecto, todos somos “preconceituosos”, pois temos uma visão preformada das coisas. Todavia, na acepção usual, preconceito é entendido como uma postura de não aceitação do outro tal como este se apresenta. Assim, muitas vezes, se afirma que o crente é preconceituoso, pois não aceita as pessoas como elas são. Neste caso, é imprescindível fazer uma distinção entre “aceitação” e “aprovação”. Devemos, como o Senhor, aceitar as pessoas como elas são, mas não necessariamente devemos concordar e aprovar as coisas que elas fazem.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 5.25-34
25 E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue,
26 e que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior,
27 ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua vestimenta.
28 Porque dizia: Se tão somente tocar nas suas vestes, sararei.
29 E logo se lhe secou a fonte do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.
30 E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem tocou nas minhas vestes?
31 E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou?
32 E ele olhava em redor, para ver a que isso fizera.
33 Então, a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade.
34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal.
INTRODUÇÃO
Esta e a próxima lição possuem uma peculiaridade, além do milagre, que as unem — ambas tratam de episódios cujas personagens envolvidas são mulheres. Numa cultura e tempo extremamente distintos de tudo que se conhece atualmente, a forma de o Senhor Jesus Cristo tratar a mulher é inequívoca. Como alguém que desenvolveria um ministério dinâmico e intenso, Jesus teve de abandonar sua atividade na carpintaria de Nazaré (Mc 6.3). Não é de forma alguma um dado sem importância que Lucas registre que o Senhor “andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus” e que, além de seu colégio apostólico, “iam com ele [...] também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.1-3).
I – UMA ATITUDE OUSADA DE ALGUÉM QUE PADECIA
Como o leitor atento sabe, o contexto deste milagre está situado dentro de outro em que o Senhor devolve a vida à filha de um dos chefes da sinagoga, Jairo (Mc 5.21- 24,35-43). Foi durante o trajeto para a casa deste homem que aconteceu de estar entre a multidão uma mulher que há doze anos padecia de uma hemorragia inestancável (v.25). Esta havia empregado todas as suas economias com a medicina da época, porém, não obtivera nenhum êxito, antes, seu estado de saúde tornara-se cada vez pior (v.26). Tal informação indica que além de padecer com a doença, esta mulher também havia empobrecido, tornando sua situação ainda mais grave.
Se é fato de que havia entre a multidão muitos curiosos e até mesmo adversários do Senhor, o texto de Marcos informa que a mulher que muito sofrera nas mãos dos médicos, tendo ouvido falar de Jesus, e de como as pessoas enfermas e oprimidas obtinham libertação através dEle, veio com um propósito muito definido para vê-lo. Ela, diferentemente dos que esbarravam em Jesus de maneira desavisada, procurou de forma intencional, em meio à multidão e com todas as dificuldades, tocar ao menos no manto do Mestre (v.27). Devido à sua condição, de mulher e ainda hemorrágica, esta foi uma atitude ousada (Lv 15.19-33).
Ciente de que seria muito difícil aproximar-se do Mestre, a mulher já viera com o firme desejo de, ao menos tocar nas vestes do Senhor, pois diante de seu desespero pela enfermidade que a assolava há doze anos, ela então, depois de ouvir falar de Jesus, pensou: “Se tão somente tocar nas suas vestes, sararei” (v.28). Dois sentimentos a fez tomar aquela atitude — a necessidade de cura e a certeza de que seria curada. Mais à frente o evangelista relata, se em decorrência deste ato de fé da mulher não sabemos, que “onde quer que [Jesus] entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste, e todos os que lhe tocavam saravam” (Mc 6.56).
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II – A VIRTUDE QUE “SAIU” DO SENHOR
Talvez mesmo sem conhecer a Palavra esta mulher tenha vivido a realidade esposada por Jesus quando este instruiu seus discípulos dizendo que se eles tivessem fé “como um grão de mostarda” poderiam dizer “a este monte: Passa daqui para acolá — e há de passar; e nada vos será impossível” (Mt 17.20). A fé que a movera a buscar o Senhor e tocar em suas vestes fez com que ela sentisse que instantaneamente havia estancado “a fonte do seu sangue”, isto é, ela “sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal” (v.29). Tal como ela pensara lhe sucedeu!
Por sua vez, Jesus percebe claramente que dEle “saíra” virtude (v.30a), isto é, “força” ou “poder”. Tal virtude não lhe é apenas latente, mas evidente e conhecida dos escritores neotestamentários, pois ela não era um acessório, mas um instrumento a serviço do Pai no cumprimento do ministério terreno do Senhor (Lc 6.19). Ao discursar na casa de Cornélio, o apóstolo Pedro disse que Deus “ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude” e que por isso o Mestre “andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38). O mesmo Lucas, referindo-se a Jesus, registra na narrativa paralela que trata da cura do paralítico de Cafarnaum, que “a virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17b). Portanto, a virtude que a mulher “extraíra” de Jesus, não se caracteriza como um ato reprovável, antes deve ser vista como a apropriação legítima de um poder que se encontrava à disposição dos que dele tinham uma clara e real necessidade.
À pergunta do Mestre ― “Quem tocou nas minhas vestes?” (v.30b) ―, faltou sensibilidade e tato dos seus discípulos para entendê-la, pois eles observam que a multidão apertava o Senhor (como se Jesus fosse incapaz de perceber o quanto era comprimido) e admirados questionam como pode o Senhor querer saber quem o tocou (v.31). Evidentemente que a mulher, que ainda não havia se afastado suficientemente dali, ouvira o Senhor indagando e sabia que era a responsável por aquele toque. Ela transgredira a Lei e, desconhecendo a reação do Mestre, sabia o que isso poderia lhe causar (Lv 15.19-33).
III – A FÉ QUE SALVOU UMA MULHER MARGINALIZADA
Jesus procura fazer contato visual com a pessoa responsável por tocá-lo com fé e propósito (v.32). Em muitas outras ocasiões é perceptível que Ele conhecia os pensamentos e intenções das pessoas (Mc 2.6-8; Jo 6.64). Assim, a pergunta do Mestre “Quem tocou nas minhas vestes?”, não sinaliza um desconhecimento, antes figura como uma oportunidade de a mulher revelar-se publicamente, alcançando visibilidade e espaço. Dessa forma, Jesus a restituía socialmente. Na realidade, como se pode perceber, a “procura” de Jesus é parte do processo da cura completa que Ele queria dar-lhe.
O medo da mulher em revelar-se não era sem razão, pois ciente de sua condição, ela sabia que tudo em que tocasse, mesmo involuntariamente, ficaria impuro (Lv 15.19-33). Seu receio poderia advir não apenas de ter tocado em Jesus, mas de ter esbarrado nas pessoas e estas se revoltarem por terem ficado cerimonialmente impuras, já que certamente para se aproximar do Senhor que estava comprimido pela multidão, ela deve ter “tocado” em muita gente que, ao saber de sua condição, poderia voltar-se contra ela (v.27). Ainda assim, observa Marcos, ela “aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade” (v.33). Tal “confissão” fez toda a diferença, pois oportunizou a Jesus, como já foi dito, restituí-la radical e completamente.
A mulher que buscara a cura às escondidas, pelas razões já expostas e analisadas, agora tem a sua fé revelada publicamente e de forma explícita. Tal atitude do Senhor devolveu-lhe a dignidade perdida pelo estado de permanente impureza cerimonial e, não apenas isso, mas a fé que a moveu para ser curada transformou-se em “fé salvífica”, pois Jesus disse-lhe: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal” (v.34). Além de ter sua cura confirmada pelo Mestre, a mulher ainda obteve o maior bem que um ser humano pode alcançar de Deus: ― a salvação. Ainda que seu nome próprio não seja conhecido, o Senhor dirige-se a ela chamando-a de “filha”. A despedida desejando- lhe “paz” também não é algo meramente formal e protocolar, mas designa um estado de espírito bem como descreve sua situação espiritual diante de Deus (Rm 5.1,2). A mulher que antes se aproximara, “temendo e tremendo”, e que caíra aos pés do Senhor, levanta-se como uma nova mulher.
SUBSÍDIO
“Uma Interrupção Patética (5.25-34). Entre os que apertavam Jesus (24), quando Ele caminhou para a casa de Jairo, havia uma certa mulher (25) que havia doze anos tinha um fluxo de sangue. A sua enfermidade tinha a mesma idade da criança que naquele momento estava ‘moribunda’ (23). Esta mulher, cujo nome não é mencionado, tinha procurado alívio com muitos médicos (26), mas isto de nada lhe serviu. O texto de Marcos é direto e não fornece muitos detalhes
quanto aos médicos da época. A mulher havia padecido muito nas
mãos deles, tinha despendido tudo quanto tinha, e estava cada vez pior. Lucas, o médico amado, de forma mais amigável com seus colegas de profissão, observa que a enfermidade não pudera ser curada (Lc 8.43).
A condição da mulher era patética — ‘supostamente uma hemorragia crônica, debilitante, embaraçosa... empobrecedora... desencorajadora’. Não é de surpreender que ouvindo falar de Jesus (27), cuja fama agora se espalhava enormemente, ela tivesse procurado a libertação através dele. Esperando ‘roubar um milagre’, ela veio por detrás de Jesus, em meio à multidão, e tocou na sua vestimenta.
A prática da cura normalmente tem sido associada com um toque. Nós já observamos como Jesus, ‘movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou’ um leproso para curá-lo (1.41)” (Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 255).
CONCLUSÃO
Entre outras coisas, a narrativa ensina-nos que é preciso ter um propósito. A mulher hemorrágica partiu em direção ao Mestre com um plano definido — “Se tão somente tocar nas suas vestes, sararei” (v.28) — ou seja, ela não saiu em dúvida ou com “curiosidade”, mas decidida.
HORA DA REVISÃO
Resposta pessoal.
Um instrumento a serviço do Pai no cumprimento do ministério terreno do Senhor (Lc 6.19). Um poder que se encontrava à disposição dos que dele tinham uma clara e real necessidade.
Jesus queria dar uma oportunidade de a mulher revelar-se publicamente, alcançando visibilidade e espaço. Dessa forma, Jesus a restituía socialmente. Na realidade, como se pode perceber, a “procura” de Jesus é parte do processo da cura completa que Ele queria dar-lhe.
Ciente de sua condição, sabia ela que tudo em que tocasse, mesmo involuntariamente, ficaria impuro (Lv 15.19-33). Seu receio poderia advir não apenas de ter tocado em Jesus, mas de ter esbarrado nas pessoas e estas se revoltar por terem ficado cerimonialmente impuras, já que certamente para se aproximar do Senhor que estava comprimido pela multidão, ela deve ter “tocado” em muita gente que, ao saber de sua condição, poderia voltar-se contra ela (v.27).
Além de ter sua cura confirmada pelo Mestre, a mulher ainda obteve o maior bem que um ser humano pode alcançar de Deus: a salvação.
Lição 13 - O Milagre da Mulher Grega e Siro-Fenícia
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 23/09/2018
TEXTO DO DIA
“Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã.” (Mt 15.28)
SÍNTESE
Além de intercessora, a mulher cananeia era também sábia, pois respondeu o Mestre corretamente e assim recebeu a bênção que necessitava.
Lições Bíblicas da Escola Dominical:
1 - Lições Bíblicas de Jovens – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
2 - Lições Bíblicas de Adultos – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
3 - Lições Bíblicas de Adolescentes – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
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AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Sm 25.3,18-35: Uma mulher intercessora e sábia
TERÇA – Et 2.5-10: Uma jovem obediente, sábia e temente a Deus
QUARTA – Rt 1.16,17: Uma mulher exemplar e influenciadora
QUINTA – 1 Sm 1.20-28: Uma mulher de palavra
SEXTA – Lc 1.38: Uma mulher de coragem e de fé
SÁBADO – Rm 16.3,4: Uma mulher que arriscava sua vida pelos outros
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
O quanto estamos dispostos a reconsiderar uma decisão e rever uma posição? Pode parecer algo sem importância, mas se refletirmos com calma, veremos que não é tão simples. Geralmente ficamos tranquilos quando tudo está do “nosso jeito” e as coisas estão ao nosso favor. Mas, e quando somos contrariados ou as coisas não saem necessariamente como gostamos? Geralmente nos revoltamos e, exasperados, não raras vezes, falamos até daquilo que não sabemos, pois não apreciamos ser contrariados.
Acostumados com a ideia de que se tudo está indo bem é porque Deus está conosco, mas se algo não der certo significa que saímos da vontade dEle, podemos errar muito. Nem sempre a realidade funciona assim. Devemos ser sufi cientemente confiantes para crer que o Senhor da história tem o melhor para as nossas vidas, ainda que os contornos não sejam os que nós somos habituados ou conhecemos.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 7.24-30
24 E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se,
25 porque uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés.
26 E a mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.
27 Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
28 Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.
29 Então, ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.
30 E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído.
INTRODUÇÃO
A narrativa da presente lição encerra, tanto no material de Marcos quanto no texto paralelo, grandes ensinamentos (Mt 15.21-28). Contudo, o destaque neste momento inicial fica por conta do fato de a narrativa colocar em relevo a pessoa de uma mulher. Mais precisamente de duas, pois a mulher viera pedir por sua filha. Como anteriormente já foi frisado, o conhecimento dos costumes sociais do Antigo Oriente indica que a forma como Jesus tratava a mulher, naquele momento histórico, estava muito à frente de seu tempo.
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I – JESUS ENTRA EM TERRITÓRIO PAGÃO
É exatamente isto que o texto quer destacar — a presença de Jesus, ou sua investida, em terras pagãs (v.24a). Apesar de o território de Tiro, na Fenícia, ser uma região prototípica na Bíblia, sobretudo no Antigo Testamento e, vale a pena pontuar, no aspecto negativo (Is 23.1-12; Jr 25.22; 27.1-11; Ez 26.1-21; Jl 3.4-8; Am 1.9,10), não é efetivamente a questão geográfica que interessa a Marcos, mas sim o aspecto demográfico, ou seja, a proximidade do Senhor com os gentios. Mesmo o texto não afirmando que Jesus tenha penetrado na terra de Tiro, não deixa de ser sugestivo que Ele tenha ao menos passado pela região.
A intenção do Mestre em entrar em uma casa para “esconder-se” (v.24b), não significa que Ele tenha agido de má-fé ou mesmo sido negligente, antes indica que o Senhor, juntamente com o colégio apostólico, buscava fazer uma pausa necessária em uma casa que, muito provavelmente, pertencia a um judeu conhecido deles. Contudo, mesmo com toda a sua discrição e estando fora da área em que atuava ministerialmente, não pôde manter-se afastado do cumprimento de sua missão.
O evangelista revela que a possibilidade de o Mestre passar incólume, e no anonimato, não foi possível “porque uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés” (v.25). A fama de Jesus havia extrapolado a Judeia e a Galileia (Mt 4.24; Jo 12.20-22). Isto era um fato. Não obstante, considerando o aspecto puramente histórico e a cultura da época, a situação dessa pessoa que procurara o Senhor em nada lhe era favorável, pois se tratava de uma mulher que, pela forma com que se colocara diante do Mestre, estava em flagrante desespero.
II – A REAÇÃO DE JESUS DIANTE DO PEDIDO DA MULHER
Devido ao domínio grego que outrora havia prevalecido na região, Marcos informa que a mulher era “grega”, isto é, uma legítima gentia nos costumes incluindo a religião que não era o judaísmo, e siro-fenícia de nação, ou seja, aqui sim o aspecto de sua naturalidade (v.26). Tal informação vem a calhar com os propósitos e os destinatários do Evangelho de Marcos que, como tradicionalmente tem sido defendido, são os romanos, isto é, cristãos de origem pagã. A narrativa neste caso seria, dentro do contexto do que anteriormente havia sido discutido (Mc 7.1-23), a demonstração concreta de que realmente não havia diferença entre judeu e gentio, pois não é o ritual que define a pessoa e sim o coração. Dessa forma, os ouvintes e leitores de Marcos deveriam ficar em paz, pois eram tão alvo do amor divino quanto os judeus.
A despeito de a cultura grega antiga ser conhecida não apenas por sua mitologia, mas também por causa de sua racionalidade e lógica (1 Co 1.22-25), essa mulher mostrava-se desesperada diante do fato de que sua filha estava dominada pelo demônio. De certa forma, o texto paralelo parece sugerir que juntamente com a possessão havia também enfermidade (Mt 15.28c). Portanto, não é de admirar que esta mulher estivesse extremamente aflita. Ela roga ao Senhor que expulse o espírito maligno de sua filha (v.26). Tal súplica indica que tudo que ela ouvira falar acerca do Mestre fora suficiente para produzir-lhe a confiança de que Ele poderia libertar sua filha.
Jesus responde de forma, no mínimo curiosa, à interpelação da mulher: “Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v.27). Os intérpretes são unânimes a respeito do fato de que “filhos” trata-se de uma alusão aos judeus, enquanto que “cachorrinhos” refere-se aos gentios. Eles, todavia, se dividem quanto ao significado do texto. Há os que acreditam ser uma resposta dura, marcada pela distinção que o judeu faz entre ele e as demais pessoas, tratando muitas vezes os gentios como “cães”, enquanto outros defendem a ideia de que se trata de um “dito espirituoso” que pedia uma resposta igualmente “engenhosa”. Independentemente de qual delas é a correta, o fato é que o Mestre, no texto de Marcos, fala de precedência e não de exclusão. Ele deve atender primeiramente os judeus e posteriormente os demais. Contudo, como pode ser visto no prólogo do quarto Evangelho, foi justamente entre os gentios que sua obra acabou sendo mais proeminente (Jo 1.11-13).
III – UMA RESPOSTA SÁBIA E O RECEBIMENTO DO MILAGRE
Seja qual for a interpretação que se dê à resposta de Jesus, dura ou espirituosa, a verdade é que o clímax da passagem está na reação da mulher. De forma surpreendente ela respondeu a Jesus: “Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos” (v.28). A sábia resposta da mulher demonstrou que ela não apenas entendeu o que o Mestre disse, mas que, além disso, aceitou as posições apresentadas! De fato a resposta da mulher traz à mente uma cena bastante corriqueira: Uma grande mesa em que uma família banqueteia e, no entorno, cães de estimação, ou não, se deliciam com os restos que caem ou que são lançados. Digno de menção também é a expressão grega Kyrios ― (Senhor) ― que ela utiliza para dirigir-se a Jesus. Tal destaque é merecido porque está é a única ocorrência da expressão, como forma de confissão, em todo o Evangelho de Marcos. E ela não vem de um judeu, mas de uma gentia, uma mulher pagã que desde o momento que viu Jesus reconheceu seu senhorio, pois “lançou-se aos seus pés” (v.25).
Se a resposta é surpreendente, não menos inesperado nessa narrativa é o fato de que é a siro-fenícia que dá o tom do assunto e acaba fazendo toda a diferença. Na verdade, ela decide o desfecho final, pois o Mestre, no texto paralelo, por exemplo, a elogia (Mt 15.28b), e aqui no texto de Marcos, Ele observa: “Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha” (v.29). Ambas as narrativas não deixam margem alguma para dúvida, foi a resposta da mulher quem decidiu o final feliz desse episódio em que o Senhor parece colocar à prova a fé dessa mãe.
Chega a ser intrigante a confiança dessa estrangeira. Tal como o oficial do rei (Lc 7.1-10), ela não solicita que Jesus vá até a sua casa, mas apenas pede que o Senhor expulse o demônio de sua filha. Ela crê que, à distância, Jesus tem tanto poder que pode realizar esse milagre. De fato, Marcos encerra essa narrativa com fortes tons comprobatórios dizendo que “indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído” (v.30). Os comentaristas concordam em dizer que as expressões utilizadas indicam uma libertação total, ou seja, o espírito imundo não mais achou lugar e, por isso, não retornaria.
SUBSÍDIO
Jesus expulsa o demônio de uma jovem / 7.24-30
[...] 7.24 Jesus viajou cerca de trinta milhas até o território de Tiro, e depois de Sidom (7.31). Essas eram duas cidades portuárias localizadas no Mar Mediterrâneo e ao norte de Israel. Ambas praticavam um intenso comércio e eram muito ricas. Além disso, eram duas orgulhosas e históricas cidades cananeias. Na época de Davi, Tiro mantinha boas relações com Israel (2 Sm 5.11), mas logo depois a cidade tornou-se conhecida pela sua imoralidade. Seu rei até afirmava ser Deus (Ez 28.1ss.). Toda cidade se regozijou quando Jerusalém foi destruída em 586 a.C., porque sem a sua concorrência o comércio e os lucros de Tiro iriam aumentar. Provavelmente, Jesus e seus discípulos foram a esse território dos gentios pensando que lá seriam menos conhecidos e assim poderiam ter algum tempo de privacidade para descansar. Foram à casa de alguém (provavelmente o lar de um judeu que vivia nesse local) e não queriam que ninguém soubesse sobre sua chegada. Mas nem mesmo nesse território Jesus conseguiu manter sua presença em segredo” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 235,236).
CONCLUSÃO
Uma das grandes lições deste episódio é que Jesus, ao aproximar-se da região gentílica, de certa forma permitiu-se ser interpelado, como de fato o foi, por alguém que não pertencia à nação de Israel. Tal atitude antecipa a abertura do Evangelho, a mensagem de salvação e o caminho de Deus aos que não tinham nenhuma esperança, isto é, a nós que, parafraseando Pedro, em outro tempo, não éramos povo, mas, agora, somos povo de Deus; que não tínhamos alcançado misericórdia, mas, agora, alcançamos misericórdia (1 Pe 2.10).
HORA DA REVISÃO
A demonstração concreta de que realmente não havia diferença entre judeu e gentio, pois não é o ritual que defi ne a pessoa e sim o coração.
Há os que acreditam ser uma resposta dura, marcada pela distinção que o judeu faz entre ele e as demais pessoas, tratando muitas vezes os gentios como “cães”, enquanto outros defendem a ideia de que se trata de um “dito espirituoso” que pedia uma resposta igualmente “engenhosa”.
Uma grande mesa em que uma família banqueteia e, no entorno, cães de estimação, ou não, se deliciam com os restos que caem ou que são lançados.
A resposta da mulher.
Resposta pessoal.
Lição 14 - Deus continua Realizando Milagres
Classe: Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 30/09/2018
TEXTO DO DIA
“E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos [...].” (At 5.12a)
SÍNTESE
Conforme prometido pelo Senhor Jesus Cristo, os sinais realizados por Ele foram também efetuados pelos apóstolos e tal igualmente deve ser uma realidade entre a igreja nos dias de hoje.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA – Lc 10.1-17: Os discípulos foram instrumentos de Deus nos dias de Jesus
TERÇA – Lc 10.18,19: Jesus concede poder aos discípulos
QUARTA – Lc 10.20: A verdadeira alegria do discípulo
QUINTA – Lc 10.23,24: O privilégio de contemplar o que outros não viram
SEXTA – At 5.12: Os apóstolos foram instrumentos de Deus após a ascensão
SÁBADO – Jo 14.11,12: Quem crê no Senhor realizará obras maiores
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre. O que alcançamos, quais objetivos atingimos? É comum e até mesmo salutar que façamos tais perguntas. Este trimestre, devido a sua temática, teve várias reflexões práticas, pois atualmente vivemos dois extremos no cristianismo, numa ponta do espectro temos uma completa extinção do sobrenatural e noutra uma banalização do sobrenatural. Ambas as posições são equivocadas, pois a espiritualidade sadia não coaduna com nenhum desses exageros. O primeiro descamba para o formalismo e o segundo para o fanatismo. Você certamente se recorda do propósito firmado na primeira aula desse trimestre, quando foi estabelecido o período de cinco minutos de oração intercessória. Certamente, alguns alunos já podem ter algum testemunho para contar. Oportunize neste momento que tais alunos se expressem e contem o que o Senhor realizou como resposta das orações.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Quando algum assunto toma vulto, é comum falar-se muito a respeito sem necessariamente se ter conhecimento claro e domínio do tema, gerando adesão irrefletida. Aproveite a aula de hoje para esclarecer algo sobre uma posição teológica que muito tem crescido ultimamente. Conhecida como “cessacionismo”, ela consiste basicamente na ideia de que os dons e os milagres cessaram com a morte do último apóstolo. Biblicamente falando, tal posição é insustentável. Mas por que as pessoas aderem tal pensamento? Talvez seja justamente pela extinção do sobrenatural em alguns lugares e também pela banalização do mesmo sobrenatural noutros. Teologicamente, os defensores dessa posição repetem a ideia difundida pelo teólogo de Princeton, Benjamin Breckrenridge Warfi eld, seu proponente original, que no início do século passado disse que houve apenas três períodos em que os milagres foram comuns na história do relacionamento de Deus com seu povo: nos dias de Moisés e Josué, de Elias e Eliseu e de Cristo e seus apóstolos, ou seja, três períodos de duas gerações cada. Aprofunde um pouco mais a discussão com o auxílio dos subsídios.
TEXTO BÍBLICO
Marcos 16.15-20
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.
20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
INTRODUÇÃO
Após ter estudado alguns dos 35 milagres que os Evangelhos relatam que foram realizados pelo Senhor Jesus, cabe agora analisar o papel da igreja, a comunidade de discípulos que foi chamada a dar continuidade à obra do Mestre (Mt 28.19,20). Se conforme o texto de Hebreus 13.8, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”, algumas perguntas são inevitáveis: Por que, em alguns locais, os milagres parecem ter desaparecido? Existe alguma relação entre avanço científico, ascensão social e escassez de milagres, por exemplo? Qual tipo de mensagem tem sido pregada nos locais onde os milagres estão cada vez mais raros? Estas e muitas outras indagações são necessárias e pertinentes quando se trata de analisar a questão dos milagres e sua escassez, bem como também atualidade hodiernamente.
I – A CONTINUIDADE DA MISSÃO DE JESUS CRISTO PELA IGREJA
É tradicionalmente conhecida como “Grande Comissão” a tarefa dada pelo Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos e, por extensão, a toda a Igreja, a comunidade de fiéis que foi chamada para fora e que igualmente recebeu tal incumbência, qual seja, pregar, discipular e batizar (vv.15b,16 cf. Mt 28.19,20; Lc 24.47; Jo 20.21). Conquanto amplamente estudada, divulgada e conhecida, nunca é demais relembrar que a razão de ser da Igreja é justamente esta. Ao se anular ou suprimir tal missão, desfaz-se a imprescindibilidade da Igreja.
Além da Grande Comissão, o Senhor falou acerca dos sinais, que acompanharão aos que crerem (vv.17b,18). Longe de ser um elenco de sinais o que restringiria a livre atuação divina, estes são, certamente, exemplos de milagres que aconteceriam, mas obviamente que não se circunscreve a estes, pois se assim fosse, os apóstolos não teriam, por exemplo, ordenado que pessoas falecidas voltassem a viver (At 9.36-42; 20.7-12). Lamentavelmente, ouve-se dizer de verdadeiras imprudências cometidas por conta de distorções interpretativas, mas o fato é que devidamente entendido e aplicado, não há nenhum problema com o que diz o texto a respeito de “pegar” em serpentes, pois ainda em Atos 28.1-6 vemos um episódio envolvendo a questão. A alusão ao falar em “novas línguas”, símbolo do Pentecostes de Atos 2, também pode ser visto ainda nos momentos iniciais da Igreja do primeiro século. Aliás, as línguas estranhas são tão atuais hoje como ontem.
Os últimos dois versículos resumem de forma brilhante os momentos finais dos seguidores do Senhor (v.19) e também os “atos dos apóstolos”, pois diz que “tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (v.20). É curiosa a maneira sumária e resumida como o texto limita-se a dizer o quão veraz foram as palavras do Mestre. Na realidade, ao obedecer a ordem de pregar “por todas as partes”, os discípulos receberam a contrapartida divina, ou seja, sua cooperação naquilo que, obviamente, não poderia ser realizado pelo ser humano. Tal exemplo sinaliza um padrão que deve ser observado, posto que a Grande Comissão preceitua justamente a obrigatoriedade de se pregar o Evangelho por todo o mundo e fazer discípulos. Uma vez observado tal método, certamente haverá cumprimento da parte do Senhor naquilo que lhe cabe.
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II – FATORES IMPEDITIVOS DOS MILAGRES
Mesmo não sendo os destinatários originais do Evangelho de Marcos ― e de nenhum outro texto bíblico, é entendimento corrente que, como Palavra de Deus, a Bíblia é nossa regra de fé e prática (2 Tm 3.16,17). Portanto, a ordem de Jesus Cristo, transmitida de forma original e pessoalmente, é extensiva a todos nós, discípulos atuais (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47; Jo 20.21). A partir desse entendimento, torna-se imprescindível verificar, na Escritura, o que é apresentado nas primeiras experiências dos discípulos do Senhor e na Igreja do primeiro século para delas extrair a práxis para a igreja atual. Neste tópico, a partir de tais exemplos, vamos examinar o que deve ser evitado.
Um único episódio envolvendo os discípulos do Senhor ilustra o ponto do problema com a falta de fé, além da ausência de disciplina e dedicação espirituais. A narrativa encontra-se no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (17.14-21) e relata que o Senhor, juntamente com três de seus discípulos, Pedro, Tiago e João―, desceram do monte em que ocorrera a transfiguração, e encontraram os demais junto à multidão. Um homem desesperado havia solicitado aos nove discípulos que expulsassem o demônio de seu filho; eles, porém, diz o texto paralelo, “disputavam” com alguns escribas (Mc 9.14). O Mestre, visivelmente desapontado, pede que tragam o menino até Ele, repreende o demônio “e, desde aquela hora, o menino sarou”. De forma particular, os discípulos quiseram saber o porquê de não terem conseguido expulsar o demônio, e Jesus então lhes disse que foi por “causa da pequena fé”.
O curioso é que o Senhor observou que se eles tivessem “fé como um grão de mostarda [...] nada vos será impossível”. Portanto, considerando a dimensão de uma semente de mostarda, a expressão eufemística do Senhor ao referir-se à “pequena fé” dos discípulos significava que eles não tinham fé alguma, pois se a tivessem como um pequeno grão de mostarda seria suficiente. Jesus ainda acrescentou que aquela “casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. Quem ora e jejua, via de regra, mortifica o seu eu e desenvolve um relacionamento mais íntimo com o Senhor. Note, entretanto, que quando o Mestre chega encontra os discípulos “disputando” com os escribas.
Lucas relata um caso instrutivo acerca de fatores que impedem a ocorrência de milagres. Em Atos 19.13-17, o médico amado narra o episódio em que sete exorcistas judeus, “filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes” gente que, do ponto de vista religioso, tinha “sangue azul”, “tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo:
“Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega”. Em tom irônico, Lucas afirma que o “espírito maligno disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”, e que, após dizer isso, o homem endemoninhado surrou-os “de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa”. Tal episódio se passou em Éfeso durante a terceira viagem missionária do apóstolo dos gentios e o caso foi tão notório, que impressionou a todos os que residiam naquela importante cidade grega: “tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido”. Tal exemplo denota que o nome de Jesus não pode ser utilizado de forma descompromissada, pois se não houver relacionamento com o Senhor, nenhuma garantia há de que funcionará invocar o seu nome. Por outro lado, o evangelista Marcos fala de um homem que expulsava demônios em nome do
Senhor Jesus, mas foi repreendido pelos discípulos. O Mestre, porém, os chamou a atenção para que não proibissem, pois certamente esse homem, apesar de não ser um dos apóstolos, era alguém que cria em Jesus e por isso Deus era com ele (Mc 9.38-40).
SUBSÍDIO
“[...] Sempre que o livro de Atos usa a expressão ‘sinais e maravilhas’ há referência a uma grande abundância de milagres feitos por aqueles que pregavam a Jesus. Quem se atarefa no ministério de sinais e maravilhas em Atos? Lucas diz-nos por duas vezes que os apóstolos faziam ‘muitos sinais e maravilhas’ (At 2.43 e 5.12). Quando ele nos ilustra os milagres apostólicos, limita-se a mostrar-nos os sinais operados através de Pedro e Paulo. A exceção são as maravilhas que aconteciam mediante Estevão
e Filipe.
Por que Lucas escolheu dois apóstolos e dois não-apóstolos para ilustrar o ministério dos sinais e maravilhas? Sem dúvida havia muitas histórias de milagres efetuados pelos outros apóstolos. Lucas, porém, as deixou de lado por não se ajustarem aos seus propósitos. Se fosse realmente seu objetivo ensinar-nos que o ministério dos sinais fosse distintamente apostólico, não teria ele dado mais atenção aos milagres dos demais membros do colégio apostólico? E, além do mais, teria suprimido as histórias de Estevão e Filipe. Se, como afirmam [Benjamin Breckrenridge] Warfield e seus descendentes teológicos, o propósito primário dos sinais e das maravilhas era autenticar os apóstolos, então por que Estevão e Filipe também os operaram?” (DEERE, Jack. Surpreendido pelo Poder do Espírito. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp. 222,223).
CONCLUSÃO
A tendência ao comodismo institucional não é algo típico dos tempos modernos. Ainda nos dias da Igreja do primeiro século, o grupo tornou-se estacionário e não queria cumprir àquilo que fora chamado a realizar. Lucas informa que Deus permitira uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém, de forma que todos foram dispersos pelas terras da Judeia e Samaria e nesta dispersão eles “iam por toda parte anunciando a palavra” tal como dissera o Senhor que deveria ser feito (At 8.1-3 cf. 1.8). Quem sabe não é exatamente isto que está faltando à igreja hoje?
HORA DA REVISÃO
É tradicionalmente conhecida como “Grande Comissão” a tarefa dada pelo Senhor Jesus Cristo ao seu colégio apostólico, discípulos e, por extensão, a toda a Igreja, a comunidade de fiéis que foi chamada para fora e que igualmente recebeu tal incumbência, qual seja, pregar, discipular e batizar (vv.15b,16 cf. Mt 28.19,20; Lc 24.47; Jo 20.21).
Longe de ser um elenco de sinais o que restringiria a livre atuação divina, estes são, certamente, exemplos de milagres que aconteceriam, mas obviamente que não se circunscreve a estes, pois se assim fosse, os apóstolos não teriam, por exemplo, ordenado que pessoas falecidas voltassem a viver (At 9.36-42; 20.7-12).
Por “causa da pequena fé” deles.
Não, pois o nome de Jesus não pode ser utilizado de forma descompromissada, pois se não houver relacionamento com o Senhor, nenhuma garantia há de que funcionará invocar o seu nome.
Resposta pessoal.